Rosalie acordou assustada ainda durante a madruga e procurou pelo relógio em seu criado mudo encontrando apenas seu celular. Sentou-se, já desperta, em sua cama lembrando-se que estava na Califórnia e não mais na Alemanha. Checou o celular para comprovar que ainda era madruga apesar de se sentir completamente desperta. Irritada com o fuso-horário, Rosalie voltou a se deitar.

Sem conseguir dormir, Rose lembrou-se de quando chegou à Alemanha, havia levado algum tempo para se acostumar com o fuso-horário, os costumes e principalmente com o frio. Naquela época ela estava triste e deprimida, mas o tempo passou, ela se acostumou com o frio, com a comida e com a rotina que tinha estabelecido lá. E agora estava de volta aos Estados Unidos.

— As coisas não saíram muito como você planejou, não foi Rose? – ela se questionou em voz alta.

Alguns meses após ter se estabelecido naquele continente, seus novos amigos haviam a levado até uma festa local onde conheceu Peter. Assim como ela, ele tinha cabelos loiros, pele pálida e, acima de tudo, um sorriso de tirar o folego. Ele era lindo e Rosalie precisava esquecer tudo que havia deixado em seu pais de origem.

A loira sorriu para as memórias daquela noite, os dois tinham se tornado amigos.... Uma amizade colorida, porém amigos. Rosalie havia descoberto que não era apenas ela que estava ali para esquecer, as histórias parecidas os tinha unido.

Quando se sentiu extremamente melancólica e com saudade dos amigos que havia feito por lá, a garota resolveu se levantar. Estava decidida a retomar sua vida no seu país e com a sua família e Peter, se tivesse seguido seu conselho, já estava casado e muito feliz em algum lugar da Europa.

Após feita a sua higiene matinal, Rosalie seguiu para o seu quarto encontrar algo para vestir.

Era domingo e a loira sabia que aquele era um dia sagrado para os Cullens. Deste modo, encontrou algo confortável para vestir e fez o seu cronograma, uma mania que tinha pego deste que fora à Europa. Ter o dia todo planejado a fazia não ter tempo livre para pensar no passado.

Quando Jasper e Alice acordaram escutaram uma melodia baixa vinda da cozinha.

—Desde quando a sua irmã acorda assim tão cedo? –reclamou Alice, verificando as horas e voltando a se esconder entre as cobertas.

— Eu não sei... mas o cheiro está ótimo. O que será que ela está fazendo? –especulou o loiro abrindo os olhos.

Alice murmurou algo sem muito sentido ainda de olhos fechados, Jasper deu um beijo na testa da amada e seguiu para o banheiro, onde começou sua rotina, como todas as manhas.

Jasper estava na porta da cozinha instantes depois seguido por Alice ainda de pijamas, dentro do cômodo Rosalie colocava Brezel’s dentro de uma tigela enquanto se balança e cantava Stronger. Jasper e Alice trocaram olhares e sorrisos preocupados antes de anunciarem sua presença.

 A loira quase deixou cair o café da manhã deles no chão quando Jasper a cumprimentou com um audível “Bom Dia”, mas se recuperou rapidamente.

—Bom dia à vocês. Desculpe acordá-los cedo. O fuso-horário sabe... –explicou a garota, largando a tigela de Brezel’s sobre a mesa e pausando a voz de Kelly Clarkson no celular. – Eu fiz o café da manhã. –acrescentou ela apontando a mesa. –Espero que gostem, me acostumei a comer isso no café da manhã.

—Parecem deliciosos. –Alice falou agradecida, seguindo para onde o namorado já atacava.

Rosalie observou  o irmão mastigando a sua segunda Brezel e já pegando a terceira.

—Vão devagar esfomeados! Vocês estavam presos? –implicou a loira sorrindo e recebeu um olhar assassino do irmão.

Emmett acordou se sentindo como se nunca houvesse dormido. Sua noite havia sido péssima. Ao se mexer na cama, se deparou com o corpo diminuto da filha, provavelmente ela tinha tido algum pesadelo e procurado por ele no meio da noite. Ultimamente isso estava sendo bastante frequente, deste que ele havia colocado a garotinha em uma escolinha e ela havia começado a questionar sobre sua mãe. Emmett tinha feito o melhor que pode para explicar a ela a situação, mas não era o suficiente para uma menininha de quatro anos, saber que ela não poderia ter uma mamãe como todos os outros coleguinhas.

O rapaz suspirou e arrumou as cobertas sobre a sua pequenina, se deitando ao lado dela em seguida. Ele sabia que o domingo era dia de se encontrar com o restante da família Cullen, porém não estava com a mínima vontade de sair da sua cama de modo que resolveu protelar mais alguns minutos e apenas ficar observado a garotinha que tinha tornado o centro do seu mundo.

            Após meia hora Emmett resolveu sair da cama, eram duas horas de viagem até Carmel e ele não queria chegar depois do almoço. Esme certamente o mataria se chegasse depois da refeição.

            Depois de arrumado o rapaz seguiu para seu quarto onde a garotinha encontrava-se esparramada pela cama, sem conseguir se conter Emmett pegou o celular do bolso e tirou algumas fotos. Ele tinha o celular repleto de fotos de Manuella. Desde que ela nascera ele havia documentado todas as fases da criança em fotos, parte porque todos os dias ele enviava pelo menos uma foto da garotinha para sua mãe, parte por si mesmo, por ser um pai coruja como todos da sua família adoravam lhe lembrar.

            -Bom dia dorminhoca, do papai. Hora de acordar! – ele sussurrou retirando os cabelos da garota que caiam por seu rosto.

            -Não, papai. Mais cinco minutinho.- pediu ela ainda de olhos fechados.

            -Não dá, bebê. Hoje é dia de ver a vovó.

Manuella abriu os olhos com preguiça encontrando logo os olhos do pai.

—Quando vai ser o dia de ver a mamãe?

Emmett prendeu a respiração inconscientemente e só lembrou-se de liberá-la quando sua filha começou a chamar por ele. O rapaz já havia feito de tudo para fazer com que a filha desistisse de ir ao cemitério, ele não queria que ela tivesse aquela imagem de sua mãe, a mulher que tanto a amara, morta, apenas uma lápide no meio de várias outras.

—Outro dia, pequena. Outro dia. –respondeu ele se levantando e puxando a garotinha consigo. –Agora que tal um banho?

—Eu quelo vê a mamãe, papai. Quelo uma mamãe igual à dos meus amiguinhos. –a menina pediu inocentemente.

            Emmett sabia disso, sabia como a garotinha queria uma mãe e ele queria poder dar isso a ela, mas ele havia amado apenas uma mulher em toda sua vida, Rosalie. Apesar de terem se separado Emmett nunca deixará de ama-la e não conseguia imaginar que seria capaz de amar outra pessoa para ser mãe da sua doce Manu.

            -Meu amor, a sua mamãe ...virou uma estrelinha há muito tempo. Ela fica lá em cima olhando e cuidado da gente. – O rapaz tentou explicar sobre os calcanhares, na altura da criança. -  E é por isso que você não pode vê-la e ter ela por perto igual aos seus amiguinhos.

            -Mas papai, o Ethan falou que quando a tia dele morreu eles levaram ela para o cimi... cimi.... –

            -Cemitério? – propôs Emmett vendo que a filha tinha se perdido com a palavra.

            -Isso mesmo, papai. Eu quelo ir no cimitélio  ver a minha mamãe.  Por favor, papai.

            Emmett passou alguns instantes tentando pensar em como explicar à filha que quando chegassem ao cemitério ela não iria exatamente ver sua mãe, sem encontrar uma forma o rapaz apenas concordou em levar a garotinha lá algum dia.

            -Ok, filha, outro dia o papai te leva lá. Agora para o banho.