Poisonous escrita por AleyAutumn


Capítulo 4
Warm smile




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Warm smile

A jovem acordou subitamente levando um susto ao ver que estava de pé e próxima a varanda de seu quarto, recolheu a mão que estava estendida na direção da maçaneta e recuou um passo quando viu a imensa sombra em frente a porta de vidro sendo protegida apenas pela cortina, a morena soube imediatamente que ele sabia que ela estava acordada. Em silêncio se moveu até o celular que estava sobre a cama, a dor no joelho havia sido completamente esquecida enquanto discava o número da emergência, assim que o barulho das teclas ecoou pelo quarto a sombra desapareceu a deixando aliviada instantaneamente. Isso estava a deixando em fúria e preocupada, tudo estava indo completamente normal, quem estaria se incomodando com a presença dela?

Algumas horas depois Ellie cobria as olheiras dela com preocupação acreditando que ela não havia dormido durante a noite, a jovem decidira por fim não dizer absolutamente nada acreditando que isso só aumentaria mais ainda os seus problemas e o assédio de seu perseguidor, talvez ele fosse coisa de sua cabeça, talvez ela estivesse delirando devido a dor em sua perna.

— Eu não quero ir. – sussurrou.

— Não seja tão esquiva assim minha garota, ele é um bom homem e você dispensou Akira fervorosamente. – ela negou rindo e olhou a jovem encolhida em cima de sua mesa sentada despreocupadamente enquanto esperava que a mulher terminasse de ajeitar seus grossos cachos.

— Não se sinta mal por isso Ellie, ele é um bom homem.

— Mas você não quer compromisso com ele, concordo que Akira é bom e que agora não é o momento certo para isso, ele está terminando a faculdade e não preciso desse menino disperso e completamente apaixonado por ai. – a mais velha a olhou de novo.

A jovem corou sob o olhar de Ellie que terminou de arrumar o cabelo dela e se afastou sorrindo para a sua protegida colocando uma pequena flor rosada por entre os fios.

— Um homem daqueles te dando mole e você toda desse jeito. - tirou a flor e ela deu um tapa na mão da jovem a repreendendo por estragar o deu trabalho perfeito, pelo menos aos olhos da própria senhora.

— Ele vai embora mês que vem. - se explicou – E não está me dando mole nenhum, apenas quis uma pessoa com tempo de sobra pra sair por ai já que a irmã dele odeia praia.

— Um ótimo momento. Mostre que é inesquecível e dê um motivo pra ele voltar. - gargalhou de forma histérica e ajeitou a jaqueta escura - Não ria de mim.

Ellie não tem juízo.— pensou rolando os olhos internamente.

— Não estou. - seu sotaque soou forte.

— Hum, e use isso. Ninguém resiste à um sotaque italiano.

Graças a bota ortopédica a jovem optou por um vestido rosa claro e uma jaqueta preta, em seu outro pé havia apenas uma sapatilha. Ela queria garantir que não fosse cair e precisar ser levada para um hospital, entendia que nos últimos dias suas pernas estavam extremamente sobrecarregada com as atividades e isso era extremamente doloroso para ela.

— Não estou tentando ter Elijah. - avisou

— Nada me impede de te jogar para ele. - riu e desapareceu.

Suspirou e ajeitou o cabelo, passou os olhos pelos souvenires da loja e foi até a porta da loja. Hoje era segunda-feira, o Domingo havia passado sem grandes problemas. Durante a manhã com muita dificuldade ela havia se levantado e seguido até a casa de seu vizinho se arrastando, durante a tarde Kim havia a levado até a delegacia onde foi ignorada com louvor pelos policiais, já que a história sobre o homem que dedicava seu tempo a  vigiar na varanda não havia sido muito bem entendida, durante a noite Elijah a ligara e convencera a sair com ele após o horário de trabalho.

O moreno em si apenas queria passar um breve tempo desvendado a vida alheia e torcendo para que a jovem se lembrasse de Sophia, ele tinha certeza que ela tinha armazenado informações, mesmo que tudo estivesse preso em seu inconsciente, se  fosse demorar mais ele teria que agir e torcer para não chamarem atenção.

A moça desceu com cuidado de cima da mesa e saiu para fora da loja esbarrando em Elijah que a analisou cuidadosamente por breves minutos, ele se encantou pela simplicidade da jovem e abriu um sorriso caloroso ao perceber que ela fez o mesmo com ela. Notou que aos poucos a jovem se abria para ele, e percebeu que logo a conheceria de verdade.

— Fugindo de mim?

— Não iria muito longe. - mexeu a perna que estava imobilizada.

— Nem se estivesse sem isso. - sorriu desafiador e fez um gesto com a cabeça em direção ao bar.

— O que quer comigo? - questionou antes de o seguir pendurando em seu braço.

— Como assim?

— Um homem como você, me convidando pra sair, cuidando de mim dessa forma. Eu não entendo, não há motivo para isso. - seu rosto se tornou sombrio.

— Você me chamou à atenção, e bem. Eu vim para cá tentando me afastar dos meus piores problemas, em anos eu nunca me senti tão bem, não tive tempo ou vontade de fazer tudo o que faço hoje. E você é uma boa companhia.

— Sinto que você mente para mim, sinto que essa pessoa quem você mostra ser, não é real. - falou em italiano para não se embolar.

— Esse sou eu Jorie. Eu cuido dos que eu quero manter por perto. - começou a se mover com ela - Não tenha medo. Eu sou o irmão bonzinho, esqueceu?

A jovem se despediu de todos brevemente enquanto Elijah a carregava ao estacionamento, a jovem ficou perplexa devido a paciência imensa que ele demonstrava ter já que a caminha dos dois era bem lenta devido ao peso da perna

— Onde iremos? Você disse para não usar nada elegante. - ele a olhou de cima a baixo enquanto a ajudava a entrar no carro.

— E não é. Me disseram que o mercado foi o máximo que você decidiu explorar da cidade. - deu um olhar sugestivo.

— Uma aventura e tanto. - se lembrou do tempo que levou para encontrar o mercado.

— Então iremos explorar as belezas da sua nova casa.

Elijah entrou no carro e deu partida disparando para o lado remoto da cidade.

Onde isso iria dar?— pensou enquanto ele acelerava mais ainda subindo uma colina, já eram quase cinco da tarde e elogio o sol iria se pôr e ela não gostaria de estar com ele no escuro à essa velocidade.

Mais cedo do que a jovem esperava ele estacionou o carro em um local amplo e cheio de mato onde haviam vários veículos espalhados, ninguém havia tentando manter a ordem no local e isso não foi visto com olhos críticos pelos dois. Jorie viu impressionada o quão rápido os dois avançavam pela escada rustica em direção ao topo da colina, Elijah a levantava sem nenhuma dificuldade e não parecia achar isso nada ruim e isso era o bastante para deixar a frágil garota cada vez mais encantada pela segurança que ele lhe passava, a jovem iniciou a ilusão amorosa onde apenas um se apaixona enquanto o outro apenas se dispersa desses sentimentos. Era fato, Marjorie era uma boba que não havia aprendido em nada com as lições que a vida lhe quis dar. E isso seria mudado em breve, afinal... se a vida não foi dura o bastante o suficiente para a fazer crescer, Niklaus seria.

Chegaram ao topo e Jorie se distraiu enquanto Elijah a colocava em uma cadeira pequena de madeira que havia sido distribuída anteriormente pelo próprio grupo que se encarregaria de controlar as pessoas presentes no local, que não eram muitas, mas o suficiente para causar uma boa confusão. A jovem olhou ao redor e viu Niklaus sentado na grama segurando um copo plástico com descaso, ele acenou para os dois os olhando com curiosidade e foi correspondido logo em seguida.

— Algum evento especial? – a jovem questionou vendo mantas e cadeiras espalhadas ao redor da imensa fogueira que já queimava fazendo soar pequenos estalos.

— É conhecido só pelos nativos, vim aqui algum tempo atrás, achei que você poderia gostar já que nunca saiu daquele seu casulo.

— Não destrate meu lar. - avisou com uma risada.

Minutos depois o sol começou a se pôr, o céu ficou azul, rosa, amarelo e laranja enquanto a enorme bola de fogo desaparecia no horizonte, as gaivotas que antes estavam em alguns barcos no cais abaixo da colina, levantaram voo, borboletas de todas as cores passaram por todos os curiosos e quando o sol se pôs os vagalumes passaram a os rodear iluminando o pequeno local. Jorie se sentia em um conto de fadas.

Uma musica suave começou a ser tocada por uma banda iniciante ao qual todos pareciam apreciar, os olhos da jovem se mantinham fixos no vocalista enquanto Elijah mantinha os olhos fixos no rosto da jovem. Ele logo percebeu o quanto ela estava feliz com aquela novidade, era algo muito novo para ela, sentiu a culpa o invadir quando percebeu que ela já estava ligada a ele demais, Niklaus já estava alerta e isso era o bastante para Elijah. Esse era o último dia que ele a veria, não poderia colocar essa criança – aos seus olhos – em perigo.

Elijah se sentia extremamente confuso com as emoções e os sentimentos que ela lhe provocava... parecia algo de outro mundo, e Klaus parecia achar a mesma coisa que ele. Não que eles houvessem se interessado pela jovem, mas eles enxergavam muito além do que os humanos pareciam ver. Era como se tivesse ocorrido uma conexão sobrenatural entre todos eles, Klaus havia trocado poucas palavras com ela e já gostava da moça como se fossem amigos de longa data. Eles tinham certeza que havia algo de sobrenatural entre eles, havia sido fácil demais gostar dela e então se tornou um fato para ambos, havia algo de estranho nela que os puxava para eles e isso era algo que merecia respostas.

Klaus se aproximou dos dois e se sentou aos pés de Jorie que colocou uma mão por entre seus cabelos loiros, apenas para esticar um pouco mais o braço. O loiro sentiu cócegas no local e ficou tenso se lembrando de uma sensação parecida a anos atrás, olhou de esguelha para a jovem que sorria olhando o vocalista e suspirou, ele sentira um toque assim a muito tempo, era uma característica de uma criatura específica ao qual o loiro não se lembrava já que estavam praticamente extintas. Ele apenas se lembrava de ser algo bom para quem os tinha por perto e algo terrivelmente ruim para quem os ameaçava. Klaus sorriu percebendo que isso poderia lhe trazer vantagens futuras.

— Eu juro que isso foi fodásticamente incrível. - Marjorie sacudia uma garrafa de refrigerante que estava aberta jogando o líquido para todos os lado - Eu não sabia que esse lugar era tão incrível assim!

Elijah e Klaus a observaram atentamente vendo ele praticamente saltar no mesmo lugar, sua animação era tão grande que ela havia ficado vermelha com um enorme sorriso enquanto apertava com força tudo que se aproximava. Eles fizeram uma careta quando ela soltou um grito agudo e arremessou a garrafa com força contra a cabeça de um homem que estava distraído juntando suas coisas, ela se quer o havia notado.

Olhou para os dois ao notar o histerismo que a atingiu e ficou imediatamente séria adquirindo a mesma postura de sempre, ajeitou o cabelo e sorriu envergonhada descendo as escadas sozinha, Jorie se sentiu mal ao ficar tão agitada com um “show” tão pequeno e se lembrou que nunca havia visto algo assim, nunca tinha sentido algo assim. Ela realmente se acovardou diante dos problemas e deixou que seu medo a dominasse por completo  a impedindo de ter uma vida normal.

— Tudo bem? - Elijah estava ao seu lado a encarando em choque completamente surpreendido pela explosão dela.

—Tudo ótimo. - respondeu sentindo as bochechas doerem e se jogou no pescoço do híbrido deixando todo o seu peso sobre ele já que sua perna machucada passou a doer com mais intensidade. - Por favor me leva para comer.

Niklaus riu se divertindo com o choque de Elijah e gargalhou quando ele escancarou os lábios ao ver que o híbrido se quer havia tentado a matar. O loiro estava se divertindo ao ver a explosão agressiva que a dominou quando ela ficou feliz, lhe pareceu interessante que a jovem tivesse um lado diferente e ele soube que se a conhecesse mais poderia ter surpresas agradáveis. Quem sabe a jovem não o ajuda a assustar Elijah e criar o pânico por ai? Ela aparentemente poderia ser sua versão feminina. O loiro sorriu malicioso quando ideias começaram a surgir em sua mente.

Céus, ela é a pior humana que já viu. Sorriu a carregando até o carro.

~°~

Eles sorriam animados com a conversa enquanto ela se revezava entre comer e rir de Klaus se engasgando diversas vezes. Secou as lágrimas e olhou para o loiro atentamente que ainda falava despreocupadamente sobre sua vida em Mystic e algumas de suas viagens, nesse momento ele se entretinha em falar de pessoas “divertidas” aos olhos dele, é claro que escondia as partes obscuras.

— Sério? Essa Caroline parece muito legal. - falou com os olhos cheios de lágrimas.

— E ela é.

— Você é muito legal Klaus. - a garota comentou recebendo um olhar surpreso de Elijah.

O moreno olhou o irmão com curiosidade, estava mais do que na cara que Niklaus estava aprontando uma de suas barbaridades. Ele estava sendo agradável demais... ou talvez... ele só tivesse se interessado por ela como ele. Elijah sentiu uma pontada de medo ao perceber que sua possível amiga poderia ser roubada... ou morta.

— Um elogio finalmente. - o loiro deu um sorriso sincero enquanto se divertia verdadeiramente - E você, alguma paixonite não correspondida?

— Não... ainda bem. - sorriu - Nunca tive e não tenho historias divertidas sobre minha vida.

— E porquê? - Elijah o reprendeu com o olhar.

— Bem... eu nunca tive um relacionamento bom com minha família... - falava animada parecendo ainda estar entorpecida pela noite que estava tendo - E deixei isso atrapalhar em outras coisas também. Acho que me preocupava mais com o ruim do que com o bom. Nunca senti vontade de... viver. - baixou os olhos.

— Então é apenas uma sobrevivente? Só respira? - o loiro a olhou atentamente se sentindo um pouco surpreso e descontente pela informação.

Isso era um ultraje para Klaus que se interessava por tudo, que era curioso e aproveitava a sua eternidade ao máximo mesmo sabendo que teria tempo de sobra. Para ele parecia errado demais que uma mortal um dia fosse para uma cova sem nunca ter ido a uma festa ou bebido até passar mal, ou sem nunca ter visto uma fotografia interessante ou mesmo ter saído da cidade. Aquela garota a sua frente só conheci os 1km ao redor de casa, Klaus achou isso de certa forma... Deprimente.

— Exatamente. - sorriu maliciosa - Certo que conheci algumas coisas, mas me mantive longe da maioria.

— O que gostaria de fazer? - ele a olhou curioso e Elijah ficou mais desconfiado ainda.

— Não conheço nada. - admitiu abrindo um enorme sorriso - Surfar talvez...

Eles negaram com a cabeça rindo, Marjorie baixou os olhos e olhou a própria unha que estava bem feita. Uma moça que morava próxima a sua casa as havia feito antes dela ir para o trabalho, a jovem franziu o cenho e ergueu os olhos ganhando olhares confusos.

— Eu acho que sei onde Sophia está. -sussurrou.

— Sabe?

— Acho que é minha manicure. - arqueou a sobrancelha - Ela atende por Agária.

Os dois irmãos se olharam de cara feia, haviam esquecido de comentar com a jovem esse mero detalhe, era óbvio que ela não iria encontrar a mulher sem um outro nome de referência.

— Onde ela mora?

— Próximo a minha casa. Sei onde é o salão, posso indicar... mas não sei onde mora. - a jovem deu de ombros.

— Isso é perfeito Jorie. É mais do que suficiente. - Elijah entregou uma papel e uma caneta para ela.

Jorie anotou as informações rapidamente e sorriu para os dois terminando sua sobremesa, os dois Mikaelson pareciam estar em seu próprio mundo, a morena mordeu os lábios e suspirou pagando a conta e se levantou sem ser vista, sentira uma vontade incontrolável de tomar um milkshake. A moça entrou na lanchonete e pegou seu pedido indo para fora do local e andando pelas ruas escuras, suspirou e olhou distraída para o céu enquanto se arrastava.

— Ah oi. - levantou o rosto vendo os olhos brilhantes de Kol - Tudo bem? Deveria estar aqui a essa hora na rua?

— Não é seguro? - o olhou nervosa.

— Mocinha são 23 horas.

— Estou indo para casa. - se defendeu.

— Onde estão meus irmãos? - a puxou em direção a um carro estacionado.

— Entraram em um tipo de hipnose. - fez careta -  Foi estranho. Mas vai entender não é Kol?

Ele riu.

— Vai entender. - a olhou atentamente - Ei posso ir na sua casa amanhã?

— O que quer lá?

— Vou te levar para sair...

A morena riu impressionada com a personalidade dos homens da família, ele era extremamente agradáveis com a jovem e isso a fazia se sentir bem. Ninguém nunca a havia tratado tão bem.

Doce ilusão.

— Tudo bem. - deu de ombros.

O moreno estacionou o carro em frente a casa dela e a ajudou a sair do carro, ela abriu a porta e o autorizou a entrar. Precisaria de ajuda para o que queria fazer, sua condição não deixava que ela tivesse acesso livre ao calcanhar onde haviam fechos.

— Ei me ajuda a tirar isso. - pediu arrancando a bota.

— Você deveria fazer isso?

— Não. Mas isso enche o saco. - reclamou.

Kol a ajudou.

— Vou lá para cima tudo bem? Tomar banho... quer ligar para Klaus? Tem comida na geladeira. - avisou se espreguiçando.

— Tudo ótimo. Vou usar o seu telefone, vou esperar você terminar seu banho. - olhou para a perna ainda marcada pela bota - Se precisar me chame. Irei embora quando você estiver seca e confortável. – ele foi agradável, totalmente contra a sua personalidade e isso o surpreendeu levemente.

Kol estava entediado e acreditava que essa garota era uma boa chave para diversão.

A jovem concordou com ele e sorriu subindo as escadas rapidamente e ainda sentindo um pouco de dor, retirou a jaqueta e o vestido e se cobriu com sua toalha enquanto procurava por seus chinelos. Ergueu os olhos para a porta de vidro da varanda e a viu se abrir lentamente enquanto a cortina a cobria, viu que era a figura masculina, mas a diferença era que essa era bem menor. Jorie deu alguns passos para trás e se surpreendeu quando viu o invasor.

— Kálly? - olhou o jovem - Tudo bem? O que faz aqui?

O jovem parecia estar em um tipo de torpor, seus olhos estavam sem vida e ele agia como se fosse um robô, como se estivesse sendo guiado.

— Kálly. - sussurrou ao ver que ele segurava uma faca.

— Eu não sei o que está acontecendo. - o garoto sussurrava.

— Kálly.- empurrou ele para longe quando ele tentou agarrar seu pescoço.

— Saia...

A jovem se abaixou e correu quando a faca quase a atingiu, derrubou algumas coisas pelo chão e desceu as escadas baixando a cabeça quando viu o braço de Kálly se aproximar de sua cabeça segurando a faca. Ela sentiu o vento passar por perto de sua cabeça e ouviu quando a faca quebrou a parede de gesso, se abaixou novamente e quando estava prestes a ser atingida nas costas Kol surgiu da cozinha e parou em seu lugar segurando a faca que atravessou a palma de sua mão. Jorie o olhou assustada e Kol se virou para ela.

— Saia. - sua voz saiu fria e ela o atendeu imediatamente sem questionar.

Assim que Jorie passou pela porta gritou surpresa ao ser agarrada pela cintura, o cenário se passou rapidamente quando ela foi levantada e carregada pelo vampiro, a jovem se viu em desespero, a sensação era semelhante como se estivesse caindo do alto de um prédio e então parou e ela foi colocada de pé sobre o telhado fino de uma casa. Por puro reflexo ela arrancou o apoio de madeira da antena e o acertou com força o desnorteando por breves segundos, ela se assustou com o olhar feroz que ele lhe deu e se afastou tropeçando nas próprias pernas e caindo para trás sem ter tempo de assimilar o que acontecia. O corpo frágil dela atravessou o telhado caindo sobre o imenso sofá, o corpo bateu no local com um baque audível assustando todos os presentes que ainda tentavam entender como essa garota havia atravessado o telhado

Ela gemeu se agarrando a sua toalha e se levantou olhando ao redor ficando surpresa ao ver Niklaus e Elijah encurralando Sophia em um canto da sala, o vampiro que a atacara anteriormente se deparou com a cena e pulou do telhado caindo ao lado da garota a levantando com um brutal puxão de cabelo que quase lhe quebrou o pescoço.

— Mas que merda eu estou fazendo aqui? - gritou irritada tentando chutar o vampiro que apenas se afastava erguendo mais ainda o cabelo dela.

— Fica quieta garota.

— Vai se fuder. - jogou a cabeça para trás acertando o queixo do vampiro.

Jorie engasgou quando ele a socou na lateral da costela, ofegou sentindo os olhos se encherem de lágrimas e fez uma careta encarando os dois irmãos não parecendo preocupada e sim furiosa.

— Oi Klaus. Elijah. - cumprimentou.

Sophia se encolheu quando os dois voltaram a olhar para ela desviando os olhos do corpo da jovem. Jorie continuou sua discussão com o vampiro ainda alheia ao que acontecia no local.

— Eu já disse que não sei onde está Esther. - a mulher gritou - Me deixem em paz! Eu não a vejo faz anos, centenas de anos.

— Ajudou ela a sair do mundo dos mortos. -Klaus gritou apontando um dedo para ela.

— Sim e me arrependo disso. Se soubesse quais eram suas intenções eu nunca teria feito isso, mas o que posso fazer agora? Se ela não quer ser achada ela não vai ser achada. - a bruxa os olhou seriamente - Agora saiam daqui. Ou a humana vai morrer.

— Humana...? Moça escuta aqui. - Jorie fez uma objeção.

— Vai dizer que não é? Eu estou te vigiando a dias! - a voz do vampiro se sobressaiu - Você estava passando informações para eles sobre a minha esposa.- Ruben estava furioso, ele havia ouvido a garota ajudar os dois Mikaelson, era óbvio que era uma maldita espiã.

— Quem é sua esposa? Eu não sei de nada. -reclamou.

— Ela não sabe.

— Eu a ouvi. Hoje e à alguns duas atrás.

— Educação... conhece? Eles estão procurando a mãe. - debochou.

— Mate a garota. - Jorie se surpreendeu ao ver Elijah surgir atrás da mulher segurando seu pescoço enquanto Niklaus apenas sorria cada vez mais empolgado com a confusão que se armava.

— Vamos, mate ela. - o moreno riu sadicamente - Eu quero ter um motivo para matar a sua esposa.


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