Porto Seguro - Uma Nova Chance II escrita por Bia Zaccharo


Capítulo 12
Uma Conversa Entre Mãe e Filha




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Já faz três horas que descobri que etou grávida e eu ainda estou paralisada.
Um filho...
Ah meu Deus!
A porta do escritório é aberta sem cerimônias e eu vejo Pheobe entrar correndo.

—Mami! —Ela diz sorrindo.

Christian entra logo atrás, mas eu não me mexo, ainda estou em choque.

—Você está bem? —Christian pergunta
—Não... —Sussurro. —Digo, sim.
—O que aconteceu?

Respiro fundo e abro a gaveta da minha mesa pegando os testes, levanto e Christian encara.

—Você está grávida? —Ele pergunta e Pheobe solta um gritinho.
—Eu vou ter um irmãozinho? —Ela fala batendo palmas.
—Acho que sim... —Sussurro.

Recebo um olhar confuso de Christian, ele não diz nada, apenas fica parado olhando-me. Não sei se ele está feliz ou triste, ele não diz nada.

—Papai, mamãe, o que foi? Por que vocês estão assim? —Pheobe pergunta nos olhando.
—Nada. —Christian diz tomando folego. —Acho que nós não esperávamos por isso.
—Nem um pouco. —Digo por fim.
—Mas é legal, não é? —Pheobe sorri. —É um irmãozinho.
—Ou irmãzinha. —Diz Christian.
—Aposto que é menino. —Ela diz com convicção.
—Isso não importa. —Digo passando a mão pelos cabelos. —Quando for a hora vamo saber.
—Imagina quando minhas avós souberem. Elas vão ficar loucas.
—Vão mesmo. —Sussurra Christian.
—Nós podemos fazer um jantar e avisar à todos. Atés os meus bisas. —Pheobe diz saltitante. —Vai ser muito, muito, muito legal ter um bebê.
—É... —Digo ainda muito assustada.
—Eu vou contar para a Mary e a Mirelle. —Pheobe diz e corre para fora da sala.
—Ei... —Christian se aproxima e senta na minha frente. —Como você está em relação à isso?
—Eu não sei. —Digo com os olhos merejados. —Eu não acho que ter um filho seja uma boa ideia.
—Como assim?
—Sei lá. Nós não planejamos isso, e eu estou assustada.
—Por que? Você é uma ótima mãe. Já provou isso com a Pheobe.
—Não é isso Christian, é só que... Nós estamos juntos há uns dois meses, e não assumimos nada, e um filho? Eu não quero um filho agora.
—E você vai fazer o que? Abortar?
—Não! —Digo ofendida. —Claro que não! Eu só não premeditei isso, mas abortar? Claro que não! Eu nunca faria isso.
—Eu sei, me desculpe. Mas mesmo assim, fique tranquila, eu vou estar ao seu lado para sempre, um filho só virá para completar nossa família.
—Quer dizer que nós somos uma família? —Arqueio uma sobrancelha.
—Acho que sim. Não? —Ele me dá um sorriso de canto e meu coração se acalma.
—Talvez. —Sussurro.

Apoio os braços na mesa e abaixo a cabeça.

—Será que nós vamos ser bons pais? —Pergunto vagamente.
—Acho que sim... Bem, talvez não cheguemos à ser os melhores, mas daremos o nosso melhor, certo?
—Certo... —Sussurro. Christian começa a mexer nos meus cabelos. —E como será quando ele nascer? e a Pheobe?
—Amor, calma, ela vai adorar. Você não viu a reação dela?
—Foi superficial. —Digo. —Ela está fingindo.
—Fingindo? —Christian pergunta confuso.
—Sim. Ela não sabia o que falar ou fazer. Pular foi a primeria coisa que ela pensou, por isso ela saiu da sala, ela não queria ficar perto. Não agora.
—Sério?
—Sim. —Sussurro. —Ela está com medo, eu acho.
—Medo? Do que?
—De um irmãozinho. Ela sabe como chegou até nós... Uma vez nós conversamos sobre bebês. Ela pensa que se eu tiver outro filho eu vou abandoná-la.
—Agora entendo sua preocupação. —Christian diz. —Mas tudo ficará bem. Nós nunca vamos abandonar nossa filha. Ela é tudo nas nossas vidas.
—É sim. —Sussurro. —Eu não sei o que teria sido de mim nesses cinco anos se não fosse a Pheobe... Ela se tornou tudo para mim. Minha vida não faz sentido algum sem ela.
—Ei, e eu?
—Há, foi faz uma partizinho.

Christian puxa uma mecha de cabelo de leve e eu dou risada.
Levanto a cabeça e olho para ele.

—Eu te amo. —Sorrio. —Muito. Obrigada por me acalmar, ou pelo menos tentar.
—É meu dever... Sempre cuidar de você... Agora vocês.

Sorrio e seguro sua mão.

—É melhor eu ir falar com a Pheobe. —Digo me levantando,
—Quer que eu vá junto?
—Não. Está tudo bem.
—Ok. Boa sorte.
—Obrigada.

Saio da minha sala e vou até o banheiro, quando entro vejo Pheobe sentada no chão perto do último box, caminho até ela e sento ao seu lado.

—Me deixa sozinha. —Pheobe diz de forma seca. —Por favor.
—Eu não vou te deixar sozinha. Você sabe disso.
—Por que você quer outro filho? —Ela pergunta depois de algum tempo e silêncio. —Eu não sou suficiente para você e o papai?
—Você sabe que é. E sabe que eu não planejei isso. Apenas aconteceu.
—Nada acontece apenas por acontecer, você melhor do que ninguém sabe disso.
—Você sabe que não é assim Pheobe.
—Não... Eu não sei de nada.
—Por que você está tão irritada?
—Eu não estou irritada. Eu só não quero ficar feliz sabendo que você vai me deixar.
—É isso que você pensa de mim? Depois de tudo que eu fiz por você? Você está sendo injusta Phoebe, eu te amo e nada vai fazer com que nós nos separemos.
—Antes... Mas agora tem um bebê.
—E eu continuo penssando da mesma forma.
—Não é verdade. —Pheobe diz chorando. —Você me achou na rua. Agora que vai ter um filho de verdade, não precisa de mim.
—Para. —Digo aumentando o tom. —Chega disso Pheobe! Eu sempre deixei bem claro que nunca te abandonaria. E eu não te encontrei na rua. Você tinha uma mãe, você sempre soube, você nunca foi uma menina de rua. Eu só te adotei depois que sua mãe morreu, mas sabe por que eu te adotei?
—Não.
—Porque eu te amo. Porque você foi a melhor coisa que já aconteceu nada minha vida. Porque muitas coisas não faziam sentido antes de você. Os últimos cinco anos foram os mais difícies da minha vida, e se você não estivesse ao me lado dizendo-me o que fazer, provavelmente, eu não estaria aqui. É por sua causa que eu tenho levantando todas as manhãs tentando ser melhor e não chorar. É você que me motiva a continuar. Então, não, eu não tenho motivos e nem pretendo de abandonar, nunca.
—Eu te amo mamãe. —Pheobe me abraça e começa a chorar no meu colo. —Não me deixe, nunca.
—Eu jamais faria isso.


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