Convergente: O começo de uma nova vida escrita por Jennifer46


Capítulo 12
Mais um dia normal


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Me desculpem por demorar postar esse capítulo,mas é que estava sem tempo.Vou tentar não sumir assim novamente.Prometo termina essa fanfic.Bjs e boa leitura!



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  Quatro me olha e abre a porta.Ele deve estar arrasado.Todos estamos.Não sei como ele vai achar o Peter,mas sei que ele vai morrer.
    Não quero deixar Beatrice aqui.Não quero.Não podemos deixá-la aqui.
–Não podemos deixá-la aqui - digo olhando para o Quatro.
     Meus olhos enchem de lágrimas novamente.
    Não quero deixar ela aqui,mas pra onde iríamos levar ela? Ela se foi,se foi.Não quero aceitar isso.
    Quatro me abraça.
–Tris,eu também não quero deixá-la,mas não temos onde fazer um enterro.Pra onde iremos levá-la?
    Tento me conformar mas não consigo.Por que isso tem que acontecer comigo?
     Ouço sirenes.
–Temos que ir - Zeke diz.
   Solto Quatro e aceno em um sim.Nos dois olhamos Beatrice no chão.Pálida.Sem vida.Pela última vez.Saímos daquela sala.
   A raiva me consome.A tristeza vai sendo empurrada para o canto.Eles mexeram com a pessoa errada.
    Há várias pessoas correndo pelos corredores.
–Vamos,por aqui - Quatro diz.    
      Seguimos ele pelo corredor,até que aparece no final do corredor alguns homens com armas.Ou são da audácia ou são os sem facções.
–Voltem - Quatro grita.
     Nós trocamos tiros com eles e depois viramos e saímos correndo até os outros.
–Precisamos sair daqui logo - Zeke diz.
–Vamos por aqui - Quatro diz apontando para as escadas.- Me dê a Shauna.
  Quatro entrega a arma dele para Uriah e pega a Shauna.
   Descemos as escadas.São só aqueles homens nos seguindo? São muito poucos.
   Alcançamos o final da escada.
Ouço passos vindo atrás de nós e tiros,eles estão perto.
    Corremos mais rápido e chegamos a porta.
–Aqui - Quatro entrega Shauna a Zeke - corram o máximo que puderem,fique com a arma Uriah.Depois encontro vocês.Se escondam.Vá com eles Tris.
–O quê?! O que você vai fazer?
    Já ouço os passos dos homens bem perto de onde estamos.
–Vá com eles.
–Eu não vou sem você - digo pra ele.
   Ele me olha e não diz nada,pega a arma da minha mão e esconde de baixo da blusa.
–Vão! - ele diz.
   Eles nos olham e saem correndo.
    Os homens chegam e apontam as armas para nós.
–Se reagiram morrem! - um deles diz.
   Quatro levanta as mãos se rendendo.Eu olho pra ele.O que ele vai fazer?! Também levanto as mãos.
    Eles vem até nós.
–Vão,andem logo.
    Eles encostam as pontas das armas em nossas costas nos fazendo subir pela escada.
    Quatro está à procura de Peter.Hoje ele morre.Subimos a escada toda e viramos um corredor.
   Um deles abrem a porta à minha direita.Somos empurrados para dentro.Há várias celas com paredes de vidro.Um homem abre a porta e nos empurra para dentro.
–Vai nos deixar aqui?! - digo batendo no vidro.
    Eles não ligam e vão,batendo a porta.
       Encosto a cabeça no vidro e tento esquecer tudo,mas quanto mais tento esquecer,mais as lembranças ficam "agarradas" à  minha mente.
    Penso em Beatrice,que nunca mais poderei vê-la,pegar ela no colo,ver ela crescer.Começo a chorar e balançar a cabeça,tentando fingir que isso foi apenas um pesadelo,e que vou acordar.Mas não,não acordo.Tenho que aceitar essa realidade.
   Quatro me abraça tentando me consolar,mas nada irá me consolar.
     Nós dois precisamos do apoio um do outro,eu perdi uma pessoa que eu amo e ele,perdeu duas.Apesar que a mãe dele não era muito boa,ele a ama.
        Paro de abraça-ló e vou para o fundo da cela e me sento no chão.Só basta esperar.Esperar o quê? Nós morremos?!
    Divergente,isso tudo aconteceu porque sou divergente!
     Perdi muitas pessoas nesse lugar.Minha mãe,meu pai,Caleb,como ele pode fazer isso.Será  que meus pais ainda estariam vivos se eu estivesse quieta no meu lugar? Essa é uma dúvida que irá permanecer por toda à minha vida.
    Não posso e nem quero ficar mais nesse lugar,preciso ir morar em outro lugar bem longe daqui,mas onde? Só conhecemos este lugar e onde o David mora.Eu não quero ficar lá.
    Mas,há outro lugar que não conhecemos,o resto da cidade de Chicago,é pra lá que vamos.Assim que conseguirmos sair daqui.
     Ficamos em silêncio,só olhando um para o outro,quanto tempo já estamos aqui? Uma hora,trinta minutos,quinze?
    Ficamos calados por mais ou pouco até que a porta se abre e Caleb entra.
    Ele me olha com um olhar de pena.Continuo sentada e encosto a cabeça nos joelhos,só para não olhar mais pra ele.
   Não acredito que ele fez isso.Quem diria que aquele Caleb altruísta se tornaria esse Caleb.
–Tris posso falar com você? - Caleb pergunta.
–Não.Deixe-a em paz - Quatro diz impaciente.
   Não me levanto e continuo ignorando-o.
–Não estou falando com você.Tris por favor,podemos conversar?
–Cale a boca e vá em bora.
–Tris?
    A raiva me consome e levanto.
–O que você quer Caleb?! Acabar com mais vidas?! Falar que eu deveria ficar quieta?!
–Só queria dizer que podia ser diferen...
–Vai em bora Caleb! Não temos nada pra conversar!
     Ele me olha e sai.
     Volto para o fundo da cela e me sento novamente no chão.
   O que ele fez não tem perdão.
   Por quanto tempo iremos ficar aqui?! Minha perna começa a arder mais.
    Começo a dar chutes na porta,liberando toda à minha raiva.
–Merda!
   Alguém abre a porta e logo o vejo.Peter com mais dois guardas.
    Ele sorri ao me ver.Retribuo o sorriso.Peter,chegou a sua hora.
    Os dois guardas estão armados e Peter também.Um garda vem até à porta e a abre,o outro fica do lado de fora e aponta sua arma para Quatro.Um entra dentro da cela e segura o meu braço.Quatro olha pra ele.
–Solte ela.
–Opa!! Calma aí.Fique no seu lugar se não ela morre - Peter diz apontando a arma pra mim.
   Parece que já até acostumei ficar sob a mira de uma arma.
–Vá para o fundo da cela.
     Quatro me olha e obedece.Provavelmente está planejando quando irá matar Peter.
    O guarda aperta mais o meu braço e me arrasta para fora da cela.Quatro dá um passo para frente.
–Fique aí.
   Peter sai do rumo da porta e um guarda fecha a porta rapidamente,deixando Quatro preso dentro da cela.
    Peter sorri e puxa o meu cabelo com toda força para trás.
–Pare agora! - ouço Quatro suplicar. - Deixe ela ir,me leve.
    Tento agarrar as mãos dele mas não consigo.
    Ele para de puxar,mas continua segurando o meu cabelo.
–Ah,como é bom ver você sofrer.Parece que você gosta muito dela.Você não gostaria que ela morresse,gostaria?
  Quatro não responde nada,só olha com ódio para Peter.
    Ele precisa matar Peter logo,se não eu vou morrer e ele também.
–Então, - Peter dá um chute em minhas pernas fazendo com que eu caia de joelhos no chão. - você gostaria que ela morresse?
  Arfo de dor.
–Pare de fazer isso com ela! -
Quatro diz nervoso - deixe ela em paz,me leve em seu lugar.
–Você acha que eu não conheço o seu joguinho?
    Os dois se encaram por um tempo depois Peter susurra para um guarda " pode matá-lo".
–Não,não.Quat...
   Peter puxa o meu cabelo me fazendo levantar.
–Que merda! Pare de puxar o meu cabelo!
–Não fale assim comigo careta!
    Meu couro cabeludo já está dormente.
–Venhe,tente salvá-la.
   Peter mira em meu pé e atira.
–Tris!
   No começo não sinto nada,mas depois começo a sentir a dor.Quase não consigo ficar em pé.Peter pega o meu cabelo e começa a me puxar em direção a porta.
    Ouço uma porta se abrir e tiros.Peter ainda não não foi baleado,se não já tinha me soltado.
–Se eu vou morrer,ela vai junto comigo!
–Não!
   Ouço um tiro e uma arma cair.Sou largada de repente no chão.Uma dor percorre o meu pé até à minha perna,onde levei o tiro.
–Tris,você está sangrando muito.Me desculpe,não deveríamos ter voltado.
    Aceno com a cabeça.Não quero olhar para o meu pé,mas mesmo assim me sento encostando-me na porta e olho.
Escorre sangue da minha perna até o meu pé.No chão há uma poça de sangue.Uma bala está alojada em minha perna e a outra em meu pé.
    Quatro tira a blusa dele e amarra no meu pé,estancando o sangramento.Seus músculos ficam à amostra.Por um momento ele me vê observando e sorri.Desvio o olhar e fico vermelha.Não sei por que ainda não me costumei com isso.Ele me pega no colo e me segura firme.
–Vamos sair daqui.
–Eu consigo andar.
–Com essa perna e o pé machucado? Não,não consegue.
   Não digo nada,só balanço a cabeça.Ele abre a porta e sai correndo em direção as escadas.
    Tomara que ele não me deixe cair.
    Parece que a Erudição não tem tantos aliados.Se não estariam todos atrás de nós.
    Quatro corre mais um pouco até que conseguimos ver a porta.
Não ouço ninguém vir atrás de nós.Só sobrou Caleb pra ser o líder.Não quero ver ele nunca mais.
    Saímos daquele lugar.Provavelmente já é de tarde.
–Onde iremos encontrar eles?
–Não sei.Só sei que preciso te tirar daqui,te deixar viva.Não posso te perder.
    Ele me olha nos olhos.
    Não sei como ele não está cansado.
    Precisamos encontrar os outros,e sair daqui,precisamos ir para a cidade de Chicago.Essa é minha vida,sempre sendo fugitivos,perdendo pessoas.Foi mais um dia "normal".
–Você sabe que...
–Sim,nós vamos para Chicago.Quer dizer,o resto de Chicago que a gente não conhece.
–Sim,era isto que eu iria dizer.
–Vamos viver uma vida feliz,eu prometo.
–Espero que sim.
      Encosto a cabeça em seu ombro e fico assim por um bom tempo.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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