Passei meus olhos pela sala, e vi um garoto dos olhos verdes, seus cabelos negros, um tanto magricela e pequeno, abri um pequeno sorriso, era ele. Meu querido irmãozinho.

Era notável o nível de maltrato que os meus queridos tios, se é que posso chamá-los assim, pra mim não significam nada, como se fosse apenas qualquer trouxa, não havia nenhuma consideração.

Hagrid se sentou no sofá, afundando-o, Duda, um menino que parece um porco grande demais, correu para trás da mãe, que é a minha tia Petúnia, como se eu me importasse o fato dela ser minha tia, não tenho nenhum prazer em chamá-la assim, ela prefere ignorar o mundo da magia, e eu prefiro ignorar a existência dela, simples assim.

Única tia, que considero como mãe, é a Heloisa Black, ops Potter, irmã do meu falecido pai, ela sempre cuidou de mim, me ensinou praticamente tudo que sei hoje, tenho muito orgulho dela, pois sei que ela vai estar comigo sempre que eu precisar.

Tirei minha varinha do bolso da calça, comecei a me sequer, ignorando os olhares que recebia.

-Exijo que saiam imediatamente - disse um gordo, parecia um búfalo, que eu imaginei ser o marido da Petúnia, Valter Dursley.

Franzi o cenho para ele.

-E quem é você para me expulsar desse lugar ridículo? - desafiei.

-Cale a boca, Dursley seu cara de passa - disse Hagrid.

Hagrid pegou a arma que o Valter segurava, dobrou-a e jogou para um lado da sala. Mordi meus lábios tentando não rir, como um trouxa acha que é páreo para um bruxo, com uma arma de fogo? Oh Merlim!

-Ah Harry, eu tenho uma coisa para você - disse Hagrid, tirando um pacote perdido em um dos bolsos de seu imenso casaco.

-Quem é você? – perguntou Harry, um tanto confuso.

Hagrid riu.

-Desculpe não nos apresentamos, sou Rúbeo Hagrid, guardião das chaves e terras de Hogwarts.

-Sou Sophia Potter – apenas dei um pequeno aceno, não queria me apresentar logo como sua irmã, e prolongar uma longa história familiar, deixo os problemas para minha tia e o Dumblendore, meu querido padrinho, eles lidam melhores com essas situações, não consigo ser muito sentimental.

Hagrid retirava várias coisas do bolso e começou a preparar algo, até prestaria atenção, mas minha coruja chegou à mesma hora, encharcada, e o que me chamou atenção foi à carta que a mesma trazia.

Retirei a carta, e sequei o papel com cuidado.

Ela deu uma bicada em meu dedo, e aproximou-se de mim.

-Olá Ang - fiz carinho na coruja branca, com preto em suas penas.

Abri a carta.

Estou indo ao Beco Diagonal amanhã, não nos vemos há tanto tempo, tenho medo de me assustar com a sua mudança, espero que continue a mesma garotinha que eu deixei ir para França, sinto sua falta!

Texugo.

Meus olhos brilharam.

Ele voltou a falar comigo!

Senti cheiro de salsicha frita, e lembrei que estava morrendo de fome, Hagrid me entregou uma e a devorei no mesmo instante,

Conjurei um pedaço de pergaminho e uma pena com vidrinho de tinta.

Sinto tanto sua falta, estarei lá sem falta! Espero que você não tenha esquecido meus presentes de Natal atrasados... I love you.

Leoa

-Não toque em nada, Duda – ouvi Valter falar para o filho, como se ele precisasse de mais banha...

-Esse pudim de banha do seu filho não precisa engordar mais - disse Hagrid.

Hagrid passou salsichas para Harry, que comeu feliz.

-Me desculpe, mas continuo sem saber seu nome – disse Harry, que pelo visto continuava confuso.

-Me chame de Rúbeo,é assim que todos me chamam, sou o guardião das chaves e terras de Hogwarts e você sabe tudo sobre Hogwarts, é claro!

-Ah não – disse Harry, como assim N-Ã-O? Eu estava sentindo que teríamos problemas, mas tinha que ser dos grandes?

-Como? - perguntei entregando minha carta a coruja, que logo levantava vôo.

Hagrid ficou chocado, já minha raiva começava a subir, e eu me senti um vulcão pronto para entrar em erupção.

-Sinto muito - apressou Harry a dizer.

-Sente muito? - disse Hagrid, olhando de Harry para os Dursley, que recuavam como culpados.

-Eu sabia que você não estava recebendo as cartas, mas pensei que sabia algo sobre Hogwarts, qualquer coisa mínima - falei irritada.

-Nunca se perguntou onde seus pais aprenderam tudo? - perguntou Rúbeo.

-Tudo o que? – indagou Harry, mais confuso ainda. Acho que vou cometer um assassinato hoje, POR MERLIM!