Capítulo 9 - She was confused

A menina não sabia como reagir, sentia cada célula de seu corpo gritar e osso estremecer. Era como se seu cérebro tivesse parado, porque ela não conseguia esboçar uma sequer expressão facial além do medo que a tomava cada vez mais.

Olhou em volta procurando algum lugar para ao menos, tentar se esconder de quem quer que fosse. Se culpou mentalmente, por quê diabos ela tinha que estar sempre no lugar errado na hora errada?

As escadas, foi basicamente a única coisa que ela conseguiu pensar, corra para as escadas. Todo o seu corpo se preparava em um impulso para sair correndo, quando uma voz nem um pouco calorosa soou em seus ouvidos como um alarme.

— O quê diabos você está fazendo aqui? - o desprezo evidente na voz a entregava por completo, Carrie.

Sam se virou lentamente com o coração na garganta, seus olhos estavam arregalados e suas pernas estremeciam. A menina tentava lutar contra qualquer reação que demonstrassem o quão amedrontada ela estava, contudo sua luta foi em vão.

—O quê você ouviu? - Carrie perguntou tentando manter a calma no tom de voz. Minta, uma voz sussurrava na cabeça de Sam, não é tão dificil apenas minta. A garota mordeu os lábios ansiosa.

—Bem, - sua voz falhou, caso não se controlasse iria começar a gaguejar - eu ouvi que você vai se encontrar com um... namorado secreto na Mesa de Pedra? Não tenho certeza, estou com tanto sono que nem sei o que ouvi. - evitou soar irônica ao falar, com um sorriso inocente forçado, Carrie fingiu que acreditou.

A expressão do rosto da mais velha suavizou, não tinha por quê se preocupar, Samantha não fazia mal a uma mosca. A garota podia ser um incômodo para ela, contudo mal sabia se auto defender; sendo assim, não era grande coisa.

—Ah sim..... Bem não conte para o Ed, sabe como ele é... Eu vou comprar com esse cara um presente para ele, sabe… - ela falou dando um sorriso falso, a expressão de nojo voltou, era como se ela basicamente estivesse pensando “por quê raios estou perdendo meu tempo explicando algo para ela?”

Sam suspirou de alívio quando a mais velha se retirou em passos largos. Várias teorias mirabolantes loucas vieram a sua mente, poderia Carie ser a hospedeira da feiticeira? Ela queria liquidar quem?  O que ela queria dizer com " você só existe por que eu existo"?

A menina andava meio desconcertada com a cabeça nas nuvens, tropeçou em sua própria sapatilha, esperou seu corpo sentir o contato com o chão até perceber que alguém a segurava pela cintura.

— Você tem que ter mais cuidado por onde anda. — a voz preocupada de Edmundo soprou em seus ouvidos, fazendo com que seu corpo estremecesse, não esperava que o garoto aparecesse do nada e a agarrasse pela cintura.

— Hum, — virou-se para ele com o rosto queimando de vergonha — obrigada, estava meio perdida nos meus pensamentos.

O garoto abaixou a cabeça e deu um riso fraco, mostrando suas covinhas.

— Você é engraçada. — disse fazendo com que ela cruzasse os braços.

— E você está me deixando envergonhada. — admitiu virando o rosto vermelho para o lado.

— Então eu te deixo tímida? — um sorriso de canto apareceu no rosto de Edmundo, a fala da garota parecia deixa-lo feliz. Aproximou-se para perto dela com o coração palpitando, gostava de ver suas bochechas corando e seu olhar se desviar do dele. Gostava da ideia de ela provavelmente estar apaixonada por ele.

Ao contrário do garoto, Sam estava entrando em pânico aos poucos, a proximidade com Edmundo não fazia com que ela raciocinasse bem o suficiente, embora soubesse o quão errado aquilo era. Procurava achar algo em qualquer lugar que tirasse sua atenção dele, contudo aquelas orbes negras a atraía como um imã.

Podia sentir a respiração dele contra seu rosto, e embora quisesse sair correndo, também sentia a necessidade de estar mais próxima.

Quando que ela e Edmundo ficaram tão próximos a esse ponto? O quê tinha acontecido para desencadear isso?

A ideia de tudo aquilo poder ser uma brincadeira de mau gosto foi o que fez ela se afastar, mesmo que seus lábios estivessem a milímetros de se encontrarem, juntou toda a sua força e o empurrou para longe.

— Não brinque com os meus sentimentos, — ele parecia assustado demais com a atitude anterior para falar alguma coisa — eu não sou um brinquedo, Edmundo.

Dito isso ela saiu de lá rapidamente, e embora quisesse chorar, no fundo sentia orgulho de si por provar seu valor. Sam não seria a garota que estaria ali para ele apenas e unicamente para quando ele quisesse, ela também tinha sentimentos.

~•~

Lúcia olhou por um breve momento para Samantha, e logo depois para seu irmão. Os dois evitavam se olhar, e pareciam estar extremamente desconfortáveis por dividirem o mesmo barco. Carrie, diferente dos dois, parecia explodir a cada vez que o olhar dos dois de cruzavam. Era como se algo que ela quisesse que desse certo não estivesse funcionando.

Elisabeth remava quieta em seu canto, enquanto Caspian olhava seu mapa distraído. Cada um ali estava imerso em seus próprios pensamentos, Lú era a única que os observava com um suspiro cansado. Algo que lhe dizia que aquela busca não iria dar muito certo, e embora sempre fosse positiva, a ideia de ter Carrie a bordo não parecia facilitar a situação.

Novamente, suspirou, se Susana estivesse em seu lugar, o quê ela faria?