Oitavo Andar escrita por Liz Setório
Notas iniciais do capítulo
Essa é a segunda songfic que posto. Espero que todos possam gostar.
Sintam-se livres para expressarem suas opiniões. Críticas construtivas sempre serão aceitas.
Boa leitura!
— Clarice, você não pode ver que isso não ta dando mais certo — Ele bradou.
— Então quer dizer que agora você chama o nosso namoro de isso? — questionei inconformada.
— Sim, eu chamo de isso, porque não vejo palavra melhor para descrever essa coisa indescritível que se tornou a nossa relação — sentenciou furioso.
— Então quer dizer que é assim? Gregório, você quer terminar, não é? — perguntei com a voz trêmula. O meu nervosismo estava evidente.
— E alguma vez você se importou com o que eu quis?
— Ah, pelo amor de Deus, para de bancar o dramático — declarei quase chorando, todavia fui forte e segurei as lágrimas.
— Me deixa, Clarice, me deixa — disse se dirigindo até a porta.
O Gregório saiu dali furioso. E me deixou ali, completamente sem chão, era como se o mundo tivesse acabado para mim. Eu sem Gregório não era eu. Eu não queria deixar ele. Não queria de maneira alguma perder o Gregório. Foi então que uma ideia absurda tomou conta de mim: Eu me mataria e o mataria junto, assim ficaríamos juntos para sempre e ninguém poderia nos separar. O meu plano era saltar da janela e cair em cima dele, o matando.
Mas uma queda do primeiro andar poderia não ser mortal, logo eu não poderia me jogar do meu apartamento. Droga, assim as coisas tornavam-se mais complicadas. Pensei um pouco, talvez tivesse uma solução. Pensei, pensei e cheguei à conclusão que para obter pleno sucesso, deveria me atirar da janela da casa da Dona Maria, do oitavo andar.
Se eu fosse de elevador, conseguiria chegar lá mais rápido. O Gregório era claustrofóbico e quando irritado andava mais devagar que uma lesma. Plano perfeito, nada daria errado. Quando ele menos percebesse, estaríamos nós dois mortinhos no chão.
E ai, só nós dois no chão frio
De conchinha bem no meio-fio
Todos iriam saber que fiz isso por amor a ele. O meu amor por aquele homem ficaria lembrado para todo o sempre. Nos jornais, estaria estampado na primeira página: Mulher apaixonada se joga do oitavo andar. Em sua queda, ela atingiu o amor de sua vida. Agora, eles passam bem, em outro lugar... Quem sabe o céu?
Eu já imaginava nós dois no necrotério. Naquele friozinho bom... Naquele silêncio maravilhoso... Nada nem ninguém poderia nos incomodar... Seriamos felizes, felizes para sempre.
A gente ia para o necrotério
Ficar brincando de sério deitadinhos no bem-bom
Gregório... Ah, meu doce Gregório... Como eu queria ter coragem de fazer tudo isso. Juro, juro mesmo que queria ser capaz de tomar tamanho ato de coragem, mas a covardia tomou conta do meu ser e o ato mais corajoso que pude fazer foi abrir a geladeira e devorar uma torta. Mais uma vez, eu descontaria os meus problemas na comida. Fazer o que? Afinal, morta eu já não poderia mais comer e Deus me livre não poder descontar tudo em comida.
Em vez disso eu dei meia-volta
E comi uma torta inteira de amora no jantar
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí o que acharam? Gostaram? Acham que algo precisa melhorar?
Deixem suas opiniões, elas são muito importantes para mim.
Beijinhos e até mais ♥