Expressão Psicopata escrita por AndyJu


Capítulo 2
Chave




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Passaram-se 5 anos desde os suicídios em Cerranilla: um pai de família foi encontrado enforcado na mata da pequena cidade de Cerranilla e o delegado Jhonatan Silva cometeu suicídio na frente de muitas pessoas, após ver sua mulher e filha mortas de uma forma horrível. Tudo aconteceu no dia 06/06/2002.

Aquele dia foi algo que nunca deveria ter existido, algo que ninguém imaginaria que iria acontecer, já que na pequena cidade poucos crimes aconteciam. Quatro mortes em dois dias, isso era demais para a cidade. Os policiais investigaram por muitos dias e não conseguiram encontrar quem havia assassinado a família do delegado.

Hoje os parentes dos falecidos estavam indo levar flores aos túmulos. Um garoto vestido com camisa e calças pretas e uma mulher de vestido também preto procuram uma lápide. Eram Andy e Melissa Mendes, os familiares do falecido Edgar Mendes, o homem que foi encontrado enforcado. O garoto agora tinha 11 anos. Ele não se lembra muito dos acontecimentos daquele dia. Encontraram a lápide onde estava enterrado Edgar. Andy fica pensativo, tentando lembrar-se do dia em que seu pai não voltou para casa, e pergunta para sua mãe:

—Mãe, eu sei que eu era muito novo, por isso não me lembro de muita coisa daquele dia. Mas... por que você não me conta como o pai morreu?

Ela se ajoelha em frente à lápide para deixar as flores e diz ao garoto:

—Filho... Eu não quero te dizer isso agora. Por que você simplesmente não aceita? Desde que você ganhou aquele urso do seu amigo que nunca vi, você teima em saber o porquê das coisas, qualquer coisa você quer saber por que aconteceu... –Ela suspira, tentando conter as lágrimas.

—Com o tempo tudo vai ser explicado. Eu já te contei, seu pai estava muito triste e se suicidou, pensei que já tivesse entendido.

Andy pensa, desapontado. “Droga, a mãe tentando me enrolar de novo com isso de ele estar triste. Eu sei que não foi isso. Falei com os vizinhos e pessoas com quem o pai trabalhava, todos diziam que ele era uma pessoa muito feliz...”

— Mãe, eu apenas quero saber... Um dia vou descobrir quem matou o papai!


— Filho, vamos parar de discutir por algo que já passou, ainda mais que estamos aqui no cemitério.


Andy era um menino muito curioso. Apesar de ser novo, ele era muito inteligente. Quando completou 7 anos já estava lendo livros e mais livros. Tudo graças àquele bilhete que ele guardou no bolso quando encontrou o urso Molo. E o urso ainda estava com ele, mesmo Andy tendo 11 anos. Sua mãe achou melhor não tirar o urso dele, já que ele não possui muitos amigos e o ursinho parece sempre reconfortar o garoto quanto ele está triste.

Andy chega em sua casa, puxa a cadeira escorada na mesa de estudo que estava em seu quarto e olha para o urso que estava em cima da cama.

—Ué, pensei que tinha deixado o urso em cima da mesa... Ah, bobagem. Vamos procurar o bilhete...

O menino procura pelo bilhete. Ele não tinha mostrado o papel para sua mãe. O garoto tenta lembrar onde tinha deixado o bilhete naquele ano, pois já havia se passado muito tempo e ele poderia até ter jogado fora sem querer. Hoje ele estava decidido a entender por que seu pai havia se matado, ou quem foi que fez isso e por quê. O garoto se lembra que tinha uma caixa onde deixava seus brinquedos preferidos quando era menor, e talvez o bilhete pudesse estar lá. E estava. Andy, ansioso, abre aquele pedaço de papel amassado, esperando ler algo que pudesse dar pistas sobre o suicídio.

“Apenas sorria, a expressão dele vai te aterrorizar”

O garoto fica desapontado e ao mesmo tempo intrigado. Por que alguém escreveria algo assim e deixaria perto da cena do crime? Claro que a expressão de horror no rosto do delegado morto foi aterrorizante, mas por que sorrir?

—Eu tenho que entender o que essa mensagem quer dizer... Hum... Por que sorrir...? AAAH!!

O garoto grita de alegria porque teve uma grande ideia...

—Vou ir na biblioteca e procurar os arquivos sobre o assassinato da família do delegado e a morte do papai! –O garoto pensa em voz alta.

—Já que sou amigo do bibliotecário por estar sempre pegando livros lá, vou me oferecer para arrumar a biblioteca em troca de livros, então pegar alguns documentos emprestados para descobrir a verdade que ninguém me conta.

Andy pega seu casaco e vai andando até a biblioteca da cidade, já que ela não ficava longe de sua casa. Chegando lá ele vê o velho Astolfo em seu computador assistindo animações pervertidas e ri.

—HAHAHA!!! Ah, eu quero fazer uma proposta, Astolfo!

O senhor, envergonhado, fecha rapidamente o navegador do computador. Astolfo tem 64 anos.

—AH! Desculpe garoto, eu sei que você vem sempre aqui mas eu já disse que não vou te dar nenhum livro!

—Aaah, Astolfo! A proposta que eu tenho a fazer é que eu limpe a biblioteca toda para você em troca de um livrinho só!

O velho pensa um pouco e aceita.

—Está bem, pode limpar todo o chão! Comece agora e termine até 12:45! E é só um livro, nem um a mais!

Andy vai correndo para a sala de funcionários da biblioteca, pega a vassoura e um pano e começa a limpar o chão. Ele observa Astolfo até ver que este está distraído novamente com desenhos pervertidos no computador. Andy caminha até a sala de funcionários novamente para pegar as chaves da sala de notícias da cidade. Ele corre até a sala e abre sem fazer barulho, achando gavetas com muitos arquivos e jornais. Ele pensa... “Deve estar tudo organizado por ano... Cadê 2002...” O garoto procura entre os corredores, segurando a vassoura. Encontra as gavetas de 2002, separadas por mês. Ele começa a falar baixinho.

—Hum... 2... 3... Mês 6, achei. Pasta do dia 06... Que estranho, só tem uma chave aqui!

Ele escuta um barulho na porta, joga a pasta rapidamente na gaveta, mas antes tirando a chave e colocando no seu bolso, e começa a varrer o chão. O velho Astolfo pergunta:

—Ei, o que está fazendo aqui??

—Varrendo o chão...

O bibliotecário fica bravo:

—Não é para entrar aqui, esses documentos só podem ser vistos com minha supervisão! Vá limpar o resto da biblioteca, e se você não sair logo, te faço limpar os banheiros!

Andy sai da sala rindo baixinho, confere seu bolso para ver se a chave continua ali e volta a varrer a biblioteca. A chave era antiga, cheia de curvas desenhadas, e lembrava casas e móveis antigos e valiosos.

O garoto termina de limpar a biblioteca antes do horário imposto por Astolfo e escolhe um livro qualquer para levar para casa, então anda quase correndo, pois estava nublado e ventando. Chegando lá, vai direto para seu quarto. Melissa estava fazendo o almoço. O garoto senta-se à mesa de estudos, mas percebe algo diferente. O urso Molo não estava na sua cama como da última vez, e sim em cima da mesa. Ele pensa... “Eu tinha certeza que ele estava em cima da cama... Acho que minha mãe está querendo me pregar uma peça!” O garoto ri baixinho.

—Vai ver o urso esqueceu de voltar para seu lugar...

Andy tira a chave do bolso e começa a observar os detalhes dela. Ela era cinza e tinha formatos arredondados, linhas curvas que se cruzavam, lembrando os tempos da arte gótica. O menino começa a pensar em algum lugar na cidade que tivesse uma decoração como a da chave. Quando ele decide sair na rua para procurar alguma casa antiga, a chuva começa a cair fortemente, então ele desiste, larga a chave na mesa, em frente ao urso, e decide ir almoçar.

A mesa fica em frente à janela. Quando Andy estava saindo do quarto, ele se assusta pelo estrondo de um trovão. O clarão do raio projeta uma sombra em seu quarto. Uma sombra humana do lado de sua cama, que ficou projetada durante centésimos de segundo. O garoto olha rapidamente para a mesa, e percebe que a chave tinha caído no chão. Ele corre, pega a chave e seu urso e vai direto para a cozinha, com medo. A porta do seu quarto bate com o vento. Ele coloca a chave no bolso e senta-se na cadeira da cozinha, abraçando Molo para sentir-se seguro. Melissa percebe que seu filho ficou com medo e vai ao quarto para fechar a janela. Ao voltar, vê o garoto abraçando o ursinho. Ela avisa que o almoço está pronto. Andy coloca Molo na cadeira ao lado e serve-se. O perigo está mais próximo do que ele imagina...


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Notas finais do capítulo

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