"Raiva" não era algo que Alexandrithiel demonstrava a diário, esse sentimento era guardado expressamente para as ocasiões mais especiais, como por exemplo: Naquele exato momento.

Depois de haver caminhado por longas horas, manchado a sua espada em sangue impura e feder a morte dos pés a cabeça, o único que Alexandrithiel desejava era um pouco de tranquilidade. Bem, era isso até que se encontrara com um humano sobre seu regaço, ferido, e possuindo uma cor que Alexandrithiel não acreditava ser a adequada, ao menos, não para um ser humano.

Alexandrithiel não era tolo, seu longo cabelo prateado era prova mais que suficiente que ele já não era um elfo jovem e ignorante ao mundo diante de seus olhos. Ele sabia perfeitamente que existiam humanos de muitas cores, sim, cores e não raças. Ao final de contas só poderia existir uma, a humana. Ainda que pessoalmente Alexandrithiel não se importasse com isso, bem, não até aquele fatídico dia há muitos anos atrás quando interagiu com um humano por primeira vez. Mas... Essa estória será contada bem mais adiante.

Pensar no passado é inútil, era o que pensava Alexandrithiel consigo mesmo. Ademais, tampouco era o momento mais adequado para permitir que seus pensamentos fluíssem com liberdade. Ainda havia a um humano que manter vivo.

Por um curto período de tempo, certo, ao menos até que Alexandrithiel conseguisse o que tanto desejava.

★★★

Se Alexandrithiel houvesse tardado um pouquinho a mais dá conta, era bastante provável que a humana já não lé seria de nenhum proveito. E verdade seja dita, um cadáver apenas faria que ele estivesse ainda mais furioso, principalmente sendo o da criatura que ele mais ansiava que seguisse respirando. - Condenadas almas! - Deixou escapar lembrando a forma que ele acabava de exterminar faz um momento atrás.

As almas eram seres criados pelo próprio bosque, seus mais fieis súbditos e também despiadados aliados. Não tinham a aparência de nenhum ser vivo existente, não possuíam coluna vertebral, ossos, membros... E quem sabe, talvez tampouco um coração.

Eram, sendo curto e claro uma espécie de fumaça preta, que enfeitiçava aos demais seres com ilusões falsas, criando assim entre a sua fumaça aparências diversas, fosse de algo ou alguém que a vítima mais desejasse ver.

Um encantamento fútil, criado para as criaturas fracas de mente. Pensara Alexandrithiel com desgosto observando as marcas deixadas no pescoço da humana. - Uma fêmea. - Tocou com a ponta dos dedos a parte mais marcada do pescoço dela. - Maldição...- Suspirou incômodo com o que via. Era uma pena ver marcas tão profundas em uma pele assim de exótica, talvez ele até devesse baixar o preço de sua mais nova possessão. Sem contar o feito de que fora ingenuo, ao haver pensar por momentos que o humano seria um macho, concluiu aborrecido.

Os machos eram mais fáceis de lidar, não se quebravam com tanta facilidade do mesmo modo em que fazia uma fêmea. Mas claro, os tempos mudavam, e Alexandrithiel não havia visto um humano em anos. Talvez até hajam evoluído um pouco, pensou ele com acidez.

Para ser honesto, Alexandrithiel nunca tivera desejo ou vontade de formar parte da mesma sociedade que os mortais, apenas com conhecê-lá pelo boca a boca fora mais que suficiente. Ele sabia muito bem que os humanos tinham o defeito de serem ambiciosos demais, cruéis demais, e arrogantes demais para uma espécie consideravelmente inferior. Até "Coisa", sendo uma criatura sem raça própria seguia sendo superior a eles, e estava morta.

Então de repente, a humana se moveu no regaço de Alexandrithiel o pegando por surpresa. Ela havia apoiado a sua bochecha ralada sobre o longo cabelo de Alexandrithiel que le chegava até o estômago. Ele não fez ademã de afastá-la, ainda que fosse o que mais desejasse fazer.

— Descansa humana...- Alexandrithiel abaixou a cabeça até que seus labios tocaram a ponta do ouvido direito dela.— E durma até que eu cure todas as suas feridas. - Ditou com voz melodiosa, como em uma canção de ninar. Ela parecia ainda lutar consigo mesma por um tempo, até começar a ceder baixo a suavidade dos dedos de Alexandrithiel que mantinham os olhos dela fechados. - Shhh.... - Ele sussurrou ao ver como ela ainda ameaçava com dizer algo. Alexandrithiel não queria escutar as suas palavras, ele só desejava silêncio. Então, como se ela houvesse adivinhado os pensamentos dele, caiu dormida em fim.

Foi engraçado mas, só depois daquele instante Alexandrithiel se dignara em olhá-la. Olhá-la realmente.

A humana não era atrativa, ao menos não para Alexandrithiel. Ela tinha um tamanho bastante considerável para ser uma fêmea, e era macia por todas as partes, sendo assim também, quase impossível desgrudar os olhos dela.

O rosto da humana possuía uma forma oval, e também era bastante macio como o resto do corpo dela apesar das feridas recentes. Talvez, fosse até por isso que Alexandrithiel não a encontrasse atrativa naquele exato momento, quem sabe. E ainda que ele não quisesse ter muito contato com ela, se vira incapaz de não passar a mão em seu estranho cabelo cacheado. Não, cacheado não era a palavra adequada senão que mais bem crespo. Ou a mistura de ambos.

Ela levava uma roupa que parecia ser bastante confortável, um moletom azul escuro com o dobro do tamanho dela escrito "OXFORD UNIVERSITY" no meio. A primeira questão que veio a cabeça de Alexandrithiel foi por que a humana levava algo não cabia nela, mas, os humanos de por si já eram criaturas raras.

★★★

Um longo ruido se fez ouvir no mais profundo do bosque, um grito de guerra, e sinal de que já começava a ser hora de sair dali. Ao fim de contas Alexandrithiel não era o único quem desejava um pedacinho da humana.

Se ele não tivesse cuidado, em um abrir e fechar de olhos outra criatura a roubaria dele, Alexandrithiel sabia disso perfeitamente por que ele faria exatamente mesmo. E essa presa, era a única que ele não estava disposto a perder por nada. Absolutamente nada.

— Pobre humana. - Murmurou levantando-a com facilidade. Ela não moveu-se um ápice. - Quase chego a sentir pena por você.- Refletiu consigo mesmo carregando-a em seus braços, temendo que se a levasse sobre as costas algo pudesse puxá-la para longe dele. Isso já havia passado antes.

★★★

Se havia algo que Alborel fosse bem reconhecido, era do feito que não era amável com os seres humanos. Perdoava as pessoas que viviam na cidadezinha de ao lado por que sabia que eles eram mestiços. Metade humanos e metade lobo, etc. Também houve exceções, humanos que foram protegidos por outras criaturas sobrenaturais enquanto habitavam dentro do bosque, mas claro, os humanos restantes que apareciam por ali de vez em quando simplesmente desapareceram do mapa. Como por arte de magia.

Talvez fosse por isso que antes Alborel se chamasse "Bosque da perdição", já que o humano uma vez dentro não poderia voltar atrás.

A vingança é um prato que se come frio, Pensou Alexandrithiel deixando isso de lado, e tendo cuidado de que nada o estivesse seguindo.

Não seria sábio de sua parte lutar naquele momento, não com a humana em braços.

†-------------------------------Extras------------------------------†

Oi pessoal tudo bem? Como eu venho estado vendo, essa estória vai ganhando pouquinho a pouquinho mais favoritos, e eu estou super Happy^^

Juro que estou emocionada e feliz com isso. Assim que, nesse pequeno extra tenho um presentinho! Fiz o cast dos protas para que vocês babem um pouco kkk
(Já tinha publicado ele no facebook mas... Deixa pra lá XD)

E também planejo esclarecer as dúvidas que possam ocorrer mais adiante.

Okay! Primeiro os casts.

Alexandrithiel = Tentei pintar um pouco o olho de Alexandrithiel de vermelho (escarlate) , mas pelo visto não aparece muito no cast. Talvez no próximo photoshop que eu faça ensine só os seus lindos olhinhos XD

Melina = E surpresa! Vocês ainda não conheciam o sobrenome de Melina, é de origem Espanhol hoho

Agora avisos da autora sobre a história:

1. É uma trilogia= Sim, eu já sei que deveria ter dito isso desde o começo, mas como ainda estava duvidando decidi não comentar até agora. Mas, ainda é bem possível que eu mude de idea. Sou complicada ué! :-P

2. Sou lenta em atualizar = Agora vocês se perguntaram o por quê. A resposta é: por que eu gosto de algo bem feito. Essa estória não esta sendo escrita simplesmente por que eu quero que as pessoas comentem e digam "Nossa, adoro a sua estória! Continua pls." Eu a estou escrevendo para mim mesma também, e quero que quando passe um tempo, anos talvez, eu possa voltar aqui e lê-la, e sorrir comigo mesma do mesmo modo em que faço quando volto a ler meu livro favorito. Talvez incluso até queira exclui-la de wattpad/nyah/socialspirit pelas faltas de ortográfica que eu haja cometido, mas, isso já pra quando a tenha terminado de vez ;-)

3. Dias de atualização= Para que você, leitor, não sofra por causa de mim, a autora malvada, faremos o seguinte:
Como máximo eu, Melody cleary, vou publicar um novo capítulo cada "Segunda-feira".

Sim, o pior dia da semana. E se por algum motivo divino eu não possa atualizar em uma segunda-feira, pois então será na outra, e assim sucessivamente. Mas por que uma segunda e não uma sexta-feira? Porque agora em Setembro acabam as minhas férias e eu volto pra faculdade. Por isso.

4. Novas capas!

Eu sou um tanto neurótica com isso, assim que se preparem que as vezes eu mudo a capa da fic de forma repentina. Adoro usar o photoshop, é só por isso mesmo XD

Para hoje eu fiz duas possíveis novas capas, perguntei no facebook qual delas seriam a melhor e ganhou essa daqui:

Sinceramente? Eu não entendo. Essa edição foi a mais básica que eu fiz, e de longe é a minha favorita mas se vocês acham que é bonita.... Pois bem.

A segunda edição me custou horas em fazê-la. Estive buscando vestidos plus-size como uma maluca no google, mas pelo visto é a que quase ninguém gostou. Aqui tá ela:

Edition number 2

O que vocês acham? Talvez até a use mais adiante, não sei.