Convergente: O começo de uma nova vida escrita por Jennifer46


Capítulo 8
O resultado


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Quatro e eu viramos alguns corredores até que chegamos em uma sala com janelas enormes de vidro,dando a possibilidade de ver a variedade de aparelhos e pessoas com roupas brancas,máscaras e luvas.Tudo bem organizado.
–Venha.
Entro naquela enorme sala.Dentro há outros cômodos menores,com portas estreitas.
Alguns me olham impressionados,abrem caminho para mim passar.O que eu fiz pra todos me respeitarem tanto assim? Uma mulher vem em nossa direção.
–Quatro! - ela diz abraçando-o.
Quem é essa?
Depois ela me olha impressionada.
–Ela é a...
–Sim,sou Tris - digo interrompendo-a.
–Essa é Nita - Quatro me apresenta sua amiguinha.
Ela olha sem entender nada.
–Olha,vou resumir,como você vê eu saí do coma,eu não te conheço porquê eu perdi a memória,e fecha a boca que de impressionada,já basta eu.
Os dois me olham espantados com o que eu acabei de falar.
–Então,vamos fazer o exame?
–Vamos,venha.
Ele me leva até uma sala pequena com duas cadeiras e uma bandeja em cima de um balcão pequeno encostado na parede.
–Sente-se aqui,Tris - Anita diz apontado para a cadeira - e Quatro aqui.
Quatro vai para outra sala pequena.Me sento na cadeira.
Nita,não gostei dela,não sei porquê.Ela vem até mim com uma bandeja com seringas,agulhas e outras coisas que eu não sei o que é,ela coloca a bandeja em cima do balcão pequeno.Ela vem até mim e tira um pouco do meu sangue,parece que tirou litros.
Ela descarta a seringa e me entrega um pedacinho de algodão.Limpo o sangue sob a minha pele e jogo o algodão no lixo.
Ela vai até Quatro e faz o mesmo procedimento.Depois Quatro vem até mim.
–Amanhã o exame estará pronto e iremos voltar para onde as facções viviam.
–Que ótimo! - digo cruzando os braços.
Anita aparece com dois copos com suco de laranja.Ela me entrega um e outro para Quatro.Bebo só metade do suco e entrego o copo com o restante do suco para Anita.
–Obrigada - digo a Anita - se não tem mais nada pra mim fazer eu prefiro ficar sozinha,com licença.
Quatro não diz nada,ele e Anita me olham sair da sala.Até que enfim um pouco de paz.
Ando por vários corredores.Será que este lugar não tem saída? Viro mais alguns corredores e mais à frente vejo uma árvore enorme,há poucas pessoas por perto da árvore.Vou até ela,me sento e encosto as costas nela.
O teto é de vidro,dando pra ver as estrelas no céu.Por que isso foi acontecer logo comigo? Provavelmente eu era teimosia,e ainda sou.
As estrelas brilham naquele céu azul escuro.
–Tris! - diz um garoto vindo em minha direção.
Ah,que bom! Acabou a minha paz!
Não me levanto.Ele se senta ao meu lado e encosta na árvore.
–Quem é você? - pergunto-o.
–Como assim? É o Zeke ora! Não vai me dizer que você perdeu a memória - ele me cutuca com o cotovelo -,para de brincadeira.
–Mas não é brincadeira,Zeke.Eu perdi realmente a memória.
Ele me olha espantado.
–Sério?
–Infelizmente sim.
–Ah,me desculpa,eu não sábia.Deve estar sendo muito difícil para você.
Ele me abraça.Apesar que eu não o conheço,me sinto protegida,com paz,e que posso confiar nele quando abraço-o.Depois solto-o e me encosto na árvore e volto olhar as estrelas.
Como o Quatro deve estar se sentindo com a perda da minha memória? Provavelmente não é muito fácil pra ele,a pessoa que você conhece,que ama,não te conhece,nem lembra dos momentos que eles passaram juntos.
–Você deve estar achando isso tudo muito louco.
Eu olho para ele.
–Por acaso você lê pensamentos?
Ele sorri.
–Infelizmente não.
Depois de alguns minutos de silêncio Zeke resolve falar.
–Já está na hora do jantar,vamos.
–Não estou com fome,pode ir.
–Ah para com isso,há um ano e meio que você não come uma boa comida.
É verdade.
Há uma bandeja com uma comida que não conheço: pedaços circulares de carne entre fatias redondas de pão.Seguro um deles entre meus dedos,sem saber ao certo o que fazer.
Quatro me cutuca com o cotovelo.
–Isto é carne - diz ele. - coloque isto dentro. - Ele me passa um pequeno pote que está cheio de um molho vermelho.
–Você nunca comeu hambúrguer? -pergunta Christina.
–Não - respondo. - É assim que se chama?
–Os caretas comem comida simples - diz Quatro.
Outra lembrança.Quatro e Christina,hambúrguer.Eu não sabia o que era hambúrguer.
–Tris - Zeke me chama,me fazendo voltar a realidade.
–Oi.
–Eu trago comida e nos comemos aqui mesmo.
–Tem hambúrguer?
–Hambúrguer? Por que hambúrguer?
–Sei lá,veio a mente - digo deixando de lado a lembrança que tive.
–Ok,eu vou lá pegar.
–Espere.Eu vou tomar um banho e volto aqui para comermos.
–Não vai se perder.Siga esse corredor até o final e vire à esquerda,e vai ter uma porta pequena marrom.Vou deixar roupas lá pra você.
–Ok.
Me levanto e vou até o banheiro.Tomo banho e visto a roupa deixada em cima da pia.Volto para a árvore.Será que devo confiar em Zeke?
Zeke está lá sentado com dois hambúrguers e duas garrafinhas.Ele me vê e balança os hambúrguers.Sorrio.Me sento ao lado dele e e encosto na árvore.Ele coloca um prato com hambúrguer em meu colo me e entrega um suco.
–Pensei que você não viria.
–Eu também não.
Ele sorri.
Pego o hambúrguer e dou uma mordida.
–Então,por que você quis hambúrguer?
Olho pra ele.Ele pergunta muito e observa também.
–Ah,deu vontade de comer hambúrguer - dou uma desculpa qualquer.
–Tá bom, - ele me cutuca com o cotovelo - vou fingir que acredito.
Comemos em silêncio o hambúrguer.Tomo o último gole de suco.Quanto tempo eu não comia!
Olho as estrelas em silêncio.
Amanhã iremos voltar pra casa.A casa que eu já morei,a que eu não me lembro.
Fecho os olhos e deixo os pensamentos me levar,até que durmo...
Sinto braços me envolver,me levando para algum lugar.Abro parcialmente os olhos e vejo o rosto do Quatro.
–Nunca vou desistir de você - ele diz em voz baixa.
É impossível protestar,os meu olhos se fecham e sou envolvida pelo calor e volto a dormir.
Acordo e olho em volta.Estou deitada em uma cama.Como eu vim parar aqui? Tento lembrar o que aconteceu ontem à noite e me lembro do rosto do Quatro.Ah,ele me trouxe até aqui.
Jogo a coberta de lado que estava me cobrindo e levanto.Sigo para o banheiro que tem dentro do quarto.Lavo o rosto e saio do quarto.Quatro está encostado na parede ao lado da porta.
–Você estava me esperando? - pergunto-o.
–Sim.
–Então,pra que você estava me esperando?
–Pra pegar o exame e irmos pra casa.
–Ah.
Vamos para aquela sala enorme novamente.Entramos nela e Nita nos vê e pega um envelope em uma gaveta,e vem em nossa direção.
–Aqui está - ela diz entregando o envelope para Quatro.
–Obrigado.
Ela me olha.
–Oi Tris!
–Oi - respondo "super animada".
–Vem - diz Quatro pegando a minha mão e me tirando da sala.
–Quatro - chamo-o.
–O quê?
–Pode soltar a minha mão?
–ah,sim,desculpe,me esqueci.
Voltamos ao quarto.
–Aqui - ele me entrega o envelope.
Pego e me sento na cama.Isto irá mudar minha vida,mesmo se a filha não for minha.Abro o envelope e tiro o papel que está dentro.Leio o papel e agora sei o resultado.Entrego o papel para o Quatro e ele lê.
Ele me olha e senta ao meu lado.
Não sei o que dizer,não sei se eu fico feliz ou triste.Mas neste momento,esses dois sentimos tomam conta de mim.
–É...ela é nossa filha - digo em voz baixa.
–Tris,olhe pra mim.
Olho pra ele.
–Eu sei que é muito estranho pra você ter uma filha,ainda mais com um cara que você nem conhece.Eu não fiz esse exame de DNA pra você ter que cuidar de Beatrice,eu fiz pra provar que eu estava falando a verdade,pra você confiar em mim.
Eu paro de olhar pra ele e abaixo a cabeça.Eu tenho uma filha,eu tenho uma filha.Como eu vou cuidar dela se eu nem a conheço.Mesmo sabendo que ela é minha filha é estranho.
Ele me abraça e eu encosto minha cabeça em seu ombro.
–Você não gostou da notícia,dá pra perceber - ele diz.
Solto-o e olho pra ele.
–Não é isso,é que é muito estranho.
–Pode contar comigo pra qualquer coisa,Tris.
Alguns minutos se passaram
e o silêncio ainda continua.
–Então,vamos pra casa? - digo quebrando o silêncio.
–Vamos.
Nos levantamos e saímos do quarto.Andamos por alguns corredores e vejo uma porta enorme de vidro,a saída.
–Suas malas já estão dentro do carro.
Até que enfim saímos deste lugar.O sol bate em meus olhos e faço sombra com minha mão em meus olhos para enxergar melhor.Há dois carros parados na porta.Olho em volta e só vejo deserto,e também um muro enorme bem distante.
–Tris,você,Zeke e eu neste carro.Os outros,no outro.
Vou até o carro entro e me sento.Hoje eu irei conhecer a minha casa,quer dizer,a minha antiga casa.Hoje irei conhecer o lugar que eles tanto falam.


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