Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 16
Gust Of Wind


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Perdão pela demora, as coisas ainda estão um pouco corridas por aqui! Espero que vocês gostem do capítulo, que é dedicado especialmente para a Susana, que fez uma recomendação maravilhosa! Obrigada, anjo! ♥ Me deixou extremamente feliz!!!
Beijos e até o próximo!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/679602/chapter/16

My heart is filled, with love and care

Not an ounce of gas, I would get up there

The answer's simple

You lift me up

— Pronta para começar o terceiro dia, pequena? — Quatro pergunta assim que passa pela porta da biblioteca. Ele carregava sua mochila nas costas e o cabelo estava molhado, provavelmente porque ele tinha acabado de sair do banho pós treino de basquete. Eu estava jogada em uma das poltronas da biblioteca, lendo um dos livros que tinha chamado a minha atenção.

— Prontíssima — Eu respondo, me levantando da cadeira e me jogando nos braços dele, que me abraça forte e me beija em seguida, ardentemente. Eu me sentia muito bem quando os braços dele estavam ao redor do meu corpo.

Colocar os livros em ordem não era uma tarefa tão complicada quanto a gente tinha pensado. Para a nossa sorte, os livros que ainda estavam nas caixas tinham vindo organizados em ordem alfabética, o que havia facilitado muito o nosso trabalho.

O que era mais complicado eram os livros que já estavam desordenados antes. Eu apostava que até o sexta feira - mais dois dias, se não contasse hoje - nós terminaríamos de arrumar tudo. O que era bom porque nós não teríamos mais que passar duas horas por dia arrumando a biblioteca da escola, mas ruim porque essas duas horas com Quatro sempre eram divertidas.

— Sabe, eu descobri uma coisa bem interessante — Eu digo, sorrindo pra ele e caminhando até uma das caixas. Sinto o olhar de Quatro grudado em mim. Eu posso até imaginá-lo sorrindo.

— O que você descobriu, pequena? — Ele pergunta, me puxando pelo quadril e me virando, me deixando de frente a ele, com nossos corpos praticamente colados. Quatro sorri abertamente pra mim.

— O antepenúltimo corredor, no fundo da biblioteca — Eu começo, jogando os braços ao redor do pescoço dele, que ainda mantinha as mãos na minha cintura — Não é monitorado por câmera — Eu confidencio, rindo — As prateleiras dos outros corredores não deixam a câmera pegar do meio pra trás do corredor.

— Parece que nós já temos o nosso lugar de encontro entre as aulas — Ele diz, sorrindo e me beijando em seguida. Nós havíamos chegado a conclusão que, como não estávamos no período de aula, não tinha problema nenhum se as câmeras da biblioteca gravassem nossos vários beijos.

— Como foi o treino hoje? — Eu pergunto depois que a gente se separa. Ele pega uma das caixas e a abre rapidamente, suspirando depois de fitar os livros.

— Esse ano é o nosso ano — Ele responde — Se jogarmos igual treinamos hoje, ninguém ganha da gente — Ele dá um sorriso, me fazendo sorrir também. Quatro pega alguns dos livros e se encaminha para as prateleiras. Eu volto a prestar atenção na pilha que estava fora da ordem alfabética — Uriah é o melhor armador que eu podia querer no time.

Nós tínhamos separado o trabalho dessa forma: ele colocava as coisas na prateleira e eu colocava o que estava fora de ordem na ordem. A minha memória me permitia fazer esse serviço muito mais rápido e sem nenhum risco de erros.

Nós trabalhamos em silêncio por alguns minutos, até Quatro começar a cantarolar uma canção qualquer. Eu dou um sorriso. Era gostoso escutá-lo cantando. Termino de ordenar uma leva de livros e os levo até as prateleiras.

— Hum… Quatro? — Eu chamo no mesmo instante que ele chuta a caixa esvaziada para o outro lado, comemorando como se fosse um gol.

— Diga, anjo — Ele fala, abrindo outra caixa e sorrindo pra mim.

— Preciso de ajuda — Eu digo, me encostando na prateleira e o encarando — Não alcanço o devido lugar para esses livros — Eu digo, apontando para cima e fazendo-o dar uma gargalhada.

— Você é a coisa mais fofa do mundo — Ele diz ao se aproximar de mim e colocar os livros na prateleira alta — Mas essa pequena ajuda minha vai te custar caro — Ele diz, me abraçando em seguida.

— Diga seu preço — Eu falo, rindo e enterrando o rosto em seu peito. Ele faz carinho na minha cabeça e me dá um beijo na testa.

— Eu e você. Cinema. Hoje — Ele fala baixinho, fazendo meu corpo se arrepiar todo.

— Combinado — Eu respondo, dando um sorriso e ganhando um beijo dele — Foi um prazer fazer negócios com você — Eu acrescento, fazendo-o rir.

— Acho que a gente pode sair um pouco mais cedo hoje — Ele diz, segurando a minha mão e indo em direção à porta. Ele pega sua mochila no meio do caminho e eu pego a minha bolsa, que estava jogada em cima da poltrona.

Nós caminhamos lentamente rumo ao estacionamento da escola, que provavelmente estaria deserto uma hora dessas. Era mais de seis horas da tarde já, e era final de setembro, o que significava que era outono e o céu ficava escuro mais cedo.

Eu olho em volta e não localizo o carro de Quatro. Ergo a sobrancelha, o encarando sugestivamente. Ele abre um sorriso maravilhoso.

— Eu não disse nada sobre ir de carro — Ele diz, piscando pra mim em seguida, e me levando até o canto leste do estacionamento, onde uma moto grande e preta estava estacionada.

— Quer dizer que o capitão do time agora é motociclista também? — Eu pergunto, fazendo-o rir e confirmar com a cabeça.

— Espero que você não se importe, pequena — Ele responde — Você vai ser a primeira pessoa que anda comigo, então, eu realmente espero não fazer nada errado.

— Eu tenho fé em você — Eu respondo, dando uma risada — Que moto é essa?

— Harley-Davidson V-Rod — Ele responde, subindo na moto e me ajudando a subir na garupa em seguida.

— Bonita — Eu digo — Gostei.

— Fico feliz em saber — Ele liga a moto.

— A gente não devia estar usando capacete? — Eu pergunto, dando risada. Não que eu me importasse, mas não seria legal ter nossa noite arruinada por conta disso.

— No estado de Illinois não é obrigatório — Ele diz, rindo — É mais seguro, claro, mas eu não tive tempo de comprar capacete ainda — Ele dá de ombros, me fazendo rir — A moto chegou hoje na hora do almoço. Fui correndo pra casa pra buscá-la — Ele faz uma pequena pausa — E espero que você não ligue para o vento bagunçando o seu cabelo — Ele acrescenta e eu o faço esperar para que eu possa amarrar o cabelo.

Eu o abraço, me apertando firme contra ele. Era a primeira vez que eu andava de moto e a última coisa que eu queria era cair da moto, causar um acidente e ainda por cima estragar a nossa noite. Quatro acelera e nós ganhamos as ruas da cidade.

Eu fecho os olhos e deixo o vento gelado tomar conta do meu corpo todo. Fazia tempo que eu não me sentia dessa forma. Quase que como um espírito livre, pronto para ganhar o mundo. Dou um sorriso involuntário, abro os olhos e pelo retrovisor, vejo Quatro sorrindo pra mim. Ele acelera mais ainda, pegando a estrada.

Nós paramos minutos depois, quando chegamos em frente a um dos cinemas do centro da cidade. Estava movimentado e as luzes da rua pareciam só deixar tudo mais bonito. Quatro me ajuda a descer, desce em seguida e depois segura a minha mão. Nós andamos vagarosamente rumo a bilheteria.

— O que você quer assistir, pequena? — Ele pergunta, fitando o painel com os nomes dos filmes em cartaz.

— Sei lá — Eu digo, olhando para o mesmo ponto que ele — O que acha de ver “Martyrs”?  — Eu pergunto e ele concorda com a cabeça.

— Sobre o que é? — Ele pergunta entrando na fila e sorrindo pra mim.

— Segundo a sinopse oficial, é sobre duas mulheres que são sequestradas e caem nas mãos de um grupo de fanáticos que acreditam no poder do martírio e do sacrifício, que julgam que novos conhecimentos podem ser obtidos através da tortura aplicada às duas, submetendo-as aos atos de violência mais cruéis. Quando finalmente escapam, elas buscam vingança — Eu respondo, fazendo ele erguer a sobrancelha pra mim — O que foi?

— Eu tô muito enrascado com você — Ele diz, rindo — Você vai ter que fazer uma lista com o nome de todos os filmes que você já viu — Ele dá de ombros — As vezes eu me esqueço da sua memória fotográfica e… bem, eu não quero arruinar alguma noite chuvosa assistindo filme em casa escolhendo algum que você já viu e se lembra perfeitamente de tudo que acontece. Eu podia ter lido a sinopse desse filme dez minutos atrás que eu não ia lembrar — Eu dou um sorriso e ele me abraça.

— Pode ficar tranquilo que eu te aviso caso eu já tenha visto o filme — Eu digo, erguendo a sobrancelha — Mas se prepara, porque eu costumo assistir muitos filmes, devido a minha falta de interesse de ver algo repetidamente sabendo que eu posso repetir as falas dos filmes.

— Isso deve ser chato pra caralho — Ele fala, rindo — Eu vivo assistindo filmes que eu já vi simplesmente porque não me lembro deles. Quando você descobriu que tinha memória fotográfica? — Ele pergunta.

— Quando eu tinha uns três anos mais ou menos, na hora de dormir, minha mãe foi ler livro pra mim. Um que ela já tinha lido — Eu digo — Eu disse pra ela achar outro que eu me lembrava daquele. Ela me ignorou, continuou lendo e eu comecei a falar junto com ela. Exatamente igual estava no livro. Só que eu ainda não sabia ler — Ele da risada quando eu termino de contar.

— Sua mãe deve ter tomado um susto e tanto — Ele comenta.

— Eu tenho a teoria que ela achou que eu era um alien ou algo assim — Dou de ombros, rindo — Não que ela tivesse dito isso em voz alta. Na verdade, ela me levou em um neurologista.

Nós compramos o ingresso e nos dirigimos para a sala indicada, andando de mãos dadas, rindo e conversando.

— Isso é o que eu chamo de coincidência — Uma voz chama a nossa atenção e nós encaramos quem estava a nossa frente. Um grupo de pessoas mais ou menos da nossa idade. Eu não os conhecia, então, deviam ser colegas de Quatro — Quem é vivo sempre aparece!

— Matthew — Quatro cumprimenta, dando um tapa no dono da voz — Nita, Max, Oliver e Jenn — Ele faz uma pausa — Quem é vivo sempre aparece.

— E aí, cara? Como tá todo mundo? Como você… Oi — O tal Matthew se interrompe, me encarando. Eu dou um sorriso e os cumprimento. Agora todos eles me encaravam, o que me deixava totalmente sem graça. Eu odiava quando as pessoas faziam isso.

— Tris, anjo, esses são uns colegas que eu fiz durante a viagem ano passado — Quatro diz, sorrindo pra mim — Essa é Tris, minha… — Ele pausa e me fita. Nós nunca sabíamos como definir nossa relação.

— Namorada? — A tal Jenn fala, dando um sorriso. Eu e Quatro trocamos um olhar e ele sorri.

— Acho que podemos definir dessa forma — Ele fala, olhando para o relógio em seguida. Eles conversam por mais alguns minutos, até que Quatro se despede, dizendo que nosso filme já ia começar.

— E diz pro Amah que eu ainda não esqueci que ele me deve cinquenta dólares — Matthew grita, fazendo Quatro rir.

— Eles parecem legais — Eu digo, enquanto a gente entra na sala.

— São gente boa. A gente se conheceu mais no fim da viagem. Estávamos na praia quando Shauna viu alguém se afogando no mar. Era Matt. Ela o salvou e nós começamos a bater papo. Foi uma surpresa enorme descobrir que eles também eram de Chicago.

Nós achamos nossos lugares, no fundo da sala, e nos sentamos. Quatro passa um dos braços ao redor do meu ombro e eu encosto a cabeça em seu peito. Com a mão livre, ele segura minhas mãos delicadamente.

Quando as luzes se apagam, ele me puxa para mais perto e começa a me beijar. Eu respondo aos beijos.

— Qual a chance de você me deixar assistir o filme? — Eu pergunto baixinho, beijando seu rosto em seguida.

— Zero — Ele responde.

— Coloca esse na lista de filmes que eu ainda não vi, pra gente assistir em um dia chuvoso qualquer — Eu falo e ele sorri. Nós passamos as próximas duas horas nos beijando.

Quatro conseguia prender a minha atenção a ele de um modo que ninguém nunca tinha conseguido. Eu geralmente me cansava logo das pessoas porque elas se tornava,m previsíveis. Com Quatro não era assim. Ele era a pessoa mais surpreendente do universo, e tinha o dom de fazer o meu coração bater mais forte só de se aproximar de mim. Essa era uma das melhores noites da minha vida, com certeza.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixem comentários que eu posto mais rápido! ♥