Kaique

Um mês havia se passado desde o julgamento! O pequeno Jhonny tinha se mudado para a casa nova com o pai que se mostrou mais coruja do que todos esperavam, no início ele não consegui acreditar que o filho era dele, mais isso durou pouco mais de dois dias. Depois disso ele decidiu mudar o quarto de visitas todo, foram removidos o guarda roupa cama e moveis e substituídos por berço e coisa para cuidados do bebê. Brenno se mostrou um ótimo segundo pai, mimando o pequenino como o Lucas. Essas mudanças levaram o Thiago direto para o apartamento que seus pais deixaram e olha que era muito maior do que esperávamos também. Ele se virava bem sozinho eu ia periodicamente lá para dar uma mão com algumas coisa e ele sempre acabava me agarrando.

Não posso reclamar ele tinha um beijo quente e uma pegada firme, por outro lado era carinhoso e sempre tentava fazer os meus gostos. Eu me entregava completamente quando estava com ele e isso me fazia bem, no campus o Vinicius se mostrava o mesmo com seu amigo um garoto mal, sem os amigos um cordeirinho que precisa de atenção. Não nos beijamos mais. Passamos boa parte do tempo conversando sobre assuntos variados, ele parece sempre querer saber como estão indo as coisa comigo e com o Thi e eu nunca relutei em falar.

Bom e o Will agora que sei quem ele é tento me conformar, ainda gosto dele ele e muito mais meu tipo que o Thiago, porém não consigo perdoar ele por ter sido um covarde da última vez, saímos para tomar sorvete algumas vezes e fomos ao cinema também, ele é romântico e tenta se aproximar, mais não permiti nada além da amizade.

Estamos no último trimestre e as coisa estão indo bem no campus, foi anunciado que essa semana teria um eclipse lunar total, e que poderíamos ver bem de uma montanha próximo a cidade. Todos falam disso no corredor e os meninos estão arrumando suas coisa para acampar, todos querem ir e eu estou animado.

— Ei garoto gay! _ Congelo no corredor deserto e me viro lentamente. Vinicius está vindo em minha direção!

— Do que você me chamou? _ Ele sorri. Ele está incrivelmente bonito com uma blusa de moletom preta e com o capuz cobrindo o rosto, ele costuma se vestir sempre assim e ele fica lindo com a postura bad boy.

— Garoto gay!

— E de onde você tirou isso... _ Ele está com um olhar provocante e quando chega mais perto me põem contra a parede e me beija, não tento me soltar apenas retribuo.

— Isso responde sua pergunta? _ Agora ele se afasta e me olha com seu olhar desafiador, enquanto eu olho desesperado pelos cantos do corredor.

— Você ficou louco? _ Ele ri e se recosta na parede e acende um cigarro. _ Não deveria fumar aqui dentro.

— Não me importo e não, não estou louco! _ Ele solta a fumaça depois de uma tragada. _ Como está o Thi? Como estão vocês dois? _ Ele traga e solta a fumaça com um sorriso nos lábios, isso e assustador e sexy, controlo meus impulsos.

— Ele está bem, estamos bem!

— Deveria largar dele e ser feliz com um homem de verdade!

— E onde está esse homem de verdade? _ Agora eu estou com um olhar desafiador.

— Quer mesmo que eu mostre?

— Sim! _ agora estou o desafiando, sei que estou indo longe demais, se alguém parecer garanto mais um olho roxo.

— Quinta a noite, na montanha eu levo a barraca tenho um bom lugar para ficarmos sozinhos. _ ele solta a fumaça da última tragada e me puxa para mais um beijo no meio do corredor, apaga seu cigarro na parede joga o que sobrou no chão e sai rindo!

Fico observando ele partir quando alguém me puxa violentamente pelo braço.

— MENINO QUE PENSA ESTAR FAZENDO É PROIBIDO FUMAR DENTRO DO CAMPUS.

Era um dos professores e agora estou sendo encaminhado para a diretoria apesar dos protestos. Resultado como ainda e terça pego a quarta e a quinta de suspensão disciplinar, mesmo dizendo que não fumava eu fui pego com a fumaça no corredor e uma bituca no chão.

 O Lucas me dá uma carona até a casa do Thi e depois vai embora, subo de elevador até o andar dele e bato na porta.

— Boa tarte!

— Olha quem veio me visitar de novo! _ ele sorri e se afasta para eu entrar. _ Começou a fumar?

— Não porque diz isso?

— Você está cheirando a fumaça de cigarro! _ Ele está com uma cara acusadora.

— Enquanto eu esperava pelo Lucas uma moça fumava ao meu lado, entrou em um carro pouco antes do Lucas chegar. _ queria não ter que mentir, mais não somos namorados, não ficou evidente isso pelo menos.

— Que seja. Acabei de preparar um lanche está com fome?

— Sim.

— Estava pensando sobre quinta?

— O que tem quinta?

— Aquele tal eclipse vai querer ir? Podemos planejar com os meninos!

— Como assim eles vão e o que vão fazer com o bebê?

— A mãe do Lucas vai cuidar dele! Por que essa cara? _ Não sei qual era a cara mais continuei mastigando o pão.

— Claro que podemos ir, tenho equipamento de acampamento. _ Sei que não deveria mais não disse sim para o Vini e não tem a menor chance de eu ir com ele mesmo.

Fico no Thiago até tarde quando meu irmão me passa uma mensagem e diz que passa me buscar se eu quiser. Digo que sim e fico o aguardando! Estávamos no sofá e as coisas estavam esquentando quando ele liga para dizer que tinha chegado!

— Você sempre vai na melhor hora.

— Eu sei. _ Dou um sorriso travesso e pego minhas coisa. Beijo ele novamente e ele fica com cara de pidão. Me despeço e saio. Como não estamos namorando não achei certo avançar com ele, só uns beijos e nada além disso.

— Ei irmãozinho que cara é essa?

— Nada não! Estou um pouco preocupado apenas!

— Com?

— Nada importante!

— E como vai seu plano para descobrir sobre o remetente do bilhete misterioso?

— Anda devagar, estou em dúvida sobre os suspeito. Mais acho que quinta tenho uma boa chance de descobrir.

— Quinta? Não vai rolar aquele eclipse?

— Sim! Por?

— Rebeca quer ir! Vocês vão? ­_ Ele e a Rebeca estavam namorando firme depois de todos os ocorridos.

— Vamos, vai ser legal ter você por perto.

Depois de chegar em casa já estou cansado e com sono, tomo um banho quente janto e subo para o quarto, leio algumas mensagens do Vini e do Thi no celular e pego uma do Will.

“Você já deve saber do eclipse de quinta, acho bem romântico que ir?”

“Vou com amigos, desculpe, mais podemos nos ver lá te dou um oi” Respondo apenas.

Fico deitado no escuro olhando o teto e pensando no estranho bilhete.