— espera, espera, espera – A Grace teve que repetir três vezes antes de piscar os olhos atónica – Você contou tudo? Man, como assim, ela o expulsou de casa?

— Isso mesmo – Annabeth encarou o copo com cerveja na sua frente. O liquido dourado borbulhava ainda frio enquanto pequenas gotas escorriam pelo copo, molhando a mesa do café. Depois de ter saído de casa tudo o que fez foi ligar pra Thália e combinar em algum lugar. E como prometido, a morena assim o fez – Gritou com ele, ofendeu ele e ainda o expulsou de casa como se ele tivesse cometido um crime.

— O que tecnicamente não é mentira – a morena deu um sorriso de lado, porém, ao ver o olhar da Chase rapidamente o desfez – Annabeth, eu até entendo sua mãe sabe? Quer dizer, eu sei que o Mr.Jack… o Percy é um cara cinco estrelas e que faz você feliz mas… acho que se eu fosse mãe e visse minha filha aparecendo com um cara 10 anos mais velho que ela em casa… - ela olhou cautelosamente para a loira que a fitava com atenção – Bem, até que entendo o lado dela.

— Eu também entendo Thália – A loira se defendeu – por muito que não goste eu sei que ela só quer meu bem, é minha mãe eu respeito isso.

— Mas… - a morena olhou sugestivamente para ela.

— Mas – A chase continuou num suspiro profundo – eu também confio no Percy. E minha mãe devia confiar em mim também. Ela tinha todo o direito de não aprovar o Percy mas fazer o escândalo que fez Thália? Gritar comigo como se eu fosse a culpada? Ou chamar o Percy de pedófilo?

— Verdade – Thália ponderou arqueando a sobrancelha direita – e como está o Percy?

— Eu não sei – a loira deu de ombros. Ela não havia conseguido falar com ele depois daquela tarde. Tentou lhe ligar para o celular mas sempre dava impedido e mais tarde, desligado. Ao fim de uma hora tentou mandar mensagem mas nem visualizado marcava.

Annabeth estava com medo. Todas aquelas conversas que havia tido junto com ele. As promessas que nenhum dos dois iria se afastar depois de tudo.

Tudo isso parecia reduzido a nada no momento.

— Hey – Thália pareceu notar o receio da loira. Um sorriso cresceu nos seus lábios e um olhar carinhoso percorreu os seus olhos. Annabeth sempre se sentia segura quando Thália Grace estava por perto. Isso era fato. – O Percy te adora sim? Não fique pensando besteira.

— Eu sei que sim… é só que – Annabeth sentia que um nó havia se formado no estomago – e se ele quiser se afastar depois disso?

— Depois de todas as conversas que vocês tiveram? Acho pouco provável loira – A Grace sorriu pegando na mão de Annabeth que estava pousada sobre a mesa. A Chase a encarou por longos segundos antes de lhe dar um sorriso fraco. – Acho que você deveria ir falar com ele.

— Você acha? – os olhos cinza a encararam receosa pensando em Athena. Se ela soubesse que a filha estava indo para casa de Percy. Bem, era guerra declarada em casa. – E se minha mãe-

— Eu seu, eu compreendo o lado da sua mãe mas… acho que o Percy precisa que alguém compreenda o lado dele. – Thália a olhou fixamente antes de continuar – Ele foi muito corajoso em ir a sua casa e acho que você deveria correr alguns riscos por ele também. E eu sei que você gosta tanto dele quanto ele gosta de você Annabeth.

— Você tem razão… como sempre.

— Exato, eu sempre tenho – Thália sorriu dando uma piscadela. Annabeth mordeu o lábio se reconfortando na cadeira – E você Thals? Essa semana estamos falando apenas sobre mim que você não me conta novidade nenhuma.

— Não há nenhuma novidade – ela encolheu os ombros sorridente antes de pentear as mechas negras que saltavam da sua franja – Nico e eu estamos bem… e Jason também eu acho.

— Você voltou a falar com a Piper?

— Eu perdoei ela… quer dizer, acho que ela me perdoou na verdade. – o sorriso triste percorreu os lábios da Grace e um suspiro profundo arrastou a sua garganta – Jason é inocente nessa história toda… eu me arrependo de tê-lo julgado tanto sabe?

— Mas vocês estão bem agora Thals – Annabeth assegurou convicta arrancando um sorriso da garota sentada na sua frente – Estão construindo algo certo?

— Pois é… estamos mesmo.

— Vão querer mais alguma coisa? – Annabeth encarou o garçon que se aproximou rapidamente da mesa. Não aparentava ter mais de 20 anos. Os cabelos eram loiro e brilhantes comparado aos escuros que a fitavam curioso. Um avental branco cobria as suas jeans enquanto um sorriso marcado por um piercing labial relampejava no seu rosto cordialmente.

— Eu estou bem , obrigada – Annabeth deu um sorriso retirando um par de moedas que guardava na carteira. – Aqui tem, é pela cerveja.

— Obrigado senhorita – o moço rapidamente guardou as moedas no bolsinho do avental antes de se virar para a Grace – e você? Quer algo?

— Estabilidade emocional tem?

O garçon deu uma gargalhada – Infelizmente não garota, mas vamos anotar a sugestão para o cardápio. – ele deu uma piascadinha para a loira – Mais alguma coisa?

— Então estamos bem, obrigada.

— Obrigado eu – e se afastou dando um ultimo sorriso para as duas.

— Acho que o melhor, por agora, é você esperar, Percy deve estar de rastos e sua mãe não esta propriamente feliz com tudo isso.

— É… eu vou pensar sobre isso.

— Até lá, acho que sua mãe não vai deixar você dormir fora durante muito, mas muito tempo.

***

A loira subiu as escadas de madeira lentamente. O carro dele estava lá fora, então com certeza ele estaria por ali. Ele não atendia o celular, muito menos respondia as mensagens. Annabeth estava quase (quase mesmo) certa que ele estaria pronto para pôr um fim em tudo. Havia um jornal em frente à porta de Percy, na qual ela pegou carregando na campainha.

Nem havia pestanejado que a porta já estava se abrindo com Percy do outro lado.

— Hey – ela murmurou apertando a mala beje que tinha em suas mãos. Percy deu um sorriso meigo, porém Annabeth notou alguma hesitação em sua postura. Ele repirou fundo, se encostando na beirada da porta.

— Vai ficar aí? – ele deu um leve sorriso, fazendo todo o corpo de Annabeth amolecer no mesmo segundo. De Percy esperava tudo. Depois do jeito que a mãe de Annabeth o havia tratado, ela nunca pensara que ele estaria ali, bem na sua frente, sorrindo tão carinhosamente como antes.

A postura mudou. Percy deu alguns passos esperando Annabeth entrar.

Havia uns papeis em cima da mesa e o seu computador estava ligado. Ela o olhou o encarando.

— Estava trabalhando?

— Tentando – ele sussurrou encolhendo os ombros – Me mantendo ocupado.

— Desculpa…

— Mas você não está incom-

— Não é isso – A Chase interrompeu – eu estou falando da minha mãe. – os olhos cinza encaram os verdes num gesto arrependido. E ela estava… muito.

— Desculpa porquê? – ele voltou a sacudir os ombros dando um sorriso fraco – Todo o mundo faria isso no lugar da sua mãe… ela só está preocupada.

— Mesmo assim Percy ela não dev-

— Não devia oque? – o mesmo sorriso irónico dançava nos seus lábios – te proteger? Tentar afastar de alguém que é 10 anos mais velho você? Cuidar de você?

—… eu sei que está sendo difícil pra você… asério que sei. – ela se sentou ao eu lado – eu sei que será sempre você que vai ser criticado. E sei que você não suporta isso… é minha culpa.

— Annabeth – ele a encarou sério – eu não estou descontando em você. Eu não estou magoado com você ou com sua mãe. Eu sei que você se sente culpada mas ninguém tem culpa de nada.

Ela se manteve no mais preciso silêncio observando a mão do Jackson pegando na sua.

— Eu sei que você tem medo… mas eu também tenho. – ele sussurrou – e ele só aumentou depois de hoje.

— Percy.

— me deixe terminar, por favor… eu fui beber depois de sair de sua casa. – ele mordeu o lábio antes de prosseguir – eu bebi bastante… tanto que tive de pegar o ónibus pra casa.

— Você não está fazendo sentido nenhum Percy – ela constatou.

— Eu não estava bêbedo – ele a ignorou – eu tinha bebido demais mas… tudo o que eu pensava foi era na conversa que tinha tido.

— Que conversa?

— Não interessa agora – ele sorriu – vai me deixar terminar ou não?

— Desculpe… pode continuar.

— Obrigado – ele sorriu beijando os dedos da sua mão – tudo o que eu pensei quando voltei foi “Caramba… eu estou lhe dando razão”. E eu estava. Me embriagando num bar era só mais um argumento pra sua mãe usar contra mim… então eu decidi… eu vou continuar tentando.

— Agora?

— Agora não, amanhã. E no dia seguinte. E na próxima semana. Eu não vou deixar que alguém se meta entre a gente… não mais.

Ela encostou a cabeça no seu ombro o fazendo sorrir.

— e agora? -ela perguntou sorridente.

— Agora? – o sorriso brilhante permaneceu em sua boca – agora é continuar tentando.

A garota sentiu o rosto do Jackson se aproximando do seu. Automaticamente o puxou pra si, agarrando nos colarinho da sua camiseta. Sentiu as costas embaterem contra o sofá enquanto o corpo do Jackson se encostava no seu.

— A gente não pode – ele interrompeu o beijo – vai que sua mãe aparece por aqui.

— Por favor Percy – ela murmurou baixinho beijando o seu maxilar enquanto os seus dedos puxavam os cabelos da sua nuca. – Por favor.

— Annabeth – ele gemeu baixinho – pare com isso.

— Por favor… - ela murmurou repetindo os gestos. Ele sorriu sentindo os carinhos da loira no seu rosto. Ele a beijou de novo, dessa vez, mais rápido. As suas mãos puxaram a loira para o seu colo, enquanto ele se sentava sobre o sofá.

Ele a apertou contra o seu corpo. Beijou a sua boca. O seu queixo. As suas bochechas. Os seus braços rodearam a sua cintura enquanto a loira subia a sua camiseta pelo seu tronco. Ela suspirou, deslizando as suas mãos até ao seu peitoral desnudo.

Ele fez o mesmo. Despediu a blusa azul que acabou deslizando até ao chão.

— Você me quer? – ela perguntou beijando a linha da sua barba aparada.

— Sempre… - ele sussurrou começando a despedir a loira lentamente…