Brenno

A cena toda se desenrolou muito rápido em um minuto Kaique já estava em pé e puxando o Lucas para o que seria um lindo beijo se ele não fosse meu. Me mantive na porta enquanto o Lucas lidava com a situação. Quando o garoto puxou a aliança do pescoço dele eu tirei a minha e anunciei minha presença. Agora o coitado estava pálido e confuso, logo saiu de cima dele e teria saído porta a fora se eu não tivesse impedido.

Lucas tinha ido para a cozinha e eu sentei na minha poltrona de canto como de costume. Tirei a aliança da corrente e coloquei no dedo, fizemos um acordo de usar elas nas correntes ao menos no campus para não chamar a atenção de fofoqueiros e preconceituosos, não que não pudéssemos lidar com isso mas se pudermos evitar evitaremos e como já erramos alvos de sussurros e olhares devido ao acidente da cafeteria preferimos tentar chamar menos atenção possível.

— Sente-se _ digo com uma voz contida.

— Não obrigado estou...

— Não é uma opção. _ Agora coloco um pouco de autoridade na voz. _ Sente-se

Ele se sentou encolhido em um canto do sofá maior, havia tirado a echarpe e segurava em mãos com o chapéu. Também notei que segurava as lágrimas e estava apavorado.

— Você não precisa ter medo, só quero conversar. _ Dou um meio sorriso e me encosto.

— Não estou com medo. _ Sua voz estava falha e trêmula.

— Sei. Me diga uma coisa, está apaixonado?

— Me desculpe, sério mesmo eu não sabia, já tinha notado as corrente mas não associei a isso. _ ele estava olhando para a porta enquanto falava, me pergunto se cogitava sair correndo dali.

— Há que associou?

— Achei que eram irmão! _ Ele desvia o olhar de novo.

— Interessante, mas não, não somos. Somos namorados desde o mês de março mais ou menos. _ Digo _ Notei que tem olhado bastante para ele durante as aulas.

— Não tive intenção, desculpe.

— Não se preocupe ele é incrível, lindo e meigo. Foi muito pior comigo, me apaixonar por ele e pensar em ser rejeitado.

— Eu me deixei levar por uma sensação apenas, achei que estava rolando um clima. _ ele parece envergonhado está de cabeça baixa.

— Ele tem isso, não sabe ver malícia nos outros, não o culpo e não tenho raiva de você. _ agora dou um sorriso encorajador para ele.

— Não tem raiva? Eu tentei beijar seu namorado. _ ele parece confuso.

— Sim eu sei e se tentar fazer isso de novo vai acordar em um hospital. _ Agora eu tinha um olhar sério e um sorriso maníaco.

— Eu.... Eu.... Prometo que não vai acontecer. _ Uma buzina soa ao lado de fora.

— Acho que sua tia chegou. _ ele vai até a cozinha e volta com seus materiais e sai fechando a porta atrás de si. Continuo sentado no canto agora com a sala quase no escuro. Lucas vem alguns minutos depois.

— Ué ele já foi? _ ele ainda parece agitado com o que aconteceu.

— Sim deixou um abraço. _ digo mesmo sabendo que não aconteceu.

— Não deixou só isso pelo jeito. _ ele tem um sorriso travesso.

— O que eu quer dizer com isso?

— Você está com cara de mau humor e a parte dele na pesquisa está na mesa. _ ele parece chateado com isso.

— Você pode levar para ele amanhã e eu não estou bravo. _ Levanto-me e vou até onde ele está no sofá.

Coloco ele deitado e começou a beijá-lo carinhosamente, ele sorri e me beija também. Em segundos estamos aumentando a intensidade dos beijos e rolamos para o chão. Sua respiração aumenta como de costume e seu beijos são quentes, sinto o toque macio de suas mão percorrerem meu corpo e faço o mesmo com ele, logo o calor e maior e tiro sua camiseta, ele tira a minha, beijo ele mais intensamente e desço seu pescoço e orelha, ele faz o mesmo, e vai descendo e beijando todo meu corpo. Pego ele no colo e levo ele para o quarto sobre protestos e sorrisos.

— Me põe no chão.

— Não você é meu e eu levo no colo. _ Chegando no quarto deixo ele na cama e recomeçamos os beijos e carícias.

— Sabe que nunca te trairia. _ ele diz entre um beijo e outro.

— Sei sim, eu também nunca faria isso. _ ele me beija mais e mais e como o clima está esquentando continuamos de onde tínhamos parado.

...

Tomamos um banho quente juntos, depois do banho nos secamos e voltamos para a cama, deixo ele ali e pego água na cozinha quando volto ele está pensativo e distante.

— Pensando em que? _ perguntei deixando a água no criado ao lado da cama.

— Nada em particular, só pensando que você estava certo mais uma vez. _ sinto que isso não é tudo

— Não se importe eu sou observador e ele não é uma ameaça.

— Mais o Thiago é. _ ele parece determinado a terminar o assunto

— Porque diz isso? _ ergo uma sobrancelha é me deito a seu lado.

— Ele tem um corpo atlético e é muito bonito e vai estar hospedado aqui em casa. _ ele me olha com uma olhar que está entre o bravo e o confuso

— E você tem medo de sucumbir à tentação é cair nas graças do sarado e gostosão do Thiago? _ digo puxando ele para perto e desarmando aquela cara feia.

— Não, eu não credo. _ Ele sorri e me abraça _ Tenho medo de você cair em tentação

— Sério! _ Dou uma risada abafada, beijo ele de leve. _ Ele não faz meu tipo amorzinho.

— Como não, vocês já ficaram juntos antes. _ ele parece incomodado com isso.

— Sim, dei um beijo nele e foi em uma balada, ambos tínhamos bebido muito e ele saiu com outro cara, não fiquei com ele por que achei ele lindo e sim porque estava carente. E não me apaixonei por ele também, nem nunca mais pensei nele, reconheci ele aquele dia porque ele tem uma expressão marcante. E se faço isso de hospedar ele aqui e em nome da sua amizade com ele. _ Digo beijando ele com alguns intervalos

— Desculpe. _ Ele está vermelho e em silêncio. Beijo ele repetidas vezes e em sequência rápidas e ele sorri.

— Não precisa se desculpar, entendo seu ciúmes e medos mais eu sou só seu e para provar vamos passar a usar as alianças nas mãos e não mais nas correntes.

— Ok. _ Ele sorri e me beija demoradamente. Por um momento acho que vamos recomeçar afinal ele é um garoto com muita energia. Logo ele para.

Vamos para a sala e vemos um filme com pipoca doce e refrigerante, quando o filme acabou ele já estava dormindo, levei ele para a cama e ele acordou no caminho.

— Dormi no meio do filme de novo?. _ Ele dá um sorriso leve.

— Sim, mais uma vez. _ Coloco ele na cama e ele dorme quase que imediatamente.

A segunda seguinte foi longa não vimos o Kaique em lugar algum e na terça o professor de programação anuncia que devido ao Thiago ter se afastado a dupla dele seria alterada agora com sua antiga parceira sendo parceira do Kaique e o Lucas ficaria sozinho. Lucas fica ofendido e cobra resposta do professor que se nega a dar explicações.

Ligamos para o Kaique várias vezes durante a semana e não temos sinal de retorno . O Lucas ficou claramente com raiva de ele ter feito todo esse show depois de tudo que fez e não deixaria ficar barato assim. No fim de semana ele está determinado a ter respostas.