Um amor adolescente! escrita por Will o Construtor de Sonhos
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Lucas
O dia no campus chegou ao fim com apenas alguns olhares a mais. Levamos a dispensa médica do Thiago ao reitor pois ele não voltaria para o campus esse ano, não depois de tudo. Falamos com ele no hospital e ele nos contou que não foi um acidente ele acelerou contra o poste o máximo que pode. Por sorte a raiva não permitiu que ele notasse que a distância e a velocidade não o matariam e sim o deixariam de cama por algum tempo. Ele ficaria mais uma temporada no hospital depois decidimos hospedar ele no segundo quarto da casa para ajudá-lo na recuperação, fiquei meio relutante no início mas o Brenno quem deu a ideia estava bem tranquilo, depois aceitei.
Esse segundo quarto era apenas um depósito mas acabamos decidindo transformá-lo em um quarto de hospedes já que recebíamos visitas frequentes como o Thiago e a Rebeca e nao achei legal por as visitas para dormir na sala. Ficávamos muitas noites até tarde bebendo, assistindo e até mesmo jogando conversa fora.
Logo que chegamos ele foi para o escritório trabalhar estava cheio de trabalhos atrasado para fazer, sua colega remarcou o trabalho em dupla duas vezes essa semana e acabou ficando para o próximo fim de semana ainda o que deixou ele muito irritado com isso, pegou uma long de cerveja e se trancou no escritório apenas me deixando com um aviso.
“Bom estudo e cuide-se com esse pequeno predador.”
Não entendi a parte do predador, Kaique era realmente muito bonito mais de longe fazia o tipo de cara que eu gostava (ainda acho estranho pensar assim). Brenno me disse que ele me olha estranho e suspira, também disse que já viu ele perdido em pensamentos enquanto me olhava e como estamos próximos por causo do trabalho ele anda fervendo de ciúmes.
Deixo todos os materiais para a pesquisa já prontos assim que o professor nos entrega as listas. Brenno me ajudou com os temas mais complicados, ele também já tinha feito as pesquisas dele sem a ajuda de sua colega. Ele era realmente focado nas notas nunca atrasando um único trabalho sempre antes da data ele já estava pronto. Uma hora depois de estarmos em casa a campainha toca, saio da frente da TV para atender a porta.
— Boa tarde _ Ele está sorridente, acho o modo dele se vestir bem bacana, ele está com uma calça jeans em um tom azul claro e uma camiseta branca com estampas coloridas uma echarpe no pescoço e seu tradicional chapéu, seus tênis não são coloridos hoje, ambos da mesma cor. Ele está com a mão estendida.
— Boa tarde _ Comprimento ele com um aperto de mão e noto que tem um carro saindo da frente da casa, provavelmente sua carona.
Depois de entrarmos vamos para a cozinha e grito em direção ao escritório
— ESTAMOS NA COZINHA, BOM TRABALHO.
— BOM ESTUDOS. _ Ele grita de volta.
— Ele está trabalhando em casa? _ kaique me perguntou timidamente.
— Sim, e ele não quer ser incomodado por isso vamos para a cozinha. _ Respondo indicando o caminho
— Tem um computador lá? _ ele parecia querer perguntar outra coisa mas segue por onde indiquei.
— Porque teria? Os computadores ficam no escritório onde ele está.
— E como vamos fazer as pesquisas?
— Já fiz. _ levo ele até lá e mostro a pilha de papéis na mesa.
— O que é tudo isso?
— Uma parcial da nossa pesquisa precisamos ler e marcar o que é importante assim teremos o que realmente vale a pena trabalhar. _ ele estava de boca aberta, minutos depois estávamos lendo e marcando trechos. Ele fazia dezenas de perguntas aleatórias e eu respondia quase todas, as de menor importância não respondia e ele não voltava a perguntar.
— Sabe o porquê o Thiago não tem ido mais as aulas? _ ele pergunta marcando um trecho nos papéis que tem na sua frente.
— Sei. _ faço uma pausa dramática e remôo os últimos acontecimentos.
— Tudo bem se não quiser falar. _ ele dá com os ombros mas noto que está desapontado.
— Ele teve uma briga feia com o pai dele, quando o pai descobri um algo importante sobre ele. _ respondo e volto a me concentrar no texto.
— O pai dele descobriu que ele é gay? _ Ele olha intensamente para mim e acabo me desconcentrando novamente, como ele sabia sobre aquilo?
— Como sabe disso? _ ele ficou completamente vermelho.
— Podemos nos concentrar de novo? _ agora ele está desconfortável e volta a se concentrar nos textos.
Acho estranha a reação dele, voltamos a pilha de papel. Brenno vem até a cozinha quatro ou cinco vezes, pegar mais cerveja, depois água, depois faz uns sanduíches naturais e suco e deixe na bancada, pega alguns e volta para o escritório. Ele só trocou um oi com o Kaique que fez o mesmo e continuou concentrado.
Fiz pausas para atender uma encomenda na porta, o telefone que tocará três vezes e meu celular que tocou duas, minha mãe e Rebeca. Também fui ao banheiro duas vezes, Kaique atendeu o celular uma vez e foi ao banheiro algumas, não bebeu nada, eu tomei 2 das tradicionais Vodka com limão que tomei da primeira vez que fui até ali. Depois fazemos um lanche e voltamos para a pilha já bem reduzida.
Quando o relógio já passava das cinco da tarde terminamos de fazer todas as marcações. Tínhamos marcado tudo que era importante, o trabalho ficaria muito grande mesmo assim. Dividimos o conteúdo em partes iguais e fomos para sala ver TV até a carona dele chegar, ele já tinha ligado para a pessoa.
— Você e o Thiago são próximos? _ ele me pergunta enquanto navego pelos canais.
— Em partes sim. Nos conhecemos a alguns anos, ele sempre andou com alguns amigos. _ não quis comentar que ele era primo de um lunático e amigo da minha ex namorada.
— Legal. Mais vocês são tipo próximos? _ senti que a pergunta tinha uma segunda intenção.
— Não. Somos só amigos, depois do incidente da cafeteria ficamos mais próximos mais só como amigos mesmo. _ Encurto o assunto não querendo comentar sobre o ocorrido e coloco em um canal de desenhos.
Conversamos mais um pouco. Até ele retornar a ligação para sua carona e ficar de cara feia.
— Está tudo bem? _ perguntei olhando para o relógio.
— Sim, minha tia se atrasou de novo.
— Que pena.
— Lucas posso te fazer uma pergunta? _ ele parece meio corado mas não desvia o olhar.
— Está fazendo uma agora mesmo. _ Dou um sorriso brincalhão e sustento o olhar dele.
— Sério isso? _ ele parece desconfortável e fica ainda mais vermelho.
— Ok. Vai em frente. _ agora estou rindo da piada que fiz com ele.
— Você é gay? _ ele fica completamente vermelho e eu paro de sorrir.
— Como? _ Fico em pé, e completamente vermelho. _ Sim sou, mas porque a pergunta?
Ele me segura pelas mãos e se levanta rápido. Me puxando para junto dele. Tento me afastar e acabamos caindo no chão ele por cima de mim. Ele ainda tentou continuar com a investida.
— NÃO. _ tento mante-lo longe _ O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?
Ele está com um olhar confuso. Seu rosto estava poucos centímetros de distância e ele parecia ofegante. Estava com as duas mãos nele uma em seu braço e uma em seu peito para contê-lo a distância. Ele tinha uma mão no chão para se apoiar e a outra em meu peito. Seu chapéu tinha rolado e a echarpe estava pra cair de seu pescoço. Então ele puxa a corrente do meu pescoço que está sendo pressionada por sua mão e vê ali minha aliança pendurada, a mesma que o Brenno me deu no semestre passado.
— O que é isso? _ ele está com a voz tremida e suando frio, tem um olhar confuso.
— Isto é uma aliança e faz par com essa. _ Breno está no vão da porta encostado na parede com a sua corrente na mão puxada pela gola da camiseta.
— Eu... desculpe... preciso ir...
— Não, não precisa. Sua tia nem chegou ainda. _ ele parecia autoritário e sua voz estava controlada.
— Brenno isso não é o que está pensando eu não tenho culpa. _ tento me explicar, ele apenas dá um meio sorriso.
— Não te acusei de nada, eu vi o que aconteceu. E eu te avisei sobre ele. _ Agora ele tinha o sorrisinho triunfante no rosto. Realmente, ele tinha dito. _ Você está bem?
— Estou. _ Kaique já tinha se posto em pé e estava olhando tudo com uma cara estranha. Me coloquei de pé também e fui até onde Brenno estava.
— Ok. Pode me esperar no quarto? Quero conversar com ele. _ Faço que sim com a cabeça e digo que vou estar na cozinha, ele sorri e passa a mão no meu cabelo quando eu passo por ele.
Deixo os dois conversarem e vou para a cozinha tomar algo gelado e pôr os pensamentos em ordem só espero que ele não o mate.
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Até o proximo pessoal.