A filha de Esme e Charles - versão 1 escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Código Penal Brasileiro Art. 129:
Parágrafo 1: …IV. Aceleração de parto. Pena: Reclusão de um a cinco anos.



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Setembro de 1919

Seis meses já se passaram. Esme está prestes a dar à luz quando uma tragédia acontece. Uma fatalidade. O pai de Charles morre eletrocutado enquanto fazia alguns reparos na casa. Ele morava sozinho pois ainda conseguia fazer as suas coisas, ele havia recusado morar com o filho e a nora, não queria atrapalhar o casal. Ele não iria atrapalhar imagina, na verdade seria até bom. Charles insistia com o pai, mas este não cedia. Esme rogava ao sogro, mas nada do que os dois diziam o fazia mudar de ideia e vir morar com eles dois.

Até que a fatalidade aconteceu. Era evitável, era, mas o idoso não quis ouvir o jovem casal, seu orgulho de velho não o deixava ter a mente mais aberta e enxergar as possibilidades nem fazer as mudanças que fossem necessárias nessa altura da vida. Teimoso, preferiu ficar sozinho, não quis confessar nem admitir que precisava de ajudar e deu no que deu. Uma tragédia anunciada.

Mas o pior ainda estava por vir... A tempestade estava apenas começando.

Durante o velório e o enterro algo  aconteceu e Charles voltou a ser quem era antes de ter ido para a guerra. É compreensível, agora ele está sozinho, órfão, seus dois pais morreram. É claro que ele tem a sua esposa e o filho que está prestes a nascer – ele deseja muito um menino; mas ele não percebe a família que está crescendo e tem ainda ao seu lado. Ele não está sozinho. Não vê as coisas tão otimista ou realista e prefere ver o lado ruim e voltar atrás ao progresso que havia feito em seu casamento. Ele retrocede e coloca tudo a perder. Vai ficar sozinho desse jeito, vai fazer Esme fugir dele.

...XXX...

 

Naquela noite quando chegam em casa depois do velório e enterro de George Evenson, o pai de Charles, este agarra Esme pelos cabelos e a leva para o quarto. Não podia fazer isso antes, pois eles estavam em público e ele quer manter as aparências:

— Charles... o que houve? – pergunta Esme incrédula.

— Não discuta comigo sua vadia – lhe dá um tabefe na cara.

— Charles, não, por favor – ela implora enquanto ele arranca suas roupas, mas não adianta. - Você está louco?!

— Eu não aguento esperar mais até o bebê nascer para ter você – diz Charles abrindo suas pernas e enfiando nela.

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – Esme sente a dor da entrada abrupta do marido. – Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – ela sente uma contração logo em seguida.

Esme sente sua barriga ficar dura como uma pedra. Cada vez mais dura conforme Charles entra e sai dela.

— Charles, por favor – ela implora novamente.

— Cala a boca sua vagabunda – ele dá um soco em seu abdôme.

— Não, Charles não faça isso – Esme implora novamente e lágrimas começam a escorrer por seu rosto. – Não machuque nosso bebê. Ele/a não tem culpa.

Esme reza silenciosamente para que a criança sobreviva. Sabe que o bebê é frágil nesse momento, é uma covardia o que o marido está fazendo. Roga a Deus que salve seu filho/a. Ela se sente tão impotente...

— Isso está te incomodando não? Eu vou tirar pra você – ele sobe na cama, fica em pé e começa a chutar a barriga da esposa.

— Charles, para – infelizmente ela não pode se mexer porque Charles a amarrou na cama. - Você está maluco?! Por favor, pare, querido pelo amor de Deus! - ela implora mas não adianta. Esme pode ver nos olhos transtornados do marido que ele está possuído pelo demônio.

— Parece uma bola de futebol – ele continua dando chutes.

— Charles, não! – ela chora com medo de perder a criança. – Por favor, é seu filho.

Como ela percebe que nada vai fazer com que ele pare, reúne todo o seu fôlego para gritar:

‘SOCORRO’

Exasperado com o grito da esposa Charles desfere o mais forte chute que consegue, Esme grita de dor e começa a sangrar:

— Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii – grande parte por causa do chute, mas porque sente uma contração proporcional a pancada que veio de fora.

Por sorte nesse momento dois policiais que trabalhavam com Charles e vinham buscá-lo escutam os gritos e arrombam a porta. Sem pensar invadem a casa e sobem para o quarto. Um deles agarra Charles enquanto o outro desamarra Esme e pega ela no colo.

— Me solta Earnest! – esbraveja Charles.

— Vai ficar tudo bem Sra. – o outro policial, lindo como um anjo, mas não tão lindo quanto Carlisle, diz para Esme enquanto a pega no colo e desce as escadas a toda pressa.

— Carlisle, você veio me salvar! – diz ela com a voz débil, o homem fica confuso. ela está tendo uma alucinação devido ao trauma.

— Não, eu me chamo Ângelo.

— Ah! – Esme desfalece nos braços dele.

Esme sangra muito e parece que vai perder a criança. Ângelo corre o mais que pode. parece mesmo voar como um anjo até o hospital mais próximo.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

eu conheci um rapaz chamado Ângelo e ele realmente parecia um anjo.



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