Pov Bonnie

Não! Não, não, não. Eu não acredito que Enzo fez isso comigo. Eu estava desolada, Kai havia me renunciado. Sim, esse era meu desejo antes de sentir algo por ele, mas agora é diferente.

Eu estava agora na casa de meus pais. Minha mãe me acalmava, e meu pai ainda não havia chegado. Kai disse que não diria a ninguém, a não ser a nossos familiares. Mas logo todos saberiam. DROGA!

Abby: acalme-se, minha filha- falou alisando meus cabelos.

Bonnie: eu juro que não fiz… fiz isso mãe- falei soluçando- foi… foi o Enzo.

Abby: eu sei querida, acredito em você.

Bonnie: Kai me renunciou mãe, ele me renunciou- chorei ainda mais.

Abby: você... o ama, não é?

Bonnie: muito- chorei mais- isso tá doendo tanto.

Abby: e ele te ama?

Bonnie: ele disse que sim, mas do que vale? Ele me renunciou.

Abby: meu amor, se realmente existe amor, ele vai ver que tudo foi um engano terrível.

Bonnie: a senhora acha?

Abby: com certeza- nos separamos e ela limpou minhas lágrimas- tudo vai se resolver, acalme-se e espere.

Bonnie: não quero esperar, eu quero... quero Kai de volta.

Abby: entendo- alisou meus cabelos- mas agora não, deixe tudo se acalmar, sim? Falei com Joshua e ele convocará uma reunião- assenti- agora descanse, o dia foi cheio.

Ela se levantou e saiu. Eu deitei a cabeça no travesseiro, mas não consegui dormir. As lágrimas quentes começaram a rolar novamente, aquilo estava doendo tanto. Eu me senti a anos atrás novamente, quando Enzo foi embora.

Mas agora não era pra Enzo, por Enzo eu só conseguia sentir ódio e desprezo. Agora era por Kai, o homem que odiei tanto e que agora amo com todas as minhas forças. Eu o quero de volta.

Bonnie: eu te amo, Kai- sussurrei- eu te amo tanto!- sussurrei novamente e comecei a soluçar ainda mais.

Pov Kai

Eu ainda estava em casa ainda. Bonnie havia ido para a casa de seus pais a um tempo. Eu estava trancado na biblioteca e chorava muito. Minha nossa, se alguém colocasse uma tocha na minha pele teria doído bem menos.

Meu coração parecia estar se rasgando, a dor era tanta. Bonnie me traiu, ainda por cima com aquele… droga!

Olhei ao redor e ainda não havia notado que tinha quebrado quase tudo na biblioteca. Os livros estavam no chão, as estantes estavam caídas, as cadeiras quebradas e a mesa era o único móvel intacto, mas tudo que havia em cima estava no chão quebrado.

Olhei para minha mão que ardia e nela havia um corte, deve ser quando joguei o vaso na parede e ele estilhaçou em minha mão.

Levantei e fui até meu quarto aos tropeços. Lavei minha mão na pia e coloquei um curativo. Decidi ir então arrumar tudo que havia bagunçado. Eu ainda não havia ligado para meu pai, mas provavelmente a mãe de Bonnie já teria ligado.

Comecei a arrumar a biblioteca, mesmo assim as lágrimas escorriam pelos meus olhos. Como ela pôde? Então ela não me amava, ela amava ele? Eu não entendo.

**

Após um tempo estava tudo arrumado, mas para mim não valia de nada. A raiva ainda não havia passado, e tenho certeza que não passaria por um bom tempo. Escutei a campainha e deixei pra lá, não estava com cabeça para ver ninguém. Porém, a pessoa não desistiu e continuou tocando. Eu já estava de saco cheio, então resolvi ir atender.

Kai: sim?- falei abrindo a porta.

Joshua: Filho?- meu pai falou entrando.

Kai: Pai? O que... o que faz aqui?

Joshua: Abby me contou tudo- abaixei a cabeça e uma lágrima escapou, dando oportunidade para outras- ah, meu filho.

Kai: Ela... ela me traiu- meu pai me abraçou e eu retribuí.

Joshua: Precisamos conversar.

Ele me levou até a sala de estar e me sentou em uma das poltronas, sentando na outra.

Joshua: Eu tenho certeza que isso é um grande engano, meu filho.

Kai: Do que está falando pai? Eu vi com meus próprios olhos.

Joshua: Sei que viu, mas deve ter entendido errado...

Kai: Não entendi nada errado!- explodi- Bonnie estava com outro homem em minha cama.

Joshua: Mas... você se amavam tanto.

Kai: Não, eu a amava. Ela não me amava, era tudo uma encenação- me levantei do sofá e mais lágrimas escorreram- TUDO UMA GRANDE ENCENAÇÃO!

Gritei e joguei um vaso na parede mais próxima.

Joshua: Oh não- meu pai falou- filho, acalme-se…

Kai: EU A AMEI! ELA… ELA ME ILUDIU!- joguei mais um vaso.

Meu pai me abraçou e eu me entreguei ao abraço. Nunca pensei que um homem pudesse sofrer tanto assim. Mas eu sabia o que era, eu a amava e não conseguia pensar nisso sem sentir raiva.

Joshua: Ah meu filho, acalme-se.

Kai: Eu… eu não a amava pai- falei mais calmo- eu a amo! Eu a amo muito! Mas… mas que droga! Eu a amo!

Joshua: Eu sei.

Eu não conseguia me controlar. Eu a amo tanto, eu a amo mais do que tudo!

Pov Bonnie

Já estava no meio da noite e eu não conseguia dormir. Conversei com meu pai e lhe contei tudo, ainda bem que ele acreditou e ficou ao meu lado, prometeu conversar com Joshua sobre isso.

Eu não sabia que horas eram, se estava perto do sol nascer ou não, só sabia que já fazia muito tempo que estava acordada, chorando e me lamentando por tudo isso ter acontecido.

Levantei da cama e resolvi ir beber um pouco de água, isso, com certeza, me acalmaria. Levantei e saí da cama aos tropeços.

Passei pelo corredor e o quarto de meus pais estava com a porta fechada. Caminhei lentamente até as escadas e desci seus degraus com dificuldade, por causa das lágrimas que embaçavam meus olhos.

Cheguei a cozinha e pus água em um copo. Minha mão estava um pouco trêmula, pois estava muito nervosa ainda, mas consegui beber água.

Senti uma presença e me virei bruscamente. Assim que me virei uma mão tapou minha boca e outra agarrou minha cintura. O copo caiu de minha mão e se espatifou no chão.

Enzo: acalme-se querida- falou com uma voz maliciosa.

Balancei minha cabeça e me livrei de sua mão.

Bonnie: PAPA…- ele tapou novamente minha boca.

Eu tentei lutar, mas ele bateu minha cabeça em algo e tudo se apagou.