Gargamanto — Interativa escrita por Lyovochka


Capítulo 2
Nova Iorque, 24 de Julho de 2016


Notas iniciais do capítulo

Olá ・゚・(ノД”`)・゚・。 então... Hã... Primeiramente, eu queria agradecer a todos que mandaram fichas por me darem a chance de inserir seus personagens no enredo que planejei. Em segundo lugar, gostaria de me desculpar pela demora em postar; meu tempo livre diminuiu drasticamente por causa da mudança nos horários das minhas aulas, e apesar de o começo do capítulo ter sido surpreendentemente fácil de escrever, não estava sabendo como terminá-lo. (Infelizmente, though, não posso prometer que essa demora não vai acontecer com frequência. Sabem o que está escrito nas notas da história, de as atualizações serem "desesperadoramente lentas ou desesperadas"? É literal.)

Enfim. Pretendo apresentar todos os personagens nos primeiros três capítulos, nem que sejam aparições curtas, e depois deixar as personalidades/motivações/histórias deles se desenrolarem de acordo com o que for acontecendo. Sei que muita gente prefere capítulos introdutórios, mas não acho que eu conseguiria fazê-los ;-;

E... Por enquanto eu acho que é só? Espero que gostem do capítulo!

(e para todos os casos, uma mini legenda de dois símbolos que vão aparecer bastante nos capítulos a partir daqui)
"➤" significa que a cena estará diretamente ligada à cena anterior (ex.: a mesma cena pelo ponto de vista de outro personagem)
"⤱" significa que a cena não necessariamente tem ligação com a cena anterior (ex.: são outros personagens, em um lugar completamente diferente, em um horário completamente diferente)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/680726/chapter/2

um mês depois da colisão

 

Não era pra ter acontecido dessa forma. Não era pra ter acontecido dessa forma. Bastian sabe que não — ele fez todas as contas, calculou todas as probabilidades, e essa variável não estava em nenhuma delas. Era pra ter sido só uma corrida rápida em busca de suprimentos; a área ao redor daquele bairro específico não estava sob influência de nenhum dos lados, e não havia motivos para acreditar que alguma coisa, qualquer coisa, poderia acontecer.

Ele é filho do homem mais rápido vivo, pelo amor de Deus! Isso deveria ser simples. Deveria ser fácil. Entretanto, aqui ele se encontra, espremido entre as latas de lixo, prendendo a respiração e rezando para que, quem quer que seja, não o encontre. Não é um dos deles, Bastian saberia se fosse — ou, ao menos, ele acha que saberia, é meio difícil ter certeza quando não se conhece as identidades secretas das pessoas. Ainda assim, é um tanto quanto impossível não ter ao menos uma centelha de esperança de que não, de que os passos lentamente se aproximando do lugar onde Bastian se esconde sejam os passos de um aliado, um companheiro de luta.

Seria esperar demais, lógico; Bastian não é idiota, e ele sabe, ele sabe que ele está ferrado, que Ravic vai matá-lo — vai matá-lo por sua imprudência, sua impulsividade, sua mania de agir sem pensar duas, três, quinze vezes antes; e Ravic não entende que Bastian o faz, que Bastian considera todas as variáveis que pode, mas que, às vezes, as variáveis estão erradas. Então talvez Bastian devesse ter considerado possibilidades muito além de coisas que ele poderia mudar, talvez devesse ter considerado deixar que outras pessoas cuidassem dessa tarefa específica, talvez devesse ter chamado o Chacal ou Oblivion, ou qualquer um, para ajudá-lo antes de considerar que nada daria errado — e, deuses, Ravic vai matá-lo, mas Oblivion vai ter a cabeça dele em uma estaca.

 

[Quer dizer, isso se Bastian conseguir voltar. De alguma forma, as chances parecem diminuir a cada instante.]

 

 

O coração de Tessa bate tão rápido que parece querer sair da boca. Não se desespere, ela diz a si mesma. Não se desespere.

Nada aconteceu até agora, mas ela sabe o que viu — sabe que não foi uma impressão, ou coisa de sua cabeça. Havia alguém do lado de fora das portas de vidro, ainda que o estacionamento esteja vazio — uma sombra, um garoto, um homem, e não seria ela azarada o bastante para esbarrar em um dos inimigos?

Droga. Tessa lança um olhar rápido em direção ao estabelecimento atrás dela — um supermercado que definitivamente não está vazio; que transborda sons de carrinhos parcialmente vazios e as vozes monótonas dos dois ou três atendentes presentes no turno da noite. São pessoas inocentes que jamais pediram para serem jogadas nessa bagunça toda, pessoas que certamente vão morrer se ela não fizer alguma coisa — e Tessa não pode carregar mais esse peso nas costas, ela não pode.

Pense, Tessa, pense. Ela é boa nisso — pensar. Quem a observa de longe pode jamais acreditar que Tessa ultrapassa o famoso estereótipo da garota bonita e sem cérebro — a boca rosada, o nariz arrebitado —, mas eles jamais saberão o quanto ela lutou, ainda luta, pra estar aqui.

Nesse mundo, ou você é o caçador, ou você é a caça. Não há meio termo; não foi sempre assim, mas agora é — e, por bem ou por mal, Tessa é do tipo que se adapta rápido.

O telefone está em suas mãos em tempo recorde.

— Alô? — a voz do outro lado questiona, um tanto quanto sonolenta, e é só nesse momento que Tessa percebe que estava prendendo a respiração.

— Fortalesa. — a regra é não usar as identidades secretas em linhas públicas, porque isso colocaria em risco não apenas aqueles envolvidos na mensagem, como também as pessoas próximas. Entretanto, Tessa sabe que seu telefone, no momento, não pode ser hackeado; além disso, há um motivo pelo qual a garota troca de modelo constantemente. — Preciso de ajuda.

O silêncio na linha dura menos de um instante.

— Onde? — pelos sons que seguem a pergunta, Tessa sabe que, independentemente do horário, Anastasia não estava dormindo ainda, e que já tem meio caminho andado até a saída de seu quarto.

— A&P. — e então, após considerar que chamar Flora ou Ray talvez seja um pouco demais, adiciona: — Traga Chandrasekhar.

— Entendido. — a linha fica muda.

 

[Tessa sabe que foi estúpido esperar que tudo continuasse como estava — hora mais, hora menos, o outro sapato sempre cai —, mas, ainda assim não consegue evitar a pontada de decepção.]

 

⤱ 

 

Há uma sensação incômoda que acompanha Beatrix desde o acidente — a Colisão, como os heróis têm decido chamá-lo por hora. Não é apenas paranoia, ou ansiedade, ou qualquer outra coisa que ela esteja acostumada a sentir.

É pior. Não bastasse a situação com os Outros, o desaparecimento de mais de metade da Liga, e súbito aumento no índice de distúrbios e alterações inter dimensionais, Beatrix ainda tem de lidar com as crianças que, por algum motivo, decidiram nomeá-la — nas exatas palavras de Bastian Allen — “líder do grupinho”.

Ravic, ao menos, é responsável. Alisha tem a péssima tendência de acabar seguindo os próprios planos ao invés das ordens, Dylan é gentil demais para o próprio bem e Ryouta nunca faz nada certo. Não é que eles sejam maus heróis, Beatrix só… Preferiria trabalhar sozinha, se pudesse. Gotham é responsabilidade o suficiente sem que precise ficar de olho em — o que quer que eles sejam agora; Beatrix não vai começar a pensar neles como Novos Titãs, independentemente do que Bastian tenha dito.

Beatrix suspira. O relógio sobre a escrivaninha quase parece caçoar dela, cada “tic” e cada “tac” se arrastando pelo que parece ser uma eternidade, e até mesmo Copas, imóvel sobre o poleiro próximo à janela, parece cansada. Foi um fim de semana exaustivo — os intermináveis olhares de Miles, a forma como Jenna, mais uma vez, conseguiu fazê-la concordar a comparecer em mais uma das festas da faculdade (não importa que Beatrix tenha ido embora cedo, como sempre faz; o que importa é o fato de que, mesmo odiando festas, ela foi), além dos relatos de um velocista vestido em azul percorrendo áreas próximas a alguns dos esconderijos que, por hora, deveriam estar seguros.

Beatrix, sinceramente, só espera que o fim de semana possa terminar sem mais ocorrências.

 

[Faz exatos vinte e dois dias desde a última vez que Jack deu as caras por Gotham City. A sensação incômoda persevera.]


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se em algum momento você achar que não fiz jus ao seu personagem, sinta-se no direito de vir falar comigo por MP, para que possamos resolver o problema.

Até a próxima vez, pessoinhas ・゚・(ノД”`)・゚・。



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Gargamanto — Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.