Roots escrita por G Aqui


Capítulo 5
Capítulo 4 - "Polaroid"


Notas iniciais do capítulo

Por favor, tenham piedade quanto forem me torturar.
Eu sei que eu demorei, e peço mil desculpas por isso, mas as férias acabaram, todos os cursos voltaram, e eu tive pouquíssimo tempo para escrever. E para completar, como o universo me odeia, eu ainda estou doente (╥_╥), mas está aí finalmente para vocês o quarto capítulo, espero que gostem :3

~Uma Viking Anônima.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701513/chapter/5

Capítulo 4 - "Polaroid"

Eu estava num corredor escuro, alguém me perseguia. O único barulho era dos passos ecoando.
A pessoa, mesmo muito perto, não corria para me alcançar. Ao contrário, seus passos eram calmos e torturantes.

Eu estava ficando sem ar, meus pulmões queimavam e eu me sentia presa, sem saída.

Ouvi uma música vinda do nada, e que tinha certeza que conhecia, só não sabia o nome, nem de quem era, nem como cantar.

Minha melhor opção no momento era seguir o som, e foi o que fiz. Quanto mais me aproximava, mais claro os meus pensamentos se tornavam.

Lembrei a melodia da música, e comecei a murmurá-la.

Mais alguns passos.

Percebi que era um assovio.

Parecia que não havia mais ninguém me seguindo.

Era uma música do Guns.

Comecei a me sentir segura e confortável.

Lançada em 1988.

O pesadelo se tornou sonho.
A música falava sobre amor.

Tudo ficou branco.

Uma forte luz cegava meus olhos. Alguém com uma voz doce cantava “Patience”  para mim.

Demorou até minhas retinas (agora queimadas) se acostumarem com a luminosidade do quarto.

Quem cantava para mim era Melissa. Em seu colo havia uma bandeja com um café da manhã completo: Cookies, néctar, torradas e geléia de morango. Também havia uma carta e um vaso com lírios.

— Bom dia! — Ela para de cantar.

— Bom dia, minha heroína. —  Sento na cama e bocejo. — Me salvou de um pesadelo.

— Sempre que precisar, eu vou estar aqui para te salvar.

— Qual é a data especial que eu esqueci? Aniversário de namoro? Não... Seu aniversário? Bah, já foi. Hm... O meu aniversário? —Nós rimos.

— Eu só queria te mimar um pouquinho.

— Cuidado hein, se você me mimar demais eu vou acabar fazendo qualquer coisa que quiser.

— Vou pensar no seu caso então.
Coloco o vaso de lírios no criado mudo e pego a carta.

— Espera. —Ela coloca a mão sobre a minha. — Só leia quando eu não estiver por perto.

— Está bem. — Repentinamente seu corpo se inclina, deixando-me mais próxima, então ela me beija.

— Eu te amo está bem? Nunca se esqueça disso. —  A frase soou preocupada, como se algo de ruim fosse acontecer.

— Está tudo bem? — Seu olhar desvia do meu por um instante.

― Sim. Estou ótima.

Sorri, tentado convencer à mim mesma de que estava tudo bem, porém eu sabia que não estava. Mas fingi que sim, para não estragar a fofa surpresa que Mel havia preparado.

─ E sobre o amor? ─ Sebastian me pergunta. Estávamos  deitados na grama, perto do lago. Cada um virado para um sentindo, ficando assim um com a cabeça ao lado dos pés do outro, e vice-versa.

─ Quer uma análise fria ou romântica? ─ Dobro uma das pernas.

─ Você é quem sabe.

─ Vamos lá então. ─ Pigarreio. ─ Eu não acredito em todo esse papo de alma-gêmea. Me soa muito artificial, como se todos tivessem obrigação de ter alguém ao seu lado, como se não pudessem escolher não ter alguém, ou que não pudessem ser felizes com mais ninguém, apenas com a sua “alma-gêmea”. Assim, se isso fosse realmente verdade, o que seriam das pessoas que nunca irão encontrar seu par perfeito? Ou nunca se apaixonar por ele? Sabe, para mim isso soa muito falso. E essa coisa de ficar procurando o amor verdadeiro... Perda de tempo, até porque, não existe apenas um amor verdadeiro. Nós dois fomos muito felizes juntos, por exemplo. Acabou, e hoje eu sou muito feliz com a Melissa. Um dia pode acabar, eu vou encontrar outra pessoa e seremos felizes também. Ou pode não acabar, e ficarmos juntas até o dia de nossa morte. Não dá para saber. Por isso mesmo que eu acho que o melhor a se fazer é aproveitar as oportunidades que aparecem de ser feliz, além de ser muito mais legal caçar pokémons do que um amor verdadeiro.

― Concordo. ― Ele faz uma pausa, processando tudo que acabara de ouvir. ― Com tudo. Mas eu só te peço uma coisa...

― O que? ― Sento-me, apoiando as  mãos na grama.

― Caso vocês duas terminarem, e não que eu deseje isso, mas enfim, tente não se apaixonar por outro filho de Atena. Eu sei que é difícil, já que nós somos irresistíveis, mas, vai com calma. Daqui à pouco, quando você menos esperar nossa mãe te joga uma maldição eterna.

― Primeiro: Você está muito convencido para o meu gosto, e segundo: ―Olho para o céu ― Pô tia Atena! Paz e amor, S2, parceria aí, nunca te pedi nada! ― Eu posso talvez ter mentido sobre a última parte, mas essa história eu conto em outra ocasião.

― Assim ela só vai gostar menos de você.

― Ela deveria era tretar com o meu pai, não comigo. Eles são praticamente opostos!

― Tenho certeza que ela pensa que ele é muito relaxado e que só pensa em si mesmo e sua pele dourada.

― E você? Pensa o mesmo de mim? ― Ele também se senta.

― Para começo de conversa, você nem pele dourada tem... ― Lhe mostro o dedo do meio, emburrada. ― Ah, é assim, é?  ― Ele levanta os dois dedos médios. ― Eu também tenho trouxa.

― Sabe o que você faz com eles então? Enfia no c... ― O som de uma trombeta me interrompe.

― Sério isso cara? O que será que aconteceu dessa vez? ― Ele se levanta, e estende a mão para me ajudar.

― Só tem um jeito de descobrir. ― Já de pé, limpo a grama das minhas calças e nós corremos para o pavilhão.

Todos os campistas haviam se reunido no pavilhão. Em seus rostos só era possível ver uma coisa: preocupação. E, eu tenho que falar, uma coisa que eu acho incrível é essa nossa habilidade de saber quando alguma merda está para acontecer. É como se fosse o sexto sentido dos semideuses...

― O que você acha que aconteceu? ― Sussurro para Melissa, que estava do meu lado.

― Não tenho certeza, mas parece que tem haver com essa chegada inesperada de Ártemis e os oráculos.

Nessa hora, Quíron se levanta e todos os murmúrios cessam.

― Campistas, infelizmente as notícias não são nada aliviantes. ― Sua expressão o fazia parecer 200 anos mais velho. ― A situação dos oráculos está, no mínimo, duvidosa, e está cada dia mais difícil se comunicar com o mundo fora do acampamento, e isso inclui o acampamento Júpiter e os deuses. E é por conta desses e outros problemas que precisaremos tomar medidas drásticas no quesito segurança. Para isso, precisaremos de voluntários. Postos de inscrição foram montados na entrada da c
Casa Grande, lá receberam suas armas e instruções. A partir de hoje, também, evitem andar sozinhos. Sempre estejam acompanhados de, no mínimo, uma pessoa. Por conta de ameaças inimigas, os filhos de Apolo estão proibidos de se afastarem dos domínios do acampamento, entrar na floresta ou no labirinto e acompanharem outros semideuses em missões. E também, o toque de recolher será adiantado uma hora, começando já nesta noite. Por tempo indeterminado os jogos e festas estão terminantemente proibidos. Os veteranos dos chalés irão dar aulas de esgrima, tiro com arco, nado, estratégia de batalha e defesa pessoal. Será obrigatória a presença de todos os campistas nas aulas. ― Era possível ouvir murmúrios de desaprovação dos semideuses por todo pavilhão. ―Lembrem-se: Todas as medidas a partir de hoje tomadas são para a segurança de todos os campistas e do acampamen... ― Um barulho alto, como se fosse uma explosão, chama a atenção de todos.  Na mesma hora os campistas correm em direção ao barulho, esquecendo completamente o discurso de Quíron ou as más notícias que ele acabara de dar.

A multidão de semideuses se reunia em volta de um buraco, onde saia fumaça e poeira, por conta da explosão. Alguns mais corajosos (ou curiosos) se inclinavam a ponto de cair lá dentro, tentando entender o que acontecia. Eu fui abrindo espaço entre as pessoas para poder chegar mais perto e olhar.

Quando a poeira baixou, todos ficaram surpresos. Na “cratera” haviam três semideuses desmaiados. Suas roupas estavam rasgadas em várias partes, e era possível ver vários cortes e arranhões, como se aqueles pobres meio-sangues tivessem acabado de deixar uma luta épica.

Logo, alguns dos meus irmãos pediam passagem para conseguirem chegar até os semideuses desmaiados e prestarem os primeiros socorros.
Alguns mais curiosos continuaram por ali, tentando espiar discretamente o que acontecia. Foi então que Quíron chegou, falando para todos se afastarem, porque o show havia acabado, e para os voluntários se inscreverem em frente à Casa Grande.

Eu me afastei, cansada, indo para o meu chalé. Multidões me deixavam zonza. Minha cabeça estava ocupada tentando organizar todos os eventos que aconteceram, tentando entender o porquê das novas regras, o que realmente estaria acontecendo.
Me jogo na cama, fazendo a madeira velha ranger. Estava sozinha naquele chalé enorme, olhando para o teto dourado e pensando em milhões de coisas.
Kevin estava paquerando Elliot. Elliot estava divido entre entregar as fichas de inscrições para voluntários e paquerar Kevin. Wendy tinha ido procurar novas espécies de flores, acompanhada de seu namorado. Bruna e Alice estavam estudando na beira do lago, Sophia estava treinando com suas colegas caçadoras, e eu não fazia ideia de onde estavam Sebastian e Melissa, então, por algumas horas seriam somente eu e o teto dourado do chalé de Apolo.
E me desculpem a bipolaridade, mas eu não gosto de ficar sozinha. Tudo acaba parecendo muito vazio. Fazer o que, né?

― Mais que belo dia para ser uma filha de Apolo, não? ― Suspiro, passando os olhos pelo lugar, procurando algo para fazer, caso contrário, morreria de tédio. ― Já podem encomendar o meu caixão...

Fecho os olhos, assoviando “Tiptoe”, do Imagine Dragons, mas alguns (longos) minutos depois percebo uma correria do lado de fora.

Quando vou olhar, todos corriam em direção a enfermaria, então aproveitei o gancho para sair do chalé/prisão, já que não estaria andando sozinha, ou seja, não iria receber nenhum castigo por isso.

Chegando perto da enfermaria, consegui ver os semideuses que estavam desmaiados de pé, e eles não pareciam nada amigáveis...

— O que foi hein porra? Perdeu alguma coisa ou o que? — O garoto se dirigia à um filho de Dionísio que estava a sua frente. —  Deixa eu passar caralho. — Ele o empurra e foge da multidão, e as duas semideusas que também estavam desmaiadas correm atrás dele.

— Charlie! Espera! — A garota com cabelos cor de vinho tentava alcançá-lo, até que ele fez algo inesperado: mergulhou numa sombra e sumiu! O pior, ela fez o mesmo! Puxando a outra garota com ela.

Todos estavam espantados com o que tinha acabado de acontecer diante de seus olhos, então eu aproveitei  que todos estavam distraídos e puxei um amigo meu para o lado. Um filho de Hermes perfeito, em aparência e atitude. Aquele sorriso traiçoeiro característico e olhos que estavam sempre atentos a uma oportunidade de roubar distraídos.

— Oxi Ceci! Que susto! — Ele dá um gritinho agudo,  parecendo um esquilo.

— Eu preciso de ajuda. As novas regras estão me prendendo no chalé, estou procurando o Sebastian e a Melissa.

— Ah, os dois estão na arena treinando, pode deixar que eu te levo lá.

— Obrigada. — Sorrio. Ele estende a mão na minha frente. — Sério isso cara? — Ele não muda de ideia, eu reviro os olhos e lhe entrego algumas dracmas. — Desse jeito eu vou ficar pobre Arthur.

Sorrindo para o dinheiro, sem se importar com isso, ele diz:

— Agora sim podemos ir.

Quando nos aproximamos da arena, era possível ouvir o som do combate de espadas. E cara, para minha sorte era apenas um treino, porque, se esses dois se odiassem, não sei quem mataria quem primeiro, mas admito, eles, mais uma vez, conseguiram me impressionar.

― Olha, acho que eu posso aposentar meu arco e minhas flechas, porque com vocês dois eu estou quase tão bem protegida quanto o Olimpo. ― Eles param a luta, olhando para mim.

― Não exagera Ceci, nem somos tão bons assim. ― Sebastian fala, tirando a camisa. Eu finjo uma cara de inocente, e Melissa quase o mata com os olhos, e praticamente me leva junto. Se quiserem podem ir tirando as suas senhas no guichê para visitar Sebastian e eu no Tártaro.

― Vai se fuder Sebastian! ―  Melissa fala, irritada.

― O que? ― Ele faz uma cara de desentendido. Eu praticamente rolo no chão de rir. ― Ah, foi mal... ‘Tava calor... Desculpa. ― Só para constar tia Atena: A culpa não é minha, não pode me matar por isso.

― Eu sei que eu sou filha de Apolo, mas não é para tanto.

― Ei! Quem tem o ego inflado aqui sou eu! ― Sebastian reclama, e eu só reviro os olhos.

― Isso não impede que eu roube a cena às vezes. ― Sorrio traiçoeira, vencendo a discussão.

― Vocês vão ficar aí nessa discussão boba ou eu já posso ser incluída na conversa? ― Melissa fala, seca.

― Own, você com ciúmes fica tão fofa.  ― Envolvo sua cintura em meus braços e deposito um beijo em sua bochecha.

― Não é ciúmes. ― Ela diz, ainda emburrada.

― Aham, sei.

Nós três sentamos na arquibancada, Sebastian e Melissa ainda com as espadas em mãos.

― O que vocês acham das novas regras?  ― Dobro os joelhos, olhando para frente.

― Estão envolvendo algo muito maior do que podemos imaginar. Pensa, quando Ártemis veio aqui, por que ela não foi falar com o seu pai? Ele passa meses sem contato algum com o Olimpo, e quando ela finalmente aparece, praticamente se esconde dele. Em circunstâncias normais, o esperado é que a primeira coisa que ela fizesse fosse procurá-lo, não? Ou seja, muito provavelmente, Zeus não o transformou em mortal apenas para castigá-lo. Se as novas regras surgiram à partir de notícias que Ártemis trouxe, e ela não queria que Apolo soubesse disso, pode haver uma ligação. ― Melissa fala.

― Agora, o único problema é que não sabemos qual é a ligação das duas coisas. Talvez, os filhos de Apolo foram proibidos de sair do acampamento porque vocês têm uma chance muito maior de prever o futuro e ver fragmentos de profecias, e, de alguma maneira, encontraram um jeito de amenizar essas visões dentro do território do acampamento. Talvez, se vocês ficarem sabendo de algo, isso pode alarmar os semideuses e comprometer um plano que está nos mantendo seguros, longe do alcance dos inimigos, principalmente você e seus irmãos. Já capturaram Kayla e Austin, imagina se os filhos de Apolo saíssem por aí em missões? Só iria faltar um letreiro em suas testas escrito "capturem-me". Todos estão realmente preocupados com vocês, e, no momento, é preciso tomar medidas cautelosas. — Sebastian completa.

Eu fecho os olhos, a cabeça encostada na parede, tentando encontrar um sentido real para tudo aquilo. A minha maior dúvida era o que estaria acontecendo lá fora. Os mortais, os deuses, os monstros... Eu só precisava de respostas.

Melissa coloca a mão sobre a minha, tentando me  reconfortar.

— Hey, vai ficar tudo bem, todas as respostas serão dadas na hora certa. — Ela sorri, mas consigo ver um fio de preocupação muito suave em sua expressão, e não parecia ser por tudo aquilo que estava acontecendo, e sim por algo mais pessoal.

— Até porque, por mais monstros que tivermos que enfrentar, nós dois vamos estar sempre ao seu lado para te proteger quando precisar. — Sebastian tentava alegrar os ânimos.

— É... Sempre... — Mel tentava se esquivar de nossos olhares mirando o céu. — O sol já vai se pôr. Temos que ir. 

...

— Então... Até amanhã? — Sebastian e Melissa tinham me acompanhado até a entrada do chalé de Apolo.

— Até. — Dou um beijo na bochecha de Sebastian e me viro para Melissa. — Tem certeza que está tudo bem? — Olho nos olhos dela, mas ela olha para o lado.

— Vai ficar, não se preocupe. — Ela me abraça, como quem quer se despedir, mas, conhecendo bem minha namorada, não era somente uma despedida. Não tinha certeza do que realmente estava acontecendo, mas, mesmo assim, tentei passar o máximo de apoio que pudesse quando retribui.

— Boa noite. — Falei para eles dois, tentando soar tranquila, mas o clima de velório teimava em permanecer na conversa.

— Boa noite.

— Boa noite.

Ambos falaram em uníssono, e eu entro no chalé, sozinha.

...

" Desculpa.
Desculpa por não conseguir falar isso para você pessoalmente.
Desculpa por não ter a coragem para fazer isso, mas eu te amo demais para conseguir olhar no seu rosto cheio de lágrimas de tristeza, sabendo que essa dor só está aí por minha culpa.
Desde o início do nosso namoro estamos nos preparando para isso, mas, quando eu percebo que finalmente chegou o dia tenho vontade de desistir de tudo, porque não consigo imaginar a minha vida sem ter a certeza que iremos nos encontrar novamente, seja no acampamento ou em qualquer outro lugar, mas eu sei que você, como antes já havia me falado, no fundo vai estar bem por saber que estou seguindo meus sonhos.
Quíron me entregou uma carta ontem. Era da faculdade de prodígios que eu tinha me inscrito. Eu fui aceita.
Mesmo já seco, o papel estava engruvinhado e a tinta da caneta borrada em algumas partes.
A vida tem dessas, e, na maioria das vezes não conseguimos ter tudo o que queremos. Eu queria ter você todos os dias ao meu lado, até meu último dia de vida, porém, não foi esse o destino que as Parcas nos deram.
Mesmo assim, saiba que eu sempre vou te amar , e, acima de tudo, ir tranquila, sabendo que aqui, agora, está realizando seu sonho de ser feliz.
E quando eu falo "amar"  é realmente no sentido de querer, acima de tudo, te ver feliz, independente do que estiver fazendo, de onde está ou com quem está, estando feliz, eu estarei feliz. Nunca deixe de sorrir.
Eu te amo, meu Raio de Sol, nunca se esqueça disso.

Melissa."

Era a sétima vez que eu lia a carta, mas ainda não conseguia acreditar nas palavras ali escritas. Estava triste, e ao mesmo tempo feliz. Depois de todo o esforço que Melissa fez ela finalmente conseguiu entrar na faculdade que tanto queria, mas a faculdade fica em outro continente. Estava confusa, confusa sobre meus sentimentos, sobre o futuro, sobre a minha vida sem ela. Estava perdida. Não sabia que horas eram, ou o porquê de eu estar ali. Só queria que aquela dor passasse, mais nada.

...

Todos estavam dentro do avião. Alguns passageiros dormiam, alguns estavam distraídos em seus celulares, tablets ou livros. Outros observavam as nuvens pela janela. Melissa era um deles.
A viagem parecia correr bem, até que o piloto perde o controle do avião. Há uma gritaria na cabine, e, quando os gritos sessam, a porta é aberta bruscamente, e um monstro sai de lá. Suas longas garras estavam cobertas de sangue, que pingava no chão, deixando manchas cor de vinho no carpete. Melissa se levanta, sua espada em mãos. Ela parecia ser pequena e inofensiva de frente para o monstro, mas não se importou.
Depois disso, tudo passou muito rápido, como flashs na minha cabeça. Melissa enfrentando o monstro, os passageiros em pânico, o avião perdendo autitude, Melissa  dizendo "Adeus", e o avião caindo no mar.

Acordo, gritando seu nome. Meu coração batia a mil por hora, e, mesmo que com um pijama leve, gotas de suor cobriam todo o meu corpo. Passo a mão no cabelo, respirando fundo, tentando me acalmar.

Foi só um sonho, Repetia para mim mesma. Melissa está bem, dormindo no chalé de Atena.

Quando finalmente consigo me acalmar, ouço um grito que perfura o coração. Era ela, me pedia socorro, parecia estar machucada. Levanto e saio correndo, indo em direção à sua voz.

Não parecia estar vindo do chalé de Atena, e sim, do lago. Mas não pensei muito, só queria salvá-la. Ela ainda gritava meu nome, chorando de desespero, implorando pela minha ajuda.

Mergulho no lago, mas meus ouvidos quase explodem. Milhões de vozes gritam nos meus ouvidos, falando coisas como "Tudo que está acontecendo é culpa dele" ou "Ele é orgulhoso demais para admitir" mas também, "Ele só fez isso para proteger o filho" e "Uma hora ou outra o segredo será revelado".

Estava tonta, meus pulmões ardiam,  necessitando de oxigênio. Antes que pudesse voltar à superfície, algo se enrolou na minha perna e começou a me puxar para o fundo do lago. Minha visão começava a ficar embaçada. Alguém vem em minha direção, e tenta me soltar do que quer que estivesse me prendendo. Tudo fica escuro, e a última coisa que sinto é estar sendo carregada para a superfície, mas apago antes de estar fora d'água.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, não me matem.

Até o próximo capítulo.

~Uma Viking Anônima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roots" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.