No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 21
21




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21

— Mas quê? - Valerine despertou enjoada enquanto passava as mãos pelo longo cabelo desgrenhado.

Suspirou e olhou para o lado vendo Finn a encarando, o brilho estranho em seu olhar como sempre. Ele a encarava ansiosamente a deixando tensa, Valerine raramente tinha contato com ele e quando tinha os dois sempre acabavam com as mãos de Niklaus no pescoço, o relacionamento entre os dois era extremamente complicado.

— Pelo visto se tornou mesmo humana Valerine, conseguiu o que tanto queria.- ele comentou com a voz gélida a olhando de cima a baixo notando os milhares de hematomas que surgiam na pele pálida.

— Veio me dar um prêmio?

— Mesmo assim não deixa de ser petulante. - ela o ignorou completamente se sentando despreocupada na cama imensa e macia de Niklaus.

— E eu tenho que ter medo de você por algum motivo Finn? – os dois se encararam por um breve momento antes do vampiro se levantar e sair do local, isso foi o suficiente para a mulher erguer e sair correndo da cama sem se importar em procurar alguém.

Valerine tinha bom faro para mentiras. Desde nova aprendera a analisar as pessoas, estudar todas elas e descobrir seus pontos fracos. Não era algo difícil de fato. Ela havia investigado Klaus, Elijah, Kol, Marcel, Rebekah. Os Salvatores e boa parte de Mystic Falls, obviamente.

— Vejo que está melhor, dormiu por algumas horas. -ela se virou vendo Elijah encostado na parede diante do quarto de Finn o qual ela tentava invadir – Como se sente? - ele fora irônico notando o quão diferente ela estava, não precisava perguntar para saber que ela estava péssima.

Valerine entrou no quarto e passou a mexer em tudo que surgia em sua frente. Finn era um homem muito estranho em sua visão.

— Eu vou bem Elijah. Me sinto... diferente. Estou enjoada, está bem frio hoje e estou com fome. – o vampiro fechou a porta atrás de si e se sentou na cama do irmão sem se importar com a investigação dela, ele mesmo já havia passado por isso.

— Eu pensei no que me disse, sobre Natalia. Ainda mais depois que recebeu a cura, em como Katherine agiu tão depressa. – ele a encarava com cuidado vendo-a travar aos poucos enquanto absorvia suas palavras parecendo não acreditar que ele se abria justamente pra ela – Você está certa. – ele via como Valerine enfrentava Niklaus, e via que mesmo assim ele ainda morria de amores por ela, embora jamais fosse admitir isso. Afinal Valerine era uma cópia de Niklaus em uma versão piorada, se ele admitisse algo assim, ficaria mais claro do que nunca o quanto ele se denominava um deus.

— E?- ela parou o olhando.

— E isso me fez ver que uma guerra maior ainda está prestes a começar. E que talvez... Nós iremos a perder.

— Você a perca. Ou ela te perca. – Valerine olhou o porta retrato onde havia uma foto da família – Ou todo mundo morra e sem oportunidade para volta. O que quer?

— Você sabe.- ele a testou se levantando e colocando as mãos nos bolsos, sabia que Valerine escondia algo de todos.

— Eu vou ser um exemplo do que vai acontecer. Duvido que vão sentir algo com isso. – ele parou confuso – Mas vai servir como alerta.

— O que sabe sobre a cura? – ela o olhou.

— Só a lenda. Segundo ela... a cura não “cura” apenas o vampirismo, ela faz voltar a ser humano e então te mata. É algo que estou esperando. Um corpo que não funciona mais da maneira certa após a transformação. Meu corpo não conseguirá lidar com uma mudança tão brusca, eu vou definhar. Algumas funções do meu corpo exigiam menos trabalho durante o vampirismo, agora depois de tanto tempo descansando, elas precisam colocar uma morta pra funcionar.

— Acha que vai morrer?- ele estreitou os olhos em direção a ela.

— Eu tenho certeza absoluta que sim. Todos vamos um dia Elijah, não importa o quão imortal você acredita ser. É a ordem natural da vida. Nossa única certeza.

...

— Como está se sentindo? – Niklaus se questionava o por quê de Valerine não aceitar seu sangue. A resposta era bem óbvio, talvez o sangue dela rejeitasse o seu e ela morresse ao invés de se transformar.

— Bem. – ela pegou o copo que ele lhe ofereceu e suspirou quando ele empurrou as pernas dela para longe e se sentou ao lado dela no sofá.

— Não era o que queria? Ser uma humana, envelhecer? – ironizou a encarando.

— Sim. É só bem... diferente do que eu me lembrava. – Klaus a olhou diretamente vendo o quão diferente Valerine estava. Ela parecia mais mansa, frágil. A eternidade lhe caiu bem, a mortalidade a deixava... morta. Ele não gostava do que estava acontecendo e já imaginava como isso acabaria, embora ela não quisesse lhe contar, ele sabia o fim dessa história.

— Oi. – Natalia se aproximou olhando os dois que encaravam a parede com o olhar perdido, o ambiente um pouco pesado demais para eles, Klaus tinha o olhar vago enquanto algumas coisas pareciam se esclarecer em sua mente.

— Klaus, cai fora. Ela quer falar comigo. – ordenou e ele olhou as duas por alguns segundos antes de se levantar e sair para fora da mansão com o semblante perdido.

— Eu decidi. – Natalia olhou para Valerine vendo o quão acabada ela estava – sendo apenas uma humana -, apenas a própria Valerine não enxergava isso.

— O que? – Natália olhou esperando ver aquela mulher forte e sagaz que conhecerá um dia, mas apenas via a sombra dela, mesmo como vampira isso ainda acontecia. Não era a mesma Valerine de 10 anos atrás, ela estava se desgastando nos últimos anos como uma vampira e voltando a ser humana sua decadência viera mais rápido ainda. Menos de um dia.

— Eu vou sumir quando isso acabar, vou me tornar independente de Niklaus... eu já deveria ter percebido que eu nunca iria ter uma vida normal. – sussurrou a encarando – Eu decidi que tenho que agir, agora mais do que nunca. Quem mais vai tentar nos prejudicar? Conseguir chegar tão perto assim de nós enquanto está tudo sob controle. Não sabemos de onde irá partir o ataque, eu não quero ficar sentada esperando a minha morte. Eu quero agir, relacionado a tudo. Pegar Esther, esclarecer alguns assuntos e conseguir a minha liberdade.

— Acha que será fácil? – Kol se aproximou se sentando diante das duas e as encarando – Acha que pode se livrar de Niklaus? Estamos aqui há mais de mil anos.

— Eu sou uma criação dele, ele não tem que esperar que eu me renda aos seus caprichos.- ela o confrontou – Precisamos achar Esther Kol. Disseram que haviam apenas 3 curas, e se existir muito mais do que isso? E se mais pessoas tiverem essa “receita” maldita, será o nosso fim. Qualquer pessoa poderá nos destruir do jeito mais estúpido possível, sem se quer precisarem nos tocar. – os dois olharam Valerine puxando o ar com força, o peito inflava de maneira irregular, ondulava assim como o abdômen demonstrando sua fragilidade.

— Eu concordo. – Rebekah surgiu as olhando – Precisamos começar logo, Esther pode estar por ai. Devemos lembrar que seu corpo está guardado... Mas que ela tem poder sobre outros. Que pode usar o corpo de outra pessoa enquanto não tem acesso ao seu.

— Cuidado Natalia. – Valerine a advertiu – Niklaus é o maior foco... se ela não conseguir pegar ele, ela o atrairá com você.

...

Natalia mordia a ponta da caneta furiosamente despedaçando todo o objeto, cada vez que Niklaus a olhava ela sentia o corpo se arrepiar e gelar e então se preparava para o próximo berro dele, sabia que se esperasse mais para o confronto, mais irritado ele ficaria devido ao acumulo de problemas, ela não iria esperar ele esquecer os problemas, pois sabia que ele não iria esquecer os problemas.

Ela estava cansada de passar tanto tempo atrás de respostas e pessoas que não pareciam nem existir, era cansativo ter que lidar com Niklaus todos os dias. Só que não pensava que seria pior ainda sendo uma vampira, se tinha algo que Niklaus tinha era tempo e paciência para poder gritar desenfreadamente por horas até ficar rouco.

— Eu sei... Você deve estar passando pela fase adolescente ou qualquer outra coisa que faça com que as mulheres fiquem loucas depois dos 18, mas será que você ainda não conseguiu entender a gravidade da situação? Você quer morrer sua maluca? – ele gritou erguendo o dedo balançando a cabeça.

— Não exagera Klaus. Fala como se Katherine fosse um desafio, algo que não foi. – debochou vendo-o ficar vermelho, Rebekah suspirou.

— Não foi... estava com a cura e a usou em Lerry, se tem algo que Katherine era... um desafio. – resmungou baixo – Ainda não consegue ver a gravidade disso? – gritou – Se Katherine tivesse te pegado sozinha, teríamos acabado muito mal. Não sabemos quem mais está com a cura e quantas dela existem, você poderia ser uma isca e a essa hora eu, Elijah, Kol, Rebekah e Finn estaríamos mortos.

— Eu sei do risco, mas ela veio até nós. Admito que não se passou pela minha cabeça que Katherine realmente faria aquilo, mas não adianta nada ficar parada em uma poltrona confortável esperando eles se renderem. Isso não vai acontecer. – se levantou o encarando seriamente – Eu não estou vendo esse “chefe de família” tentando resolver nossos problemas. Se você não agir, eu vou ter que fazer isso sozinha. Consegue entender? Eu posso muito bem cuidar de mim mesma, eu conheço os meus limites. E com certeza, o meu limite não é você.


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