Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 7
Tattoo


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! perdão pela demora. Essa semana eu realmente não consegui escrever de tanta ansiedade ~Adam Levine (mozão da minha vida) na John John quarta e ontem teve show - eu estou sem voz, mas tudo bem~ espero que gostem desse capítulo!
Beijão! ♥



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You're still a part of everything I do, you're on my heart just like a tattoo

Just like a tattoo, I'll always have you

Era sexta feira de manhã. Eu estava sentada no fundo da sala na aula de Geografia, desenhando no meu caderno e escutando vagamente a aula. Essa semana tinha passado muito devagar, mesmo ainda sendo só a segunda semana desde a volta às aulas.

— Tris — Alguém chamou meu nome no mesmo momento que uma bolinha de papel me atingiu no braço. Eu olhei para o lado, procurando o dono da voz. Zeke me olhava sorridente. Eu realmente não entendia como ele conseguia ser feliz numa hora dessas da manhã — Vai ter festa lá em casa hoje, acabei de receber a confirmação que meus pais não vão estar em casa. Você tá dentro, né?

— Totalmente — Eu respondo reprimindo um bocejo. Zeke dá um sorriso — Que horas começa? — Eu pergunto, já me animando um pouco com a expectativa de festa e de poder encher a cara. Ele observa o professor por alguns instantes e depois volta a conversar comigo.

— Sei lá. Lá pelas dez, onze horas — Ele dá de ombros — Se quiser chegar mais cedo, fique a vontade. Eu posso reservar um dos quartos pra você e pra Quatro — Ele diz, reprimindo uma gargalhada, mas continua a falar antes que eu possa responder. Eu tenho total ciência de que eu estava totalmente corada, de tanta vergonha — Essa festa vai ser boa pra Uriah relaxar. A peneira pro time de basquete é segunda feira e ele está uma pilha de nervos e ansiedade. Ele está me deixando nervoso, ansioso e irritado. Se eu ouvir mais uma vez “peneira do basquete” eu sou bem capaz de cometer um assassinato — Ele completa, me fazendo rir. Uriah realmente estava tão ansioso que estava deixando todo mundo louco.

— Senhor Pedrad — Uma voz firme nos faz olhar para frente. O professor estava nos encarando severamente. Ele olhava de Zeke pra mim, parecendo irritado — Você tem alguma coisa que seja do interesse da aula para compartilhar com todos os colegas de classe e não só com a senhorita Prior?

— Festa lá em casa hoje a noite, quem quiser colar, está convidado. Tris  Quatro prometeram muita pegação e vários beijos calientes — Zeke diz, dando um sorriso e me fazendo querer gargalhar mas ao mesmo tempo enfiar a minha cabeça dentro da mochila e me esconder. Tento disfarçar com um acesso de tosse, mas não acho que consigo enganar ninguém.

O resto da turma dá risada, irritando mais ainda o professor, que parecia a ponto de arremessar alguma coisa na cabeça de Zeke.

— Eu disse do interesse da aula — O senhor Keat repete severamente, com cara de quem estava próximo de cometer um assassinato.

— Então não senhor. Não tenho mais nada a dizer — Zeke responde e eu posso ver que ele segura o riso. Zeke era uma das melhores pessoas que eu conhecia e apesar de não ter aliviado na zoeira comigo e com Quatro durante a semana toda, eu agradecia por tê-lo como amigo. Era sempre risada na certa.

— Ótimo Ezekiel. Se mantenha em silêncio pelo resto da aula, por favor — Ele faz uma pausa — Senhorita Prior — Ele chama — Cite pra mim o relevo encontrado no Canadá — Ele pede e eu o xingo mentalmente.

Ele estava me punindo por conversar com Zeke e atrapalhar a aula. Ele era conhecido por fazer isso com os alunos. Costumava fazer uma pergunta qualquer e se a pessoa não soubesse - e geralmente quem estava conversando na aula dele não sabia - ele começava um sermão humilhante. Eu o encaro duramente antes de começar a falar.

— Extensa planície central com montanhas no oeste e sudoeste do país — Eu digo, fingindo estar entediada com a aula dele. Vejo Zeke abaixar a cabeça para começar a rir. Eu agradeço aos céus pela minha memória fotográfica e capaz de captar as coisas que aconteciam ao meu redor sem que eu estivesse prestando muita atenção.

O senhor Keat retoma a sua aula, ignorando a minha resposta certa como se ele não tivesse perguntado nada. Ele volta a falar sobre o Canadá e a geografia física do país. Zeke se contenta em usar seu celular de um modo não muito escondido e eu volto a desenhar. Eu era péssima com desenhos e isso era o que me deixava com mais gana de desenhar ainda. Eu gostava de coisas que me desafiassem.

A aula acaba minutos depois. Eu junto as minhas coisas e me preparo para ir para a próxima aula. Eu estava altamente entediada e com vontade de ir embora. Não estava nem um pouco afim de terminar as aulas da manhã e ainda ter que assistir a da tarde. Eu estava mais dispersa do que o normal, o que faziam com que as aulas parecessem mil vezes mais chatas e mais demoradas.

— Você é genial — Zeke diz, andando ao meu lado — Sério, eu ganhei o dia quando você respondeu e ele ficou com aquela cara de cu. Tris, eu sou seu fã — Ele me dá um abraço desajeitado — Sou seu fã mais ainda me lembro do que você e Quatro fizeram, não pense que eu vou parar com as provocações.

Eu começo a responder, mas trombo em alguém e me desequilibro. Eu ia cair, se não fosse as mãos fortes que me seguram. Olho para a frente e encaro Quatro, que sorri pra mim.

— Foi mal, pequena — Ele diz ao mesmo tempo que Zeke volta a falar.

— Cara, essa menina é um gênio. Acabou de vingar todas as gerações de pessoas que já foram repreendidas e submetidas a perguntas relâmpago do Keat. Ele teve que engolir o discurso humilhante dele — Zeke dá um tapa nas costas de Quatro — E eu tenho que ir porque a senhora Finn não vai aliviar pro meu lado se eu me atrasar. Até mais e se comportem.

Zeke sai apressado, me fazendo rir. Uriah vivia contando que Zeke costumava puxar saco da senhora Finn para ela aliviar na correção da prova dele. Ele vivia dizendo que Zeke era uma abominação em geometria e que só assim ele conseguia passar direto, sem pegar exame.

— Tem aula do que agora? — Eu pergunto a Quatro.

— Eu teria aula de História Americana, mas não vou. Não estou a fim — Ele dá de ombros, me fazendo rir. Ele arruma uma mecha do meu cabelo que estava fora do lugar.

— Matando aula na segunda semana? Que feio — Eu digo, brincando com ele.

— Tô precisando de uma companhia para matar aula comigo — Ele diz, praticamente me encostando contra a parede. Eu sinto a minha pele ferver. Ele se aproxima vagarosamente e diminui todo o espaço entre nós. Eu nunca conseguiria sair daqui por livre e espontânea vontade. Não que eu quisesse sair.

— Acho que eu posso ser sua companhia, se você quiser — Eu digo rapidamente, sentindo sua boca na minha segundos depois.

Era muito arriscado dar uns amassos dentro da escola, em horário de aula ainda por cima, mas eu não ligava nenhum pouco. Esse corredor era raramente utilizado no meio de alguma aula, já que não tinha bebedouro nem banheiro por aqui. Era torcer para nenhum dos inspetores estarem zanzando por esses lados uma hora dessas.

Nós continuamos nosso beijo de uma maneira totalmente fogosa. Era difícil me controlar quando estava muito próxima dele. Ele coloca as mãos na minha cintura e eu agarro seu cabelo curto. Eu ficava totalmente fora de mim quando nós ficávamos tão próximos assim.

Ele beija o meu pescoço por alguns segundos e depois volta a beijar a minha boca. Eu o encosto contra a parede e ele me aperta mais ainda contra seu corpo firme e definido. As mãos dele correm pelas minhas costas e depois voltam à minha cintura.

— Vamos sair daqui — Ele sussurra, mordendo a minha orelha logo em seguida. Eu concordo com a cabeça e ele pega a minha mão. Nós andamos pelo corredor rapidamente, trocando mais alguns beijos, e o único barulho que chega aos nossos ouvidos é o eco dos meus saltos batendo contra o chão.

Nós vamos para o carro dele praticamente nos esgueirando próximos às paredes, para tentar evitar as câmeras de segurança. Se nós fossemos identificados, com certeza teríamos problemas com a direção por matar aula e ainda fugir da escola.

— Aliás — Ele diz assim que entramos no carro, chamando a minha atenção — Minha mãe achou seu vestido e a sua calcinha lá em casa — Ele diz, rindo. Eu escondo o rosto nas mãos, também rindo — Ela foi mexer no meu guarda roupas por algum motivo e achou. Quando eu cheguei em casa, ela estava parada, de pé, me encarando com as peças nas mãos.

— E aí? — Eu pergunto, morta de vergonha.

— Ela queria saber de quem era, mas eu não contei, é claro — Ele diz, sorrindo pra mim — Mas pelo menos ela acha que você tem bom gosto. Eu disse que ela é fã das roupas da sua mãe.

— Bebê, aquela peça é exclusiva — Eu o informo, rindo — Se ela for no ateliê da minha mãe e perguntar de quem é a peça, ela vai descobrir.

— Vamos torcer para que ela não seja um cão farejador a esse ponto — Ele diz, rindo. Nós tínhamos sérios problemas em encobrir nossos rastros de uma maneira certa — Pra onde você quer ir, pequena? — Ele pergunta, ligando o carro e acelerando, saindo cantando pneu.

— Qualquer lugar — Eu respondo, dando de ombros e abrindo as janelas. Eu gostava da sensação dos ventos batendo contra o meu rosto e bagunçando meu cabelo — Só não vamos fazer nada normal — Eu acrescento.

Pego o meu celular e enquadro nós dois na foto. Ele sorri de uma maneira bonita e o vento deixa o meu cabelo com um efeito legal. Posto a foto no Instagram, já sabendo que isso ia causar um burburinho sem tamanho na escola. O capitão do time de basquete matando aula com a “rainha do colégio”.

— Você tem medo de agulhas, pequena? — Ele pergunta, desviando os olhos da rua e olhando pra mim, dando o sorriso cafajeste dele que era a coisa mais linda do mundo todo.

— Não — Eu respondo sorrindo de volta pra ele.

— Então eu já sei pra onde nós estamos indo — Ele diz e eu já começo a ter uma boa ideia do que ele tinha em mente.

Quatro acelera mais ainda e fura um sinal vermelho. Ele sempre dirigia em alta velocidade. Com certeza ele seria multado por direção perigosa caso fosse pego.

Ele para o carro em frente a um estúdio de tatuagens e me dá um sorriso deslumbrante. Eu sorrio pra ele e de volta e ele me da um beijo na boca.

— Já pensou no que você vai fazer? — Ele pergunta, descendo do carro e dando a volta para abrir a porta pra mim. Eu me surpreendo com esse gesto dele e ele provavelmente percebe, já que acrescenta — Eu sou cavalheiro, poxa.

— Você é um príncipe — Eu afirmo, rindo — E não. Não sei o que eu quero tatuar ainda. Alguma sugestão?

— Tatua o meu nome — Ele diz, dando de ombros e rindo — Ia ficar lindo.

— Zeke e o resto do pessoal vão me infernizar mil vezes mais se eu fizer isso — Eu respondo rindo e dando de ombros. Ninguém parecia que ia esquecer tão cedo que eu tinha dormido com Quatro.

Nós entramos nos estúdio e eu aproveito para observar as imagens espalhadas pelas paredes, tentando buscar alguma inspiração de desenho.

— O que você vai fazer? — Eu pergunto a Quatro. Ele não olhava as paredes muito atentamente, o que provavelmente indicava que ele já sabia o que queria desenhar.

— Cinco símbolos — Ele diz, tirando um papel da mochila e me entregando. Cinco desenhos, cada um dentro de um círculo. Um com chamas, um com as mãos entrelaçadas, um olho, uma árvore e uma balança.

— O que significam? — Eu pergunto, encantada com os desenhos.

— As chamas significam audácia — Ele aponta para o papel — As mãos entrelaçadas abnegação. O olho é o símbolo da erudição, a árvore da amizade e a balança da franqueza. Meu avô me deu esses desenhos anos atrás — Ele conta, encarando o papel — Ele me dizia que isso é tudo que uma pessoa precisa para ser melhor a cada dia.

— É bonito — Eu digo, sendo sincera — E poético. Vai tatuar onde?

— No meio das costas — Ele responde, sorrindo pra mim — Uma em baixo da outra — Ele acrescenta e eu imagino como ficaria depois de pronto. Ia ficar lindo a tinta preta contrastando com a pele clara de Quatro.

— Os arranhados acidentais que eu fiz em você já cicatrizaram? — Eu pergunto, rindo e fazendo ele rir também.

— Já sim — Ele responde — Tô pronto pra outra.

Eu ia responder, mas uma mulher aparece no recinto que nós estávamos. Ela estava anteriormente nos fundos do estúdio.

— Oi — Ela diz, estendendo a mão pra gente — Meu nome é Tori e vou ser sua tatuadora por hoje. O que posso fazer para ajudá-los? — Ela pergunta, olhando de mim para ele e sorrindo. Ela me parecia uma pessoa legal.

Nós a cumprimentamos e Quatro entrega a folha com os desenhos a ela. Ela observa a folha e depois dá um sorriso.

— Vai doer um pouco, mas vai ficar espetacular — Tori informa e depois olha pra mim — E você, querida, já sabe o que vai desenhar?

— Ainda não — Eu digo — Acho que vou dar mais uma olhada pelo estúdio — Eu acrescento, ganhando um beijo de Quatro.


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Notas finais do capítulo

Quanto mais comentários, mais rápido eu posto! Hahahaha
Beijos



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