Porto Seguro - Uma Nova Chance II escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 20
Acerto De Contas Do Passado




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—Ana! —Grace me ampara antes que eu caia no chão, ela me ajuda a sentar.
—O que você... Disse? —Pergunto confusa.
—Eu sinto muito... Ela sumiu...
—Como? —Meu queixo começa a tremer e meus olhos ficam merejados.
—A Kate e o Elliot à levaram, mas quando ele estacionaram o carro, eles se distraíram, e ela sumiu, eu não entendi direito.
—Minha filha... —Sussurro sentindo meu coração se partir em mil pedacinhos. —Eu preciso encontrar minha filha.
—Não, você precisa se acalmar, vem, vamos deixar o Teddy dormir.

Grace me ajuda a levantar e me leva para o meu quarto, ela me coloca na cama e fica ao meu lado.

—Grace, eu não posso deixá-lo sozinha, ela só tem nove anos. —Digo chorando e começo a me desesperar. —Se algo acontecer à ela eu nunca vou me perdoar.
—Ana, tenta ficar calma. —Grace diz, mas eu sei que ela também está mal. —Nós vamos encontrá-la.
—Não! —Grito e começo a me alterar. —Eu preciso da minha filha comigo, Grace! Ela é minha menininha, eu não posso perdê-la. Ela está sozinha na rua.
—Calma Ana. —Grace pede enquanto tenta me segurar. —Enfermeiro.
—Me solta. —Imploro entre lágrimas.

Um enfermeiro entra no quarto correndo.

—Um calmante. Agora! —Grace ordena.
—Não! —Grito e empurro Grace. —Não me toque.

Encolhome no catinho da cama soluçando alto.

—Vocês não pode me tocar, por favor. —Imploro e vejo o desespero estambado no rosto de Grace. —A minha filha precisa de mim Grace, ela precisa de mim.
—Por favor, Ana, calma.

O enfermeiro entra na quarto e se aproxima.
Quando tenho um vislumbre do seu rosto eu vejo meu pai e tudo dói dentro de mim.

—Não! —Grito. —Não incosta em mim.
—Ana calma. —Grace pede desesperada.
—Ele não pode me tocar. —Digo soluçando.
—Calma querida. —Ela tenta se aproximar, mas eu a empurro.
—Não me toque Grace. Não encostem em mim.

O enfermeiro tenta me tocar e eu começo a gritar mais empurrando-o.

—Que porra está havendo aqui?

Olho para a porta e vejo Christian parado, começo a soluçar e ele corre e tira o enfermeiro de cima de mim, e me toma em seus braços.

—Desculpe. —Grace diz chorando. —Ela entrou em desespero, e-eu, eu não sabia o que fazer.
—Só tira esse maldito daqui! —Christian rosna para o enfermeiro que sai da sala. —Calma baby.

Christian começa a me balançar lentamente e eu me aperto mais em seus braços.

—O que houve? —Ele pergunta.
—A Pheobe sumiu. —Grace diz e eu sinto Christian ficar rígido.
—O que? —Ele grita e isso é a última coisa que ouço antes de sentir a escuridão me tomar.

VERSÃO PHEOBE:

Ver a mamãe e o papai com o Teddy me fizeram ter mais noção das coisas... Eles o amam, e olham para ele de uma forma que eu jamais seria olhada... Eu não faço parte disso, como o meu padrinho disso eu só apenas a menina encontrada na rua.
Eu queria que minha mamãe nunca tivesse morrido, queria que o Richard nunca tivesse entrado nas nossas vidas, talvez hoje nós estivéssemos juntas e eu seria única na sua vida.
A minha mãe Ana me ama, ela diz isso e eu posso sentir, mas agora ele tem o Teddy, e eu sei como posso ser difícil, e eu não quero mais dar problemas para ela, não depois de tudo que ela passou graças ao Christian... Mas ele não tem culpa, por mais que tenha sido um idiota, ele a ama e morreria por ela, assim como pelo Teddy.
Ver os três juntos só confirmou que eu nunca vou fazer parte daquilo, eu nunca vou ser uma Grey ou Steele, esse é lugar do Theodore, por direito, e eu não vou tomar isso dele, não é justo com ele.
Eu preciso ir embora, se eu for embora a mamãe vai ter menos trabalho, talvez meu pai não se estresse tanto e eles não vão mais brigar...

—Você está? —Minha madrinha pergunta olhando para mim.
—Sim... —Sussurro e encosto a cabeça na janela do carro. —Eu só preciso de um sono de beleza.

Kate sorri e sei que a convenci.
Assim que paramos em frente à casa dos meus padrinhos os dois descem do carro e abrem o porta-malas para pegar as compras, mas começam uma discussão boba como sempre.
É agora...
Passo para o banco da frente e abro a porto do motorista sem ser vista, ando abaixa e atrás dos carros até chegar na primeira esquina, assim que a viro começo a correr sem olhar para trás.
Eles não precisam mais de mim.
Agora que eles tem a Ava e o Teddy eu não preciso estar aqui.

Não sei quanto tempo faz que eu estou andando, mas já escureceu.
Meus pés estão doendo de tanto andar e eu estou com muita sede, com fome e um pouco de frio, mas resolvo continuar andando.
Sinto meu joelho arder e paro.
No meio da fuga eu acabei caindo e ralei muito joelho, mas parece que está muito ruim para um arranhado, só que eu não me importo.
As ruas estão ficando cada vez mais desertas, e eu sei que não devo ter medo, mas eu estou com muito medo... Se meu pai... Não!
Afasto meus pensamentos e envolvo meus braços ao redor do meu corpo na tentativa de me esquentar.
Continuo andando e tenho a sensação de estar sendo seguida, mas ignora isso.
Aperto os passos assim que percebo um homem atrás de mim.
Minha respiração acelera assim como as batidas do meu coração.
Eu tenho que ser corajosa, mas tudo que eu queria agora era estar com a mamãe, no colo dela.

—Ei... —Meu sangue gela quando ouço me chamarem.

Fecho meus olhos e continuo caminhando.

—Garota eu estou falando com você! —Uma voz masculina ecoa e todos meus pelos arrepiam-se.

Sinto um tranco e meu braço é puxado, quando levanto o olhar vejo um homem com o rosto todo deformado por uma cicatriz e isso me assusta muito.

—Me solta! —Grito tentando puxar meu braço, mas ele aperta mais.
—Onde estão seus pais?
—Eu não tenho pais! —Grito. —Me solta.
—Uma orfã é? —Ele dá um sorriso assustador e eu começo a chorar.
—Pheobe!

Viro-me e vejo Leila junto com um homem.
Os dois se aproximam correndo e tiram o homem de cima de mim.
Leila me abraça, mas de repente eu sinto medo, sinto como se não devesse ficar perto dela.
Lembro-me da briga dos meus pais e como mamãe falava de Leila.
Dou um passo para trás, mas o outro homem que está com ela me segura.

—Eu quero a minha mãe. —Digo chorando.
—Não tão rápido! —Leila exclama com a voz fria. —Está na hora de acertar as contas com a Ana.
—Você é louca! —Grito e empurro Leila.

Consigo me soltar do homem e começo a correr pelas ruas enquanto eles vem atrás de mim.
Consigo correr bastante, mas como meu joelho machucado eu não vou muito longe e acabo caindo novamente, tento me levantar, mas os dois chegam, o homem bate com força no meu olho e tudo fica embaçado e se apaga...

Abro os olhos lentamente sentindo minha cabeça e meu olho doerem.
Olho para os lados e não vejo ninguém, tento mexer minhas mãos, mas elas estão presas, assim como meus pés. Minha boca está com um pedaço de fita e eu não consigo falar nada.
Mãe...
Mamãe, por favor, me tira daqui.
Começo a chorar em desespero, tudo que eu queria agora era estar com a minha mãe e o meu pai.
Olho em volta para ver onde estou, há um janela com grade e as paredes são feita de madeira... Por fora da janela eu vejo que há muito mato e logo imagino que não estamos na cidade.
A porta se abre e eu vejo Leila entrar junto com aquele homem.

—Olha só José, nossa menina acordou. —Ela diz sorrindo e se aproxima abaixando na minha frente. —Como você está bonequinha?

Fecho os olhos e viro o rosto parando de chorar.
Ela não vai me ver chorar se é isso que quer.
Leila segura meu rosto e me mostra um jornal onde a minha fota aparece estampada.

—Olha só... —Leila ri. —Eles estão te procurando Pheobe.

Eles estão me procurando...
Meus pais...
Eu preciso deles, eu os amo, não deveria ter fugido. Eu fui tão burra!
O tal José se aproxima e baaixa na minha frente tirando a fica da minha boca bruscamente.

—Você dormiu por um bom tempo, graças aos sedativos que te damos. —Ele diz com orgulho. —Achei que não fosse mais acordar.
—Eu quero ir embora! —Grito.
—Não tão rápido. —Leila diz. —Eu e sua mãe temos contas à acertar, e você vai ser meu troféu.
—Você é louca! —Grito.
—Você ainda não viu nada!

Fito-a sem dizer nada... Ela não vai ter o gostinho de me ver chorar.
José e Leila se levantam e saia do quarto trancando a porta.
Eu preciso sair daqui... Não sei por quanto tempo dormir, e isso me preocupa, mas eu não posso me desesperar, eu tenho que dar um jeito de sair daqui... Mas como?
Sinto algo penicar na minha pernas e quando olho meu coração disparo.
Um aranha...

—Ah! —Grito e começo a ma dabater. —Mamãe! Me ajuda. Por favor, alguém me ajuda! Socorro.

A porta se abre novamente e José e Leila entram correndo.
Leila grita ao ver a aranha e correr ficando atrás de José, ele se aproxima e tira a aranha da minha perna esmagando-a.

—Pronto medrosa. —José ri e acaricia meu rosto.
—Não me toque! —Grito e viro os rosto.
—Você é muito marrenta mesmo, na próxima eu deixa ela te picar.

Os dois saem do quarto novamente e eu começo a chorar...
Por favor, mamãe, vem me salvar... Eu preciso de você.


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