Void escrita por Lilindy


Capítulo 14
Capítulo 11 - Decisão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!! Tudo bom? Então, estamos com mais um capítulo aqui! Mil desculpas pelo atraso da postagem, estamos ocupadas com nossos estudos e etc. Por isso nós decidimos que os próximos capítulos serão postados no sábado á noite, pois fica melhor pra gente e acredito que é melhor pra vocês também.
Queremos agradecer a recomendação da nossa queria Elaine Nascimento, muito obrigada Elaine ♥
E claro que somos sempre gratas pelos comentários também! Enfim, pra recompensar o atraso, um capítulo bem grande pra você, boa leitura.



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I want you, but not for your devil side
Not for your haunted life
Just for you (just for you)
So tell me why it's always your devil side
It's always your dangerous mind
It's never you
So who's gonna save you now?
Who's gonna save you?
Who's gonna save you?

Devil Side – Foxes

 

Depois da notícia do assassinato do doutor Thomas, todos os jornais mencionaram o ocorrido. Zoey estava em seu carro, destravando sua arma, colocando seu boné com a identificação do FBI, pensando em tudo a sua volta.

Ela avista Malia, Theo e outros agentes e policiais isolando o local do crime. A faixa amarela com as palavras cena do crime em negrito chamava atenção da garota, na noite passada tinha beijado o responsável pelo assassinato, pelo crime. Os jornalistas foram impendidos de entrar, Zoey segue em direção aos colegas de trabalho.

— Atrasada. – Fala Malia com seu mau humor habitual, Zoey a encara.

— Boa tarde para você também Malia! Achei que estava ciente de que meus dias de folga são uma obrigação do governo e eu não esperava que o doutor Heinfield fosse assassinado enquanto eu aproveitava o dia! Então, sim, eu posso está atrasada!

Malia a avaliava enquanto Zoey dizia suas palavras.

— Estressada? – Pergunta Malia cinicamente. – Escuta aqui novata...

Theo aparece em cena, logo censurando as duas com seus olhos azuis. Ele se direciona sua fala para Starling.

— Eu sinto muito ligar para você ontem no meio de sua folga, Zoey. Sério, desculpe, mas Craford realmente colocou todo o departamento de polícia em alerta e Warner se tornou prioridade.

Zoey engole seco, voltando a falar depois.

— Você e Malia com certeza dariam conta do caso, passaram mais tempo o estudando e ...

— E do que isso adiantou? Todos nós sabemos que você conseguiu informações vindas dele, você conseguiu falar com ele! – Ela nega com a cabeça, não queria o caso, não podia, não depois dos encontros com ele, com Roman.

— Theo... – Começa ela. – Você precisa ficar com o caso. – Raeken estranha o pedido dela, sorrindo logo depois.

— Zoey, a morte de Thomas não foi o gatilho para as investigações terem acelerado.

— Então, o que foi que ocorreu?

Malia entrega a ela uma pasta com alguns documentos, a foto de um rosto masculino presa na frente.

— Talvez não saiba, mas este homem contribui com o financiamento do departamento do FBI de Nova York, de certa forma. Ele é ex-paciente de Roman Warner e único sobrevivente. O mais importante, é rico! Ele afirma que a captura de Warner deve ser prioridade agora e pretende contar a história que passou juntamente com mais informações sobre o assassino.

Tate faz uma pausa antes de voltar a falar.

— O problema de não aceitarmos o caso é que ele quer que você o entreviste, fez um pedido oficial.

— Associado a isso tem o seu sucesso com suas conversas psicanalíticas com Warner. – Completa Theo.

— Não foram sessões de terapia, foram conversas. – Declara ela, de repente pensando nos beijos, toques, sentimentos. – Não, eu não posso! Eu indico vocês para o caso.

— Jack Craford está no comando, queridinha. Você vai liderar as investigações sobre o psicopata.

Zoey suspira, caminha para perto do seu veículo, apoiando-se nele, respirando fundo. Theo anda para perto dela e a encara.

— Zoey, você está animada. Não quer colocá-lo atrás das grades? Além disso, terá nossa ajuda.

A garota pensa um pouco depois de ouvir as palavras de Theo. Será que queria realmente prendê-lo? A vontade que ela tinha era de gritar bem alto e sumir depois. Como poderia lidar com essa situação? Já havia mentindo demais, feito erros imperdoáveis. E se isso fosse uma chance de redimir-se com seus pecados?

Mas será que era tão ruim assim? Roman não a achava um monstro. Só tinha sido um beijo, quer dizer, beijos. Ainda tinha a vontade de conhecê-lo, sentir seu perfume, a maciez e quentura de suas mãos, ver seu sorriso. Ela fecha os olhos, tentando raciocinar e voltar a respirar direito.

                                                    ***

Jack Craford a encarava enquanto mostrava todo o histórico de Roman Warner. Lá estavam, ficha criminal, dados e algumas avaliações psiquiátricas ao longo dos três anos na Eichen. Zoey pega a ficha de Warner, a foto dele logo na frente, o rosto bonito e cínico a encarava fazendo-a sentir frio na barriga. Ela luta para ouvir o que seu chefe estava lhe falando.

— Estamos sendo pressionados pela mídia, pela Eichen House, pelo próprio departamento e principalmente por Mason Verger.

— O rico? – Zoey aponta para a foto dele. – Aqui diz que ele sobreviveu ao ataque de Roman. – Diz ela lendo as informações presentes no papel. Craford mostra outra foto mais atual e muito mais preocupante da vítima.

A foto mostrava um senhor de idade avançada com o rosto deformado, quase estraçalhado. Zoey engole seco.

— Creio que terá a oportunidade de saber o que aconteceu com Mason ao entrevistá-lo. Sabe, o dinheiro dele é capaz de influenciar a procuradoria, advogados, a instituição Eichen e ...

— O FBI. – Completa Zoey. – Mas por que eu?

— Não lê o jornais Starling? Não assiste televisão? Você é a famosa agente especial Starling ! Conseguiu o que ninguém conseguiu, você falou com Roman Warner!

— Eu entendo isso. Mas Craford, senhor eu ... – Ele a encara, esperando o argumento da garota. – Sinceramente, o agente Raeken e a agente Tate estão analisando o perfil de Warner e ... – Zoey luta para o chamá-lo pelo sobrenome, a palavra quase não saiu e quando conseguiu parecia um sussurro no escuro. – podem ser mais eficientes na busca e ..

— Starling, diante dos seus relatórios, sua formação psicanalítica ,sua facilidade de comunicação com o procurado e a exigência feita pelo nosso principal colaborador e vítima de Roman, eu não tenho escolha a não ser colocar você para liderar a investigação.

— Senhor...- Tenta ela. Aquilo era tortura, uma penitência, um castigo por ter sido tão egoísta a ponto de permitir dois encontros com ele, de se permitir pensar em está com ele.

— Qual é motivo de tal hesitação, agente? – Craford pergunta e depois sorri, incompreendendo a atitude de rejeição da garota em relação ao caso.

Zoey não podia dizer, nem cogitar em fazer isso. Nem ao menos pensar sobre isso. Tentou mudar de foco, iria prendê-lo, precisava. Starling pega todas as fixas e arquivos e assenti.

— Tem toda razão senhor, eu ... – Ela olha para a ficha do psicopata, o rosto de Roman presente ali, as pintinhas, os lábios e tudo mais. A garota vira a página de cabeça para baixo afim de não encarar a foto presente no documento. Ela levanta-se da poltrona. – Eu fico com o caso.

                                                  ***

Haviam anunciado em todos os telejornais e outros meios de comunicação que Zoey Starling estaria responsável pelo caso, estaria responsável por capturar Roman Warner.

Romam iria se trocar quando recebe a notícia. Ainda de toalha, o psicopata direciona seu olhar para as malas prontas ao lado da cama. O plano inicial era fugir do pais, sempre fora, até Zoey ter o beijado, ter o confundido. Até as passagens ele havia conseguido. Ao olhar o rosto da garota na tela da TV, ele chuta uma cadeira próxima de ele, estava indeciso! Ela não dizia nem um sim, nem um não, ao contrário, o beijava e o rejeitava. Tentava ligar para polícia e por último estava incumbida de prendê-lo! Por que logo uma agente do FBI, novata e com pouca experiência havia o encantado?

Warner senta-se na cama, pensando. E se ele a visse outra vez? Apenas par perguntá-la, um veredicto. Isso era tudo o que precisava para ir embora, só precisava disso, uma resposta, um famoso sim ou não.

                                                 ***

A noite tinha tomado conta da cidade de Nova York. Zoey anotava alguns dados importantes, coletava algumas fotos das vítimas e colocava tudo em seu mural presente na parede de seu quarto.

A garota fazia seus esquemas, porém era difícil se concentrar e admitir a si mesma que o homem que ela estava estudando era o mesmo da noite passada. Ela toma alguns goles de café, mesmo tentando raciocinar e prestar atenção, era difícil, tenso, cansativo. A vontade de olhar o desenho grande, grande também era vontade de guardar a foto da ficha criminal de Warner em sua gaveta. Mesmo estando pálido naquela foto, continuava lindo para Zoey.

Todas as informações médicas, psiquiátricas e dados pessoais eram na maioria os mesmos dados que Zoey tinha lido. Nada tão relevante que fizesse revelar de fato quem era ele, quem era Roman, que tanto prometia mostrar mais sobre ele para ela.

— Pare, seja racional! Seja uma profissional!

Ela solta seus cabelos, limpando o rosto, sentando-se na cama em meio as fotos e fixas. Starling olha novamente a foto de Warner e involuntariamente toca na boca do assassino, impressa na foto. Zoey tira a mão direita que estava sobre a foto logo que se dá conta do quê estava fazendo. Ela estava louca, passando dos limites, só poderia !

De repente uma idéia vem em sua mente, o enfermeiro Barney o conhecia, poderia relatar sobre a ficha médica de Warner de maneira mais precisa para ela. Amanhã o veria e assim como também entrevistaria o rico. Teria duas tarefas árduas e cansativas, tarefas que só a faziam lembrar dele.

Zoey olha para o desenho, será que ela o entregaria a perícia? Diria a todos a verdade? A questão é que já estava no caso para tentar fazer alguma coisa certa em sua vida.

A garota pega seu headphone e coloca na sua playlist de músicas dos anos 80 e 90, precisava de um descanso de cinco minutos, apenas para clarear sua mente. Porém, Starling pega no sono, o headphone na cabeça, com todas as coisas espalhadas pela cama e a janela aberta.

                                                   ***

Roman não sabia o por que da janela de Zoey ainda está aberta e a luz do seu quarto ainda acessa, pois o horário estava avançado. Mesmo estranhando ele resolve arriscar, subindo a parede com a ajuda de uma árvore ao lado. Queria entrar no local de maneira silenciosa, ao fazer isso encontra Zoey, dormindo com ainda com seu headphone na cabeça e a bagunça em volta dela. Warner sorri ao vê-la daquele jeito e por mais quisesse que ela estivesse acordada, ele jamais a acordaria, não a tiraria do seu sono profundo.

Ele caminha pelo quarto e encara o esquema na parede, o plano era pegá-lo. Então, isso era um não? Ele fecha a cara diante da possibilidade. Ela estava dizendo não para ele? Mas por que?

O psicopata vira-se na direção da cama de Zoey e avista nas pequenas mãos da garota o desenho e a foto dele muito perto dela na cama. Isso significava que ela estava atrás dele, porém talvez não fosse escolha dela e poderia haver uma chance dela pensar nele. Havia, claro que havia. Ela segurava o desenho, não o tinha jogado fora, nem entregado para a polícia.

Roman sorri, sabia que ela estava dando uma chance a ele, mesmo que inconscientemente. Uma chance para conhecê-lo. Warner abandona a idéia da viajem imediatamente e trata de tirar os papéis de cima da cama da agente, os colocando na mesinha ao lado. Ele a cobre com o lençol e com muito cuidado tira o headphone, fazendo-a mexe-se um pouco. Zoey puxa o lençol mais para si.

Warner a admira, como ela pode ser tão linda até dormindo? Até com os cabelos bagunçados, soltos e espalhados pelo travesseiro, tão leves e castanhos. Ele delicadamente segura o celular dela, pretendendo guardá-lo. Não pôde deixar de olhar as músicas, a favorita em sua lista era The miracle of love  de Eurythmics . Então essa era sua música predileta?

Guardando o objeto, Roman conclui que é hora de ir embora, ela a olha outra vez.

— Zoey. – Sussurra ele, acariciando levemente o rosto da garota, que repentinamente mexe-se, falando enquanto dormia.

— Roman. – Ela aperta o ursinho de pelúcia que Warner havia colocado no lugar dos papéis. O assassino sorri, colocando uma mecha dos cabelos da agente atrás da orelha. Ele inclina-se, depositando um beijo na bochecha direita dela.

— O que você está fazendo comigo, hein?

Ela sorri, ainda dormindo, falando o nome dele mais uma vez. O psicopata desliga a luz do quarto e desce pela janela, decidindo que definitivamente permaneceria em Nova York.

                                                 ***

O sol toca o rosto de Starling, fazendo-a acordar. Ela espreguiça-se, sonolenta, olha o relógio, 5:30 da manhã. Porém havia algo diferente, ela lembra-se do headphone, da música, e onde estavam os papéis? As fichas? Zoey estava coberta com um lençol de que não se lembrava de colocar e de onde tinha vindo o ursinho de pelúcia azul?

— Ai meu Deus! – Ela encara o quarto. Toda a bagunça fora arrumada enquanto ela pagava de Bela adormecida na noite passada. Somente a foto de Roman e o desenho estavam presentes na cama e isso só poderia significar uma única coisa.

— Ele esteve aqui! – Diz ela em um sussurro. O coração da garota batia acelerado. Então era assim? Ele entrava em seu quarto e a assistia dormir e mexia nas suas coisas?

Zoey levanta-se, pesando naquela situação. Ela caminha até o banheiro, olhando no espelho. Tinha tanto o que fazer no dia e mal dia acordado e já estava sem fôlego. Contudo, não havia tempo para pensar romanticamente sobre o fato dele ter colocado um ursinho perto dela ou feito aquelas outras coisa. Aliás, só poderia ter sido ele, certo? Quem mais invadiria seu quarto sem tirar algo valioso sequer e guardado a bagunça toda?

Zoey molha o rosto e se encara no espelho.

— Você vai prendê-lo, apenas isso, prendê-lo !!!

                                                   ***

Barney andava pela rua calmamente, segurando sua bolsa de trabalho, dirigindo-se para casa. Desde a morte do doutor Thomas, seus horários haviam sido reduzidos. O senhor atravessa a rua, continuando seu caminho para sua residência. O enfermeiro ainda usava seu uniforme azul e sua identificação pendurada no peito. Distraído, ele avista a agente Starling, em pé, acenando educadamente para ele, sorrindo. Ao aproximar-se, logo fala:

— Então, oficialmente me tornei uma pista? – Ele pergunta,sorrindo.

— Oficialmente. – Diz Zoey simpaticamente. – Desculpa incomodar você Barney, mas tenho um mandado solicitando uma conversa com você e ...

— Tudo bem, não recuso ajudar o FBI e muito menos uma amiga. Vamos, entre.

Barney abre a porta de sua casa, Zoey entra.

— Obrigada. – A jovem agradece.

O enfermeiro coloca sua bolsa em cima da mesa mais próxima, sentando-se na cadeira, oferecendo um lugar próximo a ele para Starling, que também se senta.

— Então, você sabe mais do que ninguém o quanto Roman e o doutor não se davam bem. – O senhor concordou.

— Sim, todos os funcionários sabiam. Digamos que os dois eram água e óleo, mas estou surpreso. – Forma-se uma expressão interrogativa no rosto da garota.

— Surpreso?

— Você no caso, não parece uma escolha que você faria por conta própria. – Ela dá de ombros, o nervosismo voltando. Ele continua. – Não diante de tudo o que observei, Zoey.

— Observou? – Ela balança a cabeça de forma negativa. – Barney...

— Você não sabe sobre o que ele falava sobre você, não é? – Zoey fica vermelha,envergonhada,porém logo tenta não se distrair e foca no objetivo principal de está ali.

— Barney, tem alguma idéia de algum lugar mencionado ou insinuado por ... – Ela não conseguia falar a palavra Warner, parecia que se falasse o sobrenome dele, significaria que ele era alguém distante, alguém sem importância. Na sua cabeça, só vinha o primeiro nome - ... Roman ?

— Roman nunca especificou nada para mim, nossas conversas eram de rotina. Elas apenas se intensificaram quando você apareceu na Eichen House. Ele virou um verdadeiro tagarela. – Zoey morde o lábio, pensativa.

— Não está surpreso com a morte do Heinfield, não é? – Ele sorri com a pergunta. – Não tem medo que ele venha e ...

— Me mate? Não, não. Roman sempre dizia que preferia matar os indelicados. Como você bem sabe, ele odeia grosseria. Roman nunca viria atrás de mim.

— É, você e ele tinham uma relação civilizada. – conclui ela.

— E você? Nunca teve medo que ele aparecesse e lhe ameaçasse Starling? – Zoey o encara, mais uma pessoa com quem teria de mentir.

— Barney... – Ele levanta-se,caminha para uma cômoda ali perto, pegando alguns papéis e entregando a Starling.

— Estas são fichas de uma tentativa de terapia com ele, no início de seu estabelecimento na Eichen e isto – Barney entrega um cd. – é uma sessão gravada onde Roman acaba furando a mão do psiquiatra. Como eu disse, foram grosseiros com ele. É tudo o que tenho sobre Roman, se me entende, não quero mais envolvimento Zoey e você também não deveria.

— Não deveria ? – O enfermeiro a olha nos olhos e por um momento foi como se ele soubesse de tudo que havia ocorrido entre ela e o assassino.

— Zoey... Roman falava muito de você. Você o intrigava, ele te achava imprevisível, curiosa, gentil, doce e eu até diria que ele a considerava engraçada.

Starling absorve aquilo, ele realmente achava tudo isso dela?

— O que eu estou tentando dizer é que ele sabe manipular, sabe jogar para conseguir o que quer. Não quero que se machuque, Starling. Eu acho que não deveria ficar no caso.

— Eu aprecio a preocupação, mas tudo vai ocorrer bem. Vamos encontrá-lo, vamos prendê-lo e ... – Ela para, estava sendo tão hipócrita, tão falsa! Ela nem conseguia se enganar, quanto mais enganar os outros. O bolo dentro da garganta dela começava a se formar. O que ela estava pensando?

Zoey levanta-se da mesa e agradece o amigo, sorrindo e passando confiança. Guardando as informações coletadas, saindo da casa do enfermeiro, entrando no seu carro vermelho rumo a sua próxima parada: a mansão de Mason Verger.

O caminho seria longo. A garota liga o GPS e segue seu rumo.

                                             ***

A mansão era bonita, vista de longe, a grande propriedade localizada ao norte de Nova York cobria metade da área. Aparentemente não havia nenhuma vizinhança por perto.

O grande portão de entrada estava fechado, Zoey suspira devido a isso, até que o mesmo abre e os seguranças acenam, indicando para que ela continuasse seu percurso até o estacionamento. E foi o que ela fez, tentando não se distrair com os outros carros de valores milionários do proprietário.

Ao sair do veículo, um rapaz, que aparentemente seria o enfermeiro de Mason Verger, se direciona para ela sorrindo.

— Boa tarde, senhorita Starling. Creio que o senhor Verger a espera. Venha, vou lhe mostrar onde ele está.

— Boa tarde. Sim, sim,claro.

Segurando suas fichas e pasta, ela segue o caminho até a mansão, que aliás, era dez vezes maior que sua casa.

Ao entrar, ela observa o local. Os cômodos eram muito grandes, a presença de quadros,estátuas e janelas enormes era bem evidente. Starling anda corredores e mais corredores até chegar em uma espécie de quarto. O local era escuro devido as janelas fechadas e o volume da televisão estava bem alto.

— O senhor Verger prefere desse jeito, a claridade incomoda muito seu rosto sensível. – Declara o enfermeiro.

— Tudo bem. – Diz Zoey, que tira o gravador de sua bolsa, direcionando o olhar para o homem deitado na enorme cama. Ele logo silencia a TV e de forma autoritária diz para o enfermeiro.

— Está tudo ótimo! Já pode ir Cordel, agora a conversa é só entre mim e a agente Starling. Pode se aproximar, agente.

Ela faz o que ele pede e se aproxima dele. Ao fazer isso constada o que já sabia, o homem deformado era mais velho, os cabelos brancos presentes na cabeça. Ele tinha certa dificuldade na fala devido as deformidades e ainda segurava o controle da tv.

— Gostaria de gravar nossa conversa, se me permite, senhor Verger.

— Á vontade, Starling.

Ele assente, se acomodando para ficar de frente para ela.

—É muito mais bonita ao vivo do que nos noticiários, não me surpreende Roman ter concordado em falar com você.

Ela o encara, um pouco incomodada com a declaração dele.

— O senhor deu a entender que tinha informações sobre Roman Warner e é por isso que estou aqui. – Zoey inicia a sessão.

— Sessão número 1, Mason Verger, Zoey Starling.

Mason a encara.

— A noite em que Warner me atacou foi uma noite inesperada sabe?

— Foi durante uma sessão de terapia? – Ele nega com a cabeça, sorrindo.

— Estávamos entre amigos, bebendo vinho e contando nossas histórias. Você o conhece, ele é gentil, inteligente e finge muito bem ser nosso amigo,mentor.

Zoey identifica mais alguma coisa, porém fica calada, deixando ele expressar suas experiências.

— É claro que, eventualmente, notei que ele não sentia o mesmo por mim.

— Estava interessado sexualmente por Roman Warner, senhor Verger? – Ele sorri, com certa dificuldade.

— O tom na sua pergunta evidência ciúmes, senhorita Starling. Ou talvez seja pânico e sim, eu estava. Mas claro que hoje sabemos muito bem sobre sua heterossexualidade, não é? Enfim, mesmo sabendo que ele não se envolveria comigo desse modo, o convidei para um jantar, os convidados eventualmente foram embora e tudo aconteceu tão rápido. Falávamos sobre música, arte e principalmente sobre a dificuldade de aceitação comigo mesmo.

— Eu entendo que essa é experiência trágica senhor, mas...

— Me deixe terminar,agente especial Starling. – Ela suspira, irritada.

— Roman cortou meu rosto com cacos de vidro após ter batido na minha cabeça com um peso de papel. Acredita nisso? Meu próprio psicólogo fez isso comigo? Ele manipulou e jogou comigo desde o início!

— Em nos relatórios de Roman diz que assim que assim que retomou a consciência, o senhor o denunciou e foi assim que ele foi parar na Eichen House, certo?

— Sim. – Ele fala com dificuldade. – Mas do que adiantou,não é? Ele está solto! Rindo de mim! Zombando!

— Deu a entender que tinha novas informações sobre ele. – Declara Zoey. – Quais seriam essas informações?

— Cordel! Cordel! – O enfermeiro chega ao local, entregando um envelope para Zoey. Ela o abre e retira de dentro uma foto das câmeras de segurança tirada no hotel onde estava a prisão temporária de Roman.

— Como conseguiu isso?

— Veio pelo correio esta semana, quem sabe não pretendia vir atrás de mim. O que acha, Starling?

Zoey olha desconfiada para o milionário, aquilo tudo era estranho. Ele praticamente exigia que Roman Warner fosse procurado, encarcerado.

— Acho inconclusivo acreditar que ele esteja atrás de alguém específico agora. – “A não ser eu”  pensou consigo mesma. – Mas agradeço por ter partilhado seu tempo com o FBI.

Zoey desliga o gravador, levantando-se da cadeira e guardando a suposta evidência.

— Starling? – O milionário petulante a chama. – Enquanto as suas conversas com Warner. – Ela o encara.estreitando os olhos.

— Sim?

— Foram sempre através dos vidros, não é? – Ela sorri, detectava o tom de suspeita e dessa vez não se importava em mentir para aquele homem.

— Sim, sempre.

Starling é acompanhada por Cordel para fora da mansão. Estressada e desconfiada, ela entra no seu carro e dirigi até o departamento.

                                                   ***

Theo olhava o esquema que Zoey montara em um quadro presente em sua sala minúscula. Lá estavam fotos das vítimas, datas e no centro a foto de Roman. O agente Raeken vira-se ao escutar Starling entrando na sala.

— Ah. – Ela suspira. – Oi Theo. – Zoey deposita os papéis na mesa, em seguida prende os enormes cabelos e o encara.

— O que faz por aqui? Craford mandou alguma notícia? Alguma novidade?

— Na verdade não, apenas queria falar com você. Mas e as entrevistas, alguma novidade? – Ela diz que sim com a cabeça.

— Mason acredita que Roman o tenho enviado esta foto para ele, diz que está sendo perseguido. – Informa Zoey, mostrando a foto para Theo.

— Não acredita nele, não é?

— Claro que não, ele pode comprar o departamento, mas não a mim. Roman não perseguiria alguém. Ou ele mata ou nunca teve a intenção de fazê-lo. Mason foi um momento de descontrole, um erro. Era seu paciente e acredito que ele o estivesse o rejeitando.

— Traduza, por favor. – Diz Theo, pedindo uma ajuda para entender o raciocínio da garota.

— Mason era cleptomaníaco, tinha compulsão em roubar. Mesmo não precisando, ele costumava desviar dinheiro das contas dos seus próprios “amigos” e Roman saiba disso e ... – Ela entrega uma ficha para Raeken. – concluiu que ele era um paciente entediante, inexpressivo e socialmente inútil.

— Você acha que Roman o deformou por ter tédio nas sessões com ele? – Ela assenti.

— Acredito que tudo isso está nessa ficha. A entrada dele na Eichen quem sabe pode ajudar em alguma coisa, quem sabe, não sei ao certo. De qualquer forma, é inconclusivo afirmar alguma localização exata.

— Tédio? – Theo não acreditava naquilo. – Como alguém agride outra pessoa por sentir tédio? Então é por isso que ele não morreu? Não era a intenção de Warner?

— Sim, mas Mason é movido pelo ódio, tanto que forjou essa pista aqui. – Ela aponta novamente para a foto vinda das câmeras de segurança. Theo a encara.

— Você é muito incrível sabia? – Ele se aproxima e Zoey se move na direção ao contrária, não queria outro beijo indesejado, não precisava disso agora, quer dizer, não precisava do beijo de Theo, mas sim os de Roman.

Ela vira-se, tentando disfarçar e parar de pensar nele, o que era quase impossível.

— Bom, eu queria saber se não quer ir a uma festa, na verdade um jantar comemorativo do departamento e como ensino alguns alunos... bom, você entendeu.

— Theo... – Zoey vira-se e já estava pronta para protestar. A última coisa que queria era dançar e fingir está disposta.

— Estou convidando você como a miga, juro Starling. Por favor. Qual é, vai ser divertido, será hoje á noite.

— Hoje?

Zoey não tinha como dizer não, afinal, sairia mais cedo do trabalho e o agente Raeken persistiria. Além do mais, precisava se distrair.

— Tudo bem, tudo bem.

Theo sorri satisfeito e ela dá um sorrisinho. Não era um segundo encontro, todos os colegas de trabalho estariam lá, o que ele poderia tentar? E se ele tentasse, no minuto que começasse Zoey iria embora. Porém ela saiba o real motivo de ter dito que iria, ela queria se distrair, tirar Roman da cabeça, focar em outra coisa além das pintinhas, os beijos, sua mais recente visita ao seu quarto ou o quanto ele poderia ser gentil com ela.

Zoey resolve se concentrar e voltar ao trabalho.

                                                ***

Starling não sabia que teria que se vestir de um jeito mais elegante, por isso estava vestia suas roupas confortáveis. Uma blusa azul com uma jaqueta preta por cima e calça jeans.

O local era grande, possuindo um jardim enorme. De fato era uma propriedade bonita. As flores embelezavam o jardim e o caminho enquanto ela estacionava o carro. Zoey sai dele, podendo escutar a música que tocava dentro da casa, ela podia notar que era uma grande festa. Afinal, o que ela estava fazendo ali?

— Zoey! – Ela vê Theo acenar para ela. Ele estava bem vestido, usava camisa e calça social. Ele anda em sua direção. – Você veio!

— É, mas não com o traja adequado. – Ela aponta para as próprias roupas.

— Não tem problema. Vamos, vamos entrar.

Ela o segue até a entrada.

                                                      ***

Roman não acreditava que Zoey pudesse está ali com Theo. Sabia que a garota não estava confortável naquela situação, ao julgar as expressões faciais no rosto dela ao conversar com o agente Raeken.

Warner estava bem furioso! Ele estala seus dedos, descontando sua raiva nas mãos, se controlando para não matá-lo ali mesmo, sem piedade. No momento seguinte, Theo entra no salão, deixando a garota sozinha.

A observando, Roman percebe que a mesma sai da varanda e vai em direção ao jardim. Ele a segue.

                                                      ***

Starling passava as mãos nas flores enquanto passava, ela amava a cor delas. A garota inclina-se, tentando sentir o cheiro de cada uma delas. Zoey esperava que Theo demorasse em sua conversa com Malia, que provavelmente falava e se perguntava o porque da garota ter aparecido em uma festa de reunião para os mais veteranos do FBI. Na verdade, nem Zoey sabia por que estava lá.

A garota observava o céu estrelado e iluminado, escutando as músicas variadas que ecoavam pelo local. Com os olhos fechados, prestando atenção, e sentindo o vento, ela não percebeu quando Roman se aproximou e falou suavemente.

— Gosto quando age naturalmente. – Ela abre os olhos assustada, colocando uma das mãos sobre o peito.

— Deus! Roman! – Ele sorri. O corpo esguio vestido apenas com uma camisa preta e calça jeans.

— Não sabia que gostava de flores. – Ela o encara, boquiaberta. – Não finja surpresa, sabia que eu voltaria. E não se preocupe com Theo, ele está ocupado.

— O que você fez?! – Ele sorri, revirando os olhos depois.

— Furei o pneu do carro dele e fiz alguns estragos. Desde quando vocês dois saem juntos?

Ela bufa, irritada.

— Só estávamos conversando! – Zoey não sabia por que estava se justificando para Roman sobre o fato de está com outra pessoa. Porém, era isso o que estava fazendo.

Ele morde o lábio, enquanto a encarava.

— Eu não gostei. – Afirma ele, aproximando-se dela. – Você é boa demais para ele. – A garota resolve falar.

— Primeiro invade meu quarto e agora isso?! Roman, todos os agentes do FBI estão lhe procurando e ... – Warner direciona a mão direita para o rosto de Zoey, tentando acariciar sua face, porém ela nega com a cabeça. – Eu não acredito em você, ok? – Diz ela, a expressão irritada em seu semblante.

A música favorita de Zoey começa a tocar. Roman sorri e em seguida estende a mão para ela.

— Me considera uma dança? – Ela nega.

— Está evitando a conversa e minhas perguntas! Não vou dançar com você, aliás, não vou nem conversar com você!

Ele gargalha um pouco, a puxando para perto de si logo depois.

— Prefere que eu mate alguém para conseguir uma dança com você? – Ela engole seco com as palavras. – Ou podemos apenas dançar sua música favorita, o que acha? – Zoey arregala os olhos.

— Como você... Mexeu no meu celular! Mexeu nas minhas coisas! – Ele a posiciona para a dança, ignorando os comentários dela. Ela protesta.

— Achei ter dito que...

— De início ... – Ele a interrompe, girando o corpo da garota, acompanhando a música. Ele a encara novamente e continua sua fala. – achei que sua resposta seria um não, mas... – Os dois se encaravam, olhos nos olhos. Zoey aos poucos, eliminava a barreira de proteção que a mesma tinha colocado envolta dela até aquele momento.

Agora, a respiração dele, o perfume, os toques eram tudo o que importava, nada mais. A agente se vê dançando lentamente a música romântica.

— Eu vi que você guardou meu desenho.

— Isso... isso não quer dizer muita coisa. – Argumenta ela, suas palavras saindo mais como um sussurro. Sua cabeça batia na altura do ombro de Warner.

— Quem sabe então sussurrar meu nome enquanto dormia, isso conta? – Pergunta Roman, sussurrando no ouvido dela, enquanto a garota o olha, envergonhada.

— Está mentindo. – Warner inclina o corpo da garota para baixo, voltando para cima segundos depois, ainda seguindo a melodia que embalava o momento.

Zoey volta a falar.

— Então, é isso o que quer? Uma resposta? Se eu responder, o que acontece?

— Hum, me deixe analisar. – Roman segurava a cintura da garota, sendo gentil e cavalheiro, não a tocando em locais que ela não permitiria. – Se a resposta for sim, senhorita Starling... – Ele começa. – podemos ter momentos como estes.

Starling fecha os olhos, seus batimentos cardíacos acelerados.

— E se for não? Vai matar alguém, é isso? – Ele gargalha brevemente.

— Eu nem pensei sobre o não. E acho que essa resposta não conta muito.

— Por que não? – Ele a olha intensamente antes de começar a dizer suas palavras.

— Sente o mesmo que eu quando estamos perto um do outro. É como sentisse que está despencando enorme altura, sentindo o frio na barriga por não saber se vai aterrissar. Isto a deixa ansiosa, porém curiosa e animada ao mesmo tempo. A sensação é boa demais para você recusá-la.

Zoey morde o lábio inferior. Era exatamente isso que ela sentia. Nada era certo perto dele, Nada era regrado, medido ou repetitivo, sempre havia algo inesperado. Ele a deixava ás cegas, ela não conseguia prever seus próprios movimentos muito menos os dele. Toda aquela situação refletia isso. Zoey nunca havia dançado com alguém de maneira tão intensa, aliás, ela não dançava. Ela não se arriscava. Mas com Roman Warner, ela fazia coisas assim e sentia-se livre, espontânea.

— Roman ... – Diz ela, ainda dançando. – é difícil pensar, você me deixa irritada! Preciso cumprir a lei e você aparece me persegue, aparece no meu quarto, diz essas coisas.

A música acaba, porém nem ele e nem ela se afastam um do outro.

— Tudo que contam sobre você tem peso, não vê? – Continua ela. – Matou pessoas, magoou, mentiu.

— Está aqui, em meus braços. Isso prova que quer me conhecer, quer saber se estão certos.

— Não sei o que isso significa Roman. Eu não sei o que sinto. – Ela se afasta dele.

Roman caminha para uma roseira do jardim e tira uma rosa de lá, entregando para ela.

— Eu sinto algo por você Zoey, só não sei ao certo o que é. – Ele pausa brevemente. – Mas eu quero descobrir, quero viver momentos como estes, quero mostrar cada detalhe perfeito do mundo, quero lhe proporcionar tudo isso. – Ele toca o rosto dela. – Você merece mais que isso, mais do que a mediocridade da rotina. Eu posso mostrar o que o mundo tem a lhe oferecer, Zoey.

Ela engole seco. Roman Warner estava disposto a tudo isso por ela? A garota queria beijá-lo ali mesmo, mas se conteve, virando-se para olhar a lua que iluminava os dois naquela noite.

— Você fala como se isso fosse possível, como se não existissem milhões de preocupações, barreiras e tudo mais que impossibilita isso. – Ela segurava a rosa enquanto falava.

Roman se aproxima dela, apoiando sua cabeça no pescoço da garota e delicadamente a abraçando por trás, e sussurrando, fala.

— Quando está comigo pensa em barreiras? Por que eu sinceramente não penso em mais nada! E falando em barreiras, eu quebraria todas se tentassem impedir o que existe entre nós dois.

Zoey fecha os olhos, pensando, o certo e o errado. Seu ID¹ prevalecia quando ele falava daquele jeito. Parecia tão real, palpável, viável, bom, incrível.

— Você disse que não sabe o que existe entre nós dois. – Diz ela, fazendo Roman sorri de forma sedutora, ainda com seus braços em volta dela.

— Mas não quer dizer que não exista algo, não é? – Roman roça seu nariz no pescoço da agente. – Nosso tempo está acabando e eu preciso saber qual o caminho você quer.

— Está me pressionando. – Ele coloca os lábios em seu ouvindo outra vez.

Tic Tac. O agente Raeken ou qualquer outra pessoa pode atrapalhar esse momento, Zoey.

A música Fragile do Sting começa a tocar dentro da casa. Zoey vira-se o encarando.

— Você é o responsável por isso? – Pergunta ela, referindo-se a música.

— Talvez. Só queria proporcionar um momento perfeito. – Ela estava boquiaberta. Roman tinha dado um jeito de colocar suas músicas prediletas para tocar!

— O que me diz? Consegui?

Ela não se mexia diante daquilo, enquanto ele passava sua mão pelo rosto da garota. Os dois estavam prestes a se beijar quando a voz de Theo ecoa pelo jardim. Antes que Zoey pudesse pensar em algo, Roman a olha, piscando o olho direito para ela e vai embora.

A garota sabia que o veria novamente, a conversa não havia acabado. Ela estava absorta, queria que ele voltasse, queria ir atrás dele. Mas antes que pudesse fazer isso, Theo aparece.

— Não vai acreditar com que aconteceu com meu carro.

                                                    ***

Apressada, Zoey liga o carro. Aquela noite havia deixado-a agitada, nervosa, pensativa. Queria muito revê-lo, será que ele estaria em seu quarto?

Na estrada a garota nota que um carro a seguia, porém resolve ignorar. O percurso estava escuro, ela havia resolvido voltar sozinha, Theo ainda continuava na festa.

Ao olhar pelo retrovisor percebe que o carro não estava mais lá, onde estava antes.

— Quê?!

Atordoada percebe que o mesmo carro agora estava parado, um pouco á frente do carro vermelho dela. Ao frear bruscamente seu carro, a garota bate a cabeça no volante, a garota não usava o cinto naquele momento.

Tonta, Zoey vê a figura de um homem coberto com um capuz saindo do carro. Sua visão estava embaçada, mas ela pôde ver que o tal homem se aproximava. Devido a tonteira, ela não conseguia abrir a porta, até que por insistir tanto consegue cair do veículo, caindo no chão. A visão de Zoey estava se fechando.

— Zoey? – Ainda atordoada, ela ouvi o barulho de outro carro e a voz em alto tom de Roman dentro dele.

— Ah?

Roman sai do carro, avistando o encapuzado sair da estrada e entrar em um carro preto. Warner encara o veículo até ele desaparecer. O assassino se agacha, verificando se Starling estava bem.

— Roman?

— Shiu, shiu . Sou eu. Quem era ele,Zoey? Quem era? – Ele indaga.

— Eu não sei, não sei! Minha cabeça dói! Eu preciso...preciso...

Shiu, shiu . Está comigo, você está bem.

Ele verifica e a cabeça da garota estava ferida e constata um leve arranhão. Starling desmaia e logo o assassino a coloca em seus braços, levando-a para o carro da agente, depositando ela no banco do carona ao lado do motorista. Warner assume o volante,ligando o carro e dirigindo na direção oposta da casa da agente.

                                                    ***

Starling acorda, ainda sonolenta e com os olhos fechados, Zoey tem a sensação de estar em movimento. Seu corpo balançava e a garota não se lembrava de ter ido para casa na noite anterior.

Ao abrir os olhos vê a estrada, percebe que está dentro de seu carro. Mas ela não estava dirigindo e ao olhar para o lado nota Roman no volante.

— Quê?! Roman?! Mas como?! O quem é aquele homem na estrada e onde estamos? – Ele sorri.

— Bom dia Bela adormecida! Uma pergunta de cada vez. E para caso queira saber, não teve lesões permanentes na batida e nem quebrou algum osso.

— Está me seqüestrando? – Pergunta ela, irritada. – Roman! Pare o carro! Pare o carro! Agora!

Ele a olha cinicamente.

— Não dá, Zoey. Estamos quase lá.

Ela o encara e ele faz o mesmo. Starling lembra-se dos momentos passados na noite anterior e se acalma, respirando fundo.

— Quase lá onde?

Ele coloca o dedo indicador sobre os próprios lábios, em sinal de secreto.

— Ótimo! – Resmunga ela. – Onde está meu celular? Minha arma? – Ele ri.

— Da última vez que conversamos, estávamos quase nos beijando. O que me diz de continuarmos nossa conversa com isso, hein?


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Notas finais do capítulo

1 - ID : Constitui o reservatório de energia psíquica, é onde se localizam as pulsões de vida e de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente. É regido pelo princípio do prazer (Psiquê que visa apenas o prazer do indivíduo).

* Mason Verger é um personagem existente no filme Hannibal. Estamos nos baseando em alguns aspectos desse filme no desenrolar da fic. Nós recomendamos,caso não tenham visto. O filme faz parte da trilogia de Hannibal e é muito bom!
* O enfermeiro Barney é um personagem de lá também.
Mas claro que algumas características desses personagens na fic são diferentes dos originais.
* Se vocês quiserem ver a tradução da música favorita de Zoey, aqui está o link.
https://www.youtube.com/watch?v=Rzl8bWST2B8
O vídeo não é nosso tá gente? Só achei que seria interessante vocês darem uma olhada na letra.
* Qualquer erro ortográfico, opinião, podem comentar! Espero que tenham gostado!
Bjus, Lili ♥



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