Convergente: O começo de uma nova vida escrita por Jennifer46


Capítulo 10
De frente pra morte


Notas iniciais do capítulo

Esse é o décimo capítulo que eu posto.Postarei outro amanhã,e o resto dos capítulos serão um por semana,como eu disse,se der posto mais de um.Bjs e boa leitura!



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Ele me olha e me abraça.
—Pensei que você não iria lembrar mais.
Ele me abraça mais forte.
Ficamos assim por um bom tempo até que ele me olha.
—Não sei como aguentei ficar sem você.
—Mas você estava comigo.
—Sim,mas você não me conhecia,isso era horrível.
Sorrio.
—O que importa é que estamos aqui,eu estou com você.E agora te conheço.
Ele sorri me beija no pescoço.Eu o envolvo em meus abraços e beijamo-nos por alguns minutos no fundo do abismo.No mesmo lugar que ele me trouxe quando seus olhos escuros encontraram os meus.Depois me sento ao lado dele e encosto minha cabeça em seu ombro.Olho o lugar e me lembro de quando viemos aqui.
—Hã,você me trouxe aqui.
—Sim.Não me esqueci de quando te trouxe pra cá. Estava com uma pouco de esperança que se eu te traze-se pra cá,você lembraria de algo mais.
—Deu certo.
Ficamos lá por mais alguns minutos sentindo os pingos de água cair em nós.
—Odeio estragar esse momento mas precisamos subir para o quarto.Preciso te contar algumas coisas.
Ele pega a minha mão e seguimos para o quarto. Entramos e ele fecha a porta.
Me sento na cama e ele senta ao meu lado e pega minha mão e segura firme.
—Primeiro,nunca mais faça isso comigo Tris,você poderia ter morrido,poderia nunca ter recuperado a memória.Eu estava aqui,cada dia me perguntando quando você se lembraria de tudo.
—Me desculpe,mas era preciso.
—E eu Tris? Eu preciso de você.
Não falo nada,só penso em quanto ele sofreu.Ficamos em silêncio por mais alguns minutos até que ele volta a falar.
—Segundo,estou desconfiado de algumas coisas.
—Sobre o quê? - pergunto-o.
Ele olha o quarto todo em busca de câmeras e acha uma bem pequena em nossa direção.
Ele coloca a mão em meu pescoço e chega a boca perto da minha orelha.
—Parece que a Evelyn voltou - ele diz baixinho.
Ele beija o meu pescoço e um arrepio corre pelo meu corpo.
—Preciso te contar em outro lugar - ele diz mais baixo.
Ele se afasta e olha pra mim.
Lá vamos nós! Parece que minha vida não pode ser normal.
—Vamos jantar primeiro e depois te conto.
Sigo ele até a porta mas ele para e olha pra mim.
—Eu acho que é melhor você fingir que ainda não lembrou de nada.
—Por quê?
—Te conto depois.Ok?
—Ok.
O que a Evelyn está fazendo desta vez? E porquê devo fingir que ainda não me lembrei de tudo? Sigo Quatro até o Fosso.Há várias pessoas lá.Vou até uma mesa e me sento.Quatro vai buscar comida pra gente.
Aqui mudou muito.Há pessoas que eram da Franqueza,Erudição e muito poucas da Abnegação.
O Uriah vem em minha direção.Quase o chamo e conto que lembrei de tudo,mas penso no que Quatro falou e fico quieta.Ele senta ao meu lado.
—Tris,me desculpe aquele dia,é que eu fiquei muito surpreso com a notícia.
—Não tem problema.Todos ficam surpresos.
Quatro volta com dois pratos com hambúrguer.Hambúrguer.
Quatro senta ao meu lado.
—Nossa,dão hambúrguer aqui ainda!
Quatro e Uriah olham pra mim.Percebo o que eu falei.
—Você lembrou de algo Tris? - Uriah pergunta curioso.
—Infelizmente não,Quatro me contou que quando eu cheguei aqui,eu não sábia o que era hambúrguer - digo tentando convencer ele.
—Ah.
Parece que eu o convenci.Dou uma mordida em meu hambúrguer.
—Eu já vou - diz Uriah se levantando e saindo.
Não falo nada e deixo - o ir.
Quatro olha pra mim e eu levanto as sobrancelhas querendo dizer "Foi mau,saiu".
Continuo comer o meu hambúrguer e observo o lugar.
Vejo uma mulher vir em nossa direção.Ela,a que eu não queria ver nunca mais.Nita.
—Oi Quatro! - ela diz sentando ao lado dele.
Acabo o meu hambúrguer e olho para outro lugar fingindo que eu não a vi.
—Oi! O que te trás aqui? - Quatro pergunta.
—David me mandou pra ver como está a Tris,e se não tiver recuperado a memória ficarei aqui por uma semana pra supervisionar ela e fazer alguns testes.
Ótimo! Vou ter que aguentar uma semana com ela me vigiando.Queria contar que já recuperei a memória e pra ela dar o fora daqui que não preciso dela,mas não posso fazer isso.
—Oi Tris!
Viro e a olho fingindo que só vi ela agora.
—Oi.
—Então,você se lembrou de algo mais?
—Sim,lembrei de algumas coisas a mais.
—Que ótimo,amanhã preciso que você me encontre aqui às dez horas,pode ser?
—Pode - digo me segurando para não dizer outra coisa.
—Então às dez te encontro.
Ela volta a conversar com o Quatro e eu fico lá observando o lugar e os dois conversando.Fico totalmente excluída da conversa.Fico inquieta com a presença dela.
—Eu já vou - digo me levantando - boa noite.
—Boa noite - Quatro diz me olhando.
Nita não fala nada e eu saio daquele lugar.Era só o que faltava! Nita aqui!
Subo as escadas e me encosto na porta do quarto.Eu poderia ir pra casa,minha antiga casa na abnegação.Não,está muito escuro.Preciso ir para algum lugar.
Andos pelos corredores e abro uma porta,saindo no terraço do prédio.O vento é suave,e está um pouco frio.Meus pés pisam na brita,dando um pequeno barulho.Vou até à beirada e olho pra baixo,e me lembro do dia que tivemos que pular do trem,quanto tempo passou.Me afasto um pouco da beirada e me sento.
Algumas luzes da cidade ainda estão acesas,não há barulho algum de carros ou pessoas,só do vento .Fecho os olhos lembrando de quantas loucuras eu passei e que terei que aguentar Nita.O chão treme um pouco e ouço um apito,o trem.Me levanto e afasto mais da beirada do prédio.Será que vou pra Abnegação? Eu poderia dormir lá e voltar pra cá bem de manhã,mas eu nem sei se ainda minha antiga casa está lá,se não está destruída,ou se tem outra família morando nela
O trem se aproxima e pessoas aparecem nas portas dos vagões.Parece que são
ex-membros da Audácia.Eles começam a pular do trem,todos chegam ao telhado com sucesso.Eles me olham e eu os vejo melhor.Eles não se parecem com os ex-membros da Audácia.Eu os observo,e eles parecem mais com sem facção,mesmo com roupas limpas,eles são diferentes.
Eles olham pra mim e começam a me rodiar.O que eles querem comigo? Olho para os lados e começo a mover bem devagar pra trás.Eu preciso sair daqui.Me viro rapidamente e saio correndo até a porta,tento abri-lá mas está trancada.Quem trancou a porta?! Eles me olham e sorriem.Eu vou morrer.Não sou capaz de lutar com dez homens ao mesmo tempo,talvez nem um.Preciso fazer algo.Olho pra eles tentando achar um ponto fraco ou algum jeito pra mim escapar mas não acho nenhum.Eles chegam mais perto.
Tenho uma ideia,não muito boa mas irá ajudar um pouco.Enfio a mão na brita e começo a jogar neles,fazendo pouquíssimos recuar.Outros chegam muito mais perto.Era melhor eu ter ficado no Fosso e ter aguentado Nita.Viro começo a bater na porta e gritar,mas ninguém aparece.Sinto braços segurar a minha mão para trás,tento me soltar mas eles dão um chute em minha perna e eu caio no chão.
—O que vocês querem?! - grito.
—Fique quieta garota,só iremos fazer algumas perguntas.
Um homem amarra uma corda em em meus pulsos e me levanta,me deixando de joelhos na brita.
—Primeiro: Você perdeu a memória,não perdeu? - um homem indaga.
—Sim.
—Segundo: Você recuperou a memória?
Pra que eles querem saber disso?
—Não,não recuperei a memória.
—Sério? - ele diz passando uma faca em meu braço,fazendo escorrer sangue pelo meu braço.
Eles querem alguma informação.
—Sério - digo novamente.
Ele ri e me joga no chão e me chuta nas costelas.Uma imensa dor me atinge.Preciso falar a verdade.
—Então garotinha,você recuperou a memória? - diz o homem calmamente.
Como ele soube que recuperei a memória?
—Sim.
—Ah,até que enfim! - ele diz sorrindo pra mim - Podem matar ela.
—O quê?!
—Não precisamos mais de você.
Ouço pés pisando na brita.
Um homem alto me pega e me joga em seu ombro.Eu vou morrer.Ele vai em direção à beirada do prédio.Preciso fazer algo.Ele segura minha panturrilha,então ainda posso usar os pés.Levanto o meu pé e acerta o rosto do homem.Ele me joga no chão imediatamente.Arfo de dor.Olho pra ele,e ele está com a mão no nariz e há um pouco de sangue.Ele me olha furioso.
—Vocês não sabem fazer nada direito?! - o primeiro homem diz.
Ele vem até mim e me joga em seu ombro.Preciso escapar.Vejo a faca em seu bolso de trás e tento pega-lá mas não consigo.Ele já está quase na beirada.Tento novamente e consigo pegar ela.Começo a cortar a corda.Alguns homens vê o que estou fazendo e sorrirem.A porta atrás deles se abre Quatro aparece.Ele me vê e os outros homens começam a cercar ele.O homem que me segura vira e o vê.
—Vamos acabar com isso logo - o homem diz.
Ele se vira e volta a caminhar mais rápido para à beirada do prédio.Jogo a faca para o Quatro e ele pega.Comeco a dar murros nas costas do homem que me carrega mas ele não me larga.
Estamos poucos centímetros da beirada.Ele me levanta e eu tento escapar mas não consigo.
—Você estragou os meus planos,você já deveria estar morta - o homem diz me olhando nos olhos.
Ele me joga da beirada do prédio.Eu vou morrer.
—Tris! - ouço Quatro dizer.
Mas seguro a manga de sua blusa,fazendo com que eu fique pendurada.O homem cai de joelhos no chão e cresce uma mancha de sangue em sua blusa.Me agarro na beirada do prédio e fico pendurada.Não olhe pra baixo,não olhe.O homem está na beirada quase caindo.Passa alguns segundos e ele cai,vejo uma faca em em suas costas.Me seguro mais firme e fecho os olhos.
Mãos seguram os meus braços e começam a me puxar.
Quatro.Ele consegue me puxar e me levanta,me abraçando.
Minhas costelas doem.
—Eles te machucaram?
—Me solte,por favor.
Ele me solta e me olha e vê o meu braço cortado e com sangue seco.
—Tris?
—Tirando o chute em minhas costelas,o braço cortado e eu quase ter morrido,estou bem.
Ele me olha me examinando.
—Não deveria ter deixado você sair de lá.O que eles queriam?
—Me perguntaram se eu recuperei a memória.
—O que você disse? - ele me pergunta.
—Disse duas vezes que não,mas parecem que eles já sabiam que eu recuperei a memória,daí o corte no braço.Tive que falar a verdade.
Ele me olha e me abraça de leve.
—Vamos tratar isso.
Ele pega a minha mão e passamos por vários homens no chão,alguns com sangue em suas blusas ou mãos. Saímos daquele lugar.Ele fecha a porta e descemos as escadas.Vamos em direção a enfermaria.Ao entrarmos dou de cara com Nita.Ela me olha parecendo um pouco surpresa.O que ela está fazendo aqui? Ela está com uma roupa branca.Vou até uma cama com forro branco e me sento.
Nita vem até mim.
—O que aconteceu? - ela indaga.
—O que você está fazendo aqui?
Ela me olha.
—Vou ajudar as enfermeiras enquanto eu estiver aqui.
Perfeito!!
—Te conto outra hora.Pode examinar ela?
Ela me examina e faz um curativo em meu braço e depois de um tempo diz que fraturei duas costelas.Tomo um banho e depois ela enfaixa o local e me dá uma anestesia local.
Eu e Quatro voltamos ao quarto.Me sento na cama e olho pro chão.Quatro fica à minha frente me olhando.
—Quando ele foi me jogar de cima do prédio o homem disse "Você estragou os meus planos,você já deveria estar morta" não tem nenhum sentido,tem?
Ele pensa um pouco e se senta ao meu lado.
—Alguém está nos vigiando.E ele está próximo.Precisamos ter cuidado.
Balanço a cabeça concordando.
—E Beatrice,com quem ela está?
—Com Christina.
Me sinto uma mãe desnaturada.
—Mas eu posso cuidar dela.
—Você não lembra de nada,se lembra?
—Mas...
—Depois falamos sobre isso, - ele diz me envolvendo em seus braços - você precisa descansar primeiro.
Nos deitamos e os seus braço continua em volta de mim.
Eu poderia ter morrido hoje.
Ele passa as mãos em meu cabelo até que durmo.


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