Thinking Out Loud escrita por Grace


Capítulo 14
Soulmate


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sei que demorei um pouquinho novamente, mas continuo um pouco enrolada com algumas coisas! Espero imensamente que gostem!
Beijão, boa leitura!!! ♥



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Is it possible Mr. Loveable is already in my life?

Right in front of me

Eu mordo o canto dos lábios no momento que a porta da casa dos Eaton se abre. Minhas mãos estavam geladas, o que eu achava extremamente irritante e desnecessário. Era só o Quatro, caramba. Exatamente, era o Quatro. Era por isso que eu estava muito nervosa. Não era como se ele fosse só mais um. Ele provavelmente era o um.

Eu dou um meio sorriso e cumprimento Evelyn, que falava animadamente com meus pais. Caleb tinha conseguido ficar em casa e não comparecer ao almoço. Ele havia alegado que precisava estudar para a prova de Matemática Avançada III. Ele estava na mesma sala que eu e nós realmente tínhamos prova amanhã. Não que eu estivesse preocupada. Eu tinha prestado o mínimo de atenção na aula, o que significava que eu ia mandar muito bem.

Evelyn nos convida para dentro da casa e eu sigo os meus pais para o interior, ainda sem saber como agir. Várias pessoas ocupavam a sala, que estava diferente desde a vez que eu tinha estado aqui - o dia que eu e Quatro tínhamos destruído metade do lugar. Evelyn indica o rumo do exterior da casa para o meu pai, dizendo alguma coisa que me pareceu com “área dos homens”, embora eu não tivesse escutado direito. Em seguida, ela nos apresenta para algumas pessoas, que eu entendo como mãe, sogra, irmãs, cunhadas e sobrinhas. Eu dou um sorriso e as cumprimento com um “oi” rápido.

Eu reconheço uma das sobrinhas de Evelyn. Ela era da escola. Um ou dois anos mais nova do que eu. Eu não sabia seu nome e não me importava com isso. Ela me fita rapidamente, o que me faz erguer uma das sobrancelhas. Eu tinha certeza que ela tinha me reconhecido - todo mundo naquela escola parecia saber quem é Beatrice Prior.

Evelyn nos aponta duas cadeiras, próximas a família imensa dela, e nos diz para ficar a vontade. Eu me sento ao lado da minha mãe, me sentindo extremamente frustada. A conversa ao meu redor continua e a minha vontade era fazer todo mundo calar a boca. Essa falação já estava me dando dor de cabeça. Por que as pessoas têm que falar tão alto? Eu me controlo para não fazer cara feia e revirar os olhos.

Pego o meu celular e me limito a atualizar as minhas redes sociais. Minha mãe me olha discretamente, reprovando a minha atitude de ignorar as pessoas a minha volta e as conversas para mexer no telefone. Eu finjo que não percebi.

Eu quase derrubo o telefone quando alguém tampa os meus olhos, usando as mãos. Segundos depois eu escuto uma voz bem próxima do meu ouvido:

— Bem que me disseram que a convidada mais aguardada para esse almoço tinha chegado — Eu dou um sorriso involuntário no mesmo tempo que ele tira as mãos dos meus olhos. Eu me levanto da cadeira e dou abraço nele, que retribui e em seguida me dá um beijo delicado no rosto. Sinto alguns olhares ardendo nas minhas costas. Ele cumprimenta a minha mãe em seguida, e depois me puxa para fora da casa, seguindo o lado contrário de onde meu pai e os outros estavam.

Quatro devia ser a personificação de “deus grego”. Ele usava uma calça jeans clara e uma camiseta preta. Seus tênis Vans também eram pretos e ele estava mais bonito do que normalmente.

Nós paramos de andar um pouco depois da piscina. Eu tinha passado rapidamente por aqui no dia que tinha descido pela sacada e dado a volta na casa. Reconheço a janela do quarto de Quatro. No momento que saímos da vista de todos, ele me puxa para seus braços e me beija ardentemente. Eu respondo imediatamente ao toque dele, como sempre acontecia.

— Você está maravilhosa — Ele diz, beijando meu rosto em seguida. Eu usava uma saia preta que batia no meio das minhas coxas, um cropped também preto e os meus habituais saltos. A minha sandália era preta e bem alta. O meu cabelo estava solto, caindo nas costas, meio ondulados. Eu dou um beijo no rosto dele.

— Olha quem fala — Eu digo, fazendo-o rir. Ele se senta em uma das cadeiras confortáveis que teoricamente seria para tomar sol, mas que estava na sombra. Eu me sento ao seu lado, encostando a cabeça em seu ombro. Ele passa um dos braços pela minha cintura, me apertando mais contra ele.

— Não existe comparação — Ele diz, rindo — Mas como passou a noite, pequena? — Ele pergunta, mordendo a minha orelha levemente e fazendo meu corpo se arrepiar todo.

— Eu dormi maravilhosamente bem — Eu respondo, olhando fundo nos olhos dele  — Sonhei com você — Eu acrescento e ele abre um sorriso e me beija em seguida. Nós ficamos dessa forma pelo que me pareceram minutos. Não que eu estivesse reclamando — Como você passou? — Eu pergunto assim que a gente se separa.

— Contando as horas pra te ver de novo — Ele diz, afagando os meus cabelos e me fazendo corar da cabeça aos pés. Como podia ele ser tão fofo? Eu me sentia até sem graça, já que romantismo não era muito o meu forte. Eu nunca fui boa em ser fofa com as pessoas, mas eu estava tentando imensamente ser romântica com ele, assim como ele era comigo.

— Você não devia, sei lá, estar fazendo sala pra algum convidado? — Eu pergunto, rindo e dando um beijo no rosto dele.

— Fiquei encarregado de entreter você — Ele responde simplesmente — O que você quer fazer, pequena? — Ele pergunta, me fazendo ficar um pouco pensativa. No momento que eu abro a boca para responder, vozes chegam em nossos ouvidos, avisando que pessoas estavam vindo em nossa direção. Nós continuamos sentados lado a lado, muito próximos, e olhamos em direção ao canto de onde as pessoas estavam vindo. As primas de Quatro entram no nosso campo de visão. A que estudava no mesmo colégio que a gente com mais três. — E lá se vai nosso isolamento — Ele sussurra no meu ouvido, me fazendo dar gargalhada.

Elas nos cumprimentam, acrescentando que não sabiam que nós estávamos aqui e não queriam atrapalhar. Eu percebo na hora que era mentira. Elas sabiam que nós estávamos aqui e tinham vindo justamente para atrapalhar. Ou vigiar, pra ter fofoca pra contar na escola segunda feira. Quatro dá de ombros e volta a prestar atenção em mim.

— E aí, capitão, preparado pra comandar a peneira do basquete amanhã? — Eu pergunto, mantendo o assunto mais leve e discreto. Eu não ia falar nada demais com as primas dele aqui. Ele parecia pensar da mesma forma.

— Totalmente — Ele fala, rindo — Sabe, eu me lembro do ano que eu fiz o teste pra entrar no time — Ele dá de ombros — Eu tava no primeiro ano do ensino médio. Ninguém me levou a sério. Eu era o mais novo fazendo os testes e fisicamente o menor, na época — Ele dá uma risada — Dez minutos depois do início do teste eu já estava com a vaga garantida.

— Você é o máximo — Eu digo, rindo. Eu me lembrava de ver ele jogando quando eu estava no primeiro ano e ele no segundo. Ele era bom. Muito bom.

— Quando fui pro segundo ano, a vaga de capitão estava vaga, já que o cara tinha formado. O treinador me deu a honra, já que eu tinha sido eleito o melhor jogador no ano anterior. E tinha sido destaque no nacional também, como maior pontuador.

— Nada mais do que merecido — Eu digo — Eu me lembro de te ver jogar. Acho que eu não preciso dizer que eu me lembro de todos os jogos, exatamente como foram — Eu faço uma pausa — Você é bom. Ano passado foi deplorável sem você.

— Alias, falando em basquete, tenho uma pergunta extremamente importante para te fazer — Ele diz, me fitando intensamente com os olhos azuis penetrantes dele. Eu o encaro momentaneamente — Pra qual time você torce? — Ele pergunta, me fazendo rir.

— Sou torcedora fanática do Chicago Bulls — Eu digo, séria. Lá em casa todo mundo era Cleveland Cavaliers, e quando os times se enfrentavam, a casa virava uma zona de guerra. Eu de um lado e meus pais e Caleb de outro.

— Eu poderia te beijar aqui e agora — Ele diz, rindo — Eu também fui, sou e sempre serei Chicago Bulls.

— Nós precisamos ir à um jogo juntos — Eu digo e ele concorda com a cabeça — Se você não se importar de assistir com alguém que reclama, xinga e grita a partida toda, é claro — Eu completo, dando risada.

— Claramente, você é a minha alma gêmea — Ele diz — Vem aqui — Ele acrescenta, se levantando da cadeira e me puxando junto. Ele caminha até uma pequena quadra de basquete, que ficava um pouco depois da piscina. As primas dele, que estavam sentadas na borda, com os pés na água, nos encaravam — Vou te ensinar a jogar basquete — Ele fala, me fazendo dar uma gargalhada.

— Você não quer me ver fazendo nenhum tipo de exercício físico, vai por mim — Eu digo, ainda rindo — Eu tenho dois pés esquerdos quando se trata de esportes. Sem contar a minha falta de coordenação e pontaria — Eu acrescento e ele ri — É patético.

— Só toma cuidado pra não torcer o pé — Ele diz, apontando para as minhas sandálias — É perigoso e eu não quero que você se machuque. Uma torção com essas sandálias desse tamanho e é bem capaz de acontecer uma fratura — Ele acrescenta, sorrindo pra mim de uma forma que faz meu coração bater mais rápido.

— Eu tô te avisando — Eu digo — Eu sou um desastre. O mundo devia me banir de qualquer prática de atividade física.

— Não pode ser tão ruim — Ele diz, rindo. Quatro pega uma das bolas que estava jogada no canto da quadra e a arremessa na cesta. Ele acerta. Ele volta a pegar a bola e a entrega pra mim. Eu não estava tão longa assim, mas sabia que não ia acertar nunca. Faço uma tentativa, e falho grotescamente — Ou pode ser um pouquinho ruim — Ele diz, depois de me ver tentar alguma coisa.

— Cada um com seu talento particular — Eu resmungo, jogando a bola de volta pra ele, que faz uma enterrada perfeita — Eu e a minha memória, você e sua incrível habilidade e agilidade física.

— Essa sandália alta que não está ajudando — ele diz, jogando a bola pra trás e se aproximando de mim — Você precisa de impulso, pra ajudar a controlar o caminho da bola. Não dá pra pular com isso.

— A gente pode tentar outro dia — Eu digo, dando de ombros e torcendo para ele esquecer essa ideia — Quando eu tiver usando um tênis — Ele ri e concorda com a cabeça. Nesse momento, Evelyn aparece, nos chamando para o almoço.

Quatro bagunça o meu cabelo levemente e eu dou um tapa fraco dele. Nós nos dirigimos para dentro da casa, que já estava com um número grande de pessoas.

Nós nos servimos e começamos a procurar um lugar para comer. Nós realmente queríamos um lugar mais tranquilo, mas todas as mesas estavam lotadas de gente. Pessoas que riam e falavam alto, totalmente não indicado para o nosso clima de romance dos últimos dias. Nós acabamos espremidos entre a minha mãe e a a vó dele. Ninguém parecia perceber a nossa presença, assim como eu tentava não ligar para mais ninguém e ficar no fato de que, pelo menos, eu estava com Quatro.

— Vamos lá pra cima — Quatro sussurra no meu ouvido, assim que nós acabamos de almoçar — Nós podemos ficar no meu quarto. Aí aproveitamos para ver um filme ou uma série qualquer. Melhor do que ficar por aqui escutando conversar paralelas.

— Essa ideia é bem melhor do que a outra de me fazer jogar basquete — Eu digo, rindo e fazendo-o rir também. Nós subimos as escadas rapidamente e chegamos no quarto dele, que era, com certeza, o lugar mais bagunçado da casa. A cama estava desfeita, algumas peças de roupas estavam espalhadas pelo quarto, assim como alguns livros, que formavam pequenas pilhas no chão. CDs de jogos ocupavam a mesa de canto de maneira desordenada.

— Não repara a bagunça — Ele diz, fechando a porta atrás de si — Não arrumei, afinal, bagunça a gente resolve fechando a porta do quarto — Ele fala, me fazendo rir.

— Eu estou me sentindo em casa — Eu respondo, lembrando que o meu quarto estava tão bagunçado quanto o dele. Principalmente quando se tratava de roupas e sapatos jogados, já que eu tinha passado um bom tempo colocando e tirando peças, tentando achar a combinação perfeita para esse almoço.

Ele liga a TV e se joga na cama, me puxando junto. Nós ficamos abraçados e trocando beijos por alguns minutos e em seguida, decidimos assistir alguma coisa.

— Me fala uma série que você gosta, pequena — Ele diz, me observando atentamente e sorrindo pra mim.

— Criminal Minds — Eu respondo, quase que automaticamente. Eu amava essa série e acompanhava desde sempre. Era, provavelmente, a série que eu assistia a mais tempo e sempre que tinha a oportunidade, revia todas as temporadas.

— Eu amo essa série — Ele diz, dando um sorriso e procurando os DVDs — Qual temporada você mais gosta?

— A terceira. E  nona. E a décima — Eu respondo, dando risada — Eu só não gosto dos episódios que o Spencer sofre. É traumatizante ver aquele ser fofo sofrendo.

— Certeza que você se identifica com ele por causa da memória fotográfica — Ele diz, rindo, enquanto colocava o negócio pra rodar. Ele volta pra cama e eu me aninho em seus braços. Ele faz carinho na minha cabeça e nós ficamos ali, juntos, em nosso mundo particular, fazendo uma coisa normal - coisinha de casal mesmo.


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Notas finais do capítulo

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