Sweet Devil escrita por Carcata


Capítulo 3
Game over


Notas iniciais do capítulo

último capitulo pq msm q eu seja capaz de fazer mais coisa com esses dois (oq eu sou) ja ta na hora de acabar com essa historinha neh gente P:
nao to satisfeita com o final, mas eu nunca to, então ta de boas eu acho
mas eu gostei do double twist q eu fiz ae heheheheheheheh :))))



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 Foggy guiou Sra. Cardenas com a ajuda de Karen até o hospital, que começava a ficar mais cheio à medida que mais bombas explodiam em Hell’s Kitchen. Só foi até mais tarde, quando Karen notou a ferida em seu peito, que Foggy decidiu que uma cama e alguns analgésicos também não pareciam uma má ideia.

 — Onde você está, Matty...? — Ele murmurou no telefone ao deixar uma mensagem gravada para Matt pela terceira vez. Era bem provável que Matt estava lá fora dando uma de vigilante assassino, mas mesmo assim Foggy continuava tentando.

 Além do mais, o principal motivo que ele estava fazendo aquilo era para acalmar Karen, que ficava mais apreensiva a cada minuto que Murdock não atendia.

 — Okay, isso está ficando ridículo — Ela anunciou e pegou o celular da mão de Foggy. — Matt, Foggy foi atingido por uma das bombas. Estamos no hospital principal de Hell’s Kitchen. É melhor vir logo, seu idiota, porque não sei por quanto mais tempo eu vou poder sentar aqui sem fazer nada me preocupando com vocês.

 E com isso ela desligou, bufando e se remexendo na cadeira de plástico super desconfortável. Foggy a encarou.

 — Hã, eu não acho que isso vá adiantar em alguma coisa, Karen. Se Matt não responde, é porque deve ter acontecido alguma coisa. — Por mais relaxante que seja gritar seus estresses pelo telefone, isso ainda não vai fazer a pessoa atender. Talvez.

 Karen, a traidora, apenas o ignorou, e com o controle remoto ligou a pequena TV da sala do hospital. Obviamente para desviar o assunto. Nelson sentiu todo o ar ser tirado de seus pulmões quando o Diabo de Hell’s Kitchen apareceu na tela.

 Hah, agora Matt era uma estrela de TV. Só que, bem, por motivos bem mais desagradáveis do que Foggy gostaria. Ele escutava o repórter falar sobre a notícia e rezou para que o idiota não tivesse matado ninguém até agora.

 — Detetives afirmam que o homem mascarado está cercado pela polícia dentro do edifício, e há um refém envolvido na operação

 Oh, merda.

 — O mascarado também é o principal suspeito responsável pela armação das bombas que explodiram em Hell’s Kitchen

 Oh, merda.

 — Esse é o cara que te salvou aquele dia? O seu herói mascarado? — Foggy perguntou para Karen com deboche na voz. Ela engoliu em seco e fechou os punhos, encarando a televisão com determinação nos olhos, como se ela tivesse todas as respostas. Como se a figura do Diabo colada na TV servisse de algum consolo.

  Nelson podia ver que ela também estava abalada. Bem-vinda ao clube. Pelo menos ela não estava apaixonada pelo desgraçado.

 — Vou tentar ligar pro Matt de novo. — Karen declarou e começou a discar os números no celular.

 Foggy suspirou.

 

 

 Quando os anestésicos começaram a perder o efeito e Foggy sentiu as pontadas de dor em seu peito, ele foi obrigado a acordar. Abriu os olhos e cerrou os dentes quando outra pontada de sofrimento e miséria o atingiu. Tentou buscar na sua memória o que tinha acontecido. Certo. Bombas, Hospital, Karen.

 Diabo de Hell’s Kitchen na televisão.

 Foggy sentou-se na cama subitamente, e percebeu que alguém estava segurando uma de suas mãos. Alguém chamado Matt.

 Murdock estava sentado na cadeira de plástico super desconfortável, sua cabeça abaixada apoiada em suas mãos, que estavam segurando a de Foggy. Até parecia que ele estava—

 Rezando.

 Matt estava rezando. O Diabo, rezando. Que ironia. Foggy bufou, e aquilo fez o outro perder a concentração, pois Matthew levantou a cabeça de repente em uma ação surpresa. Ele estava sem os óculos, e seus olhos se dirigiam diretamente para os olhos de Nelson.

 Foggy achou aquilo completamente arrepiante. Tanto de uma maneira positiva como negativa.

 — Foggy — E lá estava ela. A voz carregada de emoções expressa em uma só palavra, e aquilo sempre fazia Nelson ficar um pouco desnorteado. Ugh. — Não ouvi você acordar. Como está se sentindo?

 Matt Murdock? O morcego com super-incrível-máxima-audição que era capaz de captar batimentos cardíacos não ouviu Foggy acordar? O que diabos ele estava rezando, de tão importante?

 — Horrível — rebateu quando sentiu outra onda de dor o atingir. Maldito pedaço de vidro de janela. Malditas bombas. Maldito Matt. — E você também. Jesus, Matt, parece que o mundo desabou em cima você.

 Foggy estava certo. Nem toda a oração do mundo conseguiria esconder aquelas olheiras. Matt estava uma bagunça. Cabelo embaraçado para todos os lados, sua roupa toda desengonçada, como se nem tivesse se importado em se vestir direito.

 Matt deu um sorriso sem graça. Amargo.

 — Mais ou menos isso.

 Foggy rangeu os dentes.

 — Matt, o que aconteceu? Eu vi na TV. Reféns? — disse rispidamente e sem pensar deu um tapa na cabeça de Murdock, que nem se importou em desviar. — O que diabos você estava pensando?!

 Porque, honestamente, Matt e reféns na mesma frase não parecia algo acreditável.

 Matt arregalou os olhos, sua expressão de repente se tornando uma de pânico.

 — Não era refém — Ele negou, desesperado, balançando a cabeça. — Não era a minha intenção-- Nunca foi. Aquele policial, não era para ele estar lá. Você tem que acreditar em mim. Foggy, por favor.

 Foggy o encarou.

 — O que você fez, Matt?

 Matthew pegou as duas mãos de Foggy, e este percebeu que o outro estava tremendo. Pálido.

 — Eu não o matei. Juro. — confessou com a voz trêmula. — Fiz isso por você. Você queria que eu não matasse, então não o fiz.

 Matt deu um frágil sorriso, uma pequena esperança escondida em seus olhos. Foggy engoliu em seco.

 — Desde que você não tenha matado ninguém... — disse, incerto. Ele não tinha a mínima ideia de quem Matt estava falando, mas por enquanto deixou aquilo de lado. Depois Foggy investigaria a situação mais a fundo, porque--  reféns. Meu deus.

 Foggy limitou um pulo quando Matt o abraçou.

 — Não matei. Prometo — Colocou o rosto na curva do pescoço de Foggy e suspirou, contente. — Que bom que está bem. Ouvi a mensagem de Karen um tempo atrás. Fiquei preocupado.

 Matt apertou o abraço, e Nelson franziu o cenho. Mensagem de Karen?

... Ah.

 Aquela mensagem. Hah, quem diria que gritar seus estresses pelo telefone realmente funcionasse com Matt. Foggy acariciou seu cabelo, fazendo-o relaxar.

 — É, Karen tende a exagerar um pouquinho, mas pelo menos eu não morri, e você não matou ninguém e nem plantou nenhuma bomba em Hell’s Kitchen — Ele sentiu Matt ficar tenso novamente. — Matt. Por favor, me fale que você não plantou nenhuma bomba em Hell’s Kitchen.

 Foggy tentou quebrar o abraço, mas Matt o segurou firme.

 — Matt.

 — Não fui eu. — Foggy ficava mais confuso a cada segundo.

 — Então por que a áurea deprimente? Matt, você está me assustando, cara. Qual o problema?

 Murdock hesitou, mas se afastou, retirando-se dos braços de Foggy.

 — O problema é que eu não sei quem foi. E eu deveria saber.

 — Você não tem nenhuma bola de cristal, Matty, não dá pra você saber de tudo.

 — Não, Foggy. Se eu não o tivesse matado, teria certeza de quem tivesse plantado aquelas bombas.

 Foggy congelou.

 — Você fala do—

 — Wilson Fisk. Sim.

 Merda. Matt tinha falado com ele sobre Fisk. Grande canalha, sim, mas também grande milionário, e grande líder de crime organizado. E que crime organizado mais perfeito do que explodir algumas bombinhas pela cidade e botar a culpa no vigilante sociopata?

 Matt também tinha falado com ele sobre como Fisk tinha morrido, e que seu sangue estava em suas mãos.

 — Se Fisk ainda estivesse por aí, com certeza ele seria a causa de... de tudo isso. — Matt continuou tagarelando, sua voz desesperada. Como se ainda estivesse tentando convencer Foggy de que ele era inocente.

 Foggy sabia muito bem que ele não era.

 — Hm. Suspeito número um riscado da lista, então. — Nelson interrompeu. Matthew parou e virou a cabeça em sua direção.

 Foggy, agora ciente dos super poderes do outro, se perguntava se Matty era capaz de vê-lo. Bem provável.

 — Lista? — perguntou ele, confuso. Foggy revirou os olhos.

 — É, ué. Se você quer descobrir quem foi o responsável pelas bombas. É melhor nós começarmos a fazer uma lista de suspeitos, e riscar o nome de Fisk.

 Matt ficou boquiaberto.

 — “Nós”?

 Foggy pigarreou e sentiu suas bochechas corarem. O tom de voz baixo e esperançoso de Matt fez coisas com o seu coração. Murdock o encarava como um cachorrinho perdido.

 — Sim, Matt, “nós”. Achou mesmo que eu iria deixar você fazer tudo isso sozinho? — Além do mais, ele já estava fundo demais no poço das emoções. Apaixonar-se por Matt Murdock já era, em si, um game over.

 O que mais poderia dar errado?

 — Foggy, você tem certeza? Quer dizer, é perigoso, e—

 — E ficar aqui e perder toda a diversão? Nem se atreva, Murdock. — Foggy cruzou os braços e escondeu um gemido quando aquilo fez seu corpo doer.

 Matt, o adorável vigilante assassino preocupado que era, aproximou-se e cuidadosamente tirou os braços de Foggy perto de seu corpo. Em seguida, guiou seus dedos até o peito de Foggy, e parou quando chegou onde este notou que estava o seu coração.

 — Sabe, por anos eu me perguntei... — Matt murmurou, sua voz suave. Seus olhos transbordavam tanta afeição que Foggy ficou sem respirar por uns momentos. — Como seu coração soaria quando eu te falasse que eu te amo.

 Oh.

 Matt lambeu seus estúpidos lábios vermelhos e continuou.

 — Esse era só um dos muitos sonhos que eu tinha. Como você reagiria quando eu te contasse sobre os meus sentimentos, sobre meus sentidos, sobre o diabo que vive dentro de mim. — Ele parou de acariciar com os dedos o peito de Foggy. — Mesmo tendo certeza que quando descobrisse sobre a máscara você me deixaria, eu ainda ficava indeciso se era certo escolher o diabo em vez Foggy Nelson.

 Depois de ficar um tempo em silêncio só sentindo e ouvindo as batidas frenéticas do coração de Foggy, Matt retirou sua mão e mordeu o lábio, inseguro.

 — Eu nunca imaginei — sua voz quebrou, trêmula e fraca, mas com um tom de felicidade. — Nunca imaginei que poderia ter os dois.

 Diabo ou Foggy Nelson. Matt agora tinha ambos. Foggy não tinha ido embora. Foggy nunca iria embora.

 Matt estava até agora achando que Foggy iria embora.

 — Oh, Matt... — Foggy ignorou o nó na garganta e puxou Matt para outro abraço. Murdock agarrou a camisa de Nelson com força, como se sua vida dependesse disso. — Seu idiota.

 Matt deu uma risada aliviada. Em seguida, sussurrou.

 — Eu te amo.

 O coração de Foggy pulou uma batida, e depois acelerou.

 Matt sorriu.

 

 

 Para um assassino, Matt até que se preocupava com as pessoas até demais.

 De um jeito tão intenso que chegava a ser desnecessário. Sério.

 — Matt, eu não preciso de outra enfermeira. Eu to bem. Já te disse isso umas 10 vezes. — Foggy gemeu de frustração.

 — Oito, na verdade — Matt corrigiu, parecendo determinado. — Foggy, confie em mim. Posso ouvir até o seu sangue correr pelas suas veias. Eu sei o que é melhor pra você.

 Foggy lançou um olhar incrédulo em sua direção.

 — Okay. Primeiro? Isso é assustador. Por favor, não fale sobre o sangue correndo pelas minhas veias nunca mais. Segundo? O horário de visitas acabou, e você nem deveria estar aqui. Tercei— Pare de ouvir meu sangue— Matt, eu acabei de te dizer—

 Matt abaixou sua cabeça, que antes estava erguida para melhor ouvir batimentos cardíacos ou algo parecido.

 Sangue correndo pelas veias. Meu Deus.

 — Assustador. Eu sei. — Ele assentiu a todas as afirmações, mas Foggy tinha uma impressão de que tinham entrado por um ouvido e saído pelo outro. — Mas também sei que você está com dor. Os anestésicos perderam o efeito, e desse jeito você não vai conseguir dormir.

 Foggy concordou. Era impossível dormir com Matt na sua cola daquele jeito. Parecia pensar que Foggy fosse quebrar ao menor toque.

 — Se eu chamar uma enfermeira, você promete ficar quietinho aí no seu canto? — Nelson suspirou.

 Matt assentiu, satisfeito.

 — Eu conheço uma enfermeira perfeita. Ela é boa, e você vai ficar melhor rapidinho. — Ele continuou balbuciando alegremente ao sair do quarto à procura de alguém. Foggy nem comentou o quão estranho seria um homem cego sem sua bengala andando por aí com um sorriso bobo no rosto.

 Matt esteve estranhamente feliz desde sua confissão horas atrás. Foggy até chegou a se perguntar se Murdock tinha ingerido alguma droga do hospital.

 Acho que é isso que o amor faz com uma pessoa.

 Foggy estava tão ferrado.

 Claire é um doce. Mãos experientes e uma boca cheia de rebates inteligentes, Foggy percebeu que ela, também, não estava com paciência para lidar com Matt.

 — Eu sei o que estou fazendo, Matt. — Ela exclamou pela quarta vez, depois que Murdock abriu a boca para reclamar mais uma vez. — Se quer tanto ajudar, faça-se útil e vá buscar mais gelo. E algodão. Álcool também seria bom.

 Foggy tinha uma impressão de que ela não precisava de nenhuma daquelas coisas. Feliz por ajudar, Matt aceitou de bom grado. Agora sozinhos, a enfermeira o ajudava a trocar os curativos.

 — Nunca o vi tão insuportável como agora. — Ela comentou, obviamente querendo saber o que tinha acontecido. Foggy deu de ombros.

 — Matty só está feliz, e ele não sabe o que fazer quando sente tantas emoções — A enfermeira o encarou. — …Ele também tomou quatro copos de café desde que eu acordei.

 Claire soltou um sorriso simpático, claramente imaginando o sofrimento pelo qual Foggy passou aturando um Matt privado de sono.

 Foggy se perguntava se Claire sabia que Matt era um assassino.

 2 minutos depois, Matthew apareceu, ofegante, com os braços cheios de sacos de algodão e gelos e com uma expressão determinada.

 — Eu não sabia de quanto você precisava. — explicou. Foggy suspirou.

 Com muita paciência e ajuda de Claire, Foggy conseguiu ter alta do hospital um pouco mais cedo. Matt não estava lá, o que Foggy ficou um pouco agradecido.

 Só Deus (e talvez Claire) sabia o que Matt estava aprontando, e Foggy realmente não estava disposto a descobrir.

 Tudo o que ele queria agora era ir para sua firma e ter um dia normal. Sem bombas, sem hospitais, sem malucos mascarados andando por aí. Sra Cardenas também teria alta do hospital em não muito tempo, e logo Foggy e Karen voltariam a investigar o caso.

 Falando em Karen, ela não estava lá quando Foggy chegou ao escritório. Olhou em volta, confuso, e depois se dirigiu à sala de Murdock, verificando se ele estava lá. Também não.

Observou a mesa de Matt, organizada como sempre. Estava prestes a sair quando algo chamou sua atenção.

 Pegou um arquivo cujo título era "Possíveis vitimas do Diabo de Hell's Kitchen". Foggy ficou surpreso ao notar que aquele era o documento que estava procurando na delegacia de Brett. A lista que Murdock tinha pego antes dele.

 O obituário de Matt.

 Abriu com dedos trêmulos e seus olhos passaram pelos nomes. Deus, eram tantos… As palavras estampavam e iam até o final da folha, e continuavam em outras páginas.

 Eram muito mais do que 22 nomes.

 — Não era para você ver isso. — A voz sombria de Matt fez Foggy pular de susto e virar-se para encontrar o moreno perto da porta. Seus lábios estavam em uma linha reta — claramente descontente — e seus óculos estavam tão escuros que o vermelho natural das lentes era quase imperceptível.

 (Olhos do diabo)

 Sua voz soava estranha, nem parecia a de Matt. Talvez fosse o diabo falando.

 Ou o diabo era só um disfarce, e esse era o verdadeiro Matt.

 (Foggy preferia o diabo)

 — Então foi isso que você foi procurar na delegacia. — Foggy declarou, os olhos arregalados. — Você pegou essa lista primeiro para que eu não pudesse ver.

 Matt suspirou, parecendo desapontado. É, Matty, tarde demais. Game over.

 Matthew fechou a porta depois de entrar e a trancou.

 — Quantos… Quantos nomes? — Foggy falou com receio na voz. Matt foi se aproximando a cada palavra, passos calmos e firmes. — Quantos nomes que estão nessa lista você realmente matou?

 — Foggy, você precisa entender que cada palavra que esta aí, cada nome, tem um significado. — Matt inclinou a cabeça, e a luz que bateu em seus óculos tornaram as lentes vermelhas.

 — Quantos. Nomes. — insistiu.

 Silêncio, e então Matt sorriu.

 — Todos.

 Foggy ficou paralisado. Murdock , com uma expressão indecifrável,  pegou a lista cuidadosamente das mãos de Foggy.

 Depois ele começou a rasgá-la. Um por um, os pedaços de papel caíram levemente no chão.

 — Pronto — declarou. — Sem mais listas, sem mais nomes. — Sem mais obituários.

 — Eu… Eu… — Nelson engoliu em seco. — Eu não consigo fazer isso, eu não--

 — Sim, você consegue — Matt falou docemente, como se tivesse toda a certeza do mundo. Começou a acariciar o peito de Foggy, como fez no hospital. — Se não eu vou ficar muito, muito bravo, e seus pais não vão gostar disso. Nem Brett, e muito menos a Sra Cardenas.

 Foggy arregalou os olhos. Isso foi uma ameaça? Matt estava ameaçando matá-los caso Foggy o deixasse?

 — …Você tá falando sério? — Deu de ombros. — Você  é um maldito de um psicopata. — Foggy sussurrou ferozmente. Pronto, a verdade estava solta: Matt era um louco, um lunático.

 Matt lambeu os lábios e pegou sua mão.

 — E você me ama, tendências psicóticas ou não.

 O problema é que Matt nem tinha negado.

 “Tendências psicóticas”. Jesus.

 Nelson começou a suar frio. Espera, se Murdock tinha ameaçado até a Sra Cardenas, então por que ele não ameaçou--

 — Karen — completou, desnorteado. — O que aconteceu com Karen? Onde ela está?

 Matt abriu um sorriso afiado, e Foggy conseguia ver o psicopata em seus olhos mesmo estando cobertos pelos óculos.

 Não.

 — Matt, o que aconteceu com ela? — Por favor, deus, não. — Matt.

 — Ela me contou o que aconteceu — Matt explicou calmamente. — O porquê de vocês estarem na casa da Sra Cardenas, e como ela cozinhou um jantar pra vocês. Antes das bombas, vocês dois estavam tendo... O que era mesmo, um encontro?

 Ele viu Matt rangendo os dentes, seus músculos tensos e uma expressão perigosa cobrindo seu rosto.

 — Ninguém pode ter você além de mim. — Sua voz ameaçadora causou arrepios em Foggy.

 — Matthew, o que você fez com ela…? — Foggy queria chorar. Acordar desse pesadelo e fingir que nada daquilo tinha acontecido.

 Matt deu uma risadinha e o beijou. Doce.

 — Te amo.

 

 

 Depois de anos sendo melhores amigos, Foggy finalmente descobriu que sabia tudo sobre Matt Murdock.

 Ele conhecia a parte doce, daqueles lábios vermelhos nos seus, das confissões de amor. A parte azeda, suas mentiras e obsessividade finalmente aparecendo para Foggy.

 A parte amarga, que era impossível de ignorar toda vez que ele colocava a máscara.

 Foggy pensava que o Diabo dentro de Matt era o verdadeiro Matt, mas na verdade era só mais uma máscara.

 Matt psicopata era o verdadeiro Matt.

 O homem tinha tantas camadas de mentiras, uma cobrindo a outra, que parecia que era coberto por elas. Se afogando em um mar de sombras, fundo demais para voltar à superfície.

 Nelson não sabia mais se era capaz de continuar assim. Fingindo que vivia num mundo normal, doce e alegre. Porém não era como se tivesse uma escolha, pois também já estava fundo demais no jogo das mentiras. Matt ficou feliz, só se contendo com a presença de Foggy ao seu lado.

 Toda vez que ele sorria, Foggy pensava se era verdadeiro ou só mais uma de suas máscaras.

 Foggy o amava mesmo assim.


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Notas finais do capítulo

os dedos de escrever fics sobre a 2° temporada já tão tremendo, então preparem-se pra mais no futuro kkkkkkkk
comentários fazem uma autora muito feliz. Please? ;u;
quem será q plantou as bombas, hein? wesley? vanessa? deixo pra vcs fazerem suas deduções, pq eu já to indo XAU~~