4ºCAPITULO

BELLA

O sinal tocou e eu me apressei a ir pra minha primeira aula. Matemática. A disciplina que eu mais odiava. Sorri comigo mesma quando lembrei da minha escola antiga. Matemática. Aquilo a que na minha antiga escola eu chamava de Matemerda (matemática+merda).

Damien já havia parado o seu interrogatório estupido sobre o tal de Edward Cullen e eu saí, em busca da minha sala, pra que não me atrasasse apenas procurando. Eu corri, com o capuz na minha cabeça e apenas olhando o mapa da escola, e do nada, thumm. Quase caí, mas umas mãos quantes me agarraram antes que eu encontrasse o chão.

Olhei pra cima e vi um garoto com uma linda pele avermelhada, sorrindo pra mim com seus dentes sintilantes em comparação com a sua pele. Os cabelos negros caiam em uma cascata pelos ombros.

-- Bella?!? - ele disse numa voz rouca, como se me conhecesse de algum lado. -- Bella, você se lembra de mim? Sou eu, Jacob, filho de Billy Black... - ele dizia, tentando me lembrar, e sim, agora eu me lembrava. Era Jacob Black, meu amigo aqui de Forks. Como ele havia crescido... estava mais alto e musculoso... e mais bonito. Eu já imaginava que ele era o aluno popular da escola, tentando pegar a garota nova da escola, mas que afinal, no caso dele, era alguém que ele conhecia.

-- Jacob! - disse, o abraçando. -- OMG! Como você cresceu... - disse eu feliz.

-- Você também cresceu, Bella. - Jacob disse, retribuindo o meu abraço carinhosamente demais, mas eu nem liguei. Ainda se fosse um completo estranho, eu lutaria caraté e o deixaria estendido no meio do chão.

-- Você esta realmente diferente em muitos aspectos. - Jacob disse assim que nos afastamos um do outro, olhando pra mim.

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Nós andavamos pelos corredores ainda cheios (isso comprovava que realmente ninguém gosta de aulas teoricas). Por onde nós passavamos, todo mundo assenava e cumprimentava. Eu me sentia muito exposta junto de Jake, mas não era por isso que eu deixaria de andar com ele, vendo que ele é o meu único amigo na escola.

-- Jake, você pode me ajudar achar a sala onde eu vou ter matemática? - falei depois de ele se despedir de uma tal de Lauren que me olhava feio.

-- Oh, claro que sim. - ele disse descontraido.

-- Jacob, eu quero chegar lá rapido, antes que a sala fique cheia. - eu expliquei assim que vi que ele lerdo a compreender as coisas.

-- Meu Deus, Bella. Você gosta assim tanto de matemática? - ele me olhava incrédulo. - Cara, eu odeio matemática. A professora só escreve arabe e fala chinês. Eu não entendo nada daquilo... - ele dizia sem sequer respirar.

-- Jake, dá pra você parar de falar? - perguntei, quase dando um tapa na nuca dele como eu fazia com Jordan e Jonathan quando eles falavam besteira. Ele ainda me olhava como se ainda tivesse algo pra falar. -- Respira, garoto!

Ele estava ficando branco. Eu achei que ele tinha morrido só de olhar a pele dele. Seus punhos estavam fechados, tinha as narinas dilatadas e a expressão enraivecida. O que eu fiz pra ele ter raiva de mim? Estalei os dedos na cara dele como Damien havia feito comigo. Talvez ele fosse como eu e se irritasse com esse gesto. Resultou. Ele saiu do seu transe e me olhou.

Todo mundo parou o que estava fazendo olhando na minha direcção. O quê? Parem de me olhar assim babados. Comecei a olhar pra mim mesma e reparar se eu tinha alguma coisa, mas nada. Jacob continuava palido e olhou pra trás de mim. Segui seu olhar por instinto e cheguei à conclusão que não era pra mim que todos olhavam e sim pra quem acabava de chegar.

Vi quatro pessoas passando. Eram todos lindos. Um grandalhão - que eu compararia com o panda do kung-fu - que estava com a mão na cintura fina de uma loira, demasiado superficial talvez, mas mesmo assim, a garota mais linda que eu já vi. Tinha outro casal, um loiro esquisito e uma garota bem mais pequena que eu. Reparei que vinham todos juntos, falando entre si. Talvez fosse um grupo de amigos ou algo parecido.

Todos tinham peles palidas, sem impurezas. As goratas usavam roupas de grinfe e os garotos vestiam roupas que pareciam comuns, mas bem caras.

Sorri feito boba quando a mais baixinha de cabelos espetados parou de falar e me acenou. Eu também acenei e ela veio na minha direcção deixando os outros irem sem ela.

-- Você deve ser Isabella, filha do chefe Swan, certo? - ela perguntou com a voz melodiosa. Notei seus lindos olhos. Dourados.

-- Er... sou sim, mas pode me chamar de Bella. - eu disse insegura.

-- Fui eu que decorei o seu quarto. - ela me informou, olhando atentamente pra minha roupa.

-- Então você é filha do Dr. Cullen. - estendi minha mão para cumprimenta-la. Pude ouvir um suspiro de frustração vindo de Jacob, mas não liguei muito.

-- Sou Alice Cullen, prazer. - ela apertou a minha mão. Sua mão era suave, mas também tão dura e fria que parecia ter estado no frigorífico durante horas. -- Eu posso te acompanhar até a sua sala de matemática. - ela disse me puxando com ela. Ouvi um muxoxo vindo de Jake, mas ignorei. Ela saiu me rebocando, deixando um Jacob Black com cara de poucos amigos.

Passamos por vários corredores, agora quase vazios, sempre com ela me puxando. Finalmente paramos em frente a uma porta de vidro.

O sorriso dela aumentou ainda mais quando falou.

-- Que lindo!!! - ok, agora ela parecia uma pulguinha saltitante, olhando pra algo dentro da sala.

EDWARD

É claro que Alice sabia que Bella iria ter aula comigo. Ela estava apenas fazendo teatrinho, como sempre fazia pra não desconfiarem de nós. Ela era a que mais se socializava com as criancinhas, inventando novas. A maior parte dos boatos sobre a nossa familia, eram sempre por causa daquela coisinha que agora estava saltitando.

Enquanto Alice me olhava, piscou o olho pra mim, de maneira que apenas eu visse, e eu retribui o gesto sorridente.

Bella seguiu o olhar de Alice, até que parou em mim. Seus olhos se arregalaram e sua pele palida, começou a ganhar cor. Senti o seu odor mais forte devido a acumulação de sangue na sua cara. Imaginei o porquê da sua reacção. É, talvez eu tenha realmente exagerado com ela no banheiro...

-- Droga! Logo aquele aí?!? - Bella falava inconsciente de que eu e Alice a escutavamos. -- Optimo, vou ter a aulaque mais detesto com o cara mais tarado e paneleiro que já conheci na minha vida... - ela ainda protestava.

-- O quê um paneleiro? - em vez da baixinha fingir que não ouviu nada, falou sem conseguir travar aquela língua aguçada.

“Desculpe, Edward... não é facil ser normal com humanos, mas veja o lado positivo, você vai saber o significado daquilo que ela te xingou, né?!?” - Alice pensou, me fazendo sentir ainda mais idiota do que já sentia.

-- Er... um... um paneleiro é... tipo... ok, esqueça. - ela exclamou do nada.

Ah, Bella. Você não sabe com quem esta lidando...

-- Oh, vá lá Bella... eu sou muito curiosa!!! - Alice ainda insistia.

-- Ok, Ok. - Bella fez uma pequena pausa antes de continuar – quem ouve a expressão “paneleiro”, pensa que é alguém que fabrica panela né?

QUÊ??? Que porra é essa? Eu não fabrico panela! Ela que chame de paneleiro a quem realmente fabrica panela, ué.

-- Mas a outra parte dessa palavra é tipo... gay. Prontofalei.

Eu quase ia tendo um enfarte! Ela tava achando que eu... eu era... GAY???

Ok, Edward, respire fundo. Não faça besteira. Você é um homem ou uma migalha de pão? É claro que eu sou homem. Não, melhor. Eu sou um vampiro.

O cheiro de Bella invadiu minhas narinas mais intensamente. Eu soube que ela havia entrado na sala. Tinha mais ou menos meia duzia de alunos, nerds (todos, menos eu que estou aqui por outros motivos).

Ela andava meia descoordenada, o mais longe de mim possivel. Mas infelizmente Bella não sabia, mas seria obrigada a se sentar na mesma carteira que eu... pobre menina.

-- Mas que grande merda. Eu sou uma merda. Minha sorte é uma merda! Vou ter a aula mais merda, com um merda ambulante chamada Edward Cu, meu cerebro é uma merda... eu sou todinha feita de merda... - Bella resmungava baixinho enquanto passava pelas carteiras. Perai. MERDA?!? EU???

Essa garotinha, definitivamente, não sabe de quem esta falando. Ela que exprimente falar isso na minha cara, que eu mostro para ela quem é mesmo merda.

Provavelmente eu me aproveitaria da situação pra poder fazer ela se sentir tão mole que no dia seguinte não conseguiria se mexer sem sentir incomodo em certas partes. Ela iria saber que ela não deveria se meter com um vampiro sempre com tesão, só de ver ela mexendo o soutien.

-- Oi... você deve ser Isabella, né. - aquela voz me tirou dos devaneios. Era Tyler. Ele veio pra sala mais cedo só pra encontrar Bella primeiro.

-- Pois... - “Pronto, é isso ai. Sou Bella. Apresentação feita... Você já sabe o meu nome e eu não quero saber o seu. Adeus”. Era isso que eu queria que ela falasse. Mas não. Ela falou outra coisa. -- Sim, sou Isabella, mas me chame de Bella. É que eu odeio quando me chamam Isabella. Meu nome é uma merda. Ops, você não ouviu isso. - ela sorriu corando, sem graça.

Seu cheiro se intensificou. Aquele agrupamento de sangue em seu rosto me deixava com agua na boca, mas eu não queria arriscar em perder meu precioso pau quando Alice descobrisse que eu comi Bella (literalmente).

-- Eu sou Tyler. E pode deixar, Bella. - Tyler se aproximou mais de Bella – Eu já ouvi bem pior do que merda.

Que porra. Eu já estava ficando maluco, farto de ouvir a mesma palavra estupida. Sempre merda e merda. Hein... que isso Edward! Se Esme te ouve falando isso, você fica sem orelha de tanto ser puxada.

A professora Olympia entrou na sala com cara de poucos amigos (como sempre) e olhou ao redor, vendo que faltavam muitos alunos.

Viu Bella e a analisou, não gostando do que via. Ela pode não gostar, mas eu adorava o que eu via naquela garota.

-- Hey. - Ela chamou por Bella, mas ela continuava falando com Tyler, tentando de safar dele. - Hey, mocinha, eu tou falando com você, não me ouve, hein?

Bella desviou o olhar de Tyler aliviada e encarou a Sra. Mal-Humorada com cara de me-fala-assim-de-novo-que-eu-não-ouvi-direito.

BELLA

Eu falava com Tyler, quando ouço uma voz irritante se dirigindo a mim. Me virei aliviada por me livrar de Tyler. Mas quando vi que quem me falava era uma professora irritantemente irritante, que parecia me fuzilar com os olhos.

Quê? Eu não tenho culpa de não ter ouvido essa mulherzinha né?

-- A senhora por acaso falou comigo? - eu perguntei, na minha melhor voz.

-- Sim, estou fanlando com você sim. Poque ainda esta de pé? A menina não acha que é hora de sentar, não? - ela falava como se me conhecesse a muito.

-- Eu tou vendo muita gente de pé ainda, porque se dirigiu directamente a mim? - engole essa, toura mansa! Vá para o caralho.

Já me chegava ter a aula que eu mais detestava, com o meu mais novo inimigo - leia-se Edward Cullen - e agora, tenho uma professora rabugenta me enchendo o saco?!? É, minha vida era mesmo uma merda em certas coisas.

-- Olhe aqui mocinha, não me fale assim que eu sou mais velha e tenho muita mais experiencia de vida que você. - ela falava me apontando o dedo.

Eu acreditava que ela era mais velha que eu, mas duvidava que ela tinha mais experiencia que eu, pelo menos em alguns assuntos. Tipo, essa daí parecia uma carente. Virgem-de-meia-tigela.

Nossa discussão esquisita acabou quando entraram um montão de alunos, empurando uns aos outros porta dentro.

-- Mas o que... - a rabugenta gritou para os alunos que entravam com violência pela porta.

-- Oi, Bella. - ouvi uma voz familiar. Meu coração quase saía pela minha boca. Parei de respirar e me virei para o dono daquela linda voz.

-- Er... oi. Posso te pedir só uma coisinha? - eu disse assim que o vi se aproximar mais de mim. Ele era tão glorioso, e lindo e fofo. Ok, foco Bella, foco. Você o odeia. Ele é um atrevido e você odeia atrevidos desde que terminou o seu namoro com Akon.

Mas ele é tão lindo. Ele pode não ser como Akon. Se calhar ele nem tem namorada... Naaaaaa! Ele tem namorada sim. E eu não que ser o motivo do fim do namoro dele, nem morta!

Meu namoro acabou por causa de uma traição. Eu não queria ser como aquela vaca da Jessica. Ah, como eu odeio aquela garota que fingia ser minha melhor amiga, afinal, não passava tudo de uma farsa pra se aproximar de Akon.

-- Peça o que você quiser... - ele disse sorrindo torto. Minha sequencia cardiaca aumentou, e eu pensei que teria um ataque cardiaco ali no meio da sala de aula.

-- Optimo. O que eu vou te pedir é bem simples. Mantenha a distancia de mim! - dito isso, eu me virei e fui me sentar como a professora mal humorada havia mandado.