A Seleção de Apolo escrita por CarolFonseca


Capítulo 29
• 2° - Apolo exige um beijo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, galerinha! Um pouco do bom e velho capítulo só com a Cammy e o Apolo pra vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/696701/chapter/29

Cammy

— Finalmente achei você!

Olhei para o lado, assustada. De pé, com as mãos na cintura e a respiração desregular, estava Apolo, perfeitamente desarrumado no corredor a minha frente. Usava bermuda simples e camiseta, mas quando se trata de Apolo, comecei a perceber que nada era tão simples assim. Ele parecia o filho de um empresário milionário com uma supermodelo internacional – o que ele era em parte, na verdade.

— Que isso! – pus a mão sobre o peito, os olhos semicerrados. – Virou perseguidor agora é?

— Em primeiro lugar – ele ergueu o dedo indicador –, a palavra perseguidor impõe a idéia de que eu persigo garotas, o que eu não faço há de fato, muito, muito tempo. Em segundo, que só fiz isso porque estou sem meus poderes, senão apareceria em sua frente num estalar de dedos. Aliás, eu fiz por um bom motivo. Não fique aí se achando, ok?

Pisquei, confusa.

— Tá...

Pra falar a verdade ainda estava meio chocada por Apolo conhecer e usar palavras como “impor”.

— E em último lugar, nós realmente precisamos conversar.

Levantei a sobrancelha.

— Sobre?

— Sobre você sabe o quê. Não acho uma boa ideia falarmos disso aqui no corredor. Vamos pro seu quarto.

Troquei o peso de um pé para o outro. Eu estava realmente acreditando... até ele dizer essa última parte.

— Pro meu quarto? Eu e você? Sozinhos?

— Eu te convidaria pro meu, mas tenho certeza de que você não vai aceitar.

Suspirei, mas contornei-o e segui o percurso até a porta da minha suíte. Apolo veio atrás.

— Se tentar alguma coisa – avisei – vou gritar por Ártemis.

— Só tentarei se você quiser – abriu um sorriso “trinta e dois dentes”.

— Ótimo, porque eu não quero.

Abri a porta, hesitante, e deixei que ele entrasse. A primeira coisa que ele fez foi se jogar na minha cama.

— O que você está fazendo, criatura?

— Deixando meu cheiro na sua cama, pra você não sentir minha falta a noite... – ele revirou os olhos. – O que você acha? Eu estou descansando, né!

— E você não tem sua própria cama pra fazer isso?

Ele não respondeu, muito ocupado observando a decoração. Pigarreei.

— Tudo bem, Apolo. Eu vou ignorar isso. Será que dá pra você falar logo o que quer?

Ele se sentou na cama, viu a cesta de prêmios que ganhei do concurso da foto e começou a mexer nela.

— Deimos e Fobos – disse. – Pode me contar mais sobre o seu sonho? Não omita nenhum detalhe.

Sentei em uma poltrona e narrei os acontecimentos. Apolo escutava com atenção, embora vasculhasse, ao mesmo tempo, minha cesta. Segurou o Dollynho de pelúcia e ficou olhando para ele, como se quisesse extrair algo do objeto. Após alguns momentos, atirou-o na cama.

— Certo... – murmurou. – Os piolhos devem ser coisa deles...

— Hã?

Que?

— Nada não, enfim... Creio que eles vão atacar de novo. Mas para nossa sorte, Deimos e Fobos não são nada inteligentes. Preciso resolver isso. Não fale com ninguém, tá bom?

Pela primeira vez, ele possuía uma expressão séria e confiável.

— Tá bom...

Ele pegou um porta-retrato de dentro do cesto e colocou sobre o meu criado-mudo.

— O que está fazendo? – perguntei.

— Decorando isso aqui. É bem neutro. Muito sem graça. Se nos casarmos, eu jamais vou deixar você decorar o nosso quarto!

 - Desculpe?

— Só estou sendo sincero – ele sorriu. Levantou da cama e começou a vir em minha direção. – Você estava muito bonita ontem.

Me levantei da cadeira e cruzei os braços.

— Vai se ferrar!

Ele riu. – Vou entender isso como obrigado.

Ele se aproximou por completo de mim e ficou parado ali na minha frente, com um ar travesso, esperando.

— Acho melhor – comecei, porque aquilo estava ficando estranho – você ir.

— Você não quer que eu vá.

— Ah, eu quero sim!

— Quer nada. Admite logo que você é louca por mim.

— Louco é você por pensar isso.

Coloquei as mãos em seu ombro e comecei a empurrá-lo em direção a porta.

— Quando é que vamos sair de novo? – ele perguntou.

— Não sei – continuei empurrando. – Não sei mesmo.

Apolo parou na porta já entreaberta. Fiz pressão contra ela, pra que fechasse logo, mas ele colocou o pé na brecha.

— Só vou depois que ganhar um beijo de boa noite.

— Meus deuses – balancei a cabeça, chocada. – Você é realmente louco.

— Só um...

— Nem um, nem nada. Eu preciso descansar pra essa gincana louca, ok? Vai dormir.

— Não vou.

Ele empurrou a porta, que se abriu. Bufei irritada, dividida entre expulsar ele a ponta pés ou chorar de raiva enquanto expulsava-o a ponta pés. Percebi que, mesmo na forma meio deus, ele ainda tinha alguns poucos poderes, e eu não ia conseguir botá-lo pra fora.

— Tudo bem então – falei. - Se eu der, você vai embora e me deixa em paz?

— Prometo.

Apolo abriu um sorriso de orelha a orelha, e irritantemente cegante.

— Tudo bem então – dei de ombros com pesar.  – Feche os olhos.

Obediente, ele fechou. Coitado, pensei rindo. Ele realmente está acreditando...

Rápida como uma flecha, me inclinei e beijei sua bochecha. Foi só um toque de lábios contra sua pele, e fechei a porta logo em seguida, passando o trinco.

— Ei! – Apolo bateu contra a madeira. – Não valeu!

— Mas é claro que valeu! Você não especificou onde era! – falei rindo. – Eu cumpri minha parte!

— Camille!

— Tá na hora de você cumprir a sua. Boa noite, Apolo!

Sorrindo, fui para a cama e me cobri.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Nos conte o que achou, nos comentários! Queremos saber! :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Seleção de Apolo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.