Bruxas e Caçadores escrita por ackleholicbr


Capítulo 21
Instinto animal.




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Boston – Massachusetts.

Um dia antes do Dias dos namorados...

— Ainda bem que achei vocês. – uma menina se aproximou de seu grupo de amigas.

— O que aconteceu, Briana?

— Eu encontrei esse livro na livraria do campus. – Briana disse sorrindo.

— Feitiços do amor? – Brooke perguntou rindo.

— Já que estamos sem namorados esse ano, talvez isso nos faça rir um pouco. – Andrea riu passando as paginas do livro.

Na noite daquele mesmo dia, elas se reuniram na casa de Briana. Cada uma levou um animal, que supostamente viraria um cara.

— Podemos acender a luz? – Andrea perguntou.

— Não, não podemos. Vai estragar o clima. – Briana disse pegando o livro.

— Está tudo certo, velas vermelhas, o desenho no chão, os três animais. – Brook riu. – Vamos nos divertir.

— Não vamos machucá-los certo? – Andrea perguntou receosa.

— É só uma brincadeira. – Briana riu.  – E com tantos animais para transformar em homem, você escolhe um porco?

— Todo mundo sabe que os porcos são muito inteligentes, foi por isso.

— Vamos fazer isso! – Brook disse pegando o livro. – Temos que dar as mãos. Agora digam comigo.

“Ao soar das doze, conte até vinte quatro. É o quanto durará este feitiço! Para consolar o meu coração solitário, encante o que os ofereço!”

Então uma forte luz azul surgiu no meio da sala, e os três animais se transformaram em homens.

***

Dias dos namorados...

Assim que Dean terminou de consertar o Impala, ele voltou à estrada com Sam e Prue. E onde eles estavam dessa vez? Boston. Depois de fazer a primeira caçada longe de São Francisco depois que John morreu, eles acabaram indo para Boston, em pleno dia dos namorados.

— Ou esses caras são loucos, ou estão sob efeito de drogas. – Dean apontou para três ames que estavam terrorizando uma mulher na rua.

— Diria que são esses caras de faculdade que não tem mais nada pra fazer, do que atormentar os outros. – Prue disse revirando os olhos.

Dean parou o impala na rua, e eles entraram em uma cafeteria que dividia o espaço com uma livraria. Um lugar bem aconchegante por sinal. Enquanto Dean fazia o pedido, Prue e Sam foram à parte da livraria.

— Feitiços do amor! – ela disse pegando o livro. – Eles inventam de tudo para faturar o dia dos namorados. – abriu o livro.

— Falando em dia dos namorados, pensei que você e meu irmão fossem fazer alguma coisa hoje!

— Vai ter que perguntar a ele, Sam. Nem sei se somos namorados. – a ruiva deu de ombros.

— Sei. – Sam riu. – As pessoas realmente acham que esse livro é mágico?!

— Esse livro não funciona! – Prue disse passando as paginas. – Ele não se parece em nada com o Livro das Sombras. E pessoas “normais” não iam conseguir fazer esse feitiço.

Ela devolveu o livro no lugar e seguiu Sam até a mesa. Prue quase cuspiu seu café, quando Sam perguntou a seu irmão o que ele pretendia fazer no dia dos namorados. Quando Dean ia responder a seu irmão, eles escutaram gritos que vinham da rua. Ao saírem do café, deram de cara com os mesmos caras de antes, mas dessa vez eles estavam espancando um pedestre.

— Hey! – Dean gritou.

Os caras só o olharam, e saíram correndo. Sam ajudou o rapaz a se levantar, e depois que ele se acalmou contou tudo o que tinha acontecido.

— Então eles simplesmente te atacaram?! – Sam perguntou surpreso.

— Sim, eles pareciam animais. – o rapaz disse dando de ombros.

***

De volta à casa de Briana

Ela e suas amigas estavam furiosas com os seus “namorados” e com o que eles estavam fazendo.

— Não podem fazer isto. – Briana disse cruzando os braços.

— Isto está indo longe demais. – Brook revirou os olhos. – Desde que saímos do campus vocês aterrorizaram uma mãe de família, e espancaram um de nossos amigos na rua.

— Devíamos reverter o feitiço. – Andrea disse preocupada com a situação.

— O que quer dizer cm feitiço? – um dos caras perguntou.

— É um feitiço. Foi o que nos tornou humano. – outro respondeu.

— Sim, mas por quanto tempo?

Todas ficaram caladas, estavam começando a ficar assustadas. Era apenas pra ser uma brincadeira, não queriam trazer loucos para suas vidas.

— Ele te fez uma pergunta. – um gritou se aproximando de Andrea.

— Vinte e quatro horas. – ela respondeu dando um passo pra trás.

— Na verdade, menos de vinte quatro horas. Já se passaram 12h. – Brook disse ao olhar seu relógio.

— Resolvam isso. Decidimos que queremos ficar assim.

— Mas não sabemos como mudar isso. – Briana disse igualmente assustada.

— Oh, meu Deus! – Brook soltou, quando viu a pele do “namorado” se soltar

— O que está acontecendo? – um deles perguntou.

— A transformação está regredindo. No feitiço, dizia que isso aconteceria. – Brook disse com medo.

— Não devíamos ter feito isto. – Andrea deu um passo atrás.

— Ela falava demais. – um deles se aproximou ameaçadoramente perto dela

As meninas começaram a gritar, quando os “rapazes” as atacaram.

***

— Você realmente acha que devemos investigar isso? – Dean pergunta, fechando a porta do impala.

— Sei lá, estou com pressentimento que tem algo estranho. – Prue disse subindo a escadaria do campus.

— Algo estranho como? – Sam perguntou.

— Tipo, do jeito que aquele estudante os descreveu, parecia mais lago sobrenatural.

— Acho que seus instintos não estão funcionando bem. – Dean disse revirando os olhos. – Pode realmente ser apenas babacas.

Cada um foi para um lado do campus, e eles acabaram chegando até as amigas Brook, Briana a Andrea. Minutos mais tarde, Dean parou o impala em frente à casa de Briana. Eles tocam campainha e nada, até Prue perceber que a porta estava destrancada.

— Meu Deus, este lugar está um caos. – a ruiva disse olhando para sala e cozinha toda destruída.

— Que livro é esse? – Dean perguntou levantando um livro de capa vermelha.

— Oh não! – Prue soltou surpresa ao ler “Feitiços do amor”.

— Por favor, não me diga que...

— Escutaram isso? – Sam perguntou, interrompendo o irmão.

— Parece estar vindo do armário. – a ruiva disse se aproximando da porta. – Isso parece bizarro o suficiente pra vocês? – pergunta ao dar de cara com uma das meninas trancada em uma gaiola.

***

De volta ao quarto de motel...

— Andrea, eu sei que passou por maus momentos, mas só poderemos te ajudar, se nos disser o que aconteceu. – Sam sentou-se próximo a garota.

— Nunca iriam acreditar.

— Não há pessoas mais compreensivas para esse assunto do que nós, agora. – Dean disse se escorando a parede, de braços cruzados.

— É que vocês vão pensar que eu sou...

— Muito corajosa por enfrentar seja o que for. – Prue sentou-se de frente para garota.

— Sabe esse livro que está em cima da mesa? – Andrea olhou para o livro de capa vermelha. – Ele deu certo. Mas não para conhecer rapazes, e sim transformou animais em rapazes.

— E conseguiram isso naquele livro? – Dean olhou para o livro em cima da mesa.

— Sim!

— Sabe, não se deviam vender essas porcarias para leigos. – Dean bufou.

— Que acha que esses homens querem vocês? – Sam perguntou.

— Não sei. A culpa é nossa por termos tentado fazer deles algo que não eram. – Andrea disse chorando.

— Ainda bem que você sabe disso.

— Dean! – Prue o puxou pelo braço. – Para de fazer isso! – disse assim que fechou a porta.

— Fazer o que? Vamos limpar a bagunça de estudantes que fizeram besteira porque queriam um namorado? E agora eles ficaram loucos!

— Dean, se controla... a garota está assustada. Deixa pra descontar sua raiva nos... – a ruiva revirou os olhos. – Seja lá o que aqueles três são.

Dean revirou os olhos, e voltou para o quarto, sendo seguido por Prue.

— Sabe o que eles fizeram com as suas amigas? – Sam perguntou. – Sabe o que eles querem?

— Acho que eles estão à procura de uma bruxa. Então acho que eles devem ir à boate que a galera sempre vai. Lá vai ter uma cartomante, na festa do dia dos namorados.

— Então acha que suas amigas estão com eles? – Prue perguntou, já imaginando o que Dean estava pensando.

— Acho. Talvez eles estejam a mantendo em algum lugar até terem certeza que vão ficar humanos pra sempre.

Depois de deixarem Andrea na casa dela, eles foram até a boate que teria a tal festa. E na hora que Prue ia descendo do carro, Dean a olhou sério.

— Acho que você não deveria vir.

— Tá brincando né?!

— Não. Acho que pode ser perigoso, eles...

— Dean pode parar agora mesmo. Eles não sabem que eu sou uma bruxa. – Prue revirou os olhos. – E depois vocês vão precisar de mim e da minha mágica. – foi quando seu celular começou a tocar. – Oi Sis!

— Não achamos nada no Livro das Sombras. – Piper disse.

— O que faz sentido, porque os ani-homens foram criados por magia descuidada, não vieram do mau sobrenatural. – Phoebe disse.

— Então, onde é que isso nos deixa?

— Vai ter que ser criativa, mada. – Piper suspirou.

— E ai?— Sam perguntou.

— E ai que vou ter que me virar e fazer algo que não estou muito acostumada. – Prue guardou seu celular.

— O que isso quer dizer? – Dean perguntou.

— Vou ter que improvisar com versos, um dos dons da Phoebe. – ela deu de ombros, pegou um bloco de papel e uma caneta.  – Vamos nessa! – esforçou um sorriso e entrou na boate.

— Isso não vai ser uma boa idéia. – Sam disse a seguindo.

— Essa na verdade vai ser uma idéia horrível. – Dean corrigiu o irmão.

— Alguma idéia, senhor rei das idéias? – Prue o olhou, irônica.

— Estou pensando. – Dean a olhou.

— Claro. – ela revirou os olhos. – Enquanto isso, vamos nos ater nos suspeitos.

Sam e Dean procuravam pela boate três homens suspeitos, o que seria impossível em uma boate repleta de universitários com hormônios a flor da pele. Prue estava em uma mesa tentando fazer um feitiço, ela só havia feito um feitiço desde que descobriu ser bruxa. Era algo que ela tinha que melhorar, mas sempre deixava isso para sua irmã Phoebe. Agora, ela teria que se virar e acabar com aquele encantamento.

— Não achamos ninguém suspeito, conseguiu o feitiço? – Dean perguntou ao se aproximar de Prue.

— Sabe, eu não trabalho bem sob pressão. – ela esforçou um sorriso.

— Àqueles caras, não parecem suspeitos? – Sam apontou pra três homens cercando a cartomante.

— São eles! – Prue disse se levantando. – Vamos, venham comigo. – foi em direção a uma área restrita a funcionários.

— Porque saímos de lá? – Sam perguntou confuso.

— Porque não faço idéia se isso vai funcionar, e não quero me expor na frente de uma boate lotada de gente.  – ela deu de ombros. Lá vai: “Algo mal está entre nós. Em forma humana, estão os espíritos. Torne-os animais, diz o feitiço.”

— Esse não rimou. – Dean a olhou. – Tem certeza que funcionou?

— Sabe, nem sempre os feitiços têm rimar. E eu não sou a Phoebe!

— Notaram algo de diferente? – Sam perguntou.

— Não. O que?! – Dean o olhou.

— Uma boate em silencio?!

Prue abriu a porta, e deu de cara com o lugar cheio de animais. Ela fechou a porta, e olhou para os Winchesters.

— A boa notícia é que o feitiço funcionou.  A má noticia é que funcionou em todos, quer dizer quase todos... vocês ainda são humanos.

Dean passou por ela, e ao abrir a porta deu de cara com a boate repleta de animais.

— Acho que o dono desse lugar, não tem licença pra esse tipo de festa. – ele disse ao ver uma zebra passando por eles.

— Como vamos resolver isso? – Sam perguntou igualmente surpreso.

— Bom, sabemos que a cobra, o porco e o coelho são os “caras” – Prue disse pegando três caixas de madeira. – Vocês os tirem daqui, e procurem pelas garotas. Eu vou tentar resolver isso. Pelo menos eu espero.

— Não querendo te colocar sob pressão, mas só temos trinta minutos. – Dean a olhou.

— Muito obrigada, mesmo! – ela foi em direção ao bar.

Enquanto Prue continuava no bar, tentando consertar o feitiço. Dean e Sam foram até o estacionamento.

— Não tem algo errado nessa cena? – Sam perguntou olhando para os carros.

— Sim, só aquele prata está parado bem na porta de saída da boate. – Dean disse. – Quem colocaria um adesivo de eu amo ser médico no vidro do carro?

— Só um médico. E a julgar pelo tipo de festa feita pra universitários. Um médio nunca estaria aqui.

Dean estava demorando a abrir o porta-malas do carro, e isso estava deixando Sam irritado. Mas quando foi reclamar, Dean o olhou vitorioso, levantando a porta.

— Oh, meu Deus! – Sam soltou ao ver as meninas.

— Têm pulsação, mas é fraca. Temos de levá-las ao hospital. – Dean disse pegando seu celular.  – Achamos as meninas! Mas temos que levá-las ao hospital.

Façam isso. Eu me viro aqui. – Prue disse séria.

Nem pensar, você não vai dar conta daqueles lunáticos.

— Dean! Eu sou bruxa, lembra! Agora levem as meninas pro hospital, que eu me viro.— a ruiva desligou.

***

— Ok! Vamos lá, vocês voltarão a ser pessoas de novo!“Desfaça o encanto feito. Reverta o feitiço e tudo será perfeito!”

Todos voltaram ao normal na boate, fazendo com que Prue respirasse aliviada. Só até lembrar que tinha três idiotas nos fundos da boate. Ela correu pra lá e quando um deles foi tentar atacá-la, ela usou seus poderes. E quando o relógio marcou meia noite em ponto, os três voltaram a ser animais de novo. Prue os trancou de volta nas caixas, e ficou esperando pelos Winchesters.

— O que aconteceu aqui? – Dean perguntou ao se aproximar dela.

— O feitiço acabou e está tudo certo. – ela sorriu. – E as meninas?

— Chegaram a tempo de serem atendidas, vão ficar bem.

— E o Sam?

— Eu o deixei no motel, no caminho. – Dean sorriu se aproximando dela. – Achei que gostaria de aproveitar a noite...

— Espera?! Você?! Dean Winchester querendo comemorar o Dia dos namorados?

— Tá brincando?! É minha data comemorativa favorita. – ele riu.

— O que tem em mente, Winchester? – Prue sorriu abertamente.

Dean sorriu de lado, e fez sinal para que ela entrasse no carro. Alguns minutos depois, ele parou o carro em uma rua que tinha uma vista incrível de toda a cidade.

— Uau! Isso é incrível. – a ruiva disse saindo do carro.

— Às vezes eu gosto de parar no nada pra pensar. – Dean sorriu, se aproximando.

— O céu ta cheio de estrelas. – Prue sorriu. – Então, Winchester, esse é seu pensamento de curtir o final da sua data comemorativa favorita?

— Não. – ele riu. – Mas isso é. – a beijou.

Dean a pegou no colo a deitando com todo cuidado no banco traseiro do impala. Os beijos e caricias foram ficando cada vez mais intensos, e quando Dean começou a beijar sua barriga, Prue não conteve um gemido de ansiedade.  Depois de beijá-la docemente, Dean se deitou no banco, fazendo-a se deitar em seu peito. Prue adormeceu ali mesmo nos braços de Dean, sentindo um carinho gosto em seus cabelos.  Ela não gostava muito do dias dos namorados, mas esse com certeza seria o melhor de sua vida, mesmo que não fossem namorados.


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