Roots escrita por G Aqui


Capítulo 4
Capítulo 3 - "Honest"


Notas iniciais do capítulo

Oooin! Garera, eu estava colocando as séries em dia, por isso demorei (era para eu ter postado esse capítulo ontem...), enfim, vocês sabem como é, e o importante é que aqui está o capítulo.

Antes de começar tenho um aviso importante: A partir de agora (não necessariamente no próximo capítulo, mas em breve, irei me inspirar nesse artigo para os poderes da Cecília: http://meio-sanguesrpg.forumeiros.com/t5-poderes-e-habilidades-dos-filhos-de-apolo

Eu sei que é de rpg, mas achei bem interessante. Só leiam quando terminarem o capítulo, porque não tem nada sobre nesse capítulo, então não é necessário ler antes.

Acho que é isso.

Aproveitem a leitura ^^

Kissus ♥

~Uma Viking Anônima



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/701513/chapter/4

─ Por que não me para essa conversa também? ─ Meu pai discutia com Ártemis, que havia ido para o acampamento para atualizar Quíron sobre o Oráculo de Delfos. ─ Esse assunto é o meu principal interesse. Eu só irei voltar para o Olimpo se salvar os oráculos, E VOCÊ NÃO TEM A DECÊNCIA DE ME AVISAR QUE ESTAVA AQUI?

─ Eu... ─ Ela realmente parecia sem resposta. ─ É que na minha cabeça, aqui, como mortal... Você não é mais você, entende?

─ Então acha que só porque eu estou mortal agora eu sou impossibilitado? ─ Ela realmente parecia incomodada. ─ Olhe para todos esses semideuses! São todos mortais, e todos fizeram coisas incríveis! Eles passam a vida salvando nós, deuses, e é assim que você agradece? Subestimando-os por serem mortais? ─ Eu me aproximo e coloco as mãos no seu ombro, fazendo uma massagem para tentar acalmá-lo.

─ Irmão... Por que tanto ódio...?

─ Porque? PORQUE?

─ PAI! ─ Ele respira fundo, de olhos fechados. Quando os abre novamente para encarar Ártemis, estão cheios d'água.

─ Você me abandonou... Eu cai aqui, sem poderes, sem ao menos lembrar de toda minha vida. Eu fiquei preso à uma garotinha que a qualquer momento pode aparecer e me obrigar a fazer coisas horríveis. QUASE MORRI! ─ Ele solta uma risada cínica, e uma lágrima corre pelo seu rosto. ─ E você ainda pergunta o porquê do meu ódio? Onde você estava todo esse tempo? Muito provavelmente rindo de mim. E agora chega aqui, e ao menos me cumprimenta. Achava que, por mais irritante que eu fosse você ainda me amasse. Achava que ainda era minha irmã, mas agora... Eu não te reconheço mais Ártemis. ─ Ele realmente estava triste, e aquilo pareceu afetar a todos, como uma doença contagiosa, mas afetou principalmente Ártemis. Sua postura já não estava tão perfeita assim, os nós dos dedos estavam brancos de tanto apertar seu arco e sua boca tremia. Ela estava prestes a chorar.

─ Eu sinto muito mesmo, por tudo, porém, mais uma vez você mostra que depois de todo esse tempo você não mudou nada. Só está pensando em você mesmo Apolo. Quem você acha que protegeu o Oráculo por todo esse tempo? Quem você acha que correu o risco de perder todas as suas caçadoras tentando matar Píton? Quem você acha que passou todo esse tempo tentando negociar com Zeus para que você voltasse a ser um deus? Quem você acha que tentou consertar a cagada que você fez ao dar ouvidos para aquele demônio romano que te chamava de pai? Quem você acha que sentiu seu coração esmagado quando precisava de alguém ao seu lado, mas seu irmão gêmeo não estava lá para fazê-la sorrir um pouco depois de um dia cheio de preocupações? E você ainda acha que eu não me importo? Realmente, você só pensa em si mesmo.

Ele a encarou por um longo momento, sua expressão era uma mistura de vários sentimentos: culpa, raiva, dor, arrependimento, tristeza...

─ Eu achava que pelo menos você estivesse no meu lado. ─ Ele olha para Quíron. ─ Pelo jeito não irão precisar de mim aqui. ─ E sai, indo para o chalé.

─ Com licença. ─ Eu saio, mas não para o seguir. Aquele assunto não dizia respeito a mim, e ele precisava pensar um pouco.

Vou até o chalé de Ártemis, onde as caçadoras estão alojadas. Antes de chegar perto algo (ou melhor, alguém), sai de lá correndo e me abraça, quase quebrando meus braços e costelas.

─ Oi Shopia. ─ Digo, quase sem ar.

─ Eu estava morrendo de saudade Ceci. ─ Olho para ela. Em três anos sua aparência havia mudado drasticamente. Estava mais alta, mais magra e seus cabelos mais cacheados.

─ Eu vou pegar o meu arco. Temos muita conversa para colocar em dia.

***

─ Então, quando parecia que nós estávamos perdidas, Ártemis apareceu e salvou todas as caçadoras! ─ Shopia contava, enquanto eu acertava o alvo.

─ É bem a cara dela. ─ Ela ria enquanto eu buscava minhas flechas.

─ Mas agora me conta... ─ Não gostei desse tom... ─ Fiquei sabendo que você anda ficando com os meus irmãos. É sério isso?

─ Ei! Eu só namorei o Sebastian e agora estou namorando a Melissa, e mais ninguém.

─ Sei... ─ Ela mira e solta a flecha. ─ Qual é seu problema com os filhos de Atena hein?

─ Sério isso? Até você? ─ Podem adicionar mais um dólar na minha conta.

─ Estava brincando. ─ Agora é a vez dela de ir buscar suas flechas. ─ Mas que é engraçado é. ─ Dou de ombros.

─ Todo mundo tem uma maldição. Acho que essa é a minha. ─ Nós rimos e voltamos a treinar.

***

─ Aceita? ─ Sebastian erguia um copo de néctar na minha frente.

─ Claro! ─ Ele me entrega o copo e se senta do meu lado.

Estávamos defronte ao lago, e mais uma de nossas conversas filosóficas iria começar.

─ Sobre o que andou pensando? ─ Pergunto.

─ Várias coisas... ─ Ele brinca com sua dog tag. ─ Porém, principalmente nas pessoas e suas funções.

─ Como assim? ─ Olho para ele.

─ Todos temos sonhos, certo? ─ Concordo com a cabeça, tomando um gole de néctar. ─ Você e eu, por exemplo, sonhamos em ser ouvidos. Sonhamos em ficarmos famosos por nossas ideologias.

─ Sim... ─ Tentava entender em que ponto ele queria chegar

─ Bem, ao mesmo tempo tem gente que sonha em se casar, ter filhos, formar uma família, e etc. Também tem aqueles que sonham em ter uma grande carreira, abrir uma empresa de sucesso...

─ E onde quer chegar com isso?

─ O fato é: Nós somos semideuses, e, querendo acreditar ou não, nosso destino é a morte. Tem sorte aquele que consegue chegar aos vinte anos. Todos os dias acordamos sem saber se nosso destino pela noite será a cama ou o caixão.

─ Somos mortais, e o destino de todos nós é a morte. Talvez só consigamos ilustrar isso de uma forma mais clara do que os outros por sermos semideuses. ─ Olho para ele. ─ O que você faria, se fosse seu último dia de vida, e você soubesse?

─ Porra, deixa eu pensar... ─ Ele toma mais um gole do néctar e olha para o horizonte. ─ Eu iria encerrar o domínio que o universo tem sobre mim, já que é o meu último dia eu preciso acabar com ele.

─ Sabia escolha, Jedi.

─ E você, o que faria? ─ Eu paro para pensar um pouco.

─ Eu escreveria um discurso, dizendo tudo o que eu penso sobre essa merda de sociedade preconceituosa que vivemos. Deixaria um aviso, logo abaixo do discurso, para a minha família fazer o que puder para espalhar esse discurso o quanto puder, como um último pedido, e no final, ia mandar todo mundo ir se foder.

─ Um brinde então, à nossa caminhada eterna para a morte. ─ Ele estende o copo de néctar para mim. ─ E que nunca mudemos quem realmente somos. ─ Falo, me referindo à frase em sua dog tag.

Brindamos e voltamos a viajar nas nossas conversas de loucos, observando o mundo à nossa frente.

***

Não conseguia enxergar muita coisa no meio da noite, muito menos fazer silêncio, então eu era péssima em invadir chalés alheios sem ser descoberta, mas, ainda sim, tentei.

─ Fecha, fecha, fecha! ─ Sussurrei/Gritei para Mel, antes que as harpias da limpeza me alcançassem. ─ Obrigada. ─ Minha respiração estava descompassada, e eu, sem sucesso, tentava recuperar o fôlego.

Ela coloca o indicador nos lábios, pois seus irmãos e irmãs já estavam dormindo (menos Sebastian. Como ele consegue ficar tanto tempo sem dormir?). Ela pega minha mão e me leva para um tipo de varanda do chalé, onde podemos falar num tom de voz normal.

─ Se continuar se arriscando assim para me ver à noite vai acabar tendo que limpar os estábulos, ou pior. ─ Ela sorri e abraça minha cintura.

─ Ah, isso não é nada. Não faz mal correr riscos às vezes, principalmente se forem pela garota mais bonita desse acampamento. ─ Seguro seu rosto delicadamente e deposito um beijo em seus lábios.

─ Eu estava pensando sobre a minha morte hoje. Quando Sebastian e eu estávamos conversando falamos o que faríamos caso esse fosse o último dia das nossas vidas. E, depois de pensar melhor, cheguei à conclusão que não importa o que eu faça, eu quero estar ao seu lado antes de morrer.

─ Eu realmente quer... ─ Ouvimos um barulho e rapidamente nos escondemos. Podiam ser as harpias ou algum filho de Atena que iria me dedurar.

─ Eu sei que são vocês. Não precisam se esconder. ─ Eu fiquei aliviada por ser Sebastian.

─ Graças aos deuses é você.

─ Eu não quero ser estraga prazeres e tal... Mas você planejou como vai embora sem ser vista?

─ Pode... Hãn... Me dá cobertura? ─ Ele revira os olhos.

─ Eu tenho um plano. ─ Mel se adiantou, colocando a mão no meu ombro. ─ Existe um sistema de túneis que conecta o chalé seis com os outros chalés. Você pode usá-lo para fugir.

─ Awn, eu te adoro Mel, sério! ─ Lhe dou um abraço.

─ Mas precisam ir logo, antes que mais alguém acorde e te dedure.

─ Okay, vamos então. ─ Mel e Sebastian me acompanham até o primeiro andar, onde mostram a passagem secreta, localizada em um canto do chalé, escondida por um piso falso, abaixo do tapete. Quando ele é aberto, revela um túnel vertical sem iluminação.

─ Tem uma escada aí, na parede. ─ Disse Sebastian.

─ Eu vou primeiro, você me segue. ─ Melissa disse, descendo pela escada.

─ Okay. Até mais Sebastian.

─ Até.

Eu desço as escadas com cuidado, para não cair. Mel me esperava com uma luminária e um mapa na mão. Juro que às vezes, não entendo os filhos de Atena.

─ O chalé fica do outro lado, vamos. ─ Começamos à caminhar, e saímos em uma câmara redonda, cheia de aberturas, cada uma com um número desenhado acima da entrada.

─ Desde quando vocês sabem da existência disso aqui? E como até hoje ninguém mais sabe desses túneis?

─ Faz um tempo já. Um de nossos irmãos, que por sinal era muito curioso, percebeu algo estranho com o piso, e quando o abriu acabou caindo aqui. Ele fez todas as reformas sozinho. Teve que explorar esses caminhos milhares de vezes para não se perder. Antes, ao menos existia essa câmara. Ele morreu em uma missão. Deixou o mapa e um bilhete com instruções detalhadas sobre os túneis. Agora, esse é o segredo do chalé de Atena, assim como todos os chalés tem um segredo.

─ Uau... ─ Foi a única coisa que consegui dizer.

Entramos no túnel número sete, e caminhamos por o que pareceram quinze minutos, até chegar um uma outra escada.

─ Chegamos.

─ Já te disse que é incrível? ─ Passo a mão em volta de seu ombro.

─ Hm... Eu acho que hoje, ainda não. ─ Ela ri.

─ Bom, então, você é incrível. ─ Beijo sua testa. ─ Boa noite. Durma bem. ─ Começo a subir as escadas.

─ Espera... Me promete uma coisa? ─ Olho para ela. ─ Não conta sobre os túneis, para ninguém. Por favor.

─ Prometo. ─ Sorrio e a deixo sozinha nos túneis, entrando no chalé de Apolo. 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

Novamente, peço para que vocês leiam o artigo sobre os poderes dos filhos de Apolo, que serão usados em breve na história.

Link: http://meio-sanguesrpg.forumeiros.com/t5-poderes-e-habilidades-dos-filhos-de-apolo

Vou tentar publicar o próximo capítulo com mais antecedência dessa vez, porém, não prometo nada.

Música da capa: Honest - The Neighbourhood.

Beijos ♥

~Uma Viking Anônima



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roots" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.