Pacto Sangrento escrita por Yabi


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mudança.


Notas iniciais do capítulo

REESCRITA!



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“Vaguei por noites solitárias, no frio que sozinha eu sobrevivi...

Só eu vi,

e ninguém nunca vai saber o que eu senti.

Por isso me perco no que se reflete dentro de mim...”



Vou começar dizendo meu nome, mesmo sendo clichê, acho que é importante... Bem, meu nome é Hinata Hyuuga, eu tenho 17 anos, minha vida toda nunca será lembrada por momentos bons, apenas angustiantes e sangrentos, pelo menos acho que isso é o que marca, porque todo mundo levará uma lembrança boa daqui, e eu... Infelizmente não. Pois bem, vamos começar para não enrolar muito... Nos meus tempos de colégio, eu sofria de bullyng, e devido a isso, tudo começou...

Digamos que eu era uma garota comum, como qualquer outra da escola, nem muito bonita, nem muito feia, um pouco inteligente demais e muito sonhadora, mas isso nunca foi motivo para começar a me perturbar, ou a ameaçar, acho isso uma atitude de gente covarde, mas na época, isso me deixava tão assustada que eu preferia não comentar com ninguém...

Eu era do tipo sem amigos, que ficava no meu canto na hora do intervalo, sem incomodar ninguém, apenas na minha, sempre sentada no último banco ao lado de uma bela cerejeira, que agora infelizmente já não existe. Eram nesses intervalos, que iam algumas garotas ricas e mimadas para perturbar a minha paz...

_Hinata... É esse o seu nome né? – Sakura me olhava enquanto um sorriso se formava em seus lábios, ela era realmente bonita, tinha os olhos verdes como duas esmeraldas, e um lindo cabelo rosado, que balançava de um lado para o outro quando ela andava, sempre rebolando... Porem quem vê cara não vê coração... Ela era uma pessoa terrível, e achava que tudo rodava ao seu redor, isso realmente me incomodava, porque nunca tinha dirigido minha palavra a ela, porque vir me perturbar? Bem, o azar foi o dela...

_Eu estou com fome, piranha... Tem alguma coisa aqui? – Ao seu lado sempre vinha Ino, uma garota de olhos azuis e um cabelo longo e loiro, também era muito bonita, mas pior do que Sakura, era uma sádica idiota, que gostava de ver os outros sofrendo, e ria da desgraça alheia.

_Ino, pegue a bolsa. – As duas sempre riam juntas, como uma dupla de circo.

_Ela tem suco, Sakura... De uva – Ino havia pegado em minha bolsa, e estava exibindo para Sakura, que jogou a embalagem contra a minha roupa, manchando a de roxo.

_Odeio suco de uva.

_É, eu também... Mas olha, ela tem peitinhos! – As duas apontavam para o volume em minha roupa, e riam descaradamente. Eu, por outro lado, preferia ignorar... Mas algumas coisas certamente eram impossíveis de deixar passar...

_Vamos Ino, essa fracassada não tem mais nada a oferecer. – E assim saiam as duas, como se eu fosse o pior dos lixos...

Todo dia era assim, desde que me mudará para aquela escola. Os professores viam mas nada faziam, acho que porque achavam que eu era uma fracassada também... Naquele tempo acho que até eu comecei acreditar que era um nada, um peso nas costas dos outros...

O pior era quando chegava em casa... A maioria das pessoas acha que toda casa é um berço de harmonia, onde todos te apóiam e te consolam quando algo ruim acontece, na minha casa harmonia era uma palavra que não existia desde que minha mãe havia morrido, a única pessoa que um dia já se importou comigo... E infelizmente eu morava com meu padrasto que era um bêbado irritante, e toda vez que voltava, gostava de falar alguma coisa só para me fazer sentir pior, mesmo quando eram coisas dispensáveis, ele sempre falava, talvez por também ser um sádico idiota. 

Todo dia, antes de dormir, eu olhava para as estrelas e me lembrava de minha mãe pensando que se ela estivesse aqui, tudo seria mais fácil.

Eu adorava dormir, pois sempre sonhava com ela e me esquecia de todo o mundo ao meu redor, todas as humilhações, os xingamentos, os apelidos... Tudo sumia. Mas algumas vezes eu tinha ódio dela, por me abandonar nesse mundo cruel e desonesto.

Quando acordava, minha vontade era passar o dia todo na cama, mas acho que isso só iria piorar, se eu ficasse parada pensando na vida que tinha levado, era possível que me suicidasse ou algo assim... Minha vida realmente não era fácil, mas as garotas da escola conseguiam fazer com que cada dia fosse pior do que o outro...

Num dia, eu acordei como de costume, seis e meia da manhã, uma neve camada de gelo se formava lá fora, e por isso eu estava congelando. Nesse dia uma sensação estranha me acompanhou até a escola, onde tudo começou...

Cheguei à escola mais cedo do que todo mundo e me sentei na primeira carteira, como sempre. Abri meu caderno e fiquei escrevendo poemas, que também me faziam esquecer de tudo a minha volta, as frases felizes tomavam minha mente formando um mundo imaginário onde eu finalmente era feliz, porem algo me fez retomar a atenção a porta, era Neji, meu amor platônico... Mesmo que me ignorasse e fingisse que eu não existia, ele era diferente dos outros garotos... Não gostava de ver o sofrimento alheio, muito menos de fazer ameaças a pessoas indefesas.

Logo atrás dele, vinha Ino e Sakura com seus namorados ricos e metidos, que eram como cachorrinhos perto delas, e faziam todas as suas vontades. Eles riam como sempre, e quando me viram, ficaram ainda mais excitados, como se vissem uma caixa de chocolates, pronta para ser consumida e depois jogada fora.

Como sempre, eles se sentaram ao fundo da sala, e ficaram comentando e cochichando maldades entre eles, foi então que senti algo leve tocar minhas costas, algo como... Uma bolinha de papel. Não liguei, mas eles começaram a jogar aos montes, como se eu fosse um alvo idiota. Todos da sala riam de mim, menos Neji, que ficava do outro lado da sala, sempre entretido com um livro de capa negra.

As bolinhas não pararam até que a professora Kurenai chegou, e então finalmente eles se calaram, e fingiram-se de santos, como sempre faziam perto da única professora que ainda me tratava bem.

_Muito bem, turma. – Ela ficou de costas e escreveu algo na lousa... Algo como... “prova surpresa”.

A turma toda ficou tensa, pelo menos não eu... Havia estudado, e sabia de todo o conteúdo, por fim, todos estavam amedrontados, e eu estava por cima, pelo menos até Sakura me mandar um bilhete, pedindo que eu passasse as respostas para ela... Mas não queria me arriscar, se pegassem, minha prova seria anulada, por fim, apenas ignorei sua mensagem, e fiz a prova com toda a atenção.

No intervalo, eu me sentei no mesmo lugar, foi quando vi elas se aproximando, com uma expressão de raiva em suas faces.

_Vadia, você sabe o que meu pai vai fazer quando vir a nota que eu vou tirar? – Sakura parecia muito irritada, e agia como se fosse minha obrigação passar cola para elas.

_Sabe o que nós vamos fazer? – Ino tirou um vidro de cola de dentro de sua bolsa, e apontou para mim, que fiquei apavorada.

_Nós devíamos te matar, mas por enquanto vamos apenas estragar a única coisa bonita em você... – Sakura avançou, e me puxou pelos cabelos até o meio do pátio, onde começaram a jogar cola em mim, manchando tudo... Minha pele, meu cabelo, minhas roupas... Eu gritava de pavor, chamando atenção de todos ali presentes, que olhavam como se fosse uma atração de circo, ou coisa parecida... Entretanto, a professora Kurenai passava por ali, viu o acontecido e não adiou em se aproximar, pasma com a situação.

_O que vocês pensam que estão fazendo? – Pegou no braço de Sakura, chamando sua atenção.

_Eii, sua piranha, me solta! – A rosada tentava se defender, eu assistia tudo do chão.

_É, deixa minha amiga! – Ino bateu no braço da professora, que mudou sua expressão, e perdeu a paciência.

_Então você e sua amiguinha, para a diretoria, agora!

As duas perceberam que não tinham escolhas, e seguiram até a diretoria, bufando de raiva e xingando a mim e a professora, que no momento me pareceu uma heroína, mesmo que não estivesse todo o tempo ali para me proteger.

Ainda sentada no chão, comecei a chorar, a cola em minhas vestes começava a secar, manifestando uma horrível sensação.

_Ei, você... Levante-se do chão. – Parei de chorar e olhei para o garoto que estava em pé a minha frente... Neji.

Não o respondi, apenas levantei e peguei minha bolsa, ele me conduziu até uma torneira próxima.

_O- Obrigada. – As palavras saiam sem jeito.

_Não devia deixar elas fazerem isso com você. – Disse dando as costas e me deixando ainda mais apaixonada.

Lavei tudo, e por fim fiquei encharcada. Uma garota que assistia tudo, e que já fora vítima das duas, me emprestou uma camiseta seca, com certeza por pena de mim, e como eu odiava que tivessem pena de mim...

Porem não tinha escolhas, vesti a camiseta e assisti ao fim das aulas, as duas não apareceram, possivelmente de castigo na sala da diretora... Foi a primeira vez que pude assistir a uma aula sem ser incomodada... Mas elas viriam atrás de mim, eu as conhecia, sabia que não iriam deixar barato.

O sinal da última aula bateu, senti uma sensação estranha acometer meu corpo, fazendo minhas mãos tremerem. Sai da sala, e fui até o portão, andando normalmente pelo percurso que fazia todo dia, foi então que ouvi vozes estranhas atrás de mim, vozes familiares... Vozes de Sakura e Ino, juntamente com seus namorados.

Nunca ficará tão apavorada na minha vida quanto daquela vez, sem pensar, corri o máximo que pude desviando do caminho de casa, tentando despistá-los, porem eles corriam tão rápido quanto eu.

Virei em uma rua desconhecida, onde achei uma enorme casa abandonada. Entrei por uma janela quebrada e esperei lá dentro, até conseguir respirar normalmente, tentando ofegar o mínimo possível.

Imóvel eu olhava para o lado de fora, atenta... Mas um barulho mínimo chamou minha atenção... Passos silenciosos atrás de mim.

Tentei gritar. Tarde demais.

Taparam minha boca com uma meia, uma substancia forte e irritante fora colocada ali, fazendo meu corpo ficar dormente, e minha cabeça doer muito. O namorado de Sakura imediatamente começou a tirar minha roupa, enquanto elas riam sem parar, fazendo o som de suas risadas entrarem em minha mente, e ecoar pela minha cabeça...

“Fracassada, fracassada, fracassada, fracassada...” – Tentei chorar, as lagrimas não saiam, o que veio em seguida foi o meu desmaio, devido ao produto químico ali colocado.

Horas, minutos... Não sabia quanto tempo havia ficado ali, apagada, a dor de cabeça não parava, e o frio penetrava em meus poros, congelando minha pele, minha alma...

Acordei nua, totalmente, e minhas roupas já não estavam mais ali, eles as levaram, para tornar o momento marcante e humilhante. Deitei em posição fetal, e chorei como nunca havia chorado, uma dor enorme em meu peito me fez sentir como era ruim ser um nada, uma fracassada...

O frio e a escuridão da noite me acolheu, pelo menos ninguém mais vira minha situação, o que seria bem mais humilhante. Continuei chorando, em meio a tanta dor... Doía o corpo, doía a alma.

Em meio a tanta dor e angustia, ouvi algo no andar de cima... Ignorei, pensando ser um gato ou algo assim, porem o barulho se repetia, e ficava cada vez mais constante. Um medo inexplicável tomou meu corpo, fazendo a situação ficar ainda pior... Comecei a ouvir passos na escada, e me arrastei até um dos cantos da sala com dificuldade, tentando fugir do que fosse... Mesmo que a morte parecesse a melhor opção, tentava sobreviver por instinto.

Os passos pararam, de repente em meio a escuridão surgiu uma garotinha de cabelos negros, olhos avermelhados e de pele branca, com uma face angelical.

_Q- Quem é você? – As palavras saiam, enquanto enxugava as lagrimas.

_Sou apenas uma amiga. – Ela sorriu para mim, porem não era um sorriso ingênuo, comum de crianças, havia algo mais em seu sorriso.

_Se quer me matar, faça logo. 

_Não quero te machucar, quero te ajudar. – As lagrimas continuaram a escorrer.

_Se quer minha ajuda, me dê sua mão. – E assim ela estendeu sua pequena e branca mão em minha direção. Sem escolhas, fui até ela, meu corpo doía muito, mas mesmo assim continuei me arrastando, até conseguir tocar sua mão gelada. Ela me olhou, e aproximou seus lábios do meu pescoço.

Depois disso não me lembro de nada, acordei em minha cama confortável e quente, e com o sol nascendo, iluminando meu pequeno quarto. Havia algo mais em mim, algo que me deixava melhor, mais tranqüila... Fiquei imaginando se era apenas um mero sonho... Porem essa duvida se esclareceu quando olhei no espelho.

Diferente, estava muito diferente. Lábios contornados e avermelhados, meus cabelos negros haviam crescido tanto que eu nem os reconheci, e meu corpo... Seios maiores, cintura mais fina e as coxas tão torneadas que fez um sorriso surgir em minha face... Não foi um sonho, tudo aquilo aconteceu... E agora eu tinha algo que antes nunca imaginei ter... Auto estima!

Me arrumei melhor do que de costume, deixei minhas pernas a mostra e coloquei uma blusa que deixava um decote chamativo, depois fui a escola pensando no melhor jeito para me vingar daqueles idiotas...


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