Falling escrita por Lohane Pinheiro


Capítulo 17
Capítulo XVIII - I'm becoming my own salvation




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Os sons eram estranhos na sua cabeça, uma mistura de vozes, gritos e ruídos. Dean abriu os olhos e estava em um local desconhecido. Ficou olhando para aquele teto claro demais por um bom tempo, ao tentar levantar os braços eles estavam presos. Passos foram escutados, vários passos, pararam em alguns metros do que ele tinha percebido que era uma maca, gelada e nada confortável. Um rosto conhecido apareceu atrapalhando sua vista do teto, sorria bobamente e piscou rápido para ele.

— Não é que conseguiu pegar um anjo? Não do melhor significado da palavra, como eu posso dizer isso... hum... sim, literalmente, você fudeu um anjo.

— Não foi a primeira vez e nem será a última, bem, você também não saberia não é? Afinal, só teve uma oportunidade com ela – Owen ficou sério – que triste para você – ele recebeu um soco no rosto, Dean soltou uma risada e cuspiu o sangue – é só isso que você consegue fazer idiota?

— Acho que você está pronto para uma pequena demonstração do que eu posso fazer agora

— Vai o que? Me transformar em um monstro como você fez da outra vez? Eu já sei como bloquear idiota. Você vai perder seu tempo.

— Não, não vai ser com você – Owen fechou os olhos, parecia concentrado demais. Uma outra maca surgiu, com Ariel nela, estava completamente machucada e nua, amarrada como um animal na maca

— Seu sádico filho da puta

— Bem-vindo ao seu pior pesadelo. Vamos ver até quando você consegue... controlar... isso que você tem dentro de você. Entenda Dean, não é nada pessoal, eu até gosto de você. Você pode ser muito útil para mim em um futuro próximo. Nos falamos em breve – ele sorriu – meninos, divirtam-se – Ariel acordou e começou a gritar, enquanto eles a torturavam na frente dele. Dean começou a tentar se soltar mas não conseguia. Seu pulso começava a ficar machucado mas o que prendia ele na maca começou a afrouxar e ele conseguiu soltar uma de suas mãos, não pensou muito, olhou para o lado e tinha ferramentas cirúrgicas, pegou uma delas e cortou a outra amarra em seu pulso. Um dos seguidores de Owen vinha ao seu encontro, ele se levantou com rapidez e cortou a garganta dele com um só golpe, outro veio mas teve o mesmo final. Estava fácil demais, não devia ser fácil demais. Vários corpos no chão, marcas de sangue em todos os lugares e Ariel imóvel na maca. Ele soltou ela mas ela não se moveu, estava com o olhar vidrado em algum ponto daquela sala, não respirava e tinha ferimentos graves por todo corpo. O corpo dela se desfez em suas mãos e uma risada foi escutada por todo local. Dean colocou as mãos na cabeça e se ajoelhou

— Para! – ele fechou os olhos, a cada segundo que passava a risada ficava ainda mais alta, ainda mais maníaca. Ao abrir os olhos novamente ele estava de volta no seu quarto. Ariel olhava para ele assustada – droga.

— Seja o que for, não era real – ele escondeu o rosto com as mãos – ele está jogando sujo fazendo isso contigo, ele sabe o que...

— É ele sabe, isso só piora as coisas – Ariel tirou as mãos dele de seu rosto – ele é um sádico filho da puta, é só isso

— Uma boa definição para um filho de demônio – ela sorriu – eu tenho que te dizer uma coisa, Sam veio te acordar e bem... ele me viu aqui e eu estava... hum... me desculpe – Ariel disse sorrindo – bem, eu te vejo daqui a pouco – ela se levantou rápido e saiu do quarto com a mesma rapidez, sem dar tempo dele responder alguma coisa. Dean parou por um momento e sorriu.

—x-

Eles viajaram por horas dentro do Impala em direção a Atlanta, Ariel preferiu não usar seus poderes para não deixar rastros e eles precisavam levar o arsenal pois não sabiam exatamente o que poderiam encontrar no caminho. Já chegaram no local marcado era fim de tarde, ao descer do Impala eles foram andando por duas quadras até entrar em uma e parar na frente de um prédio que parecia abandonado

— Você tem certeza disso?

— Não começa – Ariel não olhou para Dean, na verdade os dois evitaram qualquer tipo de contato a viagem inteira. Dean parou do lado dela por alguns segundos e segurou sua mão, apertando-a e soltando-a quando ouviu o barulho de asas atrás deles. Ariel se virou e viu os três anjos andando na direção deles – ele já sabe

— Não sabemos como mas... isso não vai atrapalhar. Temos tudo planejado, não tem como dar errado – Haziel jogou um olhar significativo para Castiel, o anjo, parecendo não gostar da ideia, colocou as mãos dentro do casaco e tirou um objeto enrolado em um tecido marrom – mudamos algumas coisas. Você não vai lutar com ele, sabemos o que aconteceu contigo ontem e você não está bem para...

— Eu quero lutar!

— Já foi decidido Ariel, mesmo que eu seja contra – Castiel foi até Dean e o entregou o objeto. Dean desenrolou o tecido e parou olhando para o mesmo aberto em suas mãos. Era como se fosse uma espada feita de ossos. Ariel foi andando para perto dele mas Castiel impediu a menina – Dean, Sam, vocês dois continuam com Hannah, nós vamos proteger a Ariel. Ela precisa entrar, Owen está contando com isso.

— Como você tem certeza que ele não...

— Ele não pode saber que estamos aqui, eu tenho um certo... conhecimento com alguns... métodos de bloqueio. Ele não pode nos ouvir, ele pode sentir sua presença, só isso – Haziel estalou os dedos e todos estavam dentro do prédio. Andaram até o elevador que parecia antigo e quando a porta se fechou o elevador começou a descer. Ao abrir a porta o local era sombrio, com um corredor extenso e várias entradas para outros corredores

— Eu já estive nesse lugar – Ariel disse baixo – ele já...

— Ele está mexendo com vocês daqui, é normal que vocês viessem para cá em alguma alucinação – Ariel se calou, o grupo se separou. Haziel, Ariel e Castiel foram andando por um corredor e os outros foram reto.

Ariel parou de repente e ouviu um barulho alto demais, era como se algo tivesse desmoronado e alguns gritos eram escutados por ela. Uma voz se destacou e fez com que ela se desesperasse

— Não! – ela começou a correr de volta, Haziel segurou ela pela cintura – eles estão morrendo, eles estão morrendo, me solta!

— Ariel, olha para mim! – ela passou a olhar para os olhos do anjo a sua frente – ele está mexendo com a sua cabeça, você precisa bloquear

— Mas eles...

— Ariel não tem barulho nenhum, não tem nada. Apenas se concentre – ela fechou os olhos e com o tempo o barulho cessou. Ela relaxou nos braços do anjo – ótimo

— Isso é horrível

— Ele está perto, isso é bom – Ariel não entendeu o porquê dele ter falado o que ele falou, afinal, era Dean que iria lutar contra Owen. Castiel pareceu também não entender pois segurou o anjo a sua frente para ele parar

— Você disse que ela não ia lutar com ele

— Não sou de cumprir promessas, me desculpe Castiel – Haziel sacou a espada prateada e antes de golpear Castiel, voou para longe dele. Ariel olhava para ele séria, concentrada – Ariel...

— Foi você

— Ariel, você está se confundindo

— Eu sabia que tinha sido você – ela cravou seus olhos nos olhos dele e o anjo começou a gritar, um zumbido ecoou pelo local

— Ariel pare! – ela ignorou a voz de Castiel, que já estava ajoelhado no chão com a mão nos ouvidos. Haziel, que estava preso por Ariel, agora sorria

— Mostre sua verdadeira força – Ariel estendeu a sua mão e o anjo começou a brilhar demais, gritou por alguns segundos e depois se calou totalmente. O corpo morto dele caiu no chão e Ariel foi cambaleando até a parede mais próxima e tinha seu nariz sangrando

— Eu não... eu não queria... – ela olhou para o corpo morto de um adolescente ali na sua frente – eu sinto muito – ela estava ofegante e se sentou no chão – eu sinto muito

— Você precisa... – ouviram um barulho de asas, Ariel se levantou na hora que viu Hannah com os dois irmãos

— Eu juro por deus, se você fizer isso novamente – Dean se apoiava na parede, parecia tonto

— O que aconteceu? – Sam olhava para o corpo de Haziel

— Haziel era o traidor

— Eu vim para te avisar, ele mandou a gente para um caminho errado – ouviram alguém aplaudindo. Todos olharam para o mesmo lugar e lá estava Owen andando lentamente e ainda batendo as palmas para, o que parecia, um espetáculo para ele

— Brilhante! Vocês descobriram quem era o traidor e bom trabalho Ariel, eu não esperava menos de você – ele sorriu. Castiel iria avançar nele mas foi impedido – não, não quero machucar anjos, eu tenho amor a minha vida, é claro. Olá Dean, eu disse que iriamos nos encontrar novamente – ele sorriu para o homem que tinha o olhar centrado em cada movimento que ele fazia – soube também que vocês desistiram de fazer Ariel me matar, que seria um tanto curioso ver ela tentar, pelo amor de deus ela não consegue matar nem uma mosca sem ter pena dela – ele disse rindo – mas gostei do desafio, a marca de caim, usada tão... urgh... inutilmente.

— Vai para o inferno

— Já estamos nele – Owen estalou os dedos e Dean e ele sumiram

— Para onde eles foram? – Ariel olhou para todos os lados desesperada – para aonde eles foram?!

— Eu não sei, eu não consigo sentir a presença do Dean – Castiel olhou para trás e vinham mais de 10 pessoas contra o grupo – droga – Sam correu para o lado de Ariel e entregou uma arma para ela

— Você vai precisar, eu vou atrás dele – Sam depositou um beijo no topo da cabeça dela – boa sorte – e saiu correndo por outro corredor. Ariel ficou ali olhando os dois anjos lutando contra mais de 10 pessoas, que até aonde ela estava percebendo pareciam realmente pessoas. Até alguns deles verem ela ali e irem de encontro a ela, Ariel se preparou para lutar.

—x-

Dean tinha a espada nas mãos, e rodeava Owen olhando para ele. Owen estava de braços cruzados e não tinha reação nenhuma até começar a rir.

— Incrível como as coisas são não? Você aqui, no lugar dela, para tentar me matar. O que não vai acontecer. Seu namorado com certeza não gosta mais de você

— Cala a boca

— Sério, preferir você a Ariel? Uuuuh! Isso deve doer um pouco não?

— Eu disse cala a boca – Owen se calou mas continuou sorrindo

— Sabe, eu quero ver você tentar. Vai ser divertido – ele soltou uma risada baixa – está pronto? – Dean parou de frente para ele e sorriu – ótimo – os dois ficaram alguns segundos se encarando, até que começaram a lutar. Owen estava bem mais ágil, conseguia fugir de todas as tentativas de golpes e aproveitava para acertar Dean. Dean acertou ele uma vez, fazendo Owen cair, antes dele chegar mais perto Owen levantou a mão e o jogou para longe, Dean bateu a cabeça com força na parede e ficou ali. Tinha o rosto machucado, estava sangrando muito e agora a espada tinha caído para longe dele. Owen se levantou e foi andando até ele com confiança – eu pensava que vocês, os Winchester, eram mais fortes do que aparentam – Dean estendeu a mão em direção a espada e ela tremeu no chão – esperava que iria ser mais difícil – ela tremeu mais se movendo no chão aos poucos – mas sabe de uma coisa, eu não estava esperando muita coisa de um cara que tem uma marca poderosa e não usa ela – Owen sorriu. Dean conseguiu pegar a espada mas na hora que ele ia conseguir golpear Owen, Owen o golpeou no peito com a espada prateada.

Sam tinha acabado de encontrar o irmão e viu a cena acontecendo toda em câmera lenta. O grito que ele deu não impediu que o golpe fosse dado, Owen se abaixou perto de Dean e sussurrou para ele

— Isso é pelo Lucas – ele sorriu e se afastou, tirando a faca do peito dele e sumindo logo em seguida. Sam conseguiu chegar antes que o irmão caísse no chão

— Hey, Dean? – um baque foi escutado mais distante, como se fosse algo explodindo. Sam fechou os olhos, sabia que Ariel não tinha sobrevivido, era impossível ela sair dali viva – Dean?

— Eu vou ficar bem – ele disse com dificuldade

— Você precisa ficar acordado, está me ouvindo? – Dean tombou a cabeça para o lado – Hey, você precisa ficar acordado – alguns passos apressados foram escutados e Sam se assustou ao ver a menina ao seu lado

— Não, Não – ela tocou em todas as partes que pode do corpo de Dean – por favor não – ela viu o ferimento. Com os olhos já encharcados de lágrimas ela fechou o mesmo e uma luz forte demais emanou dela. Sam escondeu o rosto, Ariel voltou ao normal mas completamente machucada, Dean não tinha mais os machucados que tinha – bem melhor – ela se encostou na parede

— O que você fez? – ela sorriu – Ariel que droga!

— Cala a boca idiota – os irmãos ficaram cada um de um lado da menina – você precisa matar aquele desgraçado – ela sorriu e fechou os olhos. Sam abaixou a cabeça e Dean se levantou furioso.


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