Eu prosseguia diabolicamente beijando aquele garoto estático como uma escultura impressionista. Envolvendo-nos em chamas, logo reaparecemos sobre minha cama, sem romper a intensa ligação.

Quase hipnotizado, Marco me acompanhava, atrapalhando-se casualmente na troca de salivas. Eu passei a língua contra o céu da boca e senti o corpo trêmulo embaixo de mim, numa resposta involuntária.

Mordiscando seu queixo, eu adentrava com a mão por debaixo do moletom, explorando a barriga sem muitas curvas, embora firme, suponho que por causa do karatê.

Conseguindo formular algumas palavras:

— Pare...! Eu já gosto de alguém. - Pedia quase sem fôlego, pela respiração descompassada, enquanto adentrava os finos dedos em meus cabelos, puxando quase agressivamente.

Maldito! E dai se gostava da Star ou daquela garota skatista? Ignorando com certa raiva, deferi uma forte mordida em seu pescoço, beliscando seu mamilo esquerdo entre meus dedos, tentando preencher seus pensamentos como ele vinha fazendo com os meus ultimamente.

Aquele moletom atrapalhava de certo modo, assim, toquei no zíper... Uma inesperada joelhada em minha barriga. Irritado, fitei o imprestável humano vermelho, assanhado. Os olhos marejados numa indescritível ira. O que eu estava fazendo?

Afastando-se, ele se recolheu próximo a cabeceira da cama, espantado e indignado.

— Você está maluco, Tom?

Nada disse. Afinal, o que eu poderia dizer?

Que grande porcaria! Ele prosseguia falando, ou tentando, mas eu já não escutava. Reparando a marca avermelhada próximo ao punho, percebi que havia o machucado duas vezes em questão de minutos. E...

Recolhendo-o pelo braço, eu o puxei para fora do meu quarto e solicitei aos meus criados que o levasse de volta para casa.

— Cala a boca, Marco! Não se preocupe, não irei mais aparecer em sua vida. – Garanti enfurecido ao escutar sua reclamação. Eu deveria estar longe. Pelo bem de Marco. Pelo...

Embora eu soubesse que não seria verdade, eu tentaria.