Willow Tree March - HIATUS escrita por Wanderlust


Capítulo 4
You got diamonds in your eyes tonight throwing fire, trying to make it right


Notas iniciais do capítulo

I'm back bitches!!!
Update do meu notebook: ele foi para o céu dos eletrônicos e irá fazer muita falta.
RIP.
Bem, estou de volta com um computador novo que meu amado tio me deu - ele vai pro céu. - e com WTM de volta. Posso ouvir um aleluia?
Aliás, gostaram da capa nova?
Vou tentar voltar a postar os capítulos com mais frequência, mas não posso prometer nada porque irei ter que reescrever tudo de novo. Mas esperança, não é?
Vou deixar vocês com ele porque é quase 3:30 da manhã e eu to caindo de sono.

Boa leitura.

Música: https://www.youtube.com/watch?v=A1EJOnYvA5Q



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/708654/chapter/4

There’s a human in your heart of hearts Hiding true colors made you fall apart In the mirror you’re a work of art But this is real life, real life

 

 

O sol iluminava e abrilhantava as árvores, feixes de luz passavam entre as frestas das folhas e faziam o orvalho brilhar como minúsculas estrelas na relva baixa. O cheiro fresco das plantas foi a primeira coisa que Catharina sentiu. Era fresco e leve, totalmente o oposto do cheiro pesado que era acostumada a acordar – mesmo quando Nana lhe trazia café na cama, o cheiro de pão e frutas frescas não encobriam o cheiro metalizado do castelo de Telmar.

A segunda coisa que notou foi como o músculo de sua lombar e suas costas estavam tensos e doloridos. Ainda de olhos fechados, a menina tentou movimentar os braços para cima e se esticar, entretanto uma fisgada dolorida latejou em seu ombro.

Dando um gemido fraco, Nina abriu os olhos; o jade brilhante que eram as folhas das copas das árvores refletiam nas orbes castanhas. Ela virou a cabeça no som de um burburinho e sentiu suas sobrancelhas se juntarem ao ver centauros e faunos reunidos mais a frente, sua mente demorando alguns segundos para raciocinar e lembrar-se dos eventos anteriores.

“Bom dia.” a voz estava perto. Catharina se levantou nos cotovelos, os cabelos negros caindo sobre os ombros e, como um lembrete, seu corte deu uma fisgada ardida. A sua frente estava Caspian, os cabelos castanhos bagunçados sobre os ombros e os olhos cansados; o príncipe lhe estendeu a mão, o que foi bem aceito, e a puxou para se por em pé.

“Bom dia.” foi a primeira vez que ela experimentava sua voz naquela manhã. Sua garganta arranhava e sua voz saiu fraca e rouca. “Preciso de água.” comentou, começando a andar com o amigo.

Caspian correu os olhos sobre o corpo e rosto de Catharina com cuidado; seus olhos buscavam qualquer indicio do que ela tinha sonhado na noite anterior. Era tarde da madrugada quando o jovem príncipe acordou com a voz baixinha da amiga ao seu lado, primeiramente entrou em estado de alerta – poderiam estar sendo atacados -, mas então a viu: estava deitada, os olhos fechados e o rosto relaxado. Um sorriso pequeno desenhado nos lábios grossos quando ela falou. Mãe.

 “Dormiu bem?” ele se ouviu perguntando, não se preocupando em esconder a curiosidade em sua voz. Catharina se virou para o garoto rapidamente, curiosidade e confusão brilhando nas irises chocolate. Caspian, por mais cuidadoso que fosse raramente perguntava como sua noite tinha se passado.

“Sim. Tive um sonho estranho... Não me lembro dele muito bem, mas...” parou de andar e se virou para o amigo. Ele analisou o rosto dela com cuidado, das sobrancelhas juntas até os lábios franzidos num esforço para buscar palavras para descrever o que tinha sonhado.  “Eu apenas acordei com um sentimento bom, entende. Como se... Se tudo fosse se ajeitar logo.”

Os dois pararam próximos a um grupo de centauros. Caspian a ofereceu um cantil com água fresca e algumas amoras que estavam amontoadas dentro de uma cumbuca feita de folhas, gravetos e cipós. Com a garganta molhada e o estomago cheio, o Príncipe de Telmar a guiou até uma parte mais tranquila da floresta; onde as arvores eram mais espaçadas e uma brisa fresca soprava. Pequenos arbustos floridos se erguiam aqui e ali, roubando a atenção da garota do que quer que fosse o que Caspian falava.

“... irá refazer seu curativo e então partiremos até o Monte de Aslam.” percebendo o silencio da amiga, Caspian puxou a ponta de sua trança. “Nina, olá? Está me ouvindo.”

“Me desculpe... Eu apenas me encantei com as flores. Elas me são vagamente familiar.” balançou a cabeça levemente, espantando os pensamentos e focando sua total atenção a Caspian. “O que dizia?”

“Estou te levando até Eilysia para ela ver seu corte e refazer seu curativo.”

“Eilysia?”

“Companheira de Gleenstorm.” ele deu de ombros. “Ele mesmo pediu para que eu a levasse até ela. Parece que ela é muito boa com ervas e curativos.”

O caminho foi ficando cada vez mais iluminado e bonito. O sol da manhã parecia aumentar a beleza das árvores. Enaltecendo as cores das flores e fazendo as folhas brilharem como pedras de diamante. O vento fraco balançava os cabelos de Nina levemente e fazia a saia de seu vestido ondular como as águas de um rio.

“Por que as árvores não se mexem?” questionou o amigo. Ele olhou ao redor e se deu conta que, diferente das histórias que seu tutor contava, nenhum árvore tinha se movimentado – ou dançado, como Cornelius contava.

“Não sei.” mais alguns passos e Caspian parou de andar. O menino olhou ao redor a procura de uma bela centauro, mas apenas encontrou a floresta vazia e silenciosa.  “Acho que foi aqui que Gleenstorm disse que Eilysia estaria.”

“Bem,” começou Catharina, subindo num grande tronco tombado. Ela se agarrou aos galhos e dedilhou as folhas que ainda cresciam ali. “acho que teremos que esperar.”

“Maravilha.” Os dois humanos se viraram para a origem da voz. Vindo de trás dos arbustos floridos, uma bela mulher se erguia. Os braços cheios de plantas e flores. “Fique onde está, Filha de Eva, está alta o suficiente para eu não precisar me abaixar. “ se aproximou do tronco onde a garota estava sentada. Catharina observou a centauro espalhar um punhado de flores de pétalas brancas e miolo amarelo, folhas com um cheiro forte  e um copo com um liquido amarelado cheiroso.  “E você, filho de Adão, Ripchip e Gleenstorm o estão procurando.”

“Ah, certo. Fique bem, Nina.” Assentiu para as duas antes de caminhar para junto dos narnianos novamente. Catharina observou Caspian se afastar até que seu corpo desaparecesse entre as árvores.

“Poderia tirar seu vestido, por favor?” Eilysia pediu com um carinho explicito na voz forte. “Preciso retirar a bandagem e repor com uma nova.”

Catharina assentiu em silencio, retirando a parte de cima do vestido com certa dificuldade. Abraçou o peito, desconfortável em estar parcialmente nua diante de uma desconhecida. A bandagem se enrolava sobre o colo, abaixo das axilas. Tentando se distrair, a garota se atentou em observar o trabalho da narniana. Eilysia amassava as flores brancas junto com as folhas até que virou uma pasta verde musgo. Com o emplasto pronto, ela se afastou e olhou para Catharina com um sorriso simpático nos lábios grossos.

“Está tudo bem, Filha de Eva, nenhum homem irá vir aqui por comando de Gleenstorm.” um pouco mais a vontade com o olhar suave de Eilysia, a menina retirou os braços sobre o colo e os ergueu para cima. Com mãos leves e suaves, a centauro desenrolou a bandagem e a molhou na água cheirosa e passou sobre o corte. Nina encolheu os ombros quando o corte deu uma fisgada dolorida. “Quieta, criança. Seu corte está bem melhor comparado a ontem. Ripchip fez um belo trabalho.”

Era um risco fino, porém fundo. Começava no inicio de sua clavícula e ia até o final de seu ombro. Ela não conhecia muito sobre cortes e cicatrizes, porém imaginava que esse iria deixar uma marca pelo modo que doía. Com o corte já limpo, a narniana aplicou uma boa camada de emplasto sobre a ferida.

“O que é isso?” Catharina perguntou entre um gemido e outro, seu corte queimando em contato com o remédio.

“Camomila e arruda. São bons para sua cicatrização.” explicou. Eilysia recolocou a bandagem ao redor do colo da menina, apertando o pano levemente. “Pronto. Pode se vestir.”

“Me chame de Nina, por favor.”

>> >> >>

Caminhando de volta para o perto dos narnianos, Catharina sorria ao lado de Eilysia; a garota acariciava a trança que a narniana tinha, tão amavelmente, feito em seus cabelos. Encontrou Caça-Trufas, Ripchip e Gleenstorm reunidos ao redor de uma pedra. No entanto não encontrou Caspian em nenhum lugar a vista. Percebendo a preocupação da telmarina, Eilysia se apressou em acalmá-la.

“Seu irmão está provavelmente atrás de Nikabrik. Aquele anão teimoso.” assegurou a menina.

Por poucos segundos, devo acrescentar. Um grito foi ouvido a poucos metros dali e não foi nenhuma surpresa para Eilysia que a menina já estivesse a bons metros a sua frente, correndo preocupada em direção ao som. Correndo ao redor de uma seleção de pedras grandes, Catharina se viu junto a centauros, faunos, minotauros e animais em um circulo. Seus olhos encontram os atentos de Caspian, que erguia uma espada brilhante em defesa.

“Caspian!” não conseguiu conter seu grito ao correr de encontro ao amigo e se postar ao seu lado. Notou os olhos curiosos do recém-chegado em si e, desafiadora, o retribuiu. Ele era alto e aparentava ser da mesma idade de Caspian, por mais que seu rosto ainda aparentasse sinais de uma criança.

“Príncipe Caspian?” perguntou desconfiado, os olhos azuis se fechando em fendas. Catharina se controlou para não revirar os olhos; ‘Como se isso não fosse obvio’, pensou.

“Sim? E quem é você?”

“Peter!” uma voz feminina gritou. A cabeça de todos se voltaram em direção a ela, vendo uma linda garota de longos cabelos negros se postar ao lado de uma garotinha que encarava toda a cena em choque. Por último veio um garoto pálido de olhos e cabelos escuros.

Duas meninas e dois meninos – os verdadeiros reis e rainhas de Nárnia retornaram depois de Caspian, tão desesperadamente, ter tocado a trompa da Rainha Susan. Catharina não conseguiu segurar sua animação quando percebeu; um sorriso discreto se abrindo nos lábios grossos. Sorriso esse que não passou despercebido pelo Pevensie mais novo.

“Grande Rei Peter.” a descrença na voz de Caspian puxou a garota de volta a realidade.

“Creio que nos chamou.” o mesmo respondeu, uma breve nota de arrogância em sua voz que não agradou a telmarina.

“Sim, mas... Pensei que estaria mais velho.” Catharina tentou, realmente tentou segurar o riso, mas não conseguiu e o camuflou por uma tosse não muito convincente. Os olhos claros de Peter se prenderam no rosto da menina novamente.

“Se preferir podemos voltar em alguns anos.” arrumando sua postura, Nina deu um passo a frente. Gostaria de dizer algumas coisas para o Grande Rei Peter. Entretanto, Caspian segurou seu pulso.

Desde de crianças Catharina e Caspian funcionavam como um só; muitas vezes ela era a emoção quando ele era a razão. Mas havia seus momentos de exceção.  

“Não. Não, tudo bem. Você só...Você não é exatamente como eu esperava.” o telmarino disse lançando um olhar para os ingleses, se demorando um pouco na belíssima Rainha Susan que, ao olhar de Catharina, retribuiu o olhar de seu melhor amigo.

“Nem vocês.” Edmund se pronunciou pela primeira vez. Por algum motivo que Catharina não soube dizer a voz do menino lhe deixou os joelhos fracos e as mãos suando. O garoto a lançou um olhar curioso, o qual ela resolveu ignorar.

“Um inimigo comum une até os mais antigos dos adversários.” Caça-Trufas se aproximou. Catharina gostava do texugo; sua voz e presença a acalmava.

“Esperamos ansiosamente por seu retorno, meu senhor.” Se aproximando rapidamente, Ripchip fez uma breve mesura em frente a Peter. “Nossos corações e espadas estão a seu serviço.”

“Ele é tão bonitinho.” Rainha Lucy cochichou com a irmã alto o suficiente para o camundongo ouvir.

“Quem disse isso?” questionou, se colocando em posição de ataque com a espada em riste. Ripchip de uma rápida olhada em direção à garota telmarina que, ainda assustada com o poder da pequena espada, se afastou alguns passos para trás.

“Desculpe.”

“Oh. Vossa Majestade, com todo respeito creio que corajoso, cortês ou cavalheiresco seja mais adequado para um cavaleiro de Nárnia.” Sorriu para a garotinha, guardando a espada em sua cintura novamente.

“Muito cavalheiresco, realmente.” sussurrou sob a respiração, recebendo um cutucão repreensor de Caspian.

“Pelo menos sabemos que alguns sabem usar uma espada.” Peter comentou com o camundongo. Não só uma brava Catharina, mas um envergonhado Caspian perceberam o significado das palavras do arrogante Rei.

“Sim, de fato. E eu tirei proveito disso para reunir armar para o seu exército.”

“Ótimo. Porque vamos precisar de cada espada que possamos ter.” virou-se para Caspian, uma pitada de respeito em sua voz.

“Então talvez queira a sua de volta.” Caspian entregou a arma para Peter que a aceitou. Nenhum dos dois desviando o olhar, numa disputa invisível que fez Catharina revirar os olhos.

“E quem é você?” Susan se pronunciou, curiosa com a garota que tão bravamente se postava ao lado de Caspian.

“Oh, está falando comigo?” perguntou confusa. A Rainha assentiu com um sorriso simples nos lábios rosados. “Sou Catharina. Não tenho nenhum título para se lembrarem de mim.”

Com a última frase da garota, Caspian desviou os olhos para o chão, escondendo o rosto culpado.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários, por favor.
Até a próxima,
Mick.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Willow Tree March - HIATUS" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.