Mas por que, Benjamin? escrita por SourFox


Capítulo 5
Capítulo 5.


Notas iniciais do capítulo

Alec is back, dessa vez causando mais do que nunca.

Gente do céu, eu queria pedir 156518 desculpas por ter "abandonado" isso aqui desse jeito, mas o fato é que o meu computador acabou estragando com mais cinco capítulos e eu fiquei um pouco desanimado para voltar a escrever. Mas depois de reencontrar o meu amigo que serve de inspiração para o Alec, eu soube que tinha que trazer esse garoto das cinzas como uma fênix que renasce (sou bem dramático mesmo).



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Alina fracassou miseravelmente na missão de livrar a minha cara. Então, cá estou eu, deitado no chão da sala da detenção encarando o teto. Nenhum professor ou coisa do tipo ficava na sala, exceto por Marta Morta que ficava fazendo pequenas visitas de quinze em quinze minutos.

— Por que você está deitado? – Sugar perguntou.

— As coisas parecem menos agitadas aqui. – Respondi.

— Mas as coisas não estão agitadas. – Ela deitou ao meu lado. – Cherry está fazendo a unha, Ben fica lendo esse livro o tempo todo, Wigles está dormindo, Becky desenhando e Chad está no outro canto da sala ouvindo música.

— E você está falando. – Rebati. – Reparou que nenhum deles fica mexendo as pernas? Aqui é de longe mais calmo.

— Você é engraçado. – Ela sorriu.

Sugar era uma garota bonita, podia ser metida a hippie, usar dreadlocks mesmo sendo loira, mas mesmo assim era bonita. Seu rosto era fino e os olhos grandes, os lábios e nariz pequenos, sua beleza não era do tipo vulgar, estereotipada e chamativa como Cherry, era como se Sugar fosse bonita por dentro e a beleza vazasse um pouco.

— Você e o Wigles estão juntos faz muito tempo? – Sussurrei.

— Desde a quinta série. – A loira corou.

— Como assim? – Perguntei surpreso.

— Aras foi o primeiro cara que fez com que eu me sentisse especial. – Ela deu de ombros. – Eu me apaixonei por ele quando era mais nova e continuo me apaixonando todos os dias. Você pode pensar que ele é só mais um maconheiro drogado e sem futuro, mas Aras Wiglesworth é o cara mais inteligente que eu conheço.

— E qual é a história do Ben e o Chad? – Olhei as pernas do garoto por baixo das carteiras.

— Chad era nosso amigo, ele era o sexto membro do grupo, acho que você vai tomar o lugar dele agora. – Ela começou. – Eu não sei direito o que aconteceu, mas o clima entre e o Ben começou a ficar pesado, não sei se eles se gostavam, mas sempre se pegavam, então Chad começou a se afastar e um belo dia nós chegamos aqui e Chad e Ben eram inimigos mortais.

— Por que você quer saber? – Ben perguntou deitando do meu lado.

— Sou curioso. – Respondi dando de ombros. – Era para ser segredo?

— Acho que não. – Ele disse.

— Vai me contar direito o que aconteceu? – Encarei o garoto.

Ben era bonito para cacete, eu posso entender porque Chad caiu nas graças dele.

— Não.

— Por favor. – Fiz a cara mais meiga que pude.

Ele sorriu.

— Alec Shallow, pelo que eu vi de você hoje, eu sei que essa sua cara só serve para enganar trouxa. – Ele falou. – Isso não vai funcionar comigo.

Aquele garotinho acha que consegue guardar um segredo de mim? Qual é, eu sou o filho da minha mãe, ninguém consegue esconder alguma coisa de Sandra Shallow, ninguém consegue esconder alguma coisa de mim.

— Então, bonitinho. – Tirei o cabelo da testa dele. – Se você não me contar, eu vou ir perguntar ao Chad, e tenho certeza que ele não vai ter vergonha nenhuma de me contar o motivo pelo qual vocês saíram no tapa.

— A gente se apaixonou pelo mesmo cara. – Ele bufou.

— Ai que bafo, me conta. – Sugar falou ficando sentada.

— Não tem o que contar. – Ben ainda parecia um pouco magoado com a situação.

— Desculpe. - Sussurrei para que só ele pudesse ouvir.

Não sou o tipo de pessoa que pede desculpas. Na verdade eu não estava nem sentindo que eu devia pedir desculpas, mas eu queria Ben, então eu teria que ganhar a confiança dele. Mas eu também queria continuar o que eu tive com Chad mais cedo.

— Tudo bem.

Olhei para o lado e vi que Chad não estava mais sentado no seu lugar. Eis o plano: eu saia atrás de Chad, terminava o que havíamos começado mais cedo. Voltava para a sala e começava as linhas da minha curta e dramática história com Ben. A bíblia manda amar o próximo, não é mesmo?

— Já volto. – Disse ficando de pé.

— Aonde você vai? – Benjamin perguntou.

— Banheiro. – Respondi. – Quer vir junto?

Ele sorriu e não foi um sorriso tímido, isso acabou me deixando um pouco surpreso, excitado também, mas a surpresa foi maior quando ele concordou comigo e ficou de pé ao meu lado. Não sei se eu fiquei feliz por pegar os dois no mesmo dia ou se eu fiquei triste por não pegar Chad mais uma vez.

— Você está falando sério? – Perguntei.

— Claro, eu também preciso usar o banheiro.

Ah, vai lavar a casa da cachorra. Sério? Sério mesmo Benjamin? Eu não sabia se a inocência dele me deixava com mais vontade de dar uns beijos ou se me dava vontade de descer a mão na cara dele. Além de não quer ficar comigo, Ben estragou meus planos com Chad.

Quando eu abri a porta Marta estava parada do outro lado feito um segurança da sala do presidente.

— Eu vou ao banheiro. – Falei passando por ela.

— Não.

— Sim? – Encarei a assistente do diretor. – Querida, você quer que eu fique segurando a minha bexiga?

— Shallow, você não acha que já aprontou muito por um dia? – Ela perguntou.

— Marta Morta, a senhora não acha que...

Ben me puxou para dentro da sala antes que eu pudesse falar qualquer coisa que me prejudicasse ainda mais. Mas eu já estava cheio daquela mulherzinha insuportável e que pensava ser a dona do mundo, ou melhor, achava que mandava em mim.

— Não me segura. – Tentei puxar o meu braço de volta, mas não era Ben que me segurava, e sim Chad, então eu não tinha a mínima chance de me soltar. – O que você acha que está fazendo? Vai me bater?

— Você quer ser expulso? – Ele perguntou me soltando. – Olha Alec, eu não te conheço, tenho mil e um motivos para te detestar, mas não quero que você seja expulso, se a mulher disse que não é para você ir, então não vá.

— Quem você acha que é para me dar lição de moral? – Perguntei dando de dedo no peito musculoso dele.

— Eu achei que eu nunca diria isso outra vez na minha vida, mas eu concordo com o Chad. – Becky falou parando de desenhar. – Alec, pare de dar showzinho, você tem uma personalidade forte e mal pode ser controlado, mas isso não vai te ajudar aqui.

— Marta não é o tipo de inimiga que você quer ter. – Ben falou. – Ninguém que entra no caminho dessa mulher fica aqui, é como se ela mandasse no DiLorenzo.

— A Marta que queime no fogo do inferno. - Falei me jogando em uma das carteiras que ficavam na parede. – Obrigado.

Meu objetivo mudou completamente. Os garotos poderiam esperar, o que eu queria mesmo era a demissão de Marta. Você pode pensar “Nossa Alec, como você é egoísta e desalmado, querer que uma mulher perca o seu emprego só porque ela não deixou você ir ao banheiro”. Talvez querer a demissão dela fosse sim um pouco egoísta, mas a questão era que Marta, a morta, achava que era melhor do que as pessoas pelo simples fato de ser a assistente do diretor e coisa e tal.

Não sei se eu demonstrei a minha raiva sem querer, mas quando percebi Ben e Chad estavam me observando atentos, quase como filhotes de gato observando o dono. Ignorei os dois e deitei a minha cabeça sobre a mesa. Peguei no sono tão rápido que não lembro de nenhuma conversa ou comentário depois do sermão que levei.

Como eu não sonho, meu cérebro só voltou a funcionar quando Cherry me cutucou. Mais uma vez eu gritei que tinha cócegas.

— Estamos indo para o café, quer ir? – Ela perguntou rindo.

— Pode ser.

***

O café ficava do outro lado da rua, lugarzinho simpático, mas sem chamar muita atenção. Tanto que eu nem havia percebido a presença dele mais cedo. Por ser na frente da escola, o lugar era o ponto de encontro entre os alunos, então estava repleto de rostos que eu havia visto mais cedo. E um que eu não via há muito tempo.

— Alec?

— Romeu? – Falei animado quando vi que o barista era um antigo amigo. – Ai meu deus, quanto tempo.

— Vocês se conhecem? – Ben perguntou surpreso.

— Ele é tipo o meu ex, mas nós só éramos amigos com privilégios. – Expliquei. - Só os privilégios acabaram, mas nada que não possa voltar a acontecer.

Ben fechou a cara no mesmo instante. Romeu ficou completamente desconfortável.

— O que está acontecendo aqui? – Perguntei confuso.

— Ben é meu ex-namorado. – Ele respondeu corado.

— Amigo como você é rodado. – Fiz uma pausa. – Ai meu deus, você e Chad brigaram pelo Romeu?


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