Capítulo 9

 

EDWARD

 

 

– Então, meus meninos, o tema de hoje é o sexo, como vocês já viram no quadro. – senhor Molina falou descontraído – Agora me digam, o que sabem sobre sexo? – zuuuummmm. Cri-cri-cri-cri. Zuuuummmmm. Cri-cri-cri-cri.

 

 

Ninguém ousou falar, mas muitos pensavam coisas absurdas sobre sexo. Algumas das criancinhas pensavam em minha Bella de forma possessiva, quanta fantasia hein? Pronto, eu sei que também estou sendo possessivo dizendo aquilo do minha, mas o que eu posso fazer contra isso? Nada!!! Sacaram? Eu não posso fazer nada contra mim mesmo. Hehehe. Pronto, essa foi literalmente sem graça, foi seca. Preciso beber agua pra lançar pérolas melhores que essa.

 

 

– Ok, como queiram. O sexo é uma forma que as pessoas usam pra demonstrar o carinho existente uma na outra... – escutei Bella se remexer nada confortável na sua cadeira com o que o professor falava.

 

 

Bella estava quase tão vermelha como o tapete dos Óscars. O cheiro me torturava e me dava prazer. Eu não entendia o porquê de seu constrangimento. Mentira, eu entendia perfeitamente!!! Eu estava gostando daquilo.

 

 

– Bom, eu sei que alguns de vocês não são mais virgens... – o professor falou olhando todos com cara de “vocês não me enganam”. – Portanto, quero vos dizer pra exporem as vossas duvidas, não tenham vergonha disso. – ele terminou olhando pra todos.

 

 

ZZZZUUUUMMMM... CRI-CRI-CRI-CRI-CRI...

 

 

Nada. Ninguém falou. Pareciam estátuas na sala de aula, mas ninguém conseguia ficar tão imóvel como eu. Se isso fosse um concurso eu ganhava até com uma perna às costas!!!

 

 

Sinceramente, era a primeira vez que via essa turma tão quieta. Se não conseguisse escutar os seus pensamentos, os seus corações batendo e a respiração deles, diria que a sala estava vazia.

 

 

– Ok, já percebi que ninguém gosta desse tema... – o professor disse em voz baixinha, só pra ele.

 

 

“Bella, você quer jantar no La Bella Italianna comigo? Não idiota, essa qualquer um que queira convida-la fala. Tenho que ser mais criativo. Tyler, Tyler, go go!!!” – Tyler pensou. Era bom que ele se mentalizasse que Edward Cullen é dono de Bella Swan antes que fosse tarde demais pra sobreviver ao meu ataque de fúria.

 

 

“Nossa, como será que Bella é na cama? Aposto que ela é uma fera! Mal posso esperar para o baile da Primavera!!!” – Esse Newton ainda não percebeu que não deve entrar em território de um vampiro?!? Cara, basta eu atirar com uma bola de papel na cabeça dele que ele morre logo, visto que ele tem cabeça oca.

 

 

– Er... senhor professor... – Jennifer Ford chamou o professor. – Porque você não entrega logo as camisinhas que tem que nos dar e esquece o assunto. – ele disse em tom de gozação.

 

 

“Quando Jessica me disse que iam entregar camisinhas pelos alunos hoje, pensei que ela estivesse só brincando, mas pelos vistos, não estava.” – Jennifer disse mentalmente. – “É bom ter uma amiga que é sobrinha de uma professora! Sempre tem as sua vantagens.”

 

 

– É, Jenny, você tem razão... – o professor falou indo em direcção ao armário e pegando uma caixa que tinha vários sacos de papel. Ele foi passando pelas carteiras e distribuindo um saco pra cada um.

 

 

Bella recebeu o dela sem sequer olhar para o professor. Ele disse um “obrigada” quase inaudível e pousou o saco sobre a carteira.

 

 

Senhor Molina entregou também um saco a mim e continuou a sua distribuição pelo resto da turma que faltava entregar.

 

 

– A gente podia usar essas coisas juntos. O que acha? – provoquei Bella. – Deixe-me ver quantas camisinhas tem aqui. – abri o saco e contei rapidamente. – Olhe Bella, tem aqui duas caixas de camisinhas. Você quer experimentar hoje à noite comigo? – perguntei continuando com a minha provocação.

 

 

– Vai se foder, Cullen. – ele disse mostrando o dedo do meio.

 

 

– Sabe que é a segunda vez de você me faz esse gesto? – eu falei sorrindo pra ela. – E é excitante!

 

 

– Bom meninos, como essa aula correu um pouco diferente do que eu pensava, vou vos deixar fazer o que quiserem essa aula. – o professor Molina disse se sentando na sua carteira. – Ainda estou esperando que vocês tirem duvidas, se quiserem...

 

 

“Na verdade eu acho que essa aula correu mmmuuuito diferente do que eu esperava. Mas eu não vou reclamar, bem melhor assim...” – escutei vindo de senhor Molina.

 

 

Vi Bella buscando o papel que a lesbica... oh, a Denise a tinha dado com os ingredientes do ritual desnecessário para o quarto dela.

 

 

 

 

 

BELLA

 

 

– Então, o que nós vamos fazer essa aula, Bella. – ouvi a voz aveludada do Cullen. Nem olhei pra ele quando respondi, tinha medo de ficar sem palavras.

 

 

– Primeiro, nós não vamos fazer nada, segundo, pra você é Isabella. – continuei lendo as instruções que Denise havia escrito na folha de papel.

 

 

– Você é absurda, porquê que só eu é que não posso te chamar de Bella? – será que esse idiota não vai calar aquela boquinha linda e sexy?

 

 

HÃ? BOQUINHA LINDA E SEXY? OK, BELLA, SE LIGA. ESSE CARA QUE TEM BOQUINHA LINDA E SEXY É O CULLEN, EDWARD CULLEN, PORTANTO MANTENHA-SE NA LINHA.

 

 

– Blá, blá, blá, blá! – eu falei ignorando o bastardo.

 

 

– Blá, blá, blá, blá? Não sabia que você era tão baixa a ponto de me responder isso a uma pergunta tão simples. – ele me disse que eu jogo baixo?!

 

 

– OLHA AQUI, CULLEN! – ops, acho que eu disse um pouco alto demais. Toda a turma estava olhando pra nossa mesa, directamente pra mim, como se eu fosse uma maluca retardada. – Quê? Precisam de uma foto minha pra olharem melhor? – eu falei pra todos os que me olhavam. Eles fecharam a cara e viraram de novo.

 

 

Olhei para Edward. O que mais me surpreendeu foi que ele não estava rindo da minha cara de tomate. Ele olhava pra mim fascinado.

 

 

 

 

EDWARD

 

 

Bella estava tão linda quando não implicava comigo. Me senti até lisonjeado por notar que não é só comigo que ela embirra. Acordei dos meus devaneios com Bella estalando os dedos na minha cara.

 

 

– Quê?! Você também precisa de uma fotografia minha pra me observar melhor? – minhas esperanças foram por agua a baixo. Bella nunca pararia de ser tão mazinha pra mim. Eu só me pergunto como eu a conquistaria.

 

 

– Gosto de olhar. Vai me proibir? – provoquei.

 

 

– Se for necessário, sim. – ela disse me olhando profundamente. Cara, eu sinceramente começava a desconfiar que Bella era bipolar. Ora me olha com ódio, ora me olha com carinho. Eu começava a ficar baralhado com essas mudanças de humor repentinas. Não que estivesse reclamando por ela me olhar com carinho.

 

 

Automaticamente, aproximei o meu rosto do dela, observando os seus lábios se entreabrirem em antecipação. Era como se ela estivesse hipnotizada, me olhando com os olhos vidrados na minha boca.

 

 

De repente ouvimos uma risada estrondosa que nos fez afastar de imediato.

 

 

Era Jennifer que ria de uma merda qualquer que Tyler havia dito. Sim, uma merda porque estragou o meu momento. O meu e o de Bella. O nosso momento.

 

 

Lutei contra o impulso de atirar com o porta-lápis na cabeça de cada uma daquelas criancinhas com a mania que eram crescidas. Bando de merdolas!!!

 

 

Qualquer dia apareço vestido de Edwardzilla... e não sei o que faço a esse bando de humanos insignificantes. De uma coisa eu tenho certeza: podem esquecer a piedade, porque eu não sou Deus!

 

 

Virei a cara pra Bella, mas não consegui olha-la como eu queria. Uma cortina que ela havia criado entre nós com os seus cabelos castanhos avermelhados me impedia de observa-la detalhadamente. Conseguia sentir o cheiro adocicado de seu sangue, e não tive duvidas que ela estava corada.

 

 

A aula se seguiu silenciosa entre nós, enquanto os outros conversavam animadamente sobre suas estúpidas aventuras. Mas na hora do almoço eu faria de tudo pra ganhar a sua atenção.