Uma nova História escrita por Adhara Mckinnon Black


Capítulo 9
A ascensão do Lorde das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! o capítulo ficou um pouquinho grande, mas foi por causa da leitura mesmo. vocês gostam de capítulos grandes? porque não consigo escrever muito pequeno.
Gente, por favor! Comentem. Quero saber o que vocês estão achando.



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A ascensão do Lorde das Trevas

—Nossa que começo bom-ironizou Tonks.

Lúcio Malfoy se ajeitou na cadeira. Agora tinha um motivo para querer saber sobre este livro.

Os dois homens se materializaram inesperadamente, a poucos metros de distância, na estreita ruazinha iluminada pelo luar. Por um momento eles ficaram imóveis, as varinhas apontadas para o peito um do outro; então, reconhecendo-se, guardaram a varinha sob a capa e começaram a andar apressados na mesma direção.

— Novidades? – perguntou o mais alto dos dois.

— As melhores – respondeu Severo Snape.

Em uma sincronia um tanto sinistra, todos do salão viraram-se para o mestre de Poções. Este, fingindo que nada aconteceu, ignorou o olhar de todos, principalmente do ex-colega, o Malfoy.

Molly Weasley, conhecida por ser uma mãe extremamente protetora, temeu por seus filhos, afinal, tinha um comensal dando aulas para eles.

A rua era ladeada por um silvado, à esquerda, e por uma sebe alta e cuidadosamente aparada, à direita. As longas capas dos homens esvoaçavam ao redor dos tornozelos enquanto eles caminhavam.

— Pensei que fosse me atrasar – disse Yaxley, suas feições grosseiras desaparecendo e reaparecendo à sombra dos galhos de árvores que e interpunham ao luar. – Foi um pouco mais complicado do que imaginei. Mas acho que ele ficará satisfeito. Você tem certeza de que será bem recebido?

Por que ele não seria bem recebido?-pensava Lúcio com um sorriso maldoso.

Snape assentiu sem, contudo, dar explicações.

Os homens viraram para um largo caminho de entrada, à direita. A alta sebe margeava e se estendia para além do impressionante portão de ferro trabalhado que barrava a entrada. Em silêncio, ambos ergueram o braço esquerdo numa espécie de saudação e atravessaram o portão, como se o metal escuro fosse apenas fumaça.

As sebes de teixo abafaram os passos dos homens. Ouviu-se um farfalhar à direita. Yaxley tornou a sacar a varinha, apontando-a por cima da cabeça do seu companheiro, mas a fonte do ruído fora apenas um pavão alvíssimo, que caminhava, majestoso, ao longo do topo da sebe.

Parece com a minha casa- pensava Draco com um semblante confuso- mas por que estariam na minha casa?

Ao olhar para os pais, conseguiu captar uma troca de olhares entre os mesmos. Dava pra ver a surpresa nos olhos de ambos, mesmo que tenha visto certo tipo de orgulho do pai. Orgulho esse, Draco pensou amargurado, que ele nunca conseguira dar.

Oh garoto Malfoy, não esta muito novo para ter uma vida tão amarga como pensa? Ou será que é apenas drama? Não se preocupe Draco, logo, logo você perceberá que sua vida não é tão ruim como pensa. Tem gente que tem vida pior...

— Ele sempre soube viver, o Lúcio. Pavões... – Com um bufo de desdém, Yaxley tornou a guardar a varinha sob a capa.

Com a mesma sincronia que tiveram com Snape, também tiveram com os Malfoy. Um belo casarão se destacou nas trevas, no final do caminho reto, as luzes faiscando nas janelas em formato de losango do andar térreo. Em algum lugar no jardim escuro, atrás dos arbustos, uma fonte jorrava. O saibro começou a estalar sob os pés, quando Snape e Yaxley apressaram o passo em direção à porta da frente, que se abriu à sua aproximação, embora ninguém parecesse tê-la aberto.

O hall de entrada era grande, mal iluminado e suntuosamente decorado, e um magnífico tapete cobria quase todo o piso de pedra. Os olhos dos rostos pálidos nos retratos das paredes acompanharam Snape e Yaxley assim que eles passaram.

Draco, ainda inocente sobre o que estava para acontecer, sorri orgulhoso e debochado para alguns primeiranistas, principalmente os nascidos trouxas que ficaram maravilhados coma descrição de sua Mansão.

Os dois homens se detiveram à frente de uma pesada porta de madeira que levava a outro cômodo, hesitaram o tempo de uma pulsação, então Snape girou a maçaneta de bronze.

A sala estava cheia de pessoas silenciosas, sentadas a uma comprida mesa ornamentada. Os móveis que habitualmente a guarneciam tinham sido empurrados descuidadamente contra as paredes. A iluminação provinha das chamas vivas de uma bela lareira, cujo console de mármore era encimado por um espelho dourado. Snape e Yaxley pararam um instante à entrada. À medida que seus olhos se acostumaram à penumbra, sua atenção foi atraída para o detalhe mais estranho da cena: o vulto de uma pessoa aparentemente desacordada suspensa de cabeça para baixo sobre a mesa, girando lentamente como se estivesse presa por uma corda invisível, e se refletindo no espelho e na superfície nua e lustrosa da mesa.

As pessoas do salão começaram a murmurar. Uns querendo saber quem era a pessoa suspensa de cabeça para baixo, outros com medo, outros se perguntando se a pessoa estava viva, Moody encontrou o olhar de Dumbledore e numa acordo mudo, ambos sabiam o que aconteceria ali.

Nenhuma das pessoas sentadas à roda dessa visão singular a encarava, exceto um jovem pálido que estava praticamente embaixo. Parecia incapaz de se conter e erguia os olhos a todo instante.

— Yaxley, Snape – falou uma voz aguda e clara da cabeceira da mesa –, vocês estão praticamente atrasados.

O dono da voz estava sentado defronte à lareira, de modo que, a princípio, os recém-chegados tiveram dificuldade em distinguir mais que a sua silhueta. À medida que se aproximaram, porém, seu rosto se destacou na obscuridade, imberbe, ofídico, com fendas estreitas no lugar das narinas e olhos vermelhos e brilhantes de pupilas verticais. Era tão pálido que parecia emitir uma aura perolada.

Os mais velhos arfaram, já sabendo de quem se tratava, os mais novos, ainda não tendo ligado as descrições, se perguntaram quem era. Kathy não teve um bom pressentimento, trocou um olhar com Harry e soube que ele sentia a mesma coisa. Harry estendera a mão para ela debaixo da mesa e Kathy apertou a mão do mesmo num gesto de conforto para os dois.

Era incrível, até parecia coisa de irmãos.

— Severo, aqui – disse Voldemort, indicando a cadeira imediatamente à sua direita. – Yaxley, ao lado de Dolohov.

Muitos se arrepiaram com o nome. Katherine simplesmente não sabia o porquê de todo aquele medo por causa de um nome, afinal era só um nome!

—Isso é um absurdo Dumbledore!- senhora Weasley exclamara olhando abismada para o diretor- o senhor não pode permitir que um comensal, ainda o braço direito de você-sabe-quem dê aulas para crianças!

—Molly, acalme-se- pediu calmamente- Como foi pedido, peço que ninguém neste salão julgue precipitadamente. –quando a mesma se acalmou, afinal confiava no julgamento daquele homem, ele pediu que continuassem a leitura.

 

Os dois homens ocuparam os lugares designados. Os olhares da maioria dos que estavam à mesa seguiram Snape, e foi a ele que Voldemort se dirigiu primeiro.

— E então?

— Milorde, a Ordem da Fênix pretende transferir Harry Potter do lugar seguro em que está, no sábado, ao anoitecer.

—Ordem da Fênix? O que é isso? –O Ministro se pronunciou pela primeira vez.

Dumbledore suspirou e trocou olhares com alguns membros da antiga ordem, antes de explicar.

—Ordem da Fênix é uma ordem que eu criei durante a guerra contra Lorde Voldemort.

E acenou para que Hermione voltasse a ler.

O interesse ao redor da mesa se intensificou perceptivelmente. Alguns enrijeceram, outros se mexeram, todos atentos a Snape e Voldemort.

— Sábado... ao anoitecer – repetiu Voldemort. Seus olhos vermelhos se fixaram nos olhos pretos de Snape com tanta intensidade que alguns dos observadores desviaram o olhar, aparentemente receosos de serem atingidos pela ferocidade daquela fixidez. Snape, no entanto, sustentou esse olhar calmamente, e, após um momento, os lábios descarnados de Voldemort se curvaram num aparente sorriso.

—O que será que vai acontecer sábado?- Perguntou um segundanista da corvinal, curioso.

—O que vai acontecer eu não sei, mas pelo visto não é nada bom. Só lamento a pessoa que estiver na linha de tiro desse Voldemort, porque pelo que vi, esse não brinca em serviço- Kathy respondeu e muitos tremeram quando pronunciara o nome de você-sabe-quem, e os mais velhos concordaram com a menina. Coitado de quem estava na linha de fogo dele.

Alguns olharam para Harry com pena. Tinham uma leve impressão de que era ele o alvo.

— Bom. Muito bom. E essa informação veio de...?

— Da fonte sobre a qual conversamos – disse Snape.

—Que fonte?- o Ministro perguntou, mas muitos não sabiam responder. Exceto que o diretor parecia ter uma leve ideia, assim como Snape.

— Milorde.

Yaxley tinha se inclinado para a frente procurando ver Voldemort e Snape. Todos os rostos se voltaram para ele.

— Milorde, eu ouvi coisa diferente.

Yaxley aguardou, mas Voldemort não objetou, então ele prosseguiu.

— Dawlish, o auror, deixou escapar que Potter não será transferido até o dia trinta à noite, na véspera do seu aniversário de dezessete anos.

Snape sorriu.

—que milagre! Snape sorriu! – Os gêmeos fingiram estarem em choque, causando risos em todos daquele salão, um olhar carrancudo de Snape, e um puxão de orelha da mãe. Kathy dera uma piscada para os dois, que retribuíram.

— Minha fonte informou que planejam divulgar uma pista falsa; deve ser essa. Sem dúvida, lançaram em Dawlish um Feitiço para Confundir. Não seria a primeira vez, todos conhecem a sua suscetibilidade a feitiços.

— Posso lhe assegurar, Milorde, que Dawlish me pareceu muito seguro do que dizia – contrapôs Yaxley.

—– Se foi confundido, é óbvio que parecerá seguro- Hermione interrompeu sua leitura para responder.

— Se foi confundido, é óbvio que parecerá seguro – disse Snape.

Alguns caíram na risada por Hermione ter pensado como Snape. Esta corou com o olhar carrancudo que o mesmo dirigiu a ela.

—Cinco pontos à Grifinória pela perfeita interpretação do feitiço que esta além das capacidades de um primeiranista – A Professora Minerva concedeu fazendo a Grifinória comemorar.

Malfoy revirou os olhos.

Kathy resmungou pra amiga – depois fala que você só sabe decorar livros. Quando ele repetir isso, eu vou lembrar dessa leitura. – Falou recebendo um olhar de advertência da mesma, o que fez a morena revirar os olhos.

Hermione continuou então.

— Garanto a você, Yaxley, que a Seção de Aurores não irá participar da proteção de Harry Potter. A Ordem acredita que estamos infiltrados no Ministério.

— Então, pelo menos nisso a Ordem acertou, hein? – comentou um homem atarracado, a pouca distância de Yaxley, dando uma risadinha sibilada que ecoou pela mesa.

Voldemort não riu. Seu olhar se desviou para o alto, para o corpo que girava vagarosamente, e ele pareceu se alhear.

— Milorde – continuou Yaxley –, Dawlish acredita que vão usar um destacamento inteiro de aurores na transferência do garoto...

—Nossa! Esse ta mesmo empenhado em receber a aprovação de Voldemort em. –Kathy disse com deboche.

—Mas durante a Primeira Guerra Bruxa, os comensais faziam de tudo para receber a aprovação do mesmo- Remo explicou dando uma olhadela de canto de olho para Lúcio Malfoy.

Katherine fez um gesto de descaso com a mão.

—Acho ridículo isso! Até parecem que não tem um propósito na vida. Vivem para servir um louco sociopata que vão mata-los quando não precisar mais deles. É por isso que eles são os subalternos, não sabem o que estão fazendo realmente, mas são facilmente influenciáveis por suas fraquezas e desejos de ser alguém na vida. Voldemort precisava de seguidores, e afirmando que era o maior bruxo de todos os tempos e prometendo poder e glória para aqueles que ambicionam isso, obviamente que iriam aceitar. Mas o que eles não têm consciência, é que não desfrutarão dessa glória, porque não tem do que desfrutar. Matar, torturar pessoas é o pior ato desumano que alguém pode fazer. Uma vez que entra pra essa vida, não consegue sair, e nem pode. Quem quer ser capacho de alguém? Acho que cada um deveria pensar sim em si mesmo em certos casos, só não deixar de pensar nas consequências que suas escolhas trarão. Voldemort usa as pessoas como bonecos. As obrigam a fazerem o que ele quer, e o que importa são os resultados que ele ganha. Se você fizer tudo certo, parabéns! Conseguiu mais um dia de vida. Se fizer errado, reza para não ter muitas sequelas. No meu mundo, o significado de trouxa é quem aceita fazer parte disso. –Kathy terminou dando de ombros e olhando no final para os Malfoy.

Katherine recebeu uma onda de aplausos pela sua observação. Muitos concordaram com ela. Charlie sorriu e piscou, batendo palmas surpreso pelo pensamento da pequena que acabara virando sua amiga, mesmo sendo tão nova. Remo e a professora Minerva pareciam orgulhosos, mesmo que o primeiro tivesse um semblante meio perdido.

—Dez pontos para a Grifinória pelo belíssimo discurso – Dumbledore concedeu pontos á Grifinória, causando uma onda de ovação na mesa vermelho e dourado. Alguns dando parabéns a morena, que sorria feliz.

Hermione voltou a leitura.

Voldemort ergueu a mão grande e branca, e Yaxley calou-se imediatamente, observando, rancoroso, o Lorde se dirigir outra vez a Snape.

— E em seguida, onde irão esconder o garoto?

— Na casa de um dos membros da Ordem – respondeu Snape. – O lugar, segundo a minha fonte, recebeu toda a proteção que a Ordem e o Ministério juntos puderam lhe dar. Acredito que seja mínima a chance de pormos as mãos nele uma vez que chegue ao destino, Milorde, a não ser, é claro, que o Ministério tenha caído antes de sábado, o que, talvez, nos desse a oportunidade de descobrir e desfazer um número suficiente de feitiços, e passar pelos demais.

— E então, Yaxley? – interpelou-o Voldemort, a luz das chamas se refletindo estranhamente em seus olhos vermelhos. – O Ministério terá caído até sábado?

Mais uma vez, todas as cabeças se viraram. Yaxley empertigou-se.

— Milorde, a esse respeito tenho boas notícias. Consegui, com dificuldade e após muito esforço, lançar uma Maldição Imperius em Pio Thicknesse.

Muitos dos que estavam próximos de Yaxley pareceram impressionados; seu vizinho,

Dolohov, um homem de cara triste e torta, deu-lhe um tapinha nas costas.

— É um começo – disse Voldemort –, mas Thicknesse é apenas um homem, Scrimgeour precisa estar cercado por gente nossa para eu agir. Um atentado malsucedido à vida do ministro me causará um enorme atraso.

— É verdade, Milorde, mas o senhor sabe que, na função de chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia, Thicknesse tem contato frequente não só com o próprio ministro como também com os chefes dos outros departamentos do Ministério. Acho que será fácil dominar os demais, agora que temos um funcionário graduado sob controle, e então todos podem trabalhar juntos para derrubar Scrimgeour.

—Scrimgeour? ­ - um aluno perguntou. –E o que aconteceu com o Ministro atual?

Todos se viraram para observar o Ministro que estava estranhamente pálido.

— Isso se o nosso amigo Thicknesse não for descoberto antes de ter convertido o resto afirmou Voldemort. – De qualquer forma, é pouco provável que o Ministério seja meu antes de sábado. Se não pudermos pôr a mão no garoto no lugar de destino, então teremos que fazer isso durante a transferência.

— Nesse particular, estamos em posição vantajosa, Milorde – disse Yaxley, que parecia decidido a receber alguma aprovação.

 

Kathy revirou os olhos e lançou um olhar debochado ao livro como se dissesse “eu não disse?”.

 

— Já plantamos várias pessoas no Departamento de

Transportes Mágicos. Se Potter aparatar ou usar a Rede de Flu, saberemos imediatamente.

— Ele não fará nenhum dos dois – disse Snape. – A Ordem está evitando qualquer forma de transporte controlada ou regulada pelo Ministério, desconfiam de tudo que esteja ligado àquele lugar.

— Tanto melhor – disse Voldemort. – Ele terá que se deslocar em campo aberto. Será muitíssimo mais fácil apanhá-lo.

Não se você estiver em cima da vassoura pelo que eu vi hoje – Kathy cochichou com Harry, que corou pelo elogio da amiga.

Uma certa ruivinha estava um tanto enciumada pela aproximação daqueles dois. Desde pequena sempre falara que se casaria com Harry Potter, mas ao que parece aquela menina era muito amiga dele. –pensou um tanto desanimada.

Oh pequena Gina, sonhando com príncipes encantados? Logo, logo você verá que no fim, são as próprias princesas que se salvam.

Mais uma vez Voldemort ergueu o olhar para o corpo que girava vagarosamente, então prosseguiu:

— Cuidarei do garoto pessoalmente. Cometeram-se erros demais com relação a Harry Potter. Alguns foram meus. Que Potter ainda viva deve-se mais aos meus erros do que aos seus êxitos.

—É Harry, parece que você sobreviveu mais de uma vez – Rony comentou com o amigo fazendo o mesmo acenar impressionado.

As pessoas em volta da mesa fitaram Voldemort apreensivas, cada qual deixando transparecer o medo de ser responsabilizada por Harry Potter ainda estar vivo. Voldemort, no entanto, parecia estar falando mais consigo mesmo do que com os demais, ainda atento ao corpo inconsciente no alto.

Louco- Kathy murmurou para os gêmeos que sorriram concordando.

— Por ter sido descuidado, fui frustrado pela sorte e a ocasião, essas destruidoras dos planos, a não ser os mais bem traçados. Mas aprendi. Agora compreendo coisas que antes não compreendia. Eu é que devo matar Harry Potter, e assim farei.

Kathy olhou apreensiva para o amigo, assim como Rony e Hermione, mesmo esta não sendo muita amiga daqueles dois, ela não desejava o mal de nenhum deles.

Nisso, e em aparente resposta às suas palavras, ouviu-se um lamento repentino, um grito terrível e prolongado de infelicidade e dor. Muitos ao redor da mesa olharam para baixo, assustados, pois o som parecia vir do chão.

— Rabicho?—Lupin travou— chamou Voldemort, sem alterar o seu tom de voz, baixo e reflexivo, e sem tirar os olhos do corpo que girava no alto. – Já não lhe disse para manter essa escória calada?

—Espera! O que disse?- ele pediu para repetir.

— “Já não lhe disse para manter essa escória calada?”.

—Não! Antes!- ele estava cada vez mais apreensivo, Kathy podia ver – Você disse Rabicho?

—Sim, Rabicho. Esta escrito aqui olhe!- Hermione estendeu o livro até o mesmo, que arfou parecendo um louco desesperado.

Kathy percebeu que seus olhos passavam muitas emoções como choque, incredulidade, desespero, dúvida, pânico, dor, confusão e então voltava para o desespero. Lupin focou em Harry primeiro, para logo depois focar no diretor que aproximara.

—Se Rabicho esta... Então ele... Mas eles iriam... O acordo... Se ele esta vivo, então tem a chance de que... –e o olhou desesperado com tantas dúvidas que rondavam em sua cabeça e com esperança.

—Sinto muito Remo, mas ele ainda matou aqueles trouxas- Dumbledore colocara a mão no ombro do mesmo, em sinal de conforto quando este abaixara a cabeça, desapontado. Katherine sentiu uma vontade de confortar aquele homem que até se surpreendeu. Quando o diretor voltou para a mesa, ela esticou a mão e segurou a do mais velho que levantou a cabeça surpreso e encontrou um sorriso que o fizera se sentir melhor. Retribuindo o sorriso à criança, ele se sentiu melhor, apesar de ter algumas dúvidas ainda.

—Espere um momento- o Ministro se levantou- quem é Rabicho?

—É o apelido que Pedro Pettigrew tinha na época de escola. – Remo respondeu automaticamente.

—Então quer dizer que ele está vivo? – e olhou para Dumbledore em busca de explicação que não veio- Impossível! Black o matou. Isso é loucura!

—Calma Cornélio, vamos terminar de ler, talvez encontremos respostas. –foi a resposta final do diretor.

— Disse, M-Milorde – falou um homenzinho sentado na segunda metade da mesa, tão encolhido que, à primeira vista, sua cadeira parecia estar desocupada. E, levantando-se de um salto, saiu correndo da sala, deixando em seu rastro apenas um estranho brilho prateado.

— Como eu ia dizendo – continuou Voldemort, olhando mais uma vez para os rostos tensos dos seus seguidores –, agora compreendo melhor. Precisarei, por exemplo, pedir emprestada a varinha de um de vocês antes de sair para matar Potter.

Os rostos à sua volta expressaram apenas incredulidade; como se ele tivesse anunciado que queria um braço deles emprestado.

— Nenhum voluntário? – perguntou Voldemort. – Vejamos... Lúcio, não vejo razão para você continuar a ter uma varinha.

Algumas cabeças foram em direção ao mesmo.

Lúcio Malfoy ergueu a cabeça. Sua pele parecia amarela e cerosa à luz das chamas, e tinha os olhos encovados e sombrios. Quando falou, sua voz saiu rouca.

— Milorde?

Kathy olhou com nojo para o Malfoy mais velho.

— Sua varinha, Lúcio. Preciso de sua varinha.

— Eu...

Malfoy olhou de esguelha para sua mulher. Narcisa tinha o olhar fixo à frente, tão pálida quanto o marido, os longos cabelos louros descendo pelas costas, mas, sob a mesa, seus dedos finos apertaram brevemente o pulso dele.

No salão, acontecera a mesma coisa.

Ao seu toque, Malfoy enfiou a mão nas vestes e tirou uma varinha que passou a Voldemort, que a ergueu diante dos olhos vermelhos e examinou-a detidamente.

Draco não conseguiu entender o porquê de seu pai ter dado sua varinha a aquele homem. Ao olhar para o mesmo, percebeu o medo na face de sua mãe e de seu pai, mesmo que o último soubesse disfarçar bem.

— De que é?

— Olmo, Milorde – sussurrou Malfoy.

— E o núcleo?

— Dragão... fibra do coração.

— Ótimo – aprovou Voldemort. E, sacando a própria varinha, comparou os comprimentos.

Lúcio Malfoy fez um movimento involuntário; por uma fração de segundo, pareceu que esperava receber a varinha de Voldemort em troca da sua. O gesto não passou despercebido ao Lorde, cujos olhos se arregalaram maliciosamente.

— Dar-lhe a minha varinha, Lúcio? Minha varinha?

Alguns dos presentes riram.

No salão principal alguns fizeram o mesmo.

— Dei-lhe a liberdade, Lúcio, não é suficiente? Mas tenho notado que você e sua família ultimamente parecem menos felizes... alguma coisa na minha presença em sua casa os incomoda, Lúcio?

Liberdade?— pensava Narcisa Malfoy com preocupação.

— Nada... nada, Milorde.

— Quanta mentira, Lúcio...

A voz suave parecia silvar, mesmo quando a boca cruel parava de mexer. Um ou dois bruxos mal conseguiram refrear um tremor quando o silvo foi se intensificando; ouviu-se uma coisa pesada deslizar pelo chão embaixo da mesa.

A enorme cobra apareceu e subiu vagarosamente pela cadeira de Voldemort. Foi emergindo, como se fosse interminável, e parou sobre os ombros do mestre: o pescoço do réptil tinha a grossura de uma coxa masculina; seus olhos com as pupilas verticais não piscavam.

Algumas garotas gritaram com a descrição da enorme cobra. Kathy olhou para os Malfoy e percebeu o medo que eles tinham.

Voldemort acariciou-a, distraído, com seus dedos longos e finos, ainda encarando

Lúcio Malfoy.

— Por que os Malfoy parecem tão infelizes com a própria sorte? Será que o meu retorno, minha ascensão ao poder, não é exatamente o que disseram desejar durante tantos anos?

— Sem dúvida, Milorde – respondeu Lúcio Malfoy. Sua mão tremeu quando secou o suor sobre o lábio superior. – É o que desejávamos... desejamos.

— Ao que parece, ele não deseja mais- Kathy sussurrou para Harry e Rony, que assentiram.

À esquerda de Malfoy, sua mulher fez um aceno rígido e estranho com a cabeça, evitando olhar para Voldemort e a cobra. À direita, seu filho Draco, que estivera mirando o corpo inerte no teto, lançou um brevíssimo olhar a Voldemort, aterrorizado de encarar o bruxo.

— Milorde – disse uma mulher morena na outra metade da mesa, sua voz embargada pela emoção –, é uma honra tê-lo aqui, na casa de nossa família. Não pode haver prazer maior.

Credo! Quem é a louca? –Kathy exclamara com nojo.

Alguns riram da menina, mas queriam saber também. Narcisa olhou para o marido e sussurrou Bella, fazendo tanto o filho quanto o marido, entortarem a cara.

Estava sentada ao lado da irmã, tão diferente desta na aparência, com seus cabelos negros e olhos de pálpebras pesadas, quanto o era no porte e na atitude; enquanto Narcisa sentava-se dura e impassível, Belatriz se curvava para Voldemort, porque meras palavras não podiam demonstrar o seu desejo de maior proximidade.

Narcisa revirara os olhos com a confirmação.

— Não pode haver prazer maior – repetiu Voldemort, a cabeça ligeiramente inclinada para o lado, estudando Belatriz. – Isso significa muito, Belatriz, vindo de você.

O rosto da mulher enrubesceu, seus olhos lacrimejaram de prazer.

Katherine fez cara de nojo para o livro.

— Milorde sabe que apenas digo a verdade!

— Não pode haver prazer maior... mesmo comparado ao feliz evento que, segundo soube, houve em sua família esta semana?

Belatriz fitou-o, os lábios entreabertos, nitidamente confusa.

— Eu não sei a que está se referindo, Milorde.

— Estou falando de sua sobrinha. E de vocês também, Lúcio e Narcisa. Ela acabou de casar com o lobisomem Remo Lupin. A família deve estar muito orgulhosa.

Muitos encararam o homem em choque. Um lobisomem. Eles estavam no meio de um lobisomem. Algumas pessoas gritaram se afastando, outros começaram a murmurar apontando para Lupin. Este abaixou a cabeça. Seria sempre assim.

Kathy, que estava em silêncio até aquele momento, viu o quanto aquele falatório atingira o rapaz a sua frente. Sentiu que precisava fazer alguma coisa. Então, enchendo-se de coragem, levantou-se de onde estava sentada e ficou em pé em cima do banco, chamando a atenção dos alunos.

—Chega! Isso é ridículo! Antes de vocês saberem da condição do Remo, estavam tratando ele normalmente. Por que mudar isso? Não devemos tratar ninguém diferente por ser quem é. Obviamente ele não teve escolha, mas é quem ele é. Faz parte dele. E vocês ficarem falando sobre ser um monstro não ajuda em nada. – o impressionante é que Kathy estava recebendo a atenção de todos daquele lugar- É muito fácil você apontar o dedo para as pessoas, mas já se colocaram no lugar de quem vocês tanto criticam? Poderiam ser vocês no lugar dele. Então pensem! Como iriam querer que as pessoas tratassem vocês sabendo quem seriam?

—Mas nós não somos Lobisomens, ele é. –um aluno setimanista da Sonserina disse com nojo e desprezo.

—Sim ele é. – Kathy afirmou olhando diretamente para o sonserino que falou aquilo- Mas é uma das melhores pessoas que tem. Ele pode ter esse probleminha- Remo dera um sorriso que passara despercebido- mas é melhor que muita gente. Você não deveria julgar as pessoas sabe, principalmente quando não tem moral para falar sobre isso.

— E posso saber o porquê de eu não ter moral para falar do lobisomem?- o garoto retrucou.

—Porque sua casa é conhecida por fabricar bruxos das trevas.

—Não é o mesmo caso!

—É sim! Por causa de um bruxo das trevas, a Sonserina carrega o preconceito de ser má. E nem todos nessa mesa- apontou para a mesa verde e prata- são pessoas ruins. Mas carregam a discriminação juntos. Você gostaria de ser taxado como um bruxo das trevas? Que quando saísse da escola e as pessoas perguntassem de que casa você era, e quando falasse, causaria medo nas pessoas?- o garoto calou-se e Kathy sorriu- Não! Não gostaria. Então nunca façam com os outros, o que não gostaria que fizessem com vocês. Remo só é perigoso na Lua cheia, e se vocês são burros o suficiente para notarem, não é noite de lua cheia.

E sentou-se novamente, recebendo uma salva de palmas dos alunos. Katherine Moore era inspiradora e sabia ser convincente.

Remo sorriu pra garota, que lhe devolveu com uma piscadela marota. Estava surpreso, aquela garota nem o conhecia e o defendera de todos.

Gargalhadas debochadas explodiram à mesa. Muitos se curvaram para trocar olhares divertidos; alguns socaram a mesa com os punhos. A cobra, incomodada com o barulho, escancarou a boca e silvou irritada, mas os Comensais da Morte nem a ouviram, tão exultantes estavam com a humilhação de Belatriz e dos Malfoy. O rosto da mulher, há pouco rosado de felicidade, tingiu-se de feias manchas vermelhas.

— Ela não é nossa sobrinha, Milorde – disse em meio às gargalhadas. – Nós, Narcisa e eu, nunca mais pusemos os olhos em nossa irmã depois que ela casou com aquele sangue ruim. A fedelha não tem a menor ligação conosco, nem qualquer fera com quem se case.

— E você, Draco, que diz? – perguntou Voldemort, e, embora falasse baixo, sua voz ressoou claramente em meio aos assovios e caçoadas. – Vai bancar a babá dos filhotes?

Tonks olhou furiosa para o garoto loiro que estremeceu e se encolheu um pouco para perto da mãe.

A hilaridade aumentou; Draco Malfoy olhou aterrorizado para o pai, que contemplava o próprio colo, e seu olhar cruzou com o de sua mãe. Ela balançou a cabeça quase imperceptivelmente, depois retomou seu olhar fixo na parede oposta.

— Já chega – disse Voldemort, acariciando a cobra raivosa. – Basta.

E as risadas pararam imediatamente.

— Muitas das nossas árvores genealógicas mais tradicionais, com o tempo, se tornaram bichadas – disse, enquanto Belatriz o mirava, ofegante e súplice. – Vocês precisam podar as suas, para mantê-las saudáveis, não? Cortem fora as partes que ameaçam a saúde do resto.

Remo e Tonks encararam-se em choque. A moça, que ficara extremamente corada, ficara feliz apesar de tudo. Mas parecia que o outro não gostara tanto assim da notícia, o que a deixou um tanto triste, mas agora desconfiara do por que. Estavam lendo sobre pessoas querendo os matar pela condição de Remo.

— Com certeza, Milorde – sussurrou Belatriz, mais uma vez com os olhos marejados de gratidão. – Na primeira oportunidade!

— não, se eu não deixar- Remo rosnou e Tonks ficou feliz por ver que ele a defenderia.

— Você a terá – respondeu Voldemort. – E, tal como fazem na família, façam no mundo também... vamos extirpar o câncer que nos infecta até restarem apenas os que têm o sangue verdadeiramente puro.

Voldemort ergueu a varinha de Lúcio Malfoy, apontou-a diretamente para a figura que girava lentamente, suspensa sobre a mesa, e fez um gesto quase imperceptível. O vulto recuperou os movimentos com um gemido e começou a lutar contra invisíveis grilhões.

— Você está reconhecendo a nossa convidada, Severo? – indagou Voldemort.

De baixo para cima, Snape ergueu os olhos para o rosto pendurado. Todos os Comensais agora olhavam para a prisioneira, como se tivessem recebido permissão para manifestar sua curiosidade. Quando girou para o lado da lareira, a mulher disse, com a voz entrecortada de terror:

— Severo, me ajude!

— Ah, sim – respondeu Snape enquanto o rosto da prisioneira continuava a virar para o outro lado.

— E você, Draco? – perguntou Voldemort, acariciando o focinho da cobra com a mão livre.

Draco sacudiu a cabeça com um movimento brusco. Agora que a mulher acordara, ele parecia incapaz de continuar encarando-a.

— Mas você não teria se matriculado no curso dela – disse Voldemort. – Para os que não sabem, estamos reunidos aqui esta noite para nos despedir de Caridade Burbage que, até recentemente, lecionava na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts!

A citada acima dera um gritinho de pavor. Muitos a encararam com pena.

Ouviram-se breves sons de assentimento ao redor da mesa. Uma mulher corpulenta e curvada, de dentes pontiagudos, soltou uma gargalhada.

— Sim... a profa. Burbage ensinava às crianças bruxas tudo a respeito dos trouxas... e como se assemelham a nós...

Um dos Comensais da Morte cuspiu no chão. Em seu giro, Caridade Burbage tornou a encarar Snape.

— Severo... por favor... por favor...

Caridade Burbage olhou com dor para Snape, que fingira que não vira.

— Silêncio – ordenou Voldemort, com outro breve movimento da varinha de Lúcio, e

Caridade silenciou como se tivesse sido amordaçada. – Não contente em corromper e poluir as mentes das crianças bruxas, na semana passada, a profa Burbage escreveu uma apaixonada defesa dos sangues ruins no Profeta Diário. Os bruxos, disse ela, devem aceitar esses ladrões do seu saber e magia. A diluição dos puros sangues é, segundo Burbage, uma circunstância extremamente desejável... Ela defende que todos casemos com trouxas... ou, sem dúvida, com lobisomens...

Desta vez ninguém riu: não havia como deixar de perceber a raiva e o desprezo na voz de

Voldemort. Pela terceira vez, Caridade Burbage encarou Snape. Lágrimas escorriam dos seus olhos para os cabelos. Snape retribuiu seu olhar, totalmente impassível, enquanto ela ia girando o rosto para longe dele.

Avada Kedavra.

Muitos arfaram. A mulher saíra correndo do salão, aos prantos. Ela morreria.

O lampejo de luz verde iluminou todos os cantos da sala. Caridade caiu estrondosamente sobre a mesa, que tremeu e estalou. Vários Comensais pularam para trás ainda sentados.

Draco caiu da cadeira para o chão.

— Jantar, Nagini – disse Voldemort com suavidade, e a grande cobra deslizou sinuosamente dos ombros dele para a lustrosa mesa de madeira.

—E quanto à outra garota? –Voldemort perguntara enquanto apreciava sua cobra de estimação devorar sua presa.

Monstro— era o que muitos pensavam.

—Milorde, estamos atrás da garota, mas ela é muitíssimo difícil de ser rastreada. –Dolohov disse com a voz baixa, com medo de desagradar seu mestre e evitando olhar a cobra saborear seu... jantar.

—que garota?- Kathy perguntara confusa. Muitos assim estavam.

—Vocês são mesmo todos imprestáveis- Voldemort disse perigosamente. –Quero que me tragam essa garota que tanto atrapalhou meus planos. Quero ela tanto quanto quero Harry Potter. Entenderam?- e mirando seus seguidores com seus frios olhos vermelhos e calculistas, continuou:

—Tragam-me Katherine Moore.

 

É Kathy, parece que você também esta na linha de fogo. Ninguém nunca te ensinou? Quem mexe com fogo, acaba se queimando. E querida, você mexeu com um vulcão em erupção, agora aguente as consequências. E se prepare, porque elas não são nada boas.


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Notas finais do capítulo

Então foi isso!
Peço desculpas antecipadamente se tiver algum erro ortográfico, não tive tempo para revisar.
Agora é sério pessoal, eu preciso saber o que vocês acham. por favorzinhooo. Comentem!
bem, foi isso. beijos e até o próximo capítulo que eu já estou escrevendo.