Alexandra Callas, filha de oito anos de Apolo, era uma das campistas mais novas do acampamento. Felizmente sua história não era tão triste quanto a de outros campistas que chegavam muito cedo ali. Sua mãe era descendente de gregos, médica, e parecia encarar muito tranquilamente a coisa toda de ter uma filha semideusa. Naquele verão, Alexandra tinha começado a frequentar o acampamento por alguns dias para começar a descobrir e desenvolver algumas de suas habilidades.

O problema era que havia uma epidemia de gripe. No chalé de Apolo, Will era o único não afetado. Como Nico até agora também não apresentara nenhum dos sintomas, Will tinha lhe pedido que tomasse conta dela até sua mãe vir buscá-la mais tarde. Nico tinha achado uma péssima ideia, mas não conseguiu recusar o favor a Will.

— Então... Alex – Nico procurou soar animado ao se dirigir à garotinha de pé no meio do chalé de Hades, olhando tudo um tanto apreensiva. – Você... ahn... gostaria de...

— Você tem mesmo esqueletos aqui? – Ela perguntou.

— Ah... no momento não – Nico respondeu.

Alex assentiu e se sentou cautelosamente na beirada de uma cama, aparentemente esperando que Nico dissesse algo.

— Eu posso... eh... conseguir um papel para você desenhar.

— Quantos anos você acha que eu tenho?

Nico suspirou. Qual era o problema com as crianças ultimamente?

— Tudo bem... O que você gostaria de fazer?

Alex foi abrindo um sorriso.

— Hmm... Você já jogou Batalha de Princesas?

Nico franziu a testa.

— Não.

— Eu sempre jogo no celular, mas tem a coisa de ter que evitar telefones por aqui, então minha mãe comprou as cartas para mim. - A menina abriu a mochila e vasculhava lá dentro. – Aqui. – Ela puxou um bloco de cartas de verso cor de rosa com uma coroa.

~

Quando Will se aproximou do chalé de Nico, pôde ouvir as vozes dos dois ainda do lado de fora:

— Haaa, tome essa, Bela! – Nico dizia com uma voz maniacamente animada.

— Você se esquece que eu ainda tenho a Fada Madrinha!

— Pois eu tenho uma espada, um cavalo e um dragão!

Alex falou um palavrão em grego antigo, que Will achava que ela devia ter aprendido com Kayla.

— Como você pode ser tão bom? – Pela voz, ela parecia meio magoada, meio impressionada.

— Eu nasci com muitos talentos – Nico fez pouco caso.

Will bateu rapidamente na porta e abriu.

— Alex, sua mãe está esperando.

Eles estavam sentados no chão, Nico com a costa apoiada no lado da cama. Ele largou rapidamente as cartas que ainda segurava com a chegada de Will.

Alexandra juntou rapidamente suas coisas e foi até o irmão, não sem antes deixar claro para Nico:

— Aguarde minha revanche. - Mas ela estava sorrindo.

A menina já estava do lado de fora quando Nico cruzou os braços e disse a Will antes que este saísse:

— Sem comentários.

Will sacudiu de leve a cabeça, rindo.

— Eu falo com você daqui a pouco.