2 semanas depois...

Pov Bonnie

Eu estava na biblioteca de casa. Charles havia saído e isso era um alivio para mim, pois sua presença me causava desconforto. Eu estava muito concentrada em meu livro e me assustei quando bateram na porta.

Jacque: senhora?

Bonnie: sim?- ela entrou.

Jacque: tem uma senhorita querendo falar-vos no telefone.

Bonnie: ah sim- fechei o livro- vamos.

Descemos as escadas e eu fui até a sala de estar. Peguei o telefone e o pus na orelha.

Bonnie: sim?

Elena: Bonnie?- ela estava... chorando?

Bonnie: Elena? O que houve?

Elena: é a tia Jo... ela... ela está mal Bonnie.

Bonnie: eu... eu já estou indo.

Elena: rápido- ela desligou.

Pus o telefone no gancho.

Bonnie: Jacque, o senhor Everson saiu no carro?

Jacque: sim senhora.

Bonnie: sabe quando ele volta?

Jacque: ele não falou nada. Apenas saiu.

Bonnie: eu preciso ir- murmurei para mim mesma- se o senhor Everson chegar diga que saí, sim?

Jacque: mas... senhora, para onde vai?

Bonnie: só diga isso.

Jacque: senhora...

Abri a porta e saí. Fui andando mesmo até o orfanato, até por que não era longe. Chegando a porta do orfanato, bati e logo a porta se abriu.

Stefan: Bonnie!- nos abraçamos.

Bonnie: o que houve?

Stefan: estávamos no jardim e a tia Jo reclamou de dores de cabeça. Ela se levantou e acabou desmaiando.

Bonnie: e... e onde ela está?

Stefan: Flor chamou os médicos e eles estão no quarto com ela.

Bonnie: ela já havia reclamado dessas dores antes?

Stefan: eu já tinha visto ela pôr a mão na cabeça algumas vezes, mas sempre falava que estava tudo bem.

Bonnie: bom, e onde estão Elena, Caroline e os outros?

Stefan: venha.

Seguimos até o refeitório. Elena e Caroline logo vieram e abraçar chorando. Eu devolvi seus abraços com a mesma intensidade, pois tínhamos na mente a mesma coisa, que não fosse nada grave. Eu também estava nervosa, tenho que admitir, mas eu não podia chorar e acabar deixando as meninas ainda mais nervosas.

Bonnie: vai ficar tudo bem, meninas- sorri.

Emily: a tia Jo vai melhorar, não vai?

Bonnie: claro que vai- engoli o nó que se formou em minha garganta.

Após algum tempo Flor desceu juntamente com os médicos.

Bonnie: e então?

Flor: bom...- ela olhou para os médicos e eu pude notar que não era bom o que estava por vir.

Médico: suspeitamos que... que seja algo em sua cabeça.

Bonnie: e o que poderia ser?

Médico: bom... ela reclama de fortes dores na cabeça e suspeitamos que seja algo grave- as meninas choraram mais e eu engoli a vontade de me desmanchar em lágrimas.

Bonnie: mas... assim de uma hora para outra?

Flor: é isso...- eles se olharam de novo- não foi de uma hora para outra.

Bonnie: o quê?- sussurrei.

Elena: estão... estão dizendo que essa doença... não é de agora?

Médico: exatamente.

Então quer dizer que tia Jo estava escondendo? Ou ela não sabia? O que está acontecendo aqui?

Flor: Bonnie?- olhei para ela- ela deseja vê-la.

Bonnie: sim.

Eu saí do refeitório e segui para seu quarto. Estava subindo as escadas quando Selena desce.

Selena: ora, ora, ora. Olha só quem apareceu.

Bonnie: como seu só aparecesse uma vez no ano- revirei os olhos- com licença.

Selena: olha só, agora que é esposa de um homem rico sabe ser educada?

Bonnie: desculpe, mas antes mesmo de ser esposa de um homem rico eu já era educada.

Selena: hum...- deu de ombros- e como vai o Kai? Tem te escrito muitas cartas?

Bonnie: não preciso ficar aqui ouvindo isso- passei e subi.

Selena: não tem recebido cartas, não é?- parei.

Bonnie: e o que sabe sobre isso?- me virei para ela.

Selena: eu? Nada. Mas... Josette por outro lado...

Bonnie: está dizendo que tia Jo me esconde as cartas? O que você tem na cabeça?

Selena: eu não disse nada. Você que tirou suas conclusões- ela se virou e desceu um pouco, depois parou- pergunte a ela, ou vá até sua sala.

Desceu e eu fiquei parada por um tempo, depois subi. Chegando ao quarto de tia Jo eu entrei e logo depois encostei a porta.

Josette: Bonnie?- falou me olhando.

Bonnie: oi- sorri- tudo bem?- eu estava me esforçando para não chorar.

Josette: estou bem.

Bonnie: mesmo? Por que eu perguntei só para ser educada- ela sorriu fraco.

Josette: estou bem sim.

Bonnie: o que houve com a senhora? Estava tão bem da ultima vez que vim- ela respirou fundo.

Josette: me desculpe, Bonnie.

Bonnie: por que?- eu já estava me preparando para receber uma noticia nada agradável.

Josette: eu...- lágrimas escorreram de seus olhos- eu escondi de vocês.

Bonnie: por que fez isso?

Josette: eu não queria que se preocupassem.

Bonnie: mas não podia fazer isso.

Josette: eu sei que não- mais lágrimas caíram e eu prendi ainda mais o choro- mas você está casada e eu... eu não queria que se preocupasse com isso.

Bonnie: como a “mais velha”- fiz aspas, pois eu era a mais velha em questão de ter chegado primeiro, mas a mais velha mesmo era a Selena- eu devo cuidar da senhora.

Josette: eu te amo tanto, querida!- sorri.

Bonnie: bom, eu vou ficar aqui.

Josette: não- ela apertou minha mão- você tem sua casa Bonnie, seu marido e...

Bonnie: eu quero ajudar- interrompi-a- e eu creio que Charles não vá se importar. Até por que Flor não vai conseguir dar conta de tudo sozinha. Eu, Elena, Caroline e Selena tomaremos conta.

Josette: obrigada- sorri.

Bonnie: agora acho melhor descansar.

Josette: e onde vai dormir?

Bonnie: nunca morri por ter que dormir com as meninas- rimos- não se preocupe com nada, certo?

Josette: tudo bem.

Bonnie: bom, vou descer e tente descansar, certo?

Josette: sim.

Bonnie: está com fome?

Josette: um pouco.

Bonnie: já trago comida- soltei sua mão e beijei sua testa- até mais.

Saí de seu quarto e fechei a porta. Desci até o refeitório novamente e todos me olharam.

Jeremy: como ela está?

Bonnie: melhor- ele assentiu- escutem, tia Jo encarregou nós mais velhas de cuidarmos do orfanato. Eu, Elena, Caroline e... Selena- falei seu nome com certa relutância- tomaremos conta de tudo com ajuda da Flor.

Damon: e nós?- apontou para os meninos.

Bonnie: nos ajudarão também, mas só em tarefas mais... pesadas.

Elena: tudo bem.

Bonnie: todos queremos o mesmo, a melhora de nossa mãe- eles assentiram- Flor, pode fazer uma sopa para tia Jo?

Flor: claro- foi para a cozinha.

Bonnie: bom, o que acham de voltarem a brincar?- falei sorrindo para os mais novos.

Todos eles saíram para o jardim e ficou somente Emily. Ela veio até mim e eu a peguei no colo.

Emily: tia Jo vai ficar bem, não é?

Bonnie: vai sim- sorri- agora vai brincar.

Pus ela no chão e ela foi se juntar ás outras crianças. Ainda ia dar a hora do lanche da tarde, então pedi para Caroline ir preparar um lanche para as crianças. Eu estava varrendo o chão, quando escuto alguém bater na porta. No meu pensamento, Charles tinha chegado então tinha me encontrado em casa, então veio me buscar. Ele não podia me bater na frente de todos, então eu tinha um álibi. Fui até a porta e a abri, mas não era ele.

Bonnie: sim?

Xxxxx: olá, sou Call, eu entrego as cartas para a senhora Parker.

Bonnie: ah... ela não pode atender.

Call: poderia recebe-las?

Bonnie: claro- sorri.

Call: aqui está- ele me entregou.

Fui passando as cartas e uma assinatura me chamou atenção.

Bonnie: Call?

Call: sim?

Bonnie: essa carta... do senhor Malachai Parker.

Call: o que tem?

Bonnie: ele mandou a primeira agora?

Call: ah não.

Bonnie: posso perguntar desde quando essas cartas vêm chegando?

Call: faz quatro meses.

Bonnie: ah... obrigada- sorri.

Call: disponha- ele sorriu e saiu.

Eu fechei a porta e fiquei pasmada com o que ouvi. Então Selena tinha razão? As cartas estavam sendo omitidas? Mas... por que ela estava fazendo isso?