A p r i l escrita por Hamélia


Capítulo 1
U m


Notas iniciais do capítulo

Hello -^-
Espero que gostem do primeiro capítulo e, por favor, deem opiniões, como já disse 'não vou ficar escrevendo para leitoras fantasmas'.
Próximo capítulo sai dia 20 ou 21.



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Enquanto meus dedos iam passando de disco em disco, meus olhos seguiam olhando atentamente cada um deles tentando ler seus títulos o mais rápido possível para acompanhar a sequência.
  Estávamos no inverno e aqui em New York havia sido alertado que uma nevada estava chegando. O presidente havia decretado que qualquer pessoa que fosse pega dirigindo, seria preso. Crianças, adultos e jovens, todos deveriam ficar em casa. Essa seria a maior tempestade de neve em 8 séculos. Contudo, há apenas 8 horas da tempestade as ruas ainda se viam movimentadas; cidadãos desesperados atrás de comida, lanternas, velas, remédios, dentre outros, saíam pelas ruas de mercado em mercado procurando mantimentos.
  E há apenas 12 horas da tempestade eu me encontrava na minha loja favorita, Vintage's, procurando discos  para ouvir durante a tempestade. A loja se encontrava literalmente vazia, tendo apenas eu e o moço do caixa como seres a circular por ela.
  Após meia hora à procura de um disco, meus dedos pousam em 'USA for África- We are the world '. Lembro-me de escutar minha mãe cantando isso todo dia durante o banho, antes das viagens. Minha mãe sempre procurou ajudar as pessoas com problemas financeiros, e em uma de suas tão sonhadas viagens para África, ela não voltou. Os investigadores disseram que o avião onde ela estava caiu devido a forte ventania. No dia seguinte, pôde se confirmar a notícia nos noticiários e reportes.
"Esse disco me trás boas lembranças. Por que não compra-lo?"
Ainda agachada passei o disco e coloque-o embaixo do meu.Braço esquerdo. Em seguida voltei a rolar meus olhos pelas prateleiras à procura de outros discos. Sempre tive essa paixão por coisas clássicas e com certeza discos estão em primeiro lugar. Minutos após, escutamos milagrosamente o sino da porta soar, acordando o balconista que tirava um cochilo em cima do balcão.
  Mesmo agachada e com algumas prateleiras à frente, conseguia ver o rapaz que tinha acabado de entrar na loja. Estava com calças pretas justas e um belo e enorme  casaco preto. Era bastante notável também suas botas amarelas, que juntando com sua roupa de cor morta, davam mais destaque a suas botas chamativas que com certeza veriam-se a quilômetros de distância. O rapaz estava de cabeça baixa, e isso fazia os cachos do seu cabelo escondessem seu rosto. Em seguida, vi o rapaz levar as mãos em direção ao capuz e o retirar, sacudindo então seus cabelos que iam até a altura dos ombros para retirar a pouca neve acumulada. Notei também seus belos e chamativas olhos verdes. Era incrível como os olhos dele chamavam atenção, a claridade e a forma em que eles brilhavam.
  O rapaz caminhou um pouco mais e eu voltei meu olhar para os discos. Podia ouvir muito bem o som de suas botas contra o piso de madeira se aproximando, parando um pouco ao meu lado. Chutei que o rapaz tinha uns um metro e oitenta, e com a ajuda da minha posição no momento eu poderia encara-lo sem nenhum problema.
  Seu rosto estava sério e suas sobrancelhas estavam curvadas para baixo, demonstrando sua concentração em achar o que procurava. Seus lábios entreabertos liam o nome de cada disco, e seus olhos faziam uma rápida varredura pelas prateleiras.
  Em um singelo momento, o rapaz abaixou seu olhar até mim e arqueou uma sobrancelha. Claro, não é nada normal ver um ser pequeno agachado ao seu lado lhe encarando.
  Peguei o primeiro disco que vi pela frente e levei-o junto aos outros que já estava segurando até o balcão.
—Cinco discos ...- O caixa falou. Um rapaz louro que tinha um avental  vermelho amarrado a cintura e o pescoço. Fez alguns cálculos na calculadora e voltou a me olhar - Dá o total de 70 dólares.
—Setenta?! Não está um pouco caro? - Perguntei espantada com o preço. Esperei pela resposta do rapaz, e logo abri a carteira para retirar o dinheiro.
—Sim, mas hoje é seu dia de sorte. Eles estão na promoção, esse aqui do Beach Boys é o último.
—Hoje é meu dia de sorte? -Sorri sacana enquanto lhe pagava .
—Sim, pode confiar -Respondeu e piscou-me, arrancando-me uma risada.
— Tudo bem, obrigada -Falei saindo da loja ainda com um sorriso.
  Ainda pude ouvir uma voz rouca de dentro da loja.
—Ela levou mesmo o último?
                                                           [«»]
Encontrava-me agora a servir alguns pratos paras as diversas mesas do local onde eu trabalhava. Juntamente a mais alguns funcionários, estava a fazer hora extra. Mesmo a cidade estando em alerta, meu chefe fazia-nos trabalhar até a última hora, o que fazia-me ficar aqui até faltar meia hora pra tempestade.
—Atendes a mesa sete? -Camilla, uma outra funcionários perguntou-me. Assim que assenti, a mesma foi atender outras mesas.
  Olhei para mesa sete e notei que eram um grupo de amigos, cinco pessoas para ser exata. Mas o que me chamou atenção foi o rapaz que estava lá. O rapaz da loja do disco de vinil.
  Enquanto controlava minha surpresa, caminhei até a mesa e assim que cheguei, logo recebi um olhar surpreso do rapaz.
—O que gostariam de pedir?- perguntei com a voz baixa.
Você, é uma boa opção— Um deles respondeu com um sorriso sagaz, enquanto outro lhe batia no ombro. O rapaz da loja.
—Cala a boca -Sussurrou visivelmente irritado -Quero o número quinze.
—Me traga o oito -Falou outro rapaz.
—E pra nós, o quatorze -Disse um rapaz acompanhado da namorada que sorria para ele.
—Entendi, mais alguma coisa? - Perguntei torcendo para que todos negassem. Eu estava nervosa, estava me sentindo intimidada pelo olhar do rapaz de olhos verdes.
—Não, apenas isso - O rapaz de olhos verdes respondeu e pisco-me o olho com um sorriso de lado.
  Senti minhas pernas arrepiarem-se por completo. Logo apressei-me e sai de lá, correndo em direção à área dos fundos.
América! - falei em um alto sussurro.
—Sim? - A garota ruiva dirigiu-se até mim, enquanto segurava uma bandeja de café com a mão esquerda.
—Pode ficar com a mesa sete? - Perguntei demasiado desesperada.
—Por que? - Perguntou-me sem entender. A verdade era que nem eu sabia o motivo. Eu me sentia intimidada perto do rapaz e não queria me sentir assim novamente. América me olhava estranho enquanto eu buscava desesperadamente uma resposta para essa pergunta.
Por favor... -Implorei.
—Tudo bem, então vai entregar esse café pra mim no balcão de entregas.
  Segurei a bandeja do café com as duas mãos, já que ainda estava nervosa e o pensamento de que eu poderia derramar o café rodava minha cabeça. Sai da sala dos fundos e caminhei em direção ao balcão de entrega, mas meus olhos quase pularam para fora quando vi que a mesa do rapaz de olhos verdes estava no caminho até o local onde eu ia.
"Respira, April, respira" pensei comigo mesma.
  Coloquei força nas pernas e caminhei de cabeça erguida, passando pela mesa do rapaz que tanto me intimidava. Mesmo sem ver, enquanto passava pela mesa senti dois dedos rasparem o começo de trás da minha coxa esquerda. Uma forte corrente elétrica passou pelo meu corpo, e em um momento de pura adrenalina lancei a bandeja para cima, derrubando-a no rapaz que causou isso tudo.
Merda... -Xingou baixo enquanto levantava mostrando sua t-shirt molhada de cima a baixo pelo café.
  Rapidamente o Ender apareceu, com sua típica carranca e seu olhar rígido. Seus olhos me encaram com desprezo, enquanto o rapaz de olhos verdes tentava abanar-se com a própria t-shirt, tentando aliviar a dor.
—Me perdoe Sr....?- Ender falou dirigindo suas palavras à quem eu havia derramado o café.
Willians, Harry Willians— O rapaz respondeu. Então esse era seu nome. Por incrível que pareça lhe caía bem.
—April, leve-o até os fundos e dê a ele uma camisa extra de algum funcionário -Ender falou rapidamente enquanto abanava com as mãos o abdômen do Harry. Ender era um tanto afeminado.
  Dei-lhe um simples aceno com cabeça e comecei a andar até a sala dos fundos, escutando os passos do rapaz a me seguir.


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Notas finais do capítulo

Só para avisar, os capítulo terão apenas entre 1.300 e 1.500 palavras.



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