(...)

—Uma lista? — ele repetiu, franzindo as sobrancelhas parecendo não entender o que eu tinha acabado de dizer, mas sua voz rouca tinha aquele tom de deboche que eu tanto odiava nele.

E,merda, não era só isso...

Será que esse despacho de macumba mal feita não sabia que a expressão"conversar civilizadamente" incluía estar vestido?

A porra daquela toalha envolta dos quadris dele, definitivamente não estava ajudando no fluir do nosso... diálogo.

Definitivamente não tava...

—É... Como aquelas de compra, sabe? — perguntei retoricamente, como se falasse com uma criança ou um demente mental. Se bem que esse idiota consegue ser mais retardado que uma porta cumprindo o papel de uma janela — Aquelas que vão se riscando de acordo com cada item colocado no carrinho. Já viu alguma?

—Eu sei o que é uma lista! — apertou os olhos — Só não entendo por que você fez uma.

Eu só... — lambi o lábio nervosamente e encarei ele por uns segundos. Por que eu não conseguia tirar os olhos da merda daquela toalha, ou melhor, no que havia atrás dela e por que o filho da puta tinha que ser tão bonito? Tão alto... Tãoo forte... tão tão tão maravi...

Droga! Me perdi.

Culpa dessa distração do inferno.

Uma gostosa distração que eu adoraria...

Pigarreei.

— Eu só achei seria algo bom pra se fazer... agora.

Toalha...

Volume...

Meu cérebro sendo fudido em...

3...

2...

1...

—E o que tem nessa lista? — Cruzou os braços querendo saber.

Caramba...

Aquele tom debochado aliado àquele sorriso de lado só deixava o filho da puta mais charmoso ainda.

E a toalha...

Contenha-se Isabella!!!

— Nada demais —resumi imitando o gesto dele — É bem curta e até idiota, mas há algo bem importante — deixei as palavras se propagarem pelo ar do quarto propositalmente.

—E o que seria? — perguntou passando o polegar sobre o lábio lentamente, como se já soubesse a resposta.

—Não me apaixonar por você

(...)