Void escrita por Lilindy


Capítulo 16
Capítulo 13 - Ameaças


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas!! Nos perdoem, o capítulo tá saindo atrasado de novo. Mil desculpas! Queremos agradecer aos queridos comentários de Elaine, Mih e Apenas Lorena ♥ E estamos muito felizes, pois agora temos 15 acompanhamentos e 4 favoritações ♥ Muito obrigada!!! Bom, esperamos que curtam esse capítulo! Boa leitura!



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Zoey espreguiça-se um pouco, esticando o corpo. O vento sobra mais forte, ao abrir os olhos a garota nota que Roman ainda estava acordado, olhando para o teto do quarto.

Starling tinha mudado de posição durante as horas iniciais da noite enquanto dormia, ela logo direciona seu olhar para o relógio em sua escrivaninha que marcava 01h30 da madrugada. Rapidamente a garota passa as mãos em seus olhos, limpando-os. Tentava arrumar os cabelos, quando notou que Roman a encarava.

— Se serve de consolo, a observei enquanto roncava.

 Zoey faz uma careta, espantada com a afirmação dele.

— Estou mentindo. Mas pode, por favor, parar de se preocupar com essas coisas, porque eu não me importo com isso.

Starling apenas escuta aquilo e sorri na escuridão do quarto. Depois de um tempo ela indaga.

— Você não consegue dormir desde àquela hora? – Ele dá de ombros com a pergunta.

— Não. Não tenho esse hábito. – Zoey o encara, posicionando-se e se sentando na cama, confusa com as palavras dele.

— Você não dorme? – Ele sorri baixinho com a pergunta dela, sentando-se também.

— Passei 3 anos preso na Eichen no silêncio absoluto, em uma cama dura e sozinho. Como eu disse, não estou acostumado a estar com alguém ou dividir coisas com outra pessoa.

Starling entende o que ele queria dizer com aquelas palavras, mas mesmo assim fica sentida, não queria ser a culpada por ele não dormir.

— Não deveria ficar, quer dizer, talvez foi um pedido apressado demais. – Diz ela.

Warner se mexe, dando a entender que se levantaria da cama, a garota vira o rosto, claramente triste com aquilo. Ela volta a se deitar, até que Roman a surpreende. O assassino tinha se inclinado para frente na direção de Zoey e agora estava muito próximo dela.

— Ei! – Exclama Zoey. Ele sorri.

— Deveria voltar a dormir. -  Fala ele, soprando seu hálito no rosto dela.

— E você deveria começar a dormir. – Diz a agente.

Roman sorri maliciosamente no escuro.

— Estava tentando fazer isso. – Ele beija a bochecha dela, descendo sua boca para baixo. – Mas você acordou e me distraiu.

Os beijos prosseguem no pescoço, eram mais caprichados a cada toque. Starling não conseguia pensar em outra coisa.  As mãos do psicopata seguravam  sua cintura e Starling apenas corresponde o beijo que ele dá, puxando-o para mais perto.

Um barulho da rua ecoa pelo quarto, fazendo-a voltar a si e verificar que os dois estavam animados demais para apenas um dia. Ela pigarreia, o que ela estava pensando? A garota se recompõe, enquanto ele a encara, ainda muito próximo a ela.

— Estou a deixando desconfortável?

— Não, não. E esse é o problema? – Fala ela, naturalmente, o fazendo entender. Roman sorri.

— Não vou me desculpar por isso.

A garota olha o relógio novamente, voltando seu olhar para ele logo depois. Queria que os dois ficassem ali, congelados no tempo.

— Parece aflita. O que aflige você? – As mãos de Warner deixam a cintura de Starling e vão em direção ao rosto dela, eram tão grandes que cobriam quase toda face da agente.

— Eu não sei o que fazer, eu não sei o que me espera no departamento amanhã e não sei se estou pronta para mentir sobre você, sobre mim, sobre... – Ela pausa.

— Sobre nós. – Diz ele sem dificuldade.

Ela ainda estava receosa. Ás vezes Roman tinha uma beleza assustadora, principalmente quando ele a olhava exatamente do jeito que  ele olhava naquele momento. Zoey até gostava, mas para outra pessoa poderia ser intimidador.

— Bom... – Continua ele. – não precisa  dizer nada. – Os dois se encaram. – Apenas deixe que eu continue.

Roman volta a beijá-la, porém Zoey escuta um barulho vindo de baixo, perto das escadas.

— Você ouviu isso? – Pergunta ela em um sussurro, Warner assente, saindo da cama.

— Roman , não! – A garota levanta-se rapidamente e o impede de abrir a porta. – Pode ser impressão nossa. Talvez seja alguém conhecido batendo a porta da frente. Não pode ir lá, e se virem você?

— Alguém conhecido ás 01:30 da manhã ! – Ambos falavam muito baixo. – Starling, me deixe verificar.

— Não, eu vou. Eu desço e você fica bem aqui. – Ele sorri com a atitude dela, negando com a cabeça.

— Claro que não!

Eles escutam outro barulho, agora vindo da cozinha. Roman a afasta de perto da porta, a abrindo e encarando o corredor escuro. Starling respira fundo. O seguindo a passos lentos, estava tensa. E se fosse o mesmo homem da estrada?

Warner desce as escadas rapidamente, os pés descalços, sem cinto, camisa amassada por permanecer deitado por um bom tempo. Zoey tenta ser tão rápida e silenciosa  quanto ele, mas era quase impossível ser silenciosa enquanto descia os degraus da escada de sua casa.

Quando finalmente chegou ao seu destino, não avistou Roman no local. Outro barulho surge na porta da frente, pareciam passos muito fortes e largos. A agente pega uma faca na cozinha, ficando na defensiva.

— Roman? – Sua respiração era profunda enquanto andava até a porta da frente. – Droga! O que você está fazendo?

A casa estava em um silêncio profundo. Os barulhos haviam cessado apenas o som das batidas do coração de Zoey eram audíveis.

No momento seguinte, ela sente duas mãos a segurando, fazendo-a soltar um grito, que é abafado por uma mão quente que ela logo reconhece. Era Roman que a pedia para fazer silêncio enquanto ela permanecia em seus braços.

— Merda Roman!! – Exclama ela, suspirando aliviada e enterrando sua cabeça no peito dele.

— Shiu! – Pede ele, pegando a faca da mão dela, indo agora até a porta dos fundos.

— Não! Não, Roman!

Ele não dá ouvidos a ela e abre a porta que dava de frente para o gramado da parte de trás da casa. Ninguém estava lá. A brisa e o vento juntamente com o sereno invadem o corredor escuro fazendo Starling tremer de frio.

Roman não estava mais em seu campo de visão outra vez. A porta fechava e abria por causa do vento e ela ouvia passos vindos em sua direção. Pronta para brigar, correr, gritar ou fazer o que fosse necessário, Zoey se posiciona próxima a porta, aguardando a pessoa que estava prestes a entrar em sua casa.

Ela prepara o punho, estava pronto para encará-lo ali. Quando Roman apareceu em sua frente, ela quase o derruba no chão se ele tivesse falado.

— Starling, ei !!!

Ela respira fundo, relaxando e trancando a porta. – Deixou destrancada a porta dos fundos?

— Sim. Eu deixei, deixei !! Alguém estava lá? Você ouviu também, não ouviu? Roman, e se for aquele homem?! – A garota falava apressadamente, nervosa e preocupada. Quando sua vida tinha ficado tão agitada daquele jeito?

— Zoey. – Ela vira-se de costas para ele, ignorando seu chamado, colocando as mãos na cabeça em sinal de muita preocupação. – Zoey! Olhe para mim, Olhe para mim!!

Ela faz o que ele pede, Roman chega mais perto segurando o rosto , a acalmando.

— A única pessoa que está aqui com você sou eu, ok? – Ela morde os lábios, nervosa.

— Alguém estava aqui. Não me diga que é uma coincidência tudo isso ocorrer na minha casa depois de ontem Roman?!

— Eu não ia dizer isso, eu sei que alguém esteve aqui. Escutei passos e alguém passou recentemente em seu gramado.

Starling fica boquiaberta, estava sendo observada por alguém, alguém que não era Warner e isso sim  a assustava. Não sabia o que fazer. Já tinha acabado de se envolver com Roman e o que já era um grande problema. Mas agora havia outra problemática em sua vida, vida que em meses havia se agitado de uma forma rápida demais.

Warner vai até a cozinha e a coloca em seu devido lugar, verificando as trancas da em seguida.

— Eu verifiquei tudo, estão todas fechadas. Tudo está fechado, menos a janela do seu quarto.

Ela corre nervosamente para seu quarto, abrindo rapidamente a porta de seu cômodo. Para seu alívio, ninguém estava lá.

Roman chega ao quarto e agora ambos estavam calados. Starling não conseguia mais voltar ao estado de paz que antes sentia, não com alguém a perseguindo, a atormentando. Essa pessoa possivelmente sabia sobre ela e Roman. O que ela queria com Zoey?

— Alguém arruinou a noite. Bom, o lado positivo é que não foi um de nós a fazer isso. – Fala Roman, tentando fazer Zoey sair de seu estado de alerta. – Se permanecer assim será pior. Tenha calma.

— Permanecer assim? Roman, alguém nos seguiu! Alguém pode saber sobre nós dois! E você ainda me pede para ter calma?! Eu..eu não consigo ter calma!

— Eu posso consertar isso. Posso descobrir quem é.

Ela o encara, negando.

— Não, não! Nem pensar! Eu sou uma agente do FBI e sou eu que vou fazer isso.

— Como espera fazer isso de uma forma politicamente correta, Zoey? E se essa pessoa souber sobre eu e você? Aguentaria o fardo do nosso segredo ser revelado?

Zoey já estava ficando irrita-se com aquela situação.

— E você? Vai matar mais alguém para resolver isso? Não Roman, não podemos agir assim!

Ele ri sem humor.

Você não pode agir assim! – Diz ele. – Sabe quem eu sou, Zoey. Sabe o que eu já fiz. Esqueceu do Biggs? Ele ameaçou você! Na Eichen, ele sussurrou coisas  que faria com você que eu não suportaria imaginar ! E não. Não me importo de matar mais alguém, principalmente se essa pessoa estiver atrás de você, Starling!

— E se não for sobre mim? – Indaga ela, ainda no embalo da discussão. – E se isso for sobre você, para alguém se vingar de você? Roman, você não entende? De qualquer forma é perigoso você se envolver!

— Fala com tanta certeza. Zoey... o que não está me dizendo?

O velho hábito de morde o lábio inferior volta quando o nervosismo toma conta dela. O que iria fazer? Contaria para ele sobre Mason Verger e a visita que ela fez a ele. Iria mesmo revelar uma informação do FBI?  E se Roman fosse atrás de Manson? E se as teorias dela estivessem erradas? E  esse homem misterioso fosse apenas um vândalo ?

— Zoey?

Roman esperava uma resposta, os olhos fixos nela. A agente não sabia mentir para ele, não conseguiria o enganar ou desviar do assunto. E também não queria, não parecia certo não partilhar isso com ele.

— Acho que Mason está obcecado por você. Você sabe, Mason, sua última vítima antes do doutor Thomas. Mason, o rico. Eu fui visitá-lo, ordens de Craford e ...

 Uma pausa .Ela andava de um lado para outro, Roman a escutava, agora apoiado perto da janela, os braços cruzados sobre o peito.

— Ele tem uma foto sua, de sua fuga do hotel, quer dizer, é algo completamente desconfiável. Mas pode não ter nada haver com ele, então...

— Mas é o que você acha, não é? Acha que é ele.

Zoey logo fala.

— Mas não aja de forma alguma! Não faça nada, Roman. Por favor. Eu ainda estou investigando e ...

Ela para e pensa. Quem ela deveria prender estava ali, na sua frente! Por que Mason, a vítima deveria ser investigada? Sua cabeça parecia estava uma bagunça! Sua moralidade diante aquela situação tinha ido pro inferno! O fato dela está ali com ele, martelava em sua conseqüência repetidas vezes.

— Está hesitante sobre nós dois, não é? – Questiona Warner, agora parado na frente dela.

— Eu não deveria questionar ou está hesitante? Roman, é.. é demais para pensar.

— Isso significa dizer que agora quer que eu vá embora?

— Não. Eu..eu sou assim, eu fico em dúvida o tempo todo. Estou querendo dizer que..que.. – Ela resolve abrir o jogo. – Eu nunca fui de pisar fora da linha. Eu sempre tentei ser correta e talvez seja por isso que eu ainda esteja aqui, duvidando da minha decisão.

— Não é só desafiador para você. – Ele se aproxima. – Eu quero está perto de alguém de quem eu deveria está longe. Uma agente do FBI que a qualquer momento pode voltar atrás na decisão que tomou e me levar de volta para as grades. - Ele sorri. – Não é assustador? – Pergunta ele, com seu olhar de psicopata.

— Então por que não agimos como deveria ser? Quer dizer, por que você não está se escondendo sabe-se lá onde e eu caçando você? Deveríamos cumprir nossos papéis!

— Está me oferecendo uma chance de sumir? – Warner acaricia o rosto dela.

— Tenho quase certeza que você pode se cansar das minhas indecisões. – Ela fala, já com a respiração falha.

— Eu pensei muito em ir embora, fugir. Mas eu notei que gosto da suas indecisões. – Roman a pega no colo, e sussurrando continua. – Gosto da suas hesitações. E você? Gosta das minhas?

Warner delicadamente a coloca na cama e continua.

— E definitivamente gosto dos seus beijos e de inúmeras coisas que existem em você.

Zoey olha para ele, apenas esperando cada palavra preencher o silêncio e a acalmar.

— Isso me faz ficar perto de você, mesmo que signifique está sem o controle da situação.

— São muitas coisas. – Diz ela com ainda com a voz falha, prestes  a beijá-lo.

— São.

E foi o que aconteceu. A breve discussão, as indecisões e problemas do dia foram esquecidos durante o beijo. Em meio aos carinhos, Zoey enlaça suas mãos em volta do pescoço de Roman, que  não se incomoda com tal ato. A garota notava que novamente começava a se esquecer do tempo, esquecer de que precisava dormir.

Era cada vez mais difícil parar de corresponder as carícias que Roman fazia. Starling toca no rosto de Warner pela primeira vez. Ele para de beijar a bochecha dela, fazendo uma expressão de estranhamente. Zoey não entende a atitude dele e continua acariciar o rosto cheio de pintinhas dele. A agente sorri, não parando com sua atitude até ele sentar-se, pensativo.

— O que houve? Não entendo. – Diz ela, ainda sorrindo.

— Você nunca fez isso. É... é estranho para mim. – Ela logo questiona.

— Beijar você eu posso, mas tocar em você ...

— Não é isso. Eu realmente gosto disso! A sensação é divina! Não me entenda mal, mas... – Ele pausa. – não recebo esse tipo de afeta há algum tempo e você me proporciona isso.

Zoey acaricia o rosto do psicopata novamente, queria ter feito isso desde do dia que se encontraram no pátio da Eichen.

— Não tem mesmo medo de mim? Repulsa? Ódio?

Ela nega, segurando a face dele com suas pequenas mãos.

— Eu sei que deveria ter, deveria está aterrorizada, mas eu não consigo. Nunca consegui, não de verdade. E hoje eu...eu me senti segura com você.

Ele sorri abertamente, parecia maravilhado.

— Com certeza você vale o risco. – Diz Roman, repetindo a frase que tinha dito há um tempo atrás.

Ele segura o rosto da garota, aproximando a sua face para o encontro dela. Warner olha de relance para o relógio que marcava 02:00 da manhã e muda o percurso de sua boca, beijando a testa da garota. Ela fica sem compreender.

— Eu sei, também adoraria continuar. Mas você precisa dormir.

— Desde quando isso incomoda você?

Horas atrás Roman tinha passado o tempo todo acordado sem tirar um cochilo sequer e agora queria que ela dormisse. A garota estava confusa. Ele deita-se.

— Um pouco de ansiedade não mata ninguém. – Sussurra ele, a olhando de uma forma maléfica. Zoey não compreende as palavras de Warner, que mais pareciam um aviso para ele mesmo.

— Ansiedade? – Indaga ela.

Roman a puxa delicadamente para perto dele, a cobrindo. Ambos se encaravam, Starling esperava a resposta enquanto ele parecia sorrir com a piada interna.

— Posso parecer extremamente controlado Zoey, mas garanto á você que não fico, não fico. Não quando fazemos o que acabamos de fazer.

— O beijo? – Pergunta ela, não estava entendendo. Warner dá um beijo lento nela.

— Roman! – Zoey implora por uma explicação.

— Não quero apressar as coisas, não quando eu sei que você não quer que nada seja tão rápido a esse ponto.

Starling finalmente compreende sobre o que ele estava falando, suas bochechas ficam super vermelhas quando constata o que o psicopata estava mencionando.

Roman tinha estado preso por  3 anos na Eichen, sozinho e ela não simplesmente não parava de beijá-lo. Contudo ela não esperava por um comentário daqueles. Zoey realmente não tinha experiências como estas com outra pessoa.

— Ainda temos outros dias e mais outros. – Zoey ouvi aquilo tudo em silêncio, preferia não falar sobre isso. Não estava pronta para conversar com ele sobre esse assunto.

— Como eu disse, muita coisa por um dia.

Ela o encara. Roman sorria, os olhos fechados. Ela alisa sua bochecha, focando nas partes que tinham as adoradas pintinhas. Ele move seu braço para alcançar a cintura da garota. Estavam um de frente para o outro quando Zoey percebe que Roman finalmente dormia enquanto recebia o carinho que durante muito tempo lhe fora negado.

O que será que realmente tinha acontecido em sua vida? O que tinha ocorrido com a família dele? Como Warner havia se tornado um assassino?

                                                   ***

Zoey acorda. Os longos cabelos cobrindo seu rosto são rapidamente tirados por ela. Starling se espreguiça e ao se virar para o outro lado da cama vê Roman Warner em um sono profundo. Os braços estendidos, relaxado.

Ela sorri diante aquela cena. Aproxima-se dele, depositando um beijo em sua boca. Ele resmunga alguma coisa e volta a dormiu. A agente só se dá conta  que havia amanhecido ao vê os raios de sol que aos poucos entrava no quarto através da janela.

— Aí meu Deus! – Ela olha rapidamente seu relógio, 05:30 da manhã. Ela mexe  o corpo de Warner, para acordá-lo. – Roman! Roman!

— Hum? – Resmunga ele, espreguiçando-se na cama dela.

— Roman, acorda! Acorda! – Ela o cutuca mais uma vez. Ele abre os olhos, direcionando o olhar para ela. Seus cabelos bagunçados e cara de sono, mesmo assim, ainda estava lindo para Zoey.

— É hora de você ir! Anda!

Ele olha para a janela, falando depois.

— Eu realmente dormir bem ontem...

— Você precisa ir!  - Exclama ela, apressada.

Ele sorri com tudo aquilo, saindo da cama rapidamente. Pegando seu cinto, meias e sapatos, calçando em seguida. A agente repete o gesto de Warner e levanta-se também, um pouco nervosa com a possibilidade de algum vizinho o ver saindo de sua casa. Saindo de seu quarto!

— Roman! – Exclama ela. Ele estava demorando muito.

— Estou indo, estou indo Starling! – Fala ele, terminando de se organizar, a encarando depois. – Viu?

— Ótimo, use a janela. – Roman revira os olhos. – o que foi?

— Sem um beijo de despedida? – Ela faz careta com a pergunta dele, estava preocupada. A garota o empurra até a janela. – Estou indo. – Diz ele, sorrindo com as atitudes dela. – Não precisa o desespero.

— Anda! Desse jeito vou me atrasar!

Ele se posiciona para pular e usar a árvore para descer, porém antes de fazer isso, ele se vira.

— O quê foi agora?

Warner a puxa para um beijo intenso.

— Tenho um belo dia, Senhorita Starling.

Zoey queria sorrir, como uma boba apaixonada. Porém controla-se e apenas diz.

— Vai! Agora!

— Quando a verei outra vez? Zoey, por favor! – Os olhos âmbar implorando uma resposta.

— Logo. – Diz ela de forma impulsiva. – Vai! Vai! – Warner morde o lábio e depois sorri. Pulando  da janela, a deixando sozinha no quarto.

                                                        ***

Theo novamente olhava o esquema presente na sala de trabalho de Zoey. Ele analisava todas as fotos e informações, até que escuta a porta se abrir. Era Starling.

— Deus, você está viva! – Diz Raeken, a abraçando logo depois. – Tem idéia de como me preocupou? – Pergunta Theo, fazendo Zoey sentir-se culpada.

Ela pigarreia, tomando um gole de café do copo que ela carregava.

—  Eu...eu tive uns imprevistos. O que faz aqui? – Ela tenta desviar do assunto.

— Você não soube? – O Agente Raeken percebe a expressão de dúvida no rosto de Starling. – Mais uma morte aconteceu.

Starling fica paralisada com a notícia.

— O quê? – Theo estranha um pouco a reação dela, mas continua.

— Mais uma morte. Roman Warner matou outra vez!

Ela espanta-se. Como poderia? Roman havia passado a noite com ela. Zoey resolve disfarçar.

— Fizeram a identificação? Como pode ter acontecido? Quer dizer, não acho que seja plausível. – Raeken faz uma careta mediante as palavras dela.

— Sim, fizemos a identificação. Zoey, é o mesmo padrão das vítimas de Roman Warner. A vítima era um taxista, quem sabe Warner não roubou o carro? E o assassinato ocorreu ontem á noite.

Starling balançava a cabeça negativamente repetida vezes, esquecendo da presença de Theo.

— Zoey, está me ouvindo?

Ela ainda o ignora, pensando sobre o assunto. Ele não tinha feito isso! Afinal, ele estava com ela. Ou será que ele tinha feito? Não, não! Eles passaram o tempo todo juntos. Foi então que meio aos seus pensamentos, ela lembra-se do homem na estrada.

— Theo,eu não acho que... – Antes que pudesse terminar a frase, Malia entra na sala.

— Ora, ora. A novata apareceu. O que diabos deu na sua cabeça?! Você desapareceu do mapa! Sabia que temos uma nova vítima? Aquele maluco matou mais uma pessoa e você uma de criança, sumindo, indo socorrer a família.

— Malia !!! – Raeken a repreende.

— O que foi? Ela precisa ouvir! Uma pessoa morreu por causa da incompetência dela!

Zoey se controlava para não bater no rosto da agente.

— Eu tenho pena de você! Pena! Não pode ao menos fingir que isso não é sobre você?! Isso não é uma competição, Malia! Isso é nosso trabalho ! E nunca mais ouse falar da minha família ou sobre mim ! A única criança que existe aqui é você! Sugiro que comece a crescer porque não bate em crianças!

Zoey sai da sala furiosa. Estava cansada de Malia, cansada de julgamentos. Estava nervosa, indecisa e um pouco culpada. Afinal, será que ela tinha escolhido acreditar em Roman? Será que ele havia mentindo para ela? Isso era impossível! Ele havia estado com ela, tinha a protegido. Cada vez mais ela sentia que aquilo tudo era um simples fio que aos poucos acabaria a levando para a teia completa.

                                                    ***

Jack Craford estava sentado em sua mesa, parado, na frente da garota. Estava na hora de dá satisfações.

— Starling. – Craford parecia calma.

— Senhor... – Ela respira fundo. – Eu não queria ter faltado ontem sem um aviso prévio, mas... – Ela pensa na mentira que iria contar. – Ela ligou desesperada e...

— Eu fui informado. O agente Raeken passou o recado. Não quero que se repita, jamais.

— Sim ,senhor. – Ela assenti.

— Soube do novo assassinato? Os jornais estão dizendo que Warner está causando problemas outra vez. Primeiro o doutor Heinfield e depois esse pobre taxista.

Ela olha para as fotos que seu chefe a mostrava, nada daquilo fazia sentido. Mesmo que Roman tivesse o matado, porque ele mataria um taxista?

— Sim, senhor. Eu soube. Mas não acho que devíamos associar a Roman, digo, Warner. – Starling corrigi-se rapidamente. Será que ela não conseguia ser discreta?

Pelo visto não, não depois da madrugada, dos beijos, abraços. Zoey concentra-se, fechando os olhos brevemente.O que diabos estava fazendo ali? Estava sendo hipócrita, falsa.

— Não importa, quero o relatório do que conseguiu juntar e sobre a entrevista de Mason Verger e do enfermeiro. E quero para o final do dia, Starling.

— Sim,senhor

Ela sai do escritório, atordoada A garota avista Theo, os braços cruzados sobre o peito. Ele a encarava.

— Você também não! Theo, ela mereceu! Não vou me desculpar por aquilo, ela me humilhou!

— Não vim pedir que perdoe a Tate, Zoey. Vim porque vi a cara que você fez, uma cara de negação. Não acredita que tenha sido o Warner, não nesse assassinato. E parece convicta, bastante convicta se me permite dizer.

Zoey engole seco. Não poderia ter sido ele, ele não tinha cometido aquele assassinato. Ela poderia provar , afinal Roman estava com ela na noite passada. Mas claro que ela não poderia dizer isso para Raeken. Starling escolhe outras palavras.

— Algo não está certo. Olha, depois da festa, quando eu estava... – Ela lembra-se que tinha que mentir. – indo ver minha mãe. Bom, uma coisa aconteceu e eu não sei se é seguro eu te contar aqui.

                                               ***

Theo e Starling estavam no escritório mínimo dela. A garota direciona os olhos para ele e volta a falar sobre o que aconteceu.

— Alguém me perseguiu na noite da festa Theo! Um homem em um carro preto.

— Você acha que isso tem haver com...

— Alguma coisa me diz que desde que entrei nesse caso há alguém a espreita. Quando entrei na Mansão de Verger, eu pude notar. Theo, ele parecia obcecado e curioso sobre mim!

— Está tentando dizer que Mason tem algo haver com tudo isso? Soa como uma loucura total, Zoey.

— Eu sei, mas tem que considerar as possibilidades.

— Bom, sem uma prova... – Ele pausa. – Zoey, eu acredito em você. De verdade, mas se esse homem que a perseguiu não for o próprio Roman, querendo a machucar? Sabemos que ele é meio obcecado por você.

Starling dá as costas para Theo. Não era Roman, era outra pessoa, outro alguém.

— Isso não faz parte dos métodos dele.

Responde ela, tentando parecer imparcial, o que era quase impossível. A situação tornava-se cada vez mais complicada. Principalmente o fato de esconder que ela se importava com o assassino. Estava dando seu voto de confiança para ele, mesmo sabendo que esse voto custava sua carreirra, vida, amigos, tudo. Zoey Starling havia se metido em uma briga de gigantes.

Várias perguntas passavam por sua cabeça. Quem era o tal homem? Poderia confiar em Roman? Será mesmo que ele não tinha saído de seu quarto durante a noite? Mason Verger estava por trás daquilo tudo, manipulando o FBI?

                                                     ***

Ao olhar para a janela do carro, Zoey vê abóboras espalhadas decorando o Starbucks. Tinha acabado de notar que o Halloween estava próximo. Como seria uma noite de Halloween em uma cidade grande? Pergunta-se a garota que havia passado todos esses anos somente observando a comemoração daquela tradição na pequena cidade de Beacon Hills. Cidade muito diferente da que ela estava agora.

Ela dá uma olhada no visor do seu celular, Allison havia mandado mensagens, assim como sua mãe. A garota as responde, tomando o líquido presente no copo vindo da padaria. Theo entra no carro vermelho da agente, também com um copo na mão.

— Então, para onde vamos? – Indaga ela, prendendo as enormes madeixas castanhas.

— Vamos para o hospital, temos que falar com o primeiro psiquiatra de Roman Warner. Precisamos verificar qual foi o primeiro diagnóstico, ordens do Craford.

Ela hesita.

— Por..por que? – Começa ela, nervosa. – Vamos simplesmente pegar o prontuário médico ? Qual é o motivo? A razão?

— A razão é conhecer a mente dele, lembra? – Theo a olha, estranhando seu comportamento. – Você é a psicóloga aqui, achei que seria super, ultra , mega interessante para você conhecer a mente perturbadora dele.

A garota liga o carro, preferindo não falar. Sim, ela queria o conhecer e muito, mas pela boca dele,pelas palavras dele. Não parecia certo invadir toda a história de Roman ou escutar a versão do psiquiatra. Ela queria que Roman a contasse livremente.

Ela estava louca, só podia! Permaneceu focada em disfarçar. Esquecer todos os momentos bons da madrugada, mesmo sendo tão marcantes e íntimos. O que ela estava pensando? E para que caminho tinha decidido ir?

Tinha dito para Roman que logo se veriam de novo, ela sabia que iria ser arrepender-se disso! Afinal, quando seria esse logo? Hoje á noite? Amanhã?

                                               ***

Roman olhava as duas passagens que tinha em sua mão, ainda eram válidas, pelo menos por enquanto. Pensou em Zoey, na madrugada. Quanto tinha ficado tão manso e gentil? Ela fazia isso com ele, a culpa era totalmente da garota.

Sem contar o fato dele ter conseguido dormir de maneira revigorante pela primeira vez anos! E estava com ela!

Ao olhar os papéis, ele pensa, repensa. Será que seria apressado demais falar em conhecer outros lugares? Ela merecia mais, merecia o mundo e tudo de encantador e belo que existia nele. E ele poderia proporcionar isso, só para eles dois. Apenas eles dois. Ela era só dele. Nada de Theo, Nem FBI ou outro alguém que a pudesse impedir de fazer com que ela tivesse a oportunidade de experimentar como a vida poderia ser melhor.

Roman guarda as passagens, não podendo deixar de pensar qual seria a resposta da garota.


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Notas finais do capítulo

Então pessoas, o que acharam? Zoey tá bem ferrada, eu diria!!!
Uma aviso sobre o capítulo anterior... Fizemos uma correção na parte em que Roman diz que não tinha muitas pessoas vivas relacionadas a ele. Ele menciona Zoey e Mason, mas ele não sabia que Zoey conhecia Mason, não naquele momento. Então consertamos isso.
Bom, qualquer erro ortográfico, dúvida ou outra coisa pode falar pra gente.
Até o próximo capítulo pessoas!
Bjus, Lili ♥



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