Warriors escrita por Malina Endou


Capítulo 11
Effort - part 1


Notas iniciais do capítulo

Yo!

FINALMENTE estou a atualizer Warriors! XD Demorou IMENSO tempo, eu sei, mas realmente não me sentia inspirada para escrever o capítulo da fic, mas a inspiração finalmente veio e aqui está ele!

Bom, como já tinha explicado à uns capítulos atrás (acho que expliquei), de dois em dois capítulos, as meninas vão ter um capítulo INTEIRAMENTE narrado por elas e começa agora pela Amber! O próximo capítulo terá vários POV's, depois será novamente a Amber, depois vários POV's e novamente uma nova menina e por aí adiante! Serão sempre divididos em partes com o mesmo título e a "compilação de duas partes" pode acabar bem ou mal, isso vai depender dos meus planos para a fic.

Enfim, passemos ao capítulo!

Boa leitura!



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 Amber

15 de janeiro, 2050

23:24

Ouvi o som das garrafas de cerveja serem colocadas pesadamente sobre a mesa de metal da cozinha. Ainda devia estar gente por lá àquela hora. Perguntava-me se era o Yukimura. Ele tinha de ir substituir o Toramaru na patrulha e não conseguia saber onde ele estava. Já vira no nosso quarto e nada. Só queria gritar pelo seu nome para saber onde raio o meu namorado se tinha colocado a uma hora assim. O Toramaru estava prestes a sair do seu posto, era a minha vez de comandar as trocas, e era agora que ele decidia desaparecer!

—Ah, vai-te fuder! - fiquei um pouco surpresa ao ouvir o Ayato gritar. Não era algo, apenas não esperava por aquilo – Não tens mais nada que fazer se não meteres-te na vida dos outros? - E foi então que ouvi uma garrafa de vidro partir.

—Olha só a merda que fizeste! - ouvi mais uns quantos insultos trocados por ele e pela Yasmin antes de chegar à cozinha.

O Ayato estava levantado do outro lado da mesa, sendo segurado pelo Kazemaru e o Kabeyama, enquanto a Kiara e a Rin evitavam que ela dessem com a moleta na cabeça do outro. Atrás dela estava a Haruna, chorando nos braços da Aki, que tentava acalmar a irmã mais nova do Kidou. Se ele soubesse disso, o Ayato já tinha uma bala enfiada na cabeça. Ainda que não fosse nada de novo. Desde ontem que as discussões daqueles dois se ouviam por toda a escola. Se terminassem não seria espanto algum para ninguém.

O Ayato soltou-se à força dos dois rapazes, ordenando-lhes que não lhe tocassem. Caminhou em direção à saída da cozinha, passando por mim. Trocamos um breve olhar sem nenhum tipo de cumplicidade. Nunca fui próxima dele, então depois disto muito menos. Caminhei para dentro da cozinha, percebendo o ambiente ficar mais calmo, ainda que a tensão no ar fosse quase palpável.

—O que se aconteceu? - a Yasmin limitou-se a sentar-se direita na cadeira sem me responder. A Rin foi a única a aproximar-se de mim para falar comigo.

—O Ayato começou a discutir com a Haruna. - Murmurou. Talvez para evitar que a própria ouvi-se – Ele está outra vez bêbedo.

—De novo?

—Sim. Estava a fazer competição com a Kiara. A Haruna entrou com a Aki e a Yasmin, e como são eles os dois… O Ayato começou a ignorar e a afastar a Haruna e a Yasmin explodiu. - Ri-me. Nem seria de espantar.

Ouvi a Haruna sair da cozinha com a Aki. A Rin despediu-se de mim e foi com elas. Só espera que não encontrassem o Kidou pelo caminho. Andava a fazer patrulha pelo interior da escola e se descobrisse o que aconteceu… O Ayato devia começar a dormir com um olho fechado e outro aberto nos próximos tempos.

—Tu achas que devias andar a desafiar um pessoa daquela no estado em que estás?

—E que importa? Tenho uma perna ferida, que, aliás, já está a passar, mas não estou incapacitada de todo. Ainda me sei defender e aos meus.

—Sim. Eu sei disso. - Ri-me. Sabia que não valia a pena discutir com ela. Olhei para os nossos companheiros, vendo a Kiara a apanhar os cacos de vidro do chão com a pá e vassoura com a ajuda do Kabeyama, enquanto o Kazemaru limpava o chão com a esfregona azul já completamente suja. Foi então que me lembrei do porquê de ter descido até à cozinha.

—Algum de vocês viu o Yukimura?

—Há pouco vi-o com o Fubuki no ginásio. Estavam a treinar.

Suspirei. Ele tinha que se manter acordado por horas, durante toda a madrugada até, e ia treinar? Realmente muito inteligente, senhor Hyoga Yukimura. Olhei para o meu relógio de pulso… Onze e meia da noite e ainda não tinha encontrado o tonto do meu namorado.

Saí da cozinha com o ambiente já mais calmo e dirigi-me para fora do prédio escolar. Pelas paredes partidas e janelas sem vidro do andar térreo, via-se que na rua nevava com alguma intensidade. Sentia alguma pena dos rapazes que estavam no telhado. Tinha noção de nos queriam proteger, mas achava injusto sacrificarem-se por nós, mulheres, só para não passarmos pelas noites mais frias. Pelo menos a maior parte deles pensava assim. Tinha alguns que nem se importavam com isso. No entanto, acabávamos por compensa-los ficando toda a manhã e tarde de patrulha e vigia enquanto eles descansam ou, como alguns sempre faziam, a treinar.

Coloquei o capuz sobre a cabeça e corri até ao ginásio. A luz estava acesa e havia algumas lâmpadas a piscar, ameaçando fundir a qualquer momento. Ouviam-se vários tiros vindos do interior. Já era mau ouvi-los com as janelas do ginásio quebradas, então de perto pior ainda. Abri com bastante esforço uma das grandes portas ouvindo o barulho tornar-se insuportável. Felizmente os protetores auriculares estavam mesmo ao lado da porta para podermos coloca-los caso já estivesse alguém dentro a praticar com as armas.

Olhei para o interior e vi que estava lá o Fey, treinando seriamente com o Yukimura e o Fubuki a praticar lado a lado. Trocavam alguns risos e pareciam divertidos com a situação. Não os queria interromper além de parecerem tão distraídos que nem deram pela minha presença. Sorri. Até me sentia mal por interrompe-los. Tornei a olhar para o meu relógio… Onze e trinta e cinco. Será que o Toramaru poderia aguentar só mais uns minutos?

Dirigi-me à mesa das armas, arranjando um pequeno espaço para colocar o meu baralho de cartas. Detestava fazê-lo à frente de quem fosse, a minha irmã era a única exceção, de resto, creio que todos continuavam a achar que as minhas visões não era devido às cartas que eu deitava nem nada que se parecesse, mas sim à minha esquizofrenia. Felizmente os medicamentos que os rapazes conseguiam arranjar quando iam para longe ajudavam bastante e conseguia controlar a minha doença muito melhor. Claro que isso nunca evitou alguns acidentes.

Comecei a virar as cartas, vendo o que elas tinham para me dizer até que tudo à minha volta começou a ficar um pouco distorcido, até surgir o negro. Pisquei várias vezes os olhos até à minha frente aparecerem visões que foram tudo menos agradáveis. Vi vários de nós de costas voltadas, discussões e muito sangue. Um prédio largo, sem grande altura, ruíra e sentia logo a presença da morte antes de ver um enorme buraco aberto no chão, tal como aqueles que foram feitos para enterrar os nossos falecidos companheiros, antes de ter terra a tapar-me novamente a visão, tornando tudo negro.

Senti uma mão por cima do meu ombro e quase dei um pouco com o susto, arrepiando-me completamente. Empurrei a pessoa que me tocara e gesticulei para que se afastasse. A voz não me saia e sentia arrepios por todo o corpo.

—Calma, Amber. Sou só eu. - Olhei mais atentamente, com mais calma, e encontrei um par de olhos verdes diante de mim – Está tudo bem.

—Fey… - suspirei ao sentir o meu corpo descontrair. Foi como se um peso me saíra de cima no momento em que pronunciei o seu nome.

—Estás bem? - assenti várias vezes. Sentia-me fraca, sem forças e ainda um pouco em choque. O som das armas a disparar também não ajudavam.

—Sim… Acho que sim.

Peguei nas cartas, deixando cair algumas para o chão. Baixei-me para as apanhar rapidamente, ainda confusa e baralhada com o que acabara de acontecer. Vi o Fey baixar-se também e encontrei novamente os seus doces olhos verdes. Vi-o sorrir enquanto me ajudava a apanhar as cartas sem dizer absolutamente nada. O Fey sempre fora muito querido comigo. Conheço-o há alguns anos. Eu era veterana dele quando estávamos na Raimon, dois anos mais velha, e nessa altura, quando ele ainda estava no primeiro ano, declara-se. Na altura tive de lamentar e dizer-lhe que já gostava de outra pessoa. Foi meses antes de começar a namorar com o Yukimura. O Fey continuou a sorrir-me sempre desde então… Perguntou-me como se sentirá neste momento.

Sentei-me por instantes no chão, exausta. Estar de cocaras começava a cansar-me. Ouvi os tiros pararem e quando olhei para os rapazes, vi meu namorado correr na minha direção, debruçando-se na minha direção.

—Amber! O que se passa? Estás bem? - assenti, sorrindo-lhe.

—Sim. Tive só… - sabia bem o quanto ele não gostava do tema. Não que não acreditasse em mim, muito pelo contrário, apenas não me queria ver naquele estado… Pelo menos fora o que ele me dissera uma vez – Esquece. Eu estou bem. - Ajudou-me a levantar e beijou o topo da cabeça.

—É melhor ires para dentro descansar. - Foi então que me lembrei novamente do que fui fazer ao seu encontro.

—Não! - soltei-me dele e coloquei os protetores no pescoço - Não posso! Aliás, tu já devias estar no telhado a substituir o Toramaru!

—E porque não me disseste nada?

—Porque estavas mais ocupado a treinar.

—Podias-me ter chamado.

—Esquece isso, está bem. - Olhei para o relógio, era praticamente meia noite - Vai mas é embora, senão chegas tarde ao posto.

Não me disse nada mais, nem sequer um beijo me deu. Tirou os protetores da cabeça e coloco-os no devido local, saindo a correr do ginásio. O Fubuki aproximou-se de nós e também me perguntou se estava bem, pediu-me desculpas como se tivesse culpa da atitude idiota do meu namorado. Ele não tinha culpa… Enfim, de certa forma tinha, mas o Fubuki não podia controlar os sentimentos dos outros em relação a ele. Sabia bem que antes de sermos um casal que o Yukimura gostava do Fubuki. Perguntou-me se hoje em dia ainda conserva esses sentimentos.

O albino voltou a colocar os seus protetores, sorriu-nos e voltou para o seu treino, desejando-me as melhoras e despedindo-se de nós. Talvez fosse apenas coisas da minha cabeça, mas ele parecia irritado. Será que ele sabia o que tinha acontecido na cozinha? Era impossível.

—Aqui. - Tornei a olhar para o Fey e vi que me estendia as minhas cartas já todas alinhadas. Sorri e peguei nelas.

—Obrigada. E obrigada por… Enfim… - não sabia exatamente que palavras usar para lhe agradecer o facto de me ter tirado daquele transe horrível em que me coloquei.

—De nada. O que importa é que estás bem.

Sabia que era errado, dói-a até só de pensar… Mas as coisas seriam diferentes se me tivesse apaixonado pelo Fey?

16 de janeiro, 2050

00:13

Saí do quarto em silêncio. Os corredores da escola estavam completamente escuros. Ao fundo ouvia algumas meninas a virem na minha direção. Eram a Serena, a Mika e a Malina. Vinham entretidas a falar, andando de vagar uma vez que a ruiva tinha uma das pernas magoadas. Parecia já estar quase curada, mas ainda lhe doía, segundo ela.

Caminhei na mesma direção que elas, afastando-me antes de darem pela minha presença. Não que não que quisesse falar com nenhuma, apenas pareciam felizes de mais para lhes estragar a noite com os meus problemas. Passei pelo quarto da Starfox e ouvi alguns barulhos estranhos vindos do interior. Senti-me corar automaticamente e caminhei num passo acelerado. O quarto da Stéfanni era mesmo ao lado… Duvidava que ela ainda estivesse lá dentro.

Tentei acalmar-me enquanto me aproximava da enfermaria. Não queria a Cristen a perguntar-me o porquê estar extremamente vermelha. E no momento em que ia abrir a porta para entrar, alguém o fez por mim da parte de dentro e tornei a encontrar-me com o Fey diante de mim. Fiquei um pouco espantada a olhar para ele, mas o próprio rapidamente levou um dedo aos lábios, pedindo-me silêncio. Olhou por cima do ombro e eu fiz o mesmo. Deitados sobre uma das cama da enfermaria estava a minha irmã e o Taiyou, dormindo tranquilamente como se nada se passasse à volta deles, estando apenas no mundo deles. O Fey fechou a porta bem de vagar para que eles não acordassem e afastamo-nos um pouco para não os acordar.

—Precisavas de alguma coisa da minha irmã?

—Nada de mais. Apenas queria uma band-aid para colocar no dedo. - Levantou a sua mão direita e mostrou-me o dedo indicador já envolto na película – Magoei com a arma. O gatilho ficou preso no meu dedo. - Sorri, fazendo uma cara de dor. Aquilo acontecera-me várias vezes, daí preferir as armas brancas, sou bem melhor com elas – Voltaste a falar com o Yukimura? - fiquei surpresa com a sua pergunta, fazendo-me parar de repente. Realmente fui apanhada de surpresa.

—Não. Ele foi para a posição dele e não fui até lá. - Não abriu a boca para dizer o que fosse. Não estava sério, mas também não sorria.

—E tu? Estás bem?

—Eu estou sempre bem. - Só então o vi sorrir novamente.

—É bom saber que quando e for embora tu ficarás bem. - Encarei-me.

—O quê? Como assim? - aproximou-se de uma das janelas sem vidro e debruçou-se sobre ela.

—Amanhã vou voltar para a Kidokawa com mais alguns rapazes. - Fiquei surpresa. Como assim eu não sabia disso? - Sinto que o meu lugar já não é aqui. - Riu-se – É estranho. Foi nesta escola que passei três belos anos e mesmo assim sinto que não pertenço aqui. Não sei explicar, Amber, sinto-me mais útil, mais necessitado na Kidokawa.

—Não… Não! Isso não é verdade. Também és necessário aqui. Tem quem te necessite! Eu…

Senti as lágrimas virem-me aos olhos. Fiz um esforço enorme para não chorar, mas tinha noção de que podia ter os olhos vermelhos e até mesmo brilhantes. Ele endireitou-se e colocou-me as mãos frios sobre a face quente. Estranhamente não me arrepiou o seu toque, talvez pelo cálido sorriso que me mostrava.

—Tu ficas bem. Tens o Yukimura. - Abanei a cabeça – Casais discutem, é normal, não? - Riu-se – Não posso dizer que entendo muito disso, mas vocês vão ficar bem. E também tens a tua irmã. As outras meninas e vários amigos aqui. - Beijou-me a testa durante alguns segundos antes de encostar a sua à minha. Fechei os olhos. Não conseguia encara-lo – Eu gosto imenso de ti, Amber, desde o dia em que te revelei os meus sentimentos que o meu coração te pertence, independentemente de não sentires o mesmo. Eu quero que sejas feliz, a sério, mas também eu quero ser feliz. - Tornei a abrir os olhei e encarei-o, mas não consegui evitar sorrir ao vê-lo fazer o mesmo.

Queria vê-lo feliz. Queria que ele fosse realmente muito feliz ao lado de alguém que o amasse de igual forma. E quando a manhã veio, não consegui evitar as lágrimas ao vê-lo partir.


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Notas finais do capítulo

O final foi assim meio triste, mas eu queria algo assim mesmo :') O próximo... Ainda não sei XD Mas espero que tenham gostado!

Reviews?!
Kissus!



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