Ladybug pegou o cordão com o akuma e quebrou o pingente, liberando a borboleta negra.

— Chega de maldade pra você akuma. Hora de aniquilar a maldade! Te peguei! Tchau, tchau borboletinha. - Chat sorriu ao ver sua amada acenando para a agora inofensiva, borboleta branca. - Mais uma missão cumprida. - ela mostrou o punho para o parceiro, que sorriu e bateu o seu no dela.

— Zerou! - Ladybug se preparou para ir embora, após ouvir o bipe do seu Miraculous, porém Chat Noir segurou seu braço, a impedindo de sair.

— O que foi? - ela questionou sem entender o ato.

— Será que nós podemos conversar?

— Bem, eu até que gostaria, mas já estou ficando sem tempo. - apontou para os brincos - Além do mais, tem alguém me esperando.

— Podemos conversar mais tarde então? - a azulada assentiu - Que tal onze horas, no topo da Torre Eiffel?

— Claro. Nos vemos lá. - a garota saiu pelos prédios e voltou para entrar pela janela do banheiro. Assim que seus pés tocaram o chão do local, o tempo de transformação dela acabou.

Marinette ajeitou o cabelo, e com Tikki já dentro da sua bolsinha, saiu do banheiro e andou meio rápido até a mesa onde se encontrava Nathaniel.

— Demorei?

— Um pouco. Aconteceu algo? - o ruivo a encarou preocupado.

— Não aconteceu nada demais. Apenas não estava encontrando o papel higiênico. - deu uma risadinha para disfarçar o nervosismo por estar mentindo - Mas então, eu perdi alguma coisa?

— Bem, a Ladybug e o Chat Noir derrotaram um cara que se chamava Animan, eu acho. Ele podia se transformar em vários animais. Se transformou até em um dinossauro. - Nathaniel falava impressionado com a luta que tinha acabado de ver. - Você tinha que ter visto. - Marinette riu nervosa. Acontece que eu vi sim, e bem de perto, pensou ela.
*

Chat Noir andava de um lado para o outro. Sentia suas mãos escorregadias pelo suor. Perguntou para si, como era possível que transpassasse seu uniforme? Deu de ombros, isso não era importante. Ao menos não agora que estava no topo da Torre Eiffel, esperando Ladybug chegar.

Seria hoje que o loiro declararia seu amor a joaninha que roubou seu coração.

Ao lembrar de Ladybug, lembro de joaninhas e ao lembrar de joaninhas; lembrou de flores. Joaninhas amam flores, devia ter trazido flores. Com não havia pensado nisso antes? Bateu a mão na testa, agora tudo estava arruinado.

O gato olhou para baixo e viu que uma das banquinhas que vendiam flores ainda estava aberta. Quando pensou em ir até lá, ouviu um barulho atrás de si como se alguém tivesse pousado no local onde ele estava. E devido às circunstâncias atuais, só poderia ser sua amada.

— Boa noite, Chat. - ao ouvir a doce e melodiosa voz de Ladybug, seu corpo gelou. Ele não teve tempo de comprar flores, de ensaiar as falas e nem de pensar direito sobre o que estava prestes a fazer. - Chat? Está tudo bem com você? - o loiro deu um pulo assim que a mão da joaninha pouso em seu ombro.

— C-Claro, eu s-só estava distraído. - sorriu meio forçado, tentando disfarçar o nervosismo.

— Ok então. - ela fez uma careta , mas logo se deu por vencida. - Então, o que você queria de me falar?

— Bem, eu... Então... Eu, hãn... - Ladybug o encarou com curiosidade - Não sei como falar.

— Então mostre. - ela sugeriu inocentemente.

— O quê? - ele quase se engasgou.

— Ora, se não sabe como falar mostre o que você quer que eu saiba. Pode ajudar. - a azulada sorriu e se aproximou do garoto, enquanto ele assimilava as palavras dela.

— Tem certeza? - ela riu e assentiu. Porém o sorriso foi se transformando em uma careta de confusão à medida que Chat Noir se aproximava dela.

— Chat, o que você... - Adrien não deixou Ladybug terminar a frase e segurou seu rosto, a puxando para um beijo. No início ela ficou paralisada, mas depois se deixou levar pela ótima sensação que aquele momento a proporcionava.

— My lady, eu... Eu sou apaixonado por você! - ele disse assim que se separou dela, no entanto, continuou com o corpo colado ao dela. - E eu sei que gosta de outra pessoa, mas eu não posso deixar de tentar. Não suportaria conviver comigo mesmo sabendo que perdi a chance de falar o quanto eu te amo, esperando o momento certo, sendo que não há momento mais certo que o presente. - Ladybug piscava enquanto assimilava aquilo tudo. Imaginou que seu parceiro gostava dela a ponto de ajudá-la, gostava dela ao ponto de beijá-la, mas ao ponto de dizer aquilo tudo... A azulada deu um sorriso triste.

— Olha Chat, eu sinto muito por não ter percebido isso antes ou até gostar de você da mesma intensidade. Eu gosto de outro garoto sim, mas não posso negar que o sentimento que tenho por você é algo único. Não sei o que vai acontecer daqui para à frente, porém...

Marinette não podia negar que seus sentimentos em relação a seu parceiro, evoluíram desde que se conheceram. A garota gostava muito de Adrien, mas Chat não era uma má pessoa. E já que o Agreste não gostava dela do mesmo jeito, ou se gostava não aparentava, que mal faria tentar com uma pessoa que gosta tanto dela e vive demonstrando isso?

— Eu entendo que você não goste de mim do mesmo jeito. Mas precisava te dizer o que eu sinto se não, eu não ia aguentar mais. - Marinette mordeu o lábio inferior.

— Talvez seja a hora certa.

— O que quer dizer?

— Não posso desfazer minha transformação porque preciso ir embora depois, mas posso te contar quem eu sou por baixo da máscara. Eu confio minha vida a você, porque não a minha identidade?

— My lady, você sabe que não precisa fazer isso...

— Você pode não me conhecer, mas eu me chamo Marinette Dupain-Cheng. - ela sorriu e Chat Noir quase caiu da Torre.

— Como é que é? Marinette, é você? - analisou a parceira mais de perto.

— Então você me conhece? Espero que eu também te co...

— Sou eu, o Adrien.

— Conheça-ça... - as palavras pareciam ter voado da mente de Ladybug.

— Adrien Agreste, seu amigo. - o loiro sorriu enquanto a azulada permanecia parada, quase em choque com a revelação. - O que foi? É tão ruim assim? - ele fez careta e ela pareceu acordar.

— N-Não é isso.

— Então o que é?

— É-É que eu n-não sei c-como falar.

— Siga seu próprio conselho. Então mostre. - Marinette encarou o loiro e respirou fundo. Tomou coragem e se aproximou dele, em seguida o segurou pela nuca, puxando para baixo e o beijando. Provavelmente se estivessem sem a máscara, Marinette não teria metade da coragem que teve para beijar Adrien. - My lady... - se afastaram lentamente com as respirações aceleradas.

— Adrien Agreste.

— O que foi?

— É o nome do garoto que eu gosto.

— I-Isso é s-sério? - Adrien sentia explosões em seu coração, não muito diferente de Marinette.

— Sim. - ela sorriu, ainda sem se afastar dele - Você o conhece?

— Conheço sim. - abriu um grande sorriso - Ouvi dizer que ele é bem bonitão.

— E bem convencido. Mas eu amo ele mesmo assim. - os olhos do felino brilharam - Pode entregar algo à ele?

— O quê?

— Isso. - Marinette o beijou novamente e assim ficaram por um longo tempo.

Para Chat Noir não importava quem Ladybug fosse por baixo da máscara, ela continuaria sendo a garota mais incrível que ele conhecia. E quando descobriu ser Marinette, não poderia esperar menos.

O loiro estava tão feliz em descobrir que amava a pessoa certa e que acima de tudo, ela o amava também, que era quase como se explosões tomassem conta do seu coração, assim como no de Marinette.