— Bom, acho que é só isso. – Suspirou Marinette, aliviada por finalmente ter terminado de mostrar os lugares da escola para Jason. Subir e descer as escadas era um tanto cansativo, mesmo que fosse a Ladybug, que pulava de telhado em telhado apenas para capturar uma pequena borboleta.
A cantina estava fechada, pois já era tarde e as aulas já haviam acabado. Não havia mais ninguém além dos dois por lá.
Ficaram basicamente o período de aulas inteiro apenas visitando a escola e suas salas. Mas isso foi ordem do diretor, então não tinha problema algum. O que foi realmente decepcionante para Marinette, pois ela gostaria de ficar mais tempo observando Adrien. Mas passar o tempo com Jason foi extremamente divertido. Eles ficaram fazendo piadas e pulando pelos corredores, fazendo barulho, aproveitando que ninguém estava na escola por essa hora.
Ela se sentou em um banco próximo da Máquina de Refrigerante, fez um sinal para que Jason se sentasse também.
— Obrigado, Mari, por me apresentar tudo. – Jason sorriu. – Bem, já que me mostrou a escola inteira, que tal se a gente tomar algo daquela máquina de refrigerante?
Marinette pegou uma Coca-Cola enquanto Jason, pegou uma Sprite.
Eles voltaram a se sentar enquanto tomavam as latinhas.
— Bem...então, você é muito amiga de Adrien? – Perguntou ele, Curioso.
Marinette quase engasgou com a bebida.
— É-é claro que não! – Exclamou ela
Jason gargalhou.
— Então sua melhor amiga é a Alya, certo? – Questionou ele.
— Sim, ela é... – Sem tempo de terminar a frase, Jason já foi fazendo mais uma pergunta
— E Nathanael? – Ele perguntou, com os olhos brilhando. Parecia fascinado por cada resposta que Marinette dava em relação a seus colegas.
— Ele não fala muito comigo. Mas eu o acho legal. – A garota sorriu.
— Entendi. Ele é um garoto legal. – Disse Jason, chegando mais perto de Marinette. Ela nem mesmo percebeu. Marinette era um tanto lerda, mas entendia quando alguém se interessava por alguém. Talvez fosse o caso de Jason, que parecia estar interessado em alguma pessoa, porém, ela o acabou de conhecer. Como poderia saber de algo assim? “ Esqueça. ” Pensou ela, negando com a cabeça. – O que foi, Mari? - Perguntou Jason, preocupado.
— Eh? Nada. Que tal irmos? Já está tarde, não acha?
— Eu também acho. Você quer que eu te leve para a sua casa? – Perguntou, olhando para a latinha de refrigerante.
— Não precisa. – Ela sorriu – A gente se vê amanhã, ok?
Jason corou, mas assentiu com a cabeça.
— Até amanhã, e mais uma vez, Obrigado. – Aquilo fez com que Mari corasse também, mas ela saiu correndo antes que Jason percebesse e abrisse a boca para perguntar mais alguma coisa. Jason parecia ser um garoto legal. Mas ele fazia muitas perguntas. Ele é engraçado e faz com que Marinette se divirta. Além disso, é bonito. Um ótimo amigo em geral.
Marinette abriu a porta de casa e entrou.
— Cheguei. – Ninguém respondeu.
Marinette foi até a sala, onde encima da mesa, tinha um pequeno papel, que aparentava ser um bilhete.
“ Olá Mari,
Se você está lendo, é porque chegou em casa.
Eu e seu pai precisamos sair para fazer algumas entregas, longe daqui e também porque nós vamos sair de noite.
Não nos espere.
A janta está na geladeira, use o micro-ondas e se for usar o fogão, não coloque fogo na casa.
Beijos, Mãe e Pai”
Aquele “não nos espere” era um tanto suspeito para Marinette. Sempre que escreviam aquilo, significava que demorariam para chegar ou até mesmo chegariam no dia seguinte. Era chato ficar sozinha em casa. Pelo menos para Marinette.
— Ótimo. – Murmurou
Marinette subiu as escadas para o seu quarto, abriu a pequena porta, e entrou.
Bateu os olhos no relógio: Eram 18:39.
— Demoramos tanto assim? – Perguntou, sem esperar por resposta.
Marinette entrou no banheiro, precisa relaxar, um banho talvez a acalmasse. O dia foi tão cansativo que ela só queria deitar e dormir. Ligou a luz do banheiro, retirou as roupas de seu corpo e entrou no box.
Ligou a água do banheiro, que foi caindo gelada, o que fez com que se arrepiasse, mas depois de um tempo, ela foi esquentando até que ficasse em uma temperatura ótima.
— Caramba, que dia cansativo. - Ela soltou o cabelo e o enfiou debaixo da água.
Ela pegou o Shampoo, pôs uma pequena quantidade em sua mão, e foi massageando a cabeça. Passou um tempo assim, até que enxaguou o cabelo, deixando bastante espuma cair no chão do box do banheiro.
Pegou a toalha que estava sobre o vidro do,desligou o chuveiro e se secou.
Saiu devagar colocou a toalha no mesmo lugar de antes, pegou o seu pijama de bolinhas vermelhas, que estavam encima de um balcão, e o vestiu rapidamente. Pegou uma pequena toalha dentro do armário e a colocou em volta de seu pescoço.
Subiu de volta para o quarto. Pegou o seu celular, que estava encima da cômoda e foi ver as mensagens perdidas. Alya mandou uma mensagem dizendo que era para fazer um resumo para aula de História. Marinette suspirou. O dia já foi cansativo e ainda tinha que escrever um resumo de cinco folhas, no mínimo? De qualquer forma, foi até onde sua mochila estava praticamente jogada, abriu o zíper e pegou o seu estojo e um caderno com capa de joaninha. Adorava aquele caderno, pois Adrien já até mesmo o elogiou. Afinal, Marinette passou a noite fazendo aquela capa para colocar em seu caderno.
Se sentou na escrivaninha, retirou uma caneta de seu estojo e abriu o caderno.
— Odeio resumos de História – Resmungou.
— Eu também, Princesa. – Uma vez ecoou pelo quarto.
Marinette olhava em volta, mas não viu nada.
— Aqui, Princesa. – A voz vinha de perto da janela, então se virou e viu a sombra de alguém. Parecia ser algum tipo de...gato? Tudo que conseguia ver era um par de orelhas de gato. Estava escuro demais pois as luzes estavam apagadas, apenas o abajur da escrivaninha estava aceso. Marinette nunca gostou de histórias de terror, lendas e nem nada que a deixava assustada. Mas aquilo era diferente, parecia uma pessoa, mas...também não parecia.
Olhou para a escrivaninha, a procura de algo para se defender caso fosse algum ladrão ou algo assim.
— S-Seja você quem for, apareça! – Ela disse, pegando o caderno como se fosse a arma mais preciosa e que dependia dela para viver. Foi andando devagar até a janela. A sombra fez o mesmo, foi andando para a luz. Marinette arregalou os olhos.
— CHAT NOIR?! – Exclamou ela. – O QUE VOCÊ FAZ AQUI?!
— Eu? Hm... – Ele parecia estar pensando em uma resposta adequada. – Bem, eu preciso me certificar de que os cidadãos de Paris estão seguros!
—... você me assustou. – Falou ela, largando o caderno e cruzando os braços.
— Me desculpe, Princesa.
Marinette sorriu. Gostava da presença de Chat quando ela estava como Marinette, ele não tentava se aparecer tanto como quando estava transformada em Ladybug. Ela pensava: “e se ele soubesse que eu sou a Lady? ” Ela riu com o próprio pensamento.
— Uh? O que foi? – Questionou ele, com uma cara de desentendido.
— Nada, nadinha. – Respondeu ela, sorrindo.
O sorriso desapareceu quando foram ouvidos estrondos do lado de fora. “Oh Droga. Um Akuma” pensou ela.
— Hum...Princesa, preciso ir. Paris necessita de mim! – Ele falou o “necessita” com tanto orgulho que Marinette quase riu de sua cara.
— Ah, certo. Tchau, Gatinho. – Ela sorriu e Chat pulou da janela. Claro, ela sabia exatamente o que ele iria fazer. Ir sozinho como sempre para combater o Akuma. Claro que aquilo não iria dar certo sem Ladybug. Marinette olhou para Tikki. O Kwami assentiu com a cabeça. – Tikki, me transforme!