Cheguei do colégio cansada, realmente estava me esforçando para me sair bem nas matérias. Edward estava me ajudando muito nessa questão, ele realmente era incrivelmente inteligente, chego a dizer um gênio.

               Minha mãe deixou um bilhete na cozinha dizendo que havia saído para comprar algumas coisas, então a casa era só minha por algum tempo. Subi e fui direto tomar um banho, aquele banho que faz a gente relaxar. Lavei meus cabelos e fiz uma rápida limpeza de pele no rosto, não sou extremamente vaidosa, mas gosto de me cuidar.

               Coloquei uma roupa confortável, calça de moletom, regata e casaco. Os dias aqui em sua maioria eram bem frios e como estava acostumada com o calor, qualquer coisa menos de 25° graus já me deixava gelada.

               Pouco tempo depois, enviei uma mensagem ao Edward.

— Oi, estou aqui pensando. Acho que já estou pronta para conhecer os seus pais.

               Não demorou muito e ele logo perguntou se poderia me encontrar, disse que sim e que estava sozinha no momento e que poderíamos nos encontramos na clareira. Ele respondeu que me encontraria lá.

               Meu coração já estava furioso em meu peito, me pergunto quando isso vai passar ou será que não vai? Fui encontrá-lo. Em todo o cominho fui repassando um texto em minha cabeça, dizendo o motivo de agora estar pronta para conhecer os pais dele. Fui dizendo e repetindo que não havia motivo de ansiedade, que tudo daria certo.

               Quando cheguei à clareira, ele já estava lá. Não sei como ele consegue chegar tão rápido assim, mas também nunca perguntei... Isso era algo que também me incomodava, ele parecia sempre tão ágil, tão rápido, sempre tão pronto para tudo.

               Aquela visão estava fazendo meu coração falhar, sentir minhas mãos suadas. Nunca iria me cansar de admirá-lo, ele era provavelmente um deus grego. Será esse o seu segredo? Ri desse pensamento. Por mais que o que tínhamos estivesse evoluindo com o tempo, ainda sentia que ele se reservava em alguns momentos. Saí desses pensamentos enquanto chegava mais perto dele.

               Ele estava sentando na relva, com uma calça de moletom preta, uma regata e um casaco meio aberto. Parecia que tínhamos quase combinado. Seus cabelos sempre revoltos, fazendo com que despertasse em mim uma vontade de sempre passar as mãos neles. Enquanto chegava mais perto, ele abiu um sorriso que fez minhas bochechas esquentarem.

               Como ele poderia despertar tantas coisas em mim com apenas um sorriso?

— Oi – Disse meio sem jeito.

— Oi, senta aqui do meu lado.

Ele pediu com carinha de cachorro abandonado. Fiz que sim com a cabeça e sentei ao seu lado, coloquei minha cabeça apoiada ao seu peito. Juro que não consegui ouvir seu coração, estranho, mas abstrai esse pensamento. Ele me trazia uma sensação de paz tão grande, como se tudo que eu estivesse procurando estivesse nele. Ficamos assim por um bom tempo. Até que comecei o assunto.

 – Você está me fazendo tão bem, mesmo em tão pouco tempo. Acredito que seja o certo agora conhecer seus pais.

— É você que está me fazendo bem Bella, você não sabe quanto tempo esperei por você.

— 18 anos não é muito tempo – falei brincando, mas a sua expressão ficou séria.

— Tem muitas coisas nas quais quero contar a você, só não sei quando.

— Tudo bem, não vou fazer pressão. Sei que todos nós temos segredos que são difíceis de falar. – Falei sendo mais sincera possível

— Então, você quer conhecer meus pais. Quando eu posso conhecer os seus?

Com toda certeza meu coração parou de bater, minhas mãos suaram e minhas bochechas pegaram fogo. Realmente não havia pensado sobre isso, eu posso conhecer seus pais e ele não pode conhecer os meus? Não sei se estou pronta para isso... Ele percebeu minha reação e completou:

— Não achou que eu iria apenas te dar o endereço da minha casa e te esperar aparecer por lá, né? Eu realmente quero ir te buscar e conhecer seus pais.

— Você me pegou de surpresa – disse meio constrangida.

— Você realmente achou que eu não tinha interesse em conhecê-los?

— Não é isso, é que não passou pela minha cabeça essa situação. Conhecer meus pais não é algo fácil pra mim, nunca te falei isso, mas o último menino que apresentei a eles – engoli seco – me machucou profundamente.

Sua expressão mudou, parecia preocupado.

— Eu não sei o que aconteceu com você Bella, mas posso te garantir que não sou parecido com qualquer outro garoto que você já conheceu. Não quero te fazer sofrer jamais, demorei muito para te encontrar e quero fazer valer a pena cada segundo com você.

Cada palavra dele me fazia derreter, realmente ele não era parecido com qualquer garoto que já havia conhecido. Ele era único, incrível e fora da realidade.

— Eu nem acredito que isso está acontecendo. Preciso ser sincera com você, quando vim para essa cidade, estava certa de que não queria me envolver com mais ninguém – fiz uma pausa para respirar.

— Pode continuar Bella.

— Eu ainda não estou pronta para te contar o que aconteceu comigo, mas eu estava certa de que não me envolveria com ninguém, mas ai... Você apareceu. Como dizer não a você, como negar o que estou começado a sentir?

­_ Então não negue esse sentimento, não me diga não.

— Temos tantas coisas que não dizemos um para o outro, sei que tem algo que você ainda não quer me contar. Tenho medo de nossos segredos venham nos atrapalhar.

— Bella, não sou eu que tenho o dom de prever o futuro na minha família, mas sei que estamos destinados a ficarmos juntos. Farei o impossível para te fazer feliz pra sempre.

Fiz uma cara de quem não entendeu a primeira coisa que ele disse como assim prever o futuro? Ele às vezes fala umas coisas tão estranhas... Mas a afirmação de me fazer feliz pra sempre fez surgir borboletas no estomago.

— Tudo bem, então te apresentarei aos meus pais.

Ficamos um bom tempo na clareira, depois que resolvemos tudo sobre a apresentação dos nossos pais. Ficar ao lado dele era algo de que eu jamais me cansaria, seu sorriso perfeito e sua presença tão marcante me encantavam a cada dia.

A cada dia nos conhecíamos mais, falávamos sobre nossos gostos, nossos passatempos favoritos. Ele amava ler tanto quanto eu, descobri que ele tinha talento para instrumentos musicais e combinamos dele me mostrar um pouco disso.

No sábado ele foi me buscar, parou na porta da minha casa e bateu. Já havia conversado com meus pais, disse que uma pessoa muito especial estaria me levando pra sair e contei que estava realmente me interessando por ele. Meus pais são os melhores do mundo, ficaram tão felizes em saber que eu estava dando uma nova chance ao amor. Desejaram-me boa sorte e disseram que seriam gentis com o Edward.

Tudo aconteceu muito rápido, apresentei o Edward aos meus pais, meu pai apertou sua mão e disse para tomar conta da sua preciosa filhinha. Nem preciso dizer como foi que eu reagi. Minha mãe o abraçou e disse que estava muito feliz em conhecê-lo.

Tratei de sair dessa situação o mais rápido possível, mesmo que meus pais sejam um amor com o Edward, não deixa de ser uma questão delicada para mim. Saímos de lá de mãos dadas e percebi os olhares dos meus pais em relação a isso. Eles pareceram realmente felizes com a situação, sei que eles se importam comigo.

Entramos em seu carro em silencio, estávamos confortáveis assim. Permaneci a maior parte do caminho calada, refletindo sobre como minha vida havia mudado tanto. Me dei conta de que “de repente amor”.