Warriors escrita por Malina Endou


Capítulo 10
Goodbye my friends.


Notas iniciais do capítulo

Yooo!!

Meu Deus! Finalmente estou a conseguir atualizar essa fic!! Tarde, mas finalmente estou a conseguir! o/ Aqui está essa maldito capítulo que tanto me custou a escrever! Sério! Cheguei a meio... A criatividade foi embora! Simplesmente me abandonou! Mas ela voltou hoje com toda a força, minha gente linda!!

Enfim, vou deixar-vos com o capítulo!

Boa leitura!



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Amber

12 de janeiro, 2050
10:25

Os corredores pareciam mais silenciosos que o habitual e o ambiente mais pesado que o normal. Iríamos enterrar os nossos amigos por trás da escola dentro de poucos minutos. Não estava minimamente preparada para isso... Duvidava que alguém estivesse. Ninguém se prepara para algo assim, tal como aconteceu com o Kogure ou o Midorikawa, a quem se iria juntar a sete palmos de baixo da terra o Suzuno e o Nagumo.

—Mana?- dei meia volta e vi que a Cristen se aproximava com um sorriso, ainda que tivesse aquelas roupas negras, nada dignas dela nem da sua energia. Queria abraça-la com toda a força para que aquele sorriso falso desaparecesse, mas preferia vê-la assim do que a chorar- Os rapazes já os tiraram da enfermaria e levaram para o antigo ginásio.- Era lá que os iriam arranjar antes do enterro. A Serena e a Cristen tiveram apenas o trabalho de os limpar e fechar as feridas- Vamos?

—Sim.- Caminhei até ela e dei-lhe a mão como nos tempos em que éramos duas crianças e eu, como irmã mais velha, sentia-me na obrigação de proteger a minha pequena irmãzinha de todo o mal... Mas agora sentia-me inútil- Como estão os rapazes? E o Hiroto...

—Estão mais calmos. O Hiroto é que... Enfim, não está lá muito bem. A Serena teve que lhe dar uns calmantes e ele acabou por adormecer na enfermaria pouco depois. Só que não lhe fez efeito durante muito tempo. Ele acabou por acordar, mais calmo, e foi ajudar os rapazes.

Sentia tanto pelo Hiroto, mas não sabia o que lhe dizer. Não éramos propriamente próximos, mas também não éramos nenhuns desconhecidos, só que eu não sabia o que dizer numa hora assim. Parei nesse instante ao ver, pela janela, que uma carrinha tinha acabado de chegar. De dentro dela saíram o Shindou, o Fey, o Kirino e o Kariya. Provavelmente traziam algumas provisões após terem saído de manhã, com certeza que tinham apanhado o Fey pelo caminho e não duvidava que lhe tivesse falado sobre o que aconteceu. O esverdeado deveria querer prestar uma última homenagem aos dois companheiros.

Descemos as escadas sem grande pressa. Parecia que cada passo era mais difícil de dar, as pernas pesavam e o coração acelerava cada vez mais. Havia alguns de nós que não eram muito ligados uns aos outros, mas momentos assim eram sempre de grande pesar... Doía-nos a todos. E ao chegar ao rés do chão, vi a Malina à nossa frente, apressando-se com a moleta.

—Malina?- só então parou, encarando-nos por cima do ombro, antes de voltar para nós. Estava com uma camisola de lã preta - que podia jurar ser do Mamoru - e as calças de ganga que já tinham um par de dias. Ela ainda estava a precisar de roupa só para si- Também vais lá?- creio que a minha irmã não conseguia pronunciar a palavra funeral em vós alta. Devia custar-lhe imenso.

—Sim. Posso não os ter conhecido, mas gostaria de estar lá para apoiar o meu primo e toda a gente.

—Obrigada.- Soltei a mão da minha irmã e caminhamos até ela- É melhor teres cuidado. O piso lá fora está molhado.

—Não te preocupes.- Deu um pequeno sorriso, ainda que o meu não cresceu. Talvez a dor para ela fosse menor, não sabia, não podia dizer como ela se sentia- Não pretendo atrapalhar-vos, nem causar mais nervos ou preocupações, por isso vão andando, eu fico bem.

A Cristen não hesitou após o pedido da ruiva e acelerou o passo. Eu curvei-me e sorri antes de quase ser obrigada a correr atrás dela. Sentia muito pelas dificuldades que ela iria passar assim que chegasse a parte de fora, e a chuva que ainda caía, não parecia querer ajudar, mas só nós sabíamos como nos sentíamos.

Hiroto

10:47

Tornei a abrir a porta do ginásio para ver como estava o tempo fora da escola. Péssimo. Estava tudo péssimo: o tempo, o ambiente, o silêncio, a minha cabeça, a minha vida... Quantas mais pessoas teria de perder? Até quando o destino pretendia castigar-me até ficar satisfeito? Odiava-me assim tanto? Perdi a minha família, podiam não ser de sangue, mas eram os melhores que podia desejar, e agora, os dois últimos que me sobravam, haviam partido para junto dos outros, deixando-me completamente só. Restavam-me os outros sobreviventes desta loucura toda, porém, jamais seria a mesma coisa.

—Hiroto.- Senti uma mão por cima do ombro que me deteve de continuar a avançar na chuva- Volta para dentro. Não será bom se ficares doente.

—E então? E se ficar? Sei que os nossos medicamentos estão a terminar, mas o que importa? O que me resta agora, Endou?

—Restam-te amigos. Restam-te pessoas que se preocupam contigo e que querem o teu bem. Resta-te uma nova família e um futuro.- Não podia crer que ele disse aquelas palavras. A sua mão foi bruscamente separada do meu ombro mal me voltei, vendo-o completamente encharcado, tal como eu deveria estar naquele instante, de baixo da tempestade que caía sobre nós.

—Que futuro, Endou?! Um futuro onde vou acabar morto por um robô? Onde terei de ajudar a enterrar outros e a fazer a Raimon um cemitério?! É esse o futuro que me resta?!- ele continuava calmo, mas com sempre com seriedade no olhar. Respirei fundo e tentei acalmar-me. Continuar a gritar não levaria a lado nenhum- Desculpa, mas não é este o futuro que eu quero.

—E o pretendes fazer? Para onde quer que vás esta guerra irá perseguir-te. O mundo inteiro está assim, Hiroto.

—Eu sei disso.- A sua cara começou a mostrar imensa preocupação com uma mistura de pânico.

—Hiroto, tu não me digas que... Tu não podes estar a pensar...

—Não! Que ideia, não penso tirar a minha vida.- Os seus ombros pareceram relaxar de imediato- Está descansado que isso nem sequer me passou pela cabeça.- Voltei-lhe as costas antes de começar a ouvir passos atrás de mim que cessaram pouco depois. Pensei que fosse um dos rapazes que nos vinha chamar, anunciando que estava tudo pronto, mas logo me apercebi que estava errado ao sentir as gostas de chuva pararem de sair sobre mim, e ao levantar a cabeça, deparei-me com um guarda-chuva negro. Voltei-me para trás vendo a Serena por baixo de um outro azul-escuro, sorrindo-me carinhosamente.

—Vais acabar por ficar doente desta maneira.- Tentei sorri-lhe mas não consegui. O seu gesto foi inesperado mas agradecia, só que eu não conseguia reagir.

—Obrigado.- Era tudo o que conseguia dizer, agarrando no cabo do guarda-chuva, antes dela caminhar até ao marido para o abrigar de baixo do seu, onde ambos trocaram um pequeno sorriso. Deixou o olhar do esposo para me encarar, já com um expressão séria.

—Já está tudo pronto. Vamos?

Seguiram-se uns segundos de silêncio antes deles seguirem os dois, deixando-me para trás. Afastei o cabelo molhado da frente dos olhos antes de os levantar para o céu. A chuva caíram-me sobre a face já encharcada e, vendo-me sozinho, uma vez mais, as lágrimas juntaram-se às gostas de chuva.

Rin

11:13

Os dois corpos, cobertos pelos enormes sacos de plástico, eram agora tapados com terra por alguns dos rapazes que estavam em condições, físicas e psicológicas, para o fazer. Permaneci todo o tempo ao lado do Kurama, que me apertava o ombro cada vez um pouco de terra era colocado no buraco feito para enterrar dois companheiros de sobrevivência.

A chuva não parava de cair. Os que tinham guarda-chuva abrigavam-se de baixo deles, tentando pôr de baixo uma outra pessoa, havia alguns maiores que abrigavam três pessoas, mas muitos de nós ficaram à chuva, dando prioridade aos que estavam feridos. Doía-me ver aquele cenário, e acreditava que a todos também doesse, mas nenhum de nós podia fazer algo, éramos todos completamente inúteis em momentos assim. Tínhamos que nos limitar a olhar, apesar de alguns de nós preferirem nem fazê-lo, principalmente o Hiroto. Não deixou de fixar a cova onde enterramos os corpos nem um só segundo. O seu olhar permaneceu ali fixo como se se desviasse os olhos, eles desapareciam dali. E no final, quando todos acabamos de orar por ambos, voltamos para dentro da escola, já o Hiroto, permaneceu ali, por baixo da chuva com o chapéu na sua cabeça, enquanto as gostas de chuva que havia apanhado, lhe pingavam em frente aos olhos assim como as lágrimas não deixavam de escorrer dos mesmos.

—Rin?

—Sim?- levantei a cabeça deparando-me com a Yasmin a fixar-me por cima da mesa de metal.

—Ouviste o que eu disse?

—Não. Desculpa, estava distraída.

—Isso eu percebi.- Suspirou- De todos nós o que mais me preocupa é o Hiroto.

—Vi-o sair do prédio e levar a sua arma.- As palavras da Stéfanni cortara-me a respiração- Ele foi patrulhar.- Parecia que tinha aprendido outra vez a respirar. Ela não podia ter dito logo isso em vez de pôr a cabeça para o frigorífico primeiro?- O Hiroto sabe que tem de seguir em frente.- Retirou de lá uma espécie de geleia num pacote que comíamos normalmente quando íamos fazer noites a patrulhar. Ela, com certeza, ia passar a noite na sua oficina improvisada- Acho que ele está a tentar.

—Só sei é que temos de ficar de olho nele.- Claro que o Fudou tinha de aparecer- Não podemos ter mais baixas. Um dia destes não temos ninguém aqui.

—É só com isso que te preocupas, careca? Com as baixas?- o moreno pareceu fulmina-la com o olhar, mas a Yasmin não diminuía a intensidade do seu.

—E daí? Achas que estou aqui para fazer amigos como vocês?- Abriu o frigorífico e retirou de lá duas cervejas. Gostava de saber como raios o Ayato o suporta- Tudo o que me importa é sobreviver neste inferno.- Pôs fortemente as garrafas sobre a mesa de metal. Pensei que o idiota as fosse partir- E enquanto houver pessoas que possam ir no meu lugar, então continuarei a pôr-me atrás delas.- Pôs-se frente a frente com a Yasmin, que teve de erguer a cabeça para o encarar, visivelmente furiosa.

—És desprezível.- O Fudou agarrou-lhe o queixo e fê-la levantar mais a cabeça.

—Nem imaginas o quanto, linda.

Levantei-me da cadeira imediatamente. Ela estava magoada e não deixaria que lhe fizesse o que fosse. Porém, não foi preciso que fizesse nada. Sem dar conta, o Fubuki já estava junto a eles e agarrava o pulso do Fudou antes de lhe dar um forte empurrão que o fez cambalear para trás. O Fudou puxou o seu pulso com toda a força, libertando-se do albino. Pegou nas garrafas e saiu sem desviar o seu olhar do outro, saindo da cozinha. O Fubuki pareceu acalmar-se com a sua saída e foi até à Yasmin que se começou a queixar ao ter o "amigo" a apertar-lhe a cabeça contra o peito, antes dela lhe dar um murro no braço. Eu limitei-me a suspirar e a sentar-me. A Stéfanni após se despedir de todos nós e dizer que provavelmente nos veria amanhã. Já eu, levantei-me uma vez mais ao ver o Kurama entrar. Sorri-lhe antes de o beijar. Foi então que me lembrei... Era a minha vez de fazer o almoço.

Kiara

11:37

"Será que se fizer pouco fumo, ele congela?", sorri logo com aquele absurdo. Sinceramente, ter pensamentos assim era tudo o que podia fazer para matar o aborrecimento. Ver, agora, a neve cair e fumo ajudava a distrair. Não podia dizer que era muito ligada ao Nagumo ou ao Suzuno, conhecidos quando tentava esconder-me num café abandonado e eles pensaram no mesmo para descansarem, antes de me convidarem para me juntar a eles e o resto do pessoal na Raimon. Falava com eles de vez enquando, mas ambos tinham personalidades explosivas, até mesmo aterradoras. Preferi manter a distância. Mas claro que não esperava aquele final, e lutei ao lado de todos eles, tentando salva-los a todo o custo. Foi em vão.

—Ai!- assustei-me ao sentir algo gelado tocar a minha bochecha. Olhei para o lado e vi o Genda sorrir-me com duas cervejas na mão, sendo que uma me era estendida. O seu cabelo ainda estava húmido devido à chuva- Tabaco e cerveja. Não existe combinação mais saudável!

—Então no inverno sabe ainda melhor.- Ri-me. Até gostava do seu humor.

—Obrigada.- Agarrei-a, bati com a minha garrafa da nele antes de beber.

—Em que estava a pensar?- pousou a garrafa dele no parapeito da janela após beber uma só vez, debruçando-se, tendo os flocos de neve a caírem-lhe em cima.

—Nada de mais. Parvoíces.- Deixei o fumo do cigarra sair uma vez mais- Só que espero da próximo poder fazer mais alguma coisa para evitar mortes.

—Também eu.

—Eras amigo deles?

—Não posso dizer que éramos muito chegados, mas toda a ajuda e companheirismo é bem vinda.- Bebeu mais um gole e pousou a bebida.

—É verdade.

—Estás preocupada com o que os outros vão pensar de ti por seres nova?

—Um pouco.- Riu-se. Não percebi o porquê.

—Ao que parece também chegou há pouco tempo uma tal de Malina. É primeira de um dos rapazes. Já não és a única novata.

—Quem diria! Afinal não estou só.- Sorrimos enquanto apagava o resto do cigarro. Até que lembrei, após beber um pouco mais- É verdade! Aquela de cabelo preto ao lado do Atsuya, é a tal Starfox, não é?

—Como é que adivinhaste?

—Por favor. Notou-se a milhas a queda que ele tem por ela quando falava dela lá na carrinha, mesmo que só dissesse mal da pobre da mulher.- Bebi um pouco mais.

—Foi assim tão óbvio?- um olhar bastou para que ele se endireita-se e levantasse as mãos- Percebi.

—Mas é bonita! Só que o Atsuya tem um feitiozinho...

—Como se o teu fosse melhor!

—Ei!- bati-lhe no braço e ambos nos rimos- Até parece.

Ficamos a conversar um pouco mais. Sentia-me um pouco mais aliviada com ele ali. Talvez fosse o meu primeiro amigo a sério após toda aquela tragédia e depois de ter perdido quem me era importante. Esperava dar-me os restantes e que todos me recebessem de braços abertos. Eu tentaria dar o meu melhor para ser aceite. Sabia que não era bem a altura ideal, mas também tinha noção que todos teriam de superar o luto mais cedo ou mais tarde. A guerra não nos iria dar descanso.


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Notas finais do capítulo

Desculpem, mas precisava de amar alguma treta neste capítulo! Estava a ficar demasiado deprimente! XD E o Fudou foi o meu alvo! Peço também desculpa à autora da Yasmin por ter envolvido a sua menina! kkkk

Ah sim! A partir do capítulo 11 será de apenas um Pov que será dividido em duas partes! Mas será, dois capítulos de um Pov da mesma personagem, e depois um capítulo com vários, ok?! Enfim, sou péssima em explicações, mas depois vocês vêm como é! XD E pode ser que isso dê mais capítulos à fic do que apenas os 30 e tal previstos! :3

Reviews?!
Kissus!



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