— Eu vou lá. - Chat Noir se dirigiu ao arsenal, sentindo seu sangue ferver.
— Precismos pensar antes de agir. - Marinette segurou o braço dele. - Não podemos ir sem um plano.
— Você não vai a lugar algum. Eu vou. - ela segurou o braço dele mais forte.
— Como assim eu não vou?
— Olha o que ela fez com você. - virou-se de frente para ela - De jeito nenhum que eu vou deixar você sair desse jeito.
— Só que eu ainda sou a Ladybug e Paris precisa de mim assim como precisa de você. E ninguém vai conseguir ser salvo se nos separarmos e você for lá de cabeça quente. - ele suspirou, relaxando a postura - Paris precisa de nós dois. Juntos.
— Certo. - falou ainda não muito contente com a ideia de Marinette sair para enfrentar Antibug no estado que se encontrava - E qual é o plano? - ela fez um barulho estranho com a boca e soltou o braço dele.
— Eu não sei o que fazer. - baixou a cabeça. Chat Noir passou a mão nos cabelos frustrado. - Fazer um novo Miraculous, talvez?
— Não temos ideia do que deu errado com o antigo, como podemos fazer um novo? Nem temos tempo.
— Nós não, mas a Tikki e o Plagg... Ah meu Deus! O Plagg! - Marinette sentou no computador e começou a digitar algo rapidamente. Adrien franziu a testa e caminhou até ela. - Pronto! - o bastão dele se iluminou e em seguida o holograma do seu kwami apareceu.
— Graças a Deus eu estou de volta. - o pequeno gato comemorou dramático.
— Plagg! - Adrien deu um sorriso - Como fez isso? - perguntou para Marinette que ainda digitava algo no computador.
— Eu sabia que você era curioso e poderia fazer Plagg comentar algo sobre minha identidade mesmo sem querer, então coloquei uma trava na trava de segurança. Surpresa! - ela levantou uma das mãos, ainda sem tirar os olhos da tela. - Deve estar se perguntando porque não disse antes. - ele realmente estava - Bem, porque era surpresa. Pronto. - se atirou para trás na cadeira assim que terminou de digitar.
— Obrigado. - deu um beijo rápido nela e escorou as mãos nos joelhos olhando para a tela. - O que você fez agora?
— Tirei as travas dos kwamis, coloquei Plagg para recuperar os dados, pois mesmo que eu tenha o salvado, grande parte dos dados foram automaticamente apagados, e ainda coloquei para rodar um programa de análise e produção de um novo Miraculous.
— Tudo isso em menos de um minuto?
— Eu sou um gênio. - se exibiu, ficou de pé e correu até o arsenal - Agora vamos.
— Como assim, vamos? Tem algum plano em mente?
— Por enquanto precisamos atrasar Antibug, enquanto Tikki e Plagg estudam e fabricam o novo antídoto. - a garota abriu um compartimento pegando um uniforme reserva.
— Acha que eles vão conseguir?
— Deixei disponível todos os tipos de dados possíveis, então espero que sim. - Marinette explicou enquanto analisava o uniforme.
— Ei, quando foi que fez esse uniforme? É bem mais sofisticado que o seu e que o meu juntos. - Adrien segurou a parte do braço - O que isso faz? - apontou para um tipo de bracelete com alguns cartuchos acoplados.
— Uma pergunta de cada vez. - ela riu sentindo seus músculos faciais doerem novamente - Digamos que eu não fiz da noite pro dia. E eu fiz um pra você também, pega ali. - apontou para um compartimento - E isso é um disparador de projéteis. Eu até te explicaria tudo certinho, mas creio que não temos tempo.
— Uau! - Adrien observava seu novo traje, maravilhado - Não vai me dizer que essa cauda...
— Sim, ela se mexe.
— Nossa, eu não sei como te agradecer...
— Agradece depois, agora veste isso, pois temos uma cópia barata da Ladybug para deter.
*
— A mais nova vilã, Antibug continua a atacar cidadãos inocentes aos arredores da Torre Eiffel, mas a pergunta que não quer calar é onde estão Ladybug e Chat Noir? - a repórter falava atentamente para a câmera. Logo Antibug pousou atrás da mulher, que recuou assustada.
— Gostaria de mandar um recadinho para os queridos "heróis" de vocês. - Chloé se aproximou do câmera que tremia enquanto filmava. - Se não aparecerem de uma vez, Paris vai pagar. - ela estava prestes a atacar a repórter quando sentiu um choque percorrer seu corpo, a fazendo cair de joelhos.
Todos olharam para cima, na direção que o projétil havia sido lançado e se depararam com ninguém menos que Ladybug, que tinha o pulso estendido bem na reta de Antibug.
— Então é isso que ele faz. - Chat Noir murmurou observando com um sorriso de lado.
— Desculpe pela demora, eu estava cuidando de alguns assuntos importantes. - Ladybug e Chat Noir saltaram no chão de frente para a vilã que levantava com dificuldade. - Não estava procurando por nós? Pois estamos bem aqui. Agora deixe os cidadãos de Paris em paz, sua cópia barata. - Antibug grunhiu e correu na direção dos heróis que facilmente golpearam ela juntos, a jogando longe.
Chloé levantou do chão rindo enquanto limpava um pouco de sangue que saia de sua boca. A loira colocou uma das mãos sobre a barriga, tossindo em seguida.
— Você não é nada sem o Chat Noir, Ladybug. Porque não me enfrenta de igual para igual?
— Primeiro que eu e Chat Noir somos uma dupla, e se mexer com um, mexe com o outro. - Marinette foi se aproximando - E segundo, porque no momento que você usa seus poderes para machucar o povo parisiense, nunca poderemos nos igualar. - Chloé correu e avançou em Marinette, que conseguia com muita dificuldade desviar dos golpes.
Chat Noir logo se juntou a luta. A dupla desviava e acertava a vilã com uma sincronia perfeita. E utilizando as garras, o felino conseguiu arranhar a costela de Antibug que cambaleou para trás.
— Acham justo o que estão fazendo comigo? Dois contra um não vai contra a política perfeita de super heróis?
— Não tente virar nossa ética contra nós. - o gato gritou se posicionando ao lado de sua lady.
— Onde foi parar o inabalável senso de justiça de vocês? - naquele momento Marinette sentiu como se toda Paris tivesse parado para ouvir o discurso fajuto de Chloé. O pior é que ela também sentia que a loira estava certa. Dois contra um nunca é o correto.
— Bugaboo? - Adrien chamou baixou como se tentasse acordar ela do transe.
— Nunca pensei que fosse dizer isso, mas tem razão Chloé. - Chat a olhou assustado enquanto Antibug recuperava a postura com um sorriso debochado.
— Finalmente concordamos em alguma coisa. Que eu tenho razão. - a vilã comemorou.
— Marinette, o que está fazendo? - o garoto se aproximou, sussurrando para que ninguém mais ouvisse. - Não está pensando em lutar sozinha com ela não é? - a essa altura Chat Noir estava com o corpo colado no de Ladybug.
— E então? Vai ficar aí parada que nem uma tonta com seu gatinho de estimação, ou vai lutar comigo para eu acabar com você de uma vez por todas? - Antibug perguntou impaciente.
— Não vou deixar você fazer isso. - ele segurou o pulso da azulada, fazendo-a olhar diretamente nos olhos dele. - Você não vai se arriscar desse jeito.
— Adrien, eu preciso...
— Você mesma disse que somos uma dupla. Que ninguém vai ser salvo se nos separarmos. - ele a encarava com o semblante sério. E Marinette sentiu seu coração bater mais rápido que o normal.
— Eu sei o que eu disse mas...
— Paris precisa de nós dois. Juntos. - repetiu as palavras da heroína permanecendo com o olhar preso ao dela. Ele sabia que embora Ladybug fosse movida pela razão, Marinette era em grande parte movida pela emoção. E embora as palavras que ele desejava proferir influenciariam na decisão dela, Adrien decidiu que já estava mais do que na hora de dizê-las. - Vamos cuidar disso juntos, como tem que ser. Não suportaria se algo desse errado caso você venha a fazer isso sozinha, sabe por que? - a garota sentia sua respiração cada vez mais descompassada - Porque eu te amo, Marinette.