Rosalie parou em frente à sua antiga casa. Como Jasper prometera ele havia cuidado do imóvel, porém            ainda assim a casa demostrava certo abandono o que entristeceu um pouco a mulher.

A loira adentrou à casa encontrando os poucos móveis que tinham restado no ambiente cobertos por lençóis brancos e empoeirados, ela não sentiu nada do sentimento de casa que sentiu quando saiu dali. Tudo estava vazio agora, nada era como ela tinha deixado...

            A garota sentou-se no meio do ambiente onde costumava ser a sala de estar e lembrou-se de como ali costumava ser cheio de fotos e de como estava sempre cheio de flores, cheio de vida. Ela se permitiu sentir-se deprimida por alguns instantes, ela sabia que precisava passar por esse estágio para poder segui adiante.

            Alguns minutos depois, decidida, Rosalie se levantou e seguiu pelo resto da casa, os dois quartos estavam vazios, os banheiros fechados e no pequeno mezanino onde era o seu jardim, agora a escada encontrava um ambiente vazio. Rose subiu o lance de escadas até o mezanino e o segundo lance de escadas que dava para a cobertura, ali também tinha um pequeno jardim e alguns banquinhos de concreto, porém o que ela mais amava ali em cima era a vista para o mar. A garota aproveitou que ainda era cedo e que os bancos ainda não estavam muito quentes e deitou-se sobre um deles aproveitando o sol.

            A loira voltou para o térreo um pouco antes das dez da manhã, uma vez que ela iria continuar em San Francisco até arrumar sua vida ela iria voltar a morar em sua antiga casa e isso significava compras, por isso pegou carro de Alice que se encontrava sob sua posse e seguiu para o shopping.

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            Emmett dirigia sem pressa pelas estradas que levavam até a casa de Esme, durante todo o caminho músicas infantis tocaram dentro do carro e o rapaz cantou algumas junto com a filha, pois sabia que ela adorava quando ele cantava junto. 

            O assunto sobre a mãe da garotinha fora esquecido pela mesma, porém martelou na cabeça do homem durante todo o percurso. Emmett tinha se esforçado muito para criar Manuella da melhor forma possível e ele se considerava um bom pai, ele aprendera a trocar fraudas, a cozinhar, cuidar da casa, ele nunca tinha esquecido nenhum compromisso que envolvesse a filha e ele sempre a levava para ver os avós e os tios. Ainda assim nada disso era o suficiente, ela precisava de uma mãe. Ele sabia que este dia iria chegar, porém nunca esperou que fosse tão cedo.

            -Papai, você tá tliste?- a pergunta de Manu tirou o rapaz dos seus devaneios.

            - Não, Manu. O papai não está triste, só está com sono. Está muito cedo ainda, você não acha?

—Manu, não tem mais soninho. Manu já tá acoidada,

            Emmett sorriu olhando para a garotinha através do retrovisor. Manu estava agarrada à sua coruja de pelúcia, ele queria que a menina continuasse com aquela idade para sempre.

            Manu dormiu antes que chegassem ao meio do caminho. Emmett a observava pelo retrovisor de tempos em tempos enquanto procurava algo nela que lembrasse Emily, mas tirando os olhos escuros que ele sabia que não eram algo de sua família, tudo nela remetia aos Cullens, seus cabelinhos escuros parecidos com os do pai e suas covinhas quando ela sorria. Ela era sem dúvida a criança mais linda do mundo para o rapaz.

            Emmett não se lembrava muito de Emily, ele tinha a acompanhado à todos os exames e tinha se casado com ela no civil, ainda assim ele não conseguia se lembrar de um tempo que tivessem passado juntos que não fosse por Manu. Ele não lembrava do sorriso dela ou como ela se comportava quando estava triste, ou quando estava brava. Tudo que sempre vinha à sua cabeça era o sorriso de Rose... E então o dia da morte de Emily.

            Na vida ele não tinha feito muitas coisas para se orgulhar, tudo que ele tinha era um vida comum. Ele cuidava das finanças da rede de hotéis da família e cuidava de Manu. Havia amado apenas uma mulher em toda a sua vida e a mandara embora, se casara com outra e a perdera.

            Emmett recostou-se ao banco do motorista com um suspiro e colocou um antigo CD para tocar enquanto ele continuava o caminho até a casa dos pais.

*****

            -Porque ela não veio? –Esme perguntou parecendo chateada.

            -Você sabe o porquê, mãe. –a baixinha respondeu se sentando à mesa, onde sua mãe cortava os legumes.

            -Mas já faz tanto tempo... Eu pensei que ela já tinha seguido em frente.

            -Nós duas sabemos que não.  Aqueles dois se amavam, mãe, e apesar do Emm ter sido um babaca e mesmo ela negando é obvio que Rose ainda o ama.

            -Não fale assim do seu irmão, Alice, ele teve os motivos dele.  – Esme repreendeu a filha por xingar o irmão. – Mas como ela está?

            - Bem, ela quer montar um negócio, mas nem ela sabe ao certo em qual área... – a baixinha disse com um sorriso.

            -Que bom que voltou. Aqui é a casa dela, afinal... Será que ela se importa se eu fizer uma visita qualquer dia?

            Alice sorriu para a mãe, sabia que ela faria essa pergunta. Para Esme, Rosalie sempre seria parte da família, mesmo que ela e Emmett não fossem mais casar.

            -Na verdade mãe, ela mesma prometeu vir aqui qualquer dia, ver a você, o Ed, papai... Ela só não quer ver você sabe quem...

             A manhã se passou rapidamente e Esme e Alice decidiram manter o retorno de Rose em segredo por algum tempo, não era algo que a loira tivesse pedido à elas, mas era o que elas pensaram ser certo. Esme temia pela harmonia da sua família, quando Rose foi embora os três filhos, Alice, Edward e Emmett haviam brigado feio e só tinham voltado a conversar no casamento de Edward, seis meses depois. Agora a loira estava de volta, Esme amava a garota, mas queria que seus filhos continuassem bem.

            Não demorou muito para Edward e Bella chegarem com as gêmeas, Nessie e Sophi, elas tinham dois anos e meio e eram gêmeas idênticas, ambas com cabelos acobreados e olhos castanhos.

            - Olá gracinhas, como vocês estão hoje? –Alice perguntou enquanto tirava Sophi dos braços da mãe e puxando Nessie para um abraço.

            -Bem, titia. –as duas falaram em coro tirando sorrisos de Carlisle, Esme, Jasper e Alice que já estavam na casa.

            -Que bom, e quem vai brincar muito com a tia Lice hoje?

            -Eu, eu, eu. –as duas gritavam animadas.

            -Bom, então não vamos perder tempo. Quem vai ser a princesa desta vez?

            Depois disso a casa ficou super animada, Alice e Jasper se empolgaram brincando com as duas meninas enquanto Edward e Bella desfrutavam de um merecido descanso enquanto ajudavam Esme e Carlisle com o domingo em família.

            Quando Emmett chegou, Alice e Jasper jogavam seu mestre mandou no jardim com as gêmeas e Edward e Carlisle acediam a churrasqueira.

            -Emm! –Esme constatou vendo o carro estacionando. – Mal posso esperar para ver a minha outra princesinha. – afirmou para Bella que sorria para o entusiasmo da sogra.

*****

Rosalie aproveitou o shopping para se esquecer de todos problemas que pudessem estar em sua vida. Começou comprando as tintas para as paredes dos quartos e dos closets, pedindo que os atendentes deixassem suas aquisições no carro. Em seguida foi às lojas de móveis e comprou aqueles que ela havia se desfeito anos atrás, seguindo diretamente para as plantas para decoração, ela pretendia refazer seu jardim.

Depois que todos os assuntos que se relacionavam a casa estavam resolvidos, como moveis, tintas, decoração, eletrodomésticos e outras coisas que ela pudesse precisar, seguiu para a praça de alimentação, uma das coisas que ela havia mudado desde que deixara Emmett era sua alimentação, antes era baseada em comidas prontas agora ela aprendera a cozinhar e vivia numa rígida dieta onde fast food e pizza pronta raramente entravam.

Após encontrar um restaurante que se encaixasse com seus novos princípios de alimentação a garota prosseguiu para as lojas de roupas, onde começou a tarde e onde se divertiu muito.

No final do dia estava esgotada e com um sorriso bobo no rosto, ela finalmente estava recomeçando.

*****

            A tarde na casa Cullen passou rapidamente, agora Alice e Bella brincava de pintar com as três crianças que já demonstravam cansaço depois de uma tarde inteira correndo.

            Emmett observava a filha de longe, as tardes de domingo eram sempre onde via a filha mais feliz. Alice, Esme ou Bella sempre penteavam os cabelos dela e faziam algo especial que ele não sabia fazer e isso sempre deixava a garotinha muito feliz, quando chegassem em casa provavelmente ela não iria querer desfazer as tranças o que provavelmente faria que ele cedesse à chantagem. O rapaz sorriu porque todo domingo era a mesma coisa.

            -Hey Emm, você está bem? – a pergunta de Edward retirou o irmão mais velho de seus devaneios.

            -Oi?

            -Está tudo bem com você e com Manu? –Jasper repetiu a pergunta. Tinha demorado algum tempo a mais que levaram para os Cullens, mas Jasper havia perdoado o grandão.

            -Manu quer ver a mãe. – o rapaz respondeu sem nem pensar muito a respeito, fazendo com que a mãe derrubasse uma tigela que estava em sua mão.

            -Você explicou a ela que Emily morreu? –Carlisle perguntou indo ajudar a esposa enquanto Jasper e Edward encaravam o Cullen mais velho meio que sem saber o que fazer.

            -Explicar eu expliquei, pai. O difícil é fazer ela entender... Quer dizer ela me pediu para ir ao cemitério, que tipo de criança de quatro anos pede isso?

            - O tipo que quer conhecer a mãe, Emmett. É normal, eu acho, que ela vendo todos os coleguinhas da escolinha com uma mãe a figura materna faria falta à ela. Você já tentou dar a ela uma foto de Emily, contar uma história legal com a mãe dela...

            A proposta de Jasper pegou Emmett de surpresa, ele não havia pensado em mostrar uma foto de Emily à sua pequena. Talvez fosse isso que ela precisasse ver que ela tinha tido uma mamãe como todas as outras crianças.

            -Não... Não tem nenhuma história legal, Jasper e você sabe disso. Mas vou tentar a foto. – disse Emmett ainda pensativo.