Estávamos então abraçados? Não podia negar que gostava do seu toque suave e da proximidade em que nossos corpos se encontravam. Encostei minha cabeça em seu peito e arfei.

- Você esta mais aquecida?_ ele me perguntou.

- Um pouco_ respondi._ Emmett, por que quis me tirar de casa?_ perguntei.

- Não sei_ ele respondeu, seu queixo repousou sobre minha cabeça._ Só queria ficar com você, assim sem ninguém perto..._ senti sua mão em meu queixo me fazendo encarar sua face_ É tão bom ficar só com você.

- É bom ficar com você_ falei sinceramente.

- Você poderia ter saído do carro enquanto eu dava a volta_ ele disse me deixando repousar minha cabeça novamente sobre o seu peito.

- Você iria me carregar de novo para o carro_ falei o que achava.

- Você está certa_ ele concordou

Senti uma de suas mãos mergulhar em meus cabelos e acariciar minha nuca. Fechei meus olhos desejando que aquele momento se estendesse. O senti suspirar e logo depois a mão que me envolvia apertada contra o seu corpo subiu em busca do meu rosto. Afagando-o devagar e cuidadosamente. Logo depois a mão que ainda acariciava minha nuca procurou o outro lado da minha face levantando meu rosto de um modo que o encarasse novamente. Seus olhos fechados e sua boca que balbuciava alguma coisa a si mesmo como um pedido de desculpa. Fitei sua expressão um pouco preocupada e deslocada, ele parecia medir algum ato ou ter uma briga interna.

Sua boca abriu-se para me falar alguma coisa, mas fechou-se novamente como se aquelas palavras escolhidas não fossem as ideais. Algo estava acontecendo dentro dele, e isso era um fato, mas isso tinha a ver comigo? Eu não suportava vê-lo assim, ele tinha uma cara de sofrimento, como se ele se debatesse por duas escolhas e ambas a fariam sofrer.

- Emmett_ tentei o ajudar

- Não fale_ ele disse ainda sem abrir os olhos_ eu preciso..._ ele se interrompeu e suspirou.

- Pode falar..._ incentivei.

- Não é tão fácil_ ele me disse abrindo os olhos.

- Eu estou aqui, e vou te escutar_ assegurei_ não vou fugir_ afirmei_ mesmo que você esteja tentando falar que é um monstro e que minha vida vai acabar agora.

- É mais ou menos isso_ ele me disse fitando o escuro que se estendia ao nosso lado.

- Me fala_ pedi.

- Esse é o problema, eu não consigo falar_ ele me olhou novamente e suas mãos que seguravam meu rosto caíram ao lado de seu corpo, depois voltou a fitar o escuro.

- Olha aqui_ disse puxando seu rosto para me olhar_ porque é tão difícil?

- Eu tenho medo_ ele disse fechando os olhos.

- Você com medo?_ perguntei sínica.

- Como se fosse fácil falar o que eu to sentindo agora_ ele disse sem perceber.

- Emm se você não me falar eu posso imaginar um monte de coisas_ “por exemplo: agora eu estou imaginando que você está gostando de mim” completei mentalmente, mas balancei a cabeça tirando esse pensamento de meu interior, seria muita sorte_ Mas nuca seria o que imaginei..._ falei pra mim mesma um pouco algo.

- Como se eu pudesse ler o que se passa na sua cabeça_ ele disse_ eu nunca sei..._ falou se lamentando_ Em um dia quando eu penso que esta tudo bem entre nós nossas palavras somem, depois quando as minhas retornam eu vou até onde você está e você me espanca, para não me machucar muito eu revido e você voa na parede, chorando se levanta e desaparece. Eu fico pensando: “será que a machuquei?”, mas no dia seguinte você aparece andando normalmente e age friamente comigo..._ ele disse balançando a cabeça_ e eu te obrigo a vir num lugar quase deserto e ficar abraçada comigo. É eu sou um monstro_ ele falou voltando seu olhar para mim.

- Só se for um monstro bem grande como os ursos_ disse com um sorriso.

- É talvez eu seja um urso_ ele disse se afastando, o medo de perdê-lo veio me atingir.

- Aonde vai?_ perguntei

- Para casa, não vou te obrigar a ficar aqui comigo_ ele disse me machucando.

- Mas eu não estou sendo obrigada_ gritei a verdade que a muito estava na minha garganta.

- Claro que está. O que adianta eu estar aqui querendo passar o meu tempo com você se você não gosta de mim?_ ele me disse triste.

- Mas eu gosto_ minha voz saiu em um sussurro, mas pela sua expressão que se suavizou acredito que ele ouviu.

- Você gosta de mim como amigo, companheiro de equipe e coisas desse tipo... Não é como eu gosto de você_ ele me disse abrindo a porta do motorista.

- Eu não gosto de você apenas como amigo..._ senti uma lágrima cortar o meu rosto, abri a porta do meu lado e entrei nervosa por ele não entender que eu o amo, senti a porta se bater depois.

- Rose, o que está acontecendo aqui?_ Ele perguntou entrando e fechando sua porta.

- Nada_ disse fria.

- Tá vendo o que eu disse? Agora mesmo estávamos abraçados lá fora e agora você entrou no carro fria_ ele me olhava enquanto eu tinha minha crise de nervos calada.

- Me desculpe_ falei assim que ele decidiu ligar o carro.

- Tudo bem_ ele falou arrancando.

- Eu não costumo ter dupla personalidade_ falei_ é que quando eu estou com você tudo fica tão diferente_ admiti.

- O que quer dizer com isso?_ ele perguntou encostando o carro que havia andado dois quarteirões no máximo.

- Que eu te amo_ falei em um fio de voz.

Ele desceu do carro e deu a volta. Eu havia estragado tudo, eu sabia. Provavelmente agora ele decidiu que iria me deixar ali, com frio e no meio da cidade. A porta se abriu e ele me puxou para fora.

- Por que é mais fácil pra você falar?_ ele perguntou, mas já não havia como responder.

Sua boca se uniu a minha e nos beijamos como a muito queria. O beijo era de amor, desejo e paixão. Sim eu o amava, eu estava certa disso.

- Ethan!_ uma voz nos repreendeu e por ato involuntário de nossos corpos nos viramos, involuntário porque ele não chamava Ethan._ Me desculpem!_ a mulher de feições dócil e loira se desculpou._ Achei que era um amigo_ ela tentou se explicar e algo em seu rosto, corpo ou cabelo estava errado, eu a conhecia_ Olha vai ter uma festa na nossa casa amanha, é só para convidados e acho que convidá-los seria um ótimo pedido de desculpas_ ela disse.

- Desculpe, mas é que estamos de férias com quatro amigos_ Emm falou se desculpando por rejeitar o convite.

- Tudo bem pode levá-los_ ela disse tirando seis convites_ São somente para me desculpar, ficaríamos felizes com suas presenças_ ela fez menção em sair_ E me desculpe mais uma vez_ ela falou e desapareceu na esquina.

- Emm_ falei ao ver ela sumir_ eu a conheço de algum lugar.

- Eu também amor_ ele disse fazendo-me esquecer de tudo, ele havia me chamado de amor e isso era o que me importava agora.

(...)

Eu ainda estava pensativa sobre quem era a mulher ao acordar naquela manhã. Tomei um banho para por as idéias em colisão e relaxar meus músculos.

Fiquei surpresa ao lembrar-me de onde conhecia tais feições. Desci apressada após colocar a primeira coisa que vi pela frente.

- Eu sei quem é a mulher_ gritei ao ver que todos estavam reunidos tomando o café.